sexta-feira, maio 31, 2013

QUEM DISSE QUE O CUCA É AZARADO? QUEM DISSE QUE O PÉ DA SORTE É O DIREITO?

Por Danilo Silveira

Fosse um roteirista de cinema fazer um filme de uma partida de futebol, buscando dar a ele um caráter emotivo, dificilmente ele conseguiria alcançar o que foi visto na noite desta quinta-feira, nos minutos finais de Atlético/MG 1 x 1 Tijuana, no estádio Independência.

Dentro do cenário de possibilidades de classificação, dizia o regulamente que o empate em 0 x 0 ou 1 x 1 faria o time mineiro chegar à semifinal da Taça Libertadores. Porém, muitos esperavam uma vitória, de certa forma tranquila e convincente do time dirigido pelo técnico Cuca. Talvez muito pelo futebol bonito e vistoso que a equipe tem apresentado, somado ao grande retrospecto da equipe no estádio Independência (desde a sua reabertura em 2012 o Galo ainda não perdeu nele).

A bola rolou e o que se viu foi um Tijuana correndo demais, mostrando um fôlego invejável. E assim foi durante quase todo o jogo. O técnico e habilidoso time do Atlético/MG tinha dificuldades para manter a bola no pé e criar chances de gol. E em um contra-ataque pela direita, um bom cruzamento chegou até Riascos, que abriu o marcador. Marcos Rocha respondeu pouco depois e parou no goleiro Saucedo. Mas o Galo viria a empatar na bola parada, ainda na primeira etapa: Ronaldinho cobrou falta da direita na área e Réver apareceu livre de marcação para chutar e igualar o marcador.

Na segunda etapa, o Galo melhorou, passou a dominar a partida e neutralizar os ataques dos mexicanos. Mas, não seria assim até o final. O cenário de possibilidades apontava o 1 x 1 como benéfico ao time mineiro e conforme foram aproximando-se os 45 minutos, foi o Tijuana mais para o ataque. Arce por pouco não fez o segundo em uma falta que explodiu no travessão de Victor. Era o início de um final épico e dramático. O Tijuana cada vez mais ia para cima, e naturalmente, ia deixando cada vez mais espaços para o contra ataque (muitas vezes mortal) do Atlético/MG. E quando o relógio já apontava mais de 40 minutos, o contra ataque do Galo saiu, mas Saucedo evitou o gol, defendendo chute de Luan, que recebeu boa assistência de Ronaldinho Gaúcho.

Terminasse o jogo sem nada mais acontecer de muito relevante, já poderíamos dizer que se tratava de um jogo emocionante. Só que o lance mais histórico ainda estava por vir. Foi nos acréscimos, quando Leonardo Silva cometeu pênalti. Sim, o forte e poderoso Galo estava a um passo de dar adeus ao sonho de conquistar a América. O Brasil esteve muito perto de ver seu melhor time (e único representante vivo na competição) se despedir. Só que não! Pelo menos por enquanto, não. Riascos bateu no canto direito de Victor, que defendeu com o pé esquerdo. Sim, com o pé esquerdo. Dizem que o pé da sorte é o direito, mas para a torcida do Galo não. Para os atleticanos, o pé da sorte é sim o esquerdo. Possivelmente, provavelmente, a defesa mais importante da carreira de Victor. Provavelmente, a defesa mais importante da história do Clube Atlético Mineiro. Uma defesa benéfica ao futebol brasileiro. Bom ter o Atlético Mineiro vivo na Libertadores. Bom ver vivo o time brasileiro que melhor traduz dentro de campo aquilo que tanto procuramos: o tal jeito brasileiro de jogar futebol!
 
Dizem por aí que Cuca é azarado. Se outrora foi, não dessa vez! Ouvi por aí muita gente dizer que o Atlético/MG não mereceu passar pelo jogo de hoje. Discordo! Como discordo que o Galo tenha jogado mal. O time não fez a melhor das suas atuações, mas não dá para afirmar que o Atlético jogou mal. Não só de vitórias vive um grande time. E mais: não só de vitórias bonitas e maravilhosas vive um time, por melhor que ele seja. Um time bom e encantador vive também de dois empates, onde a classificação vem pelo gol marcado fora de casa (diga-se de passagem, gol marcado nos acréscimos).

Se o Atlético/MG vai ganhar a Libertadores 2013, não posso afirmar. Se esse time vai cair de produção nos próximos dias e meses, também não posso afirmar. Mas, o que posso dizer é que a defesa do Victor hoje, talvez nunca saia da minha memória. E também de todos atleticanos. E de todos amantes de futebol. Aliás: FUTEBOL!!! Assim com letra maiúscula fica mais bonito!

quinta-feira, maio 30, 2013

CENÁRIO DA BELEZA E DO CAOS

Com atraso de alguns dias, estou publicando o texto sobre o jogo entre Santos e Flamengo

Por Danilo Silveira


Domingo, dia 26 de maio, os holofotes do futebol brasileiro estavam voltados para Brasília, a capital do Brasil. Conhecido por ser o lugar da política, do poder, a cidade abria os portões para o esporte. Era dia de Flamengo e Santos duelarem no novo Mané Garrincha, estádio que vai receber a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. E mais: era dia da despedida de Neymar com a camisa do Santos. Além de um estádio maravilhoso, esperava-se também uma organização formidável, em todos os sentidos: facilidade no acesso ao estádio, pouca demora nas filas, infraestrutura de ponta.

Só que não! Por volta das 14h30, o que se via do lado de fora do Mané Garrincha, infelizmente, era um cenário caótico. Filas gigantescas para todos os lados e a sensação que algo tinha dado errado em termos estruturais. Torcedores que chegaram ao estádio por volta desse horário só conseguiram entrar instantes antes da partida. Isto é, torcedores ficaram na fila por mais de uma hora.

Depois de tanta espera, veio a recompensa. Os torcedores, santistas e flamenguistas (em sua imensa maioria flamenguistas) se depararam com um estádio maravilhoso. A sensação de chegar à parte interna do Mané Garrincha e ver o campo e as arquibancadas é fantástica. Dá um orgulho de ser brasileiro. Na hora bate um pensamento "Essa maravilha é nossa, foi feita por nós". Você acaba esquecendo por alguns instantes a desorganização e a falta de responsabilidade de autoridades.

Mas, tais problemas não podem nem devem ser esquecidos. E eles não se resumiram ao cenário caótico do pré-jogo. No intervalo, a fila de um dos banheiros femininos era gigante, uma das filas de compra de bebidas era "impraticável". Cenas que não devem ser vistas em nenhum estádio, mas que se tornam mais complicadas ainda em um estádio que está prestes a receber uma competição internacional, com turistas e mais turistas. Após a partida, saindo do estádio, mais um grande problema: a falta de iluminação. Na distância mais ou menos de 500 metros do Mané Garrincha, nos deparamos com um imenso terreno de grama, cheio de formigueiros e sem nenhum poste de iluminação por perto. Ou seja, os torcedores andavam na grama e precisavam desviar de formigueiros em um lugar onde não tinha iluminação. Não condiz com a beleza do estádio, não é mesmo?

Deixando um pouco de lado a parte organizacional da coisa, que deixou muito a desejar, dentro de campo Flamengo e Santos fizeram um jogo onde o placar não refletiu exatamente o que foi a partida, no sentido que o Flamengo foi infinitamente superior, esbarrando na sua ineficiência nas finalizações. Já o Santos, mostrou-se um time desorganizado e bagunçado. Sendo mais direto, o Santos mostrou-se um time ruim. Não me espantaria em ver o time da vila rebaixado ao final do ano. Já o Flamengo, parece estar no caminho certo, mas esse caminho ainda é muito longo.

sexta-feira, maio 24, 2013

VEM AÍ O BRASILEIRÃO 2013 - PITACOS

Por Danilo Silveira

Vai começar mais uma edição do empolgante Campeonato Brasileiro. E em 2013, a competição promete ser muito forte, com brigas bastante acirradas. Como de costume, vou dar alguns palpites.

Campeão

Vai dar Atlético Mineiro. Mesmo disputando a Libertadores, a equipe do técnico Cuca vai continuar encantando o Brasil com um futebol bonito e envolvente e vai vencer a competição

Libertadores
Além do Atlético-MG, Corinthians, Botafogo e Cruzeiro vão garantir vaga na competição Sul-americana de 2014 através do Brasileirão.
Rebaixamento

Criciúma, Náutico, Portuguesa e Santos vão parar na Série B em 2014. Sim, acredito que o time da Vila, com tantas conquistas recentes não vai conseguir permanecer na elite

Artilheiro

Jô vai ser o jogador que mais vai marcar gols na competição. Além da grande fase, ele conta com um trio (Bernard, Tardelli e Ronaldinho) de respeito para lhe servir.

segunda-feira, maio 20, 2013

ATLÉTICO MINEIRO PERDE PARA O CRUZEIRO, MAS FATURA O BICAMPEONATO MINEIRO CONSECUTIVO

Por Danilo Silveira

Não lembro de ter visto em 2013, em solo nacional, um jogo melhor do que Cruzeiro 2 x 1 Atlético/MG, pela final do Campeonato Mineiro 2013. Um belo espetáculo, entre duas equipes que prometem para a sequência desse ano.

Depois dos 3 x 0 aplicados pelo Galo semana passada, ficou difícil imaginar que o Cruzeiro fosse conseguir chegar perto de empatar o confronto ou que a disputa pelo troféu ainda fosse ter algum tipo de grande emoção.
 
Achismos esses que ficaram apenas no plano hipotético, já que na prática o que se viu foi algo totalmente diferente. Um Cruzeiro aguerrido, organizado e disciplinado na primeira etapa conseguiu ser superior a um Atlético/MG que jogava bem, mas não tinha tanta facilidade para imprimir seu futebol bonito de costume. Muito por conta da excelente marcação feita pelos comandados de Marcelo Oliveira. Comandados esses que chegaram a 1 x 0 quando Dagoberto sofreu pênalti de Gilberto Silva e ele mesmo cobrou e converteu. Antes disso, Borges já tinha assustado em chute defendido por Victor e Bernard teve boa chance pela esquerda da área, mas acabou chutando mal. Ainda na primeira etapa, o Cruzeiro chegou ao segundo gol da mesma forma que chegou ao primeiro: pênalti convertido por Dagoberto. Dessa vez, após Richarlyson derrubar Borges dentro da área. Outra chance a ser citada do Atlético/MG na primeira etapa foi quando após boa jogada, Jô chutou, parando em Fábio, que fez boa atuação na partida. Os 3 x 0 do primeiro jogo tinham se tornado 3 x 2 em 45 minutos, sendo que o empate dava o título ao time que até então perdia, o Cruzeiro. Pois é, o time azul estava a um gol de ter o resultado que lhe era favorável. Sim, tínhamos fortes emoções na final do Campeonato Mineiro 2013.

Veio a segunda etapa e o Atlético/MG conseguiu ser o Atlético/MG que eu aprendi a admirar. Um time leve, solto, com pegada na marcação, muita velocidade e criação de inúmeras chances de gol. E o Cruzeiro sucumbiu a esse Atlético/MG. A equipe azul não mais conseguia atacar com a frequência dos 45 minutos iniciais, nem a marcação conseguia ser tão boa. O Galo poderia ter chegado ao empate em um chute de Jô ou em uma cabeçada de Réver, mas na primeira chance a bola tocou na trave e na segunda, Fábio salvou. Assim, o Cruzeiro seguia por um gol para chegar ao placar que lhe dava ao título. Interessante nisso tudo é a postura do time atleticano, bem ao estilo Cuca. Mesmo com um resultado favorável, a equipe atacava mais que o adversário e parecia estar mais perto do gol que o Cruzeiro. Gol esse que veio em uma jogada, em minha opinião, irregular. Egídio saiu jogando mal, Luan recolheu a redonda, avançou em direção ao gol e sofreu um empurrão do zagueiro Léo, fora da área. Apesar disso, Leandro Vuaden marcou a penalidade, convertida por Ronaldinho Gaúcho. Festa do Galo no Mineirão com mais cruzeirenses que atleticanos. Festa de um time pra lá de promissor.

A cena triste da decisão, foi uma confusão nos minutos finais, quando Luan foi expulso por dar uma entrada por trás em Dagoberto. Não vi maldade no lance, mais a expulsão foi correta. Jogadores de Cruzeiro e Atlético/MG discutiram por um tempo, mas logo a confusão cessou.

O novo Mineirão viu pela primeira vez um troféu ser erguido. E foi o Atlético/MG do Cuca. Um time leve, envolvente e encantador. Que sirva de alguma inspiração para a nossa seleção.

Vale ainda lembrar que o Atlético/MG agora é bicampeão mineiro consecutivo, já que venceu em 2012. E Cuca é tricampeão mineiro consecutivo, já que venceu 2011 (com o Cruzeiro, em cima do Atlético), 2012 e 2013. Outro fato a se comentar é que esse foi o primeiro título de Ronaldinho Gaúcho com a camisa atleticana.

quinta-feira, maio 16, 2013

O ESTADO DE SÃO PAULO DÁ ADEUS Á LIBERTADORES EM UMA SEMANA

Por Danilo Silveira

Um atrás do outro, no espaço de uma semana, os três times paulistas presentes nas oitavas-de-final da Libertadores deram adeus ao sonho de conquistar a América. Eliminações essas bem diferentes, cada uma com suas particularidades.

O São Paulo fez um duelo bem interessante com o Atlético Mineiro. A equipe de Ney Franco fez 25 minutos fantásticos no jogo de ida, no Morumbi.  Nesse tempo, fez 1 x 0 e poderia ter ampliado. Mas, o inesperado aconteceu. Lúcio, já com cartão amarelo, fez falta dura em Bernard, sendo expulso e complicando muito a vida do Tricolor Paulista. E o Galo, pra lá de forte, passou a dominar as ações e pacientemente conseguiu chegar à virada. Jogar no estádio Independência contra o Atlético é uma das tarefas mais complicadas atualmente no futebol brasileiro. E o São Paulo foi para lá precisando reverter o resultado que lhe era adverso. Não só não conseguiu como voltou para casa com uma amarga goleada de 4 x 1, com show de Ronaldinho, Jô e companhia.

Palmeiras e Tijuana fizeram dois jogos muito ruins. No duelo de ida o Tijuana foi bem melhor e o goleiro Bruno salvou, garantindo o 0 x 0. Na volta, esse mesmo Bruno tomou um frango daqueles incríveis, prejudicando demais sua equipe. Sem inspiração, com um futebol feio, o Palmeiras não conseguiu ser superior ao feio e violento time mexicano e perdeu por 2 x 1. Agora, o Tijuana enfrenta o Atlético Mineiro, tendendo a tomar uma goleada no Independência.



Corinthians e Boca Juniors reeditaram a final do ano passado. Dessa vez deu Boca. A equipe de Carlos Bianchi foi superior ao Timão no jogo de ida e trouxe para o Pacaembu a boa vantagem de 1 x 0. O Corinthians, que não jogou bem na Bombonera, sofreu um duro golpe no jogo de volta. Riquelme, com um belo chute de fora da área, fez 1 x 0 para os argentinos. Assim, para avançar, o Timão precisava fazer 3 gols e não sofrer mais nenhum. Fez apenas um, chegou perto de fazer o segundo, jogou bem na segunda etapa, mas o sonho do bi se foi. Linda, arrepiante a aplausível foi a atitude da torcida corintiana ao fim do jogo, cantando alto e forte, fazendo festa, mesmo como time eliminado. O reconhecimento de um bom trabalho, assim que deve ser.

segunda-feira, maio 06, 2013

BOTAFOGO: FUTEBOL BOM, BONITO, ENVOLVENTE E CAMPEÃO

 
Por Danilo Silveira
Quando assisto futebol, tenho uma forte tendência de torcer par ao time que joga o futebol mais bonito, mais vistoso e que normalmente, em consequência desses adjetivos, trata-se da melhor equipe. Neste domingo, tive a felicidade de ver a melhor equipe vencer e ser campeã. Trata-se do Botafogo, um time leve, rápido, envolvente, comandado por Oswaldo de Oliveira e liderado pelo craque Seedorf, dentro das 4 linhas. Um time que, de tudo que assisti nesse Cariocão, foi o melhor. Em todos os quesitos. Na qualidade de futebol, no talento individual, na armação tática e por aí vai.
O Botafogo venceu os dois turnos, derrotando os seus três adversários grandes nesse trajeto. Bateu o Flamengo por 2 x 0 na semifinal da Guanabara, o Vasco por 1 x 0 na final e o Fluminense na final da Taça Rio, por 1 x 0. Reparem que nesses três jogos o Glorioso não tomou gol. O Botafogo é bom em todos os setores, inclusive na defesa, mas há um dos setores em que a equipe é mais do que boa, mais do que muito boa, é excelente, fantástica. Debaixo da trave. Jefferson é um dos maiores goleiros que eu já vi em solo nacional. Incrível. Um gigante. Hoje, na final contra o Fluminense, ele mais uma vez fez defesas incríveis, que ajudaram a garantir o título. Talvez a mais incrível delas em uma bola que Leandro Eusébio recebeu na esquerda da área e o arqueiro alvinegro se agigantou, executando uma saída de gol espetacular e tomando a bola do zagueiro tricolor. Zagueiro esse que integra um sistema defensivo deficiente da equipe comandada por Abel Braga. Deficiência escancarada para quem assiste aos jogos do Fluminense, mas talvez maquiada para aqueles que não assistem, mas tomam como base estatísticas de gols sofridos.

O que realmente importa hoje é que o Botafogo venceu e convenceu.  Não jogou tão bem na primeira etapa, achei o Fluminense superior. Mas, nos 45 minutos finais, o Glorioso esmagou o Tricolor e esteve perto de golear, apesar de ter vencido apenas por um gol de vantagem. Poderiam ser dois se Marcelo de Lima Henrique tivesse validado o gol de Dória, ao invés de assinalar pênalti no lance. Seedorf perdeu, explodindo a bola no travessão de Cavalieri. Chance desperdiçada que não fez falta nem apagou as grandes atuações do holandês ao longo da competição. Mais ainda: o Botafogo venceu com gol do contestado Rafael Marques. Teve dificuldades com a camisa alvinegra, mas evoluiu ao longo da competição, fez gols importantes e parece ter encontrado seu espaço. Quando o time funciona, a tendência é ser mais fácil para o jogador mostrar suas qualidades.

Para o Fluminense, o time que “consegue o impossível”, restou agora a Libertadores. Quarta-feira, a equipe de Abel Braga enfrenta o Emelec, em São Januário, e se quiser avançar terá que reverter um resultado adverso de 2 x 1, trazido do Equador. Acredito que o Fluminense consiga sim avançar às quartas-de-final. Atualmente, o mais difícil não é ver o Fluminense ganhar, é ver o Fluminense jogar bem. Bom mesmo é o Botafogo, que começou 2013 conseguindo fazer as duas coisas!


sexta-feira, maio 03, 2013

GALO VIRA PARA CIMA DO SÃO PAULO APÓS EXPULSÃO DE LÚCIO

Por Danilo Silveira

Imagine um duelo onde os primeiros 35 minutos são de um jeito e os outros 55 minutos completamente distintos? Assim foi o jogo de ida entre São Paulo x Atlético/MG, no Morumbi, válido pelas oitavas de final da Libertadores da América.
Nos 30 minutos inicais, o São Paulo jogou muito, pressionou o Galo, criou inúmeras chances, principalmente com Ademilson, que entrou na vaga de Aloísio, que saiu machucado nos minutos inicais. Poderia o Tricolor Paulista ter marcado 3 ou 4 gols, que não seria nenhum exagero, levando em conta o poder ofensivo da equipe e a bagunça que se via no sistema defensivo atleticano. Porém, a equipe de Ney Franco fez apenas um gol, com Jádson, após bela jogada de Ganso. E foi por volta dos 30 minutos que o zagueiro Lúcio fez uma falta dura em Bernard, levando assim o cartão amarelo, que virou vermelho, pois ele já havia sido amarelado minutos antes. Ademilson, que tinha entrado na vaga de Aloísio, deu lugar ao zagueiro Rhodolfo, que entrou na recompor a defesa.

A expulsão foi uma espécie de “acordar o gigante até então adormecido” O irreconhecível Atlético do início do jogo, agora mais parecia aquele Atlético que se viu em 2012 e no início de 2013. Um time que joga bonito. E após um escanteio cobrado da direita, Ronaldinho, de cabeça, empatou a partida.
Veio a segunda etapa e o Galo encurralou o time paulista, mantendo a posse de bola no meio-campo, pacientemente, em busca de espaços para tentar chegar ao gol de Rogério Ceni. O São Paulo marcava bem, buscava o contra ataque, mas tinha visivelmente sentido o golpe da expulsão de Lúcio. E por volta dos 15 minutos, o toque de bola do Galo resultou em gol, de Diego Tardelli. Era a virada do Galo, literalmente forte. Logo após esse fato, o São Paulo passou a sair mais para o jogo, em busca do empate. Automaticamente, a equipe do técnico Ney Franco passou a correr sérios riscos de levar um contra ataque mortal. E foi nos acréscimos, mais precisamente no último lance do jogo, que a equipe são paulina levou o tal contra-ataque, que não foi mortal por pouco. Mais precisamente por centímetro. Ronaldinho fez bela jogada no meio e colocou Luan em ótima condição na ponta-esquerda da área o meia-atacante atleticano tocou para o meio, onde Rosinei se esticou todo e por pouco não alcançou a bola e a empurrou para as redes.

No resumo da obra, o Atlético/MG leva para Minas Gerais uma vantagem espetacular e se torna muito favorito para avançar às quartas-de-final. Hoje é difícil imaginar que o São Paulo vá conseguir forças para eliminar o melhor time do Brasil, fora de casa, levando um placar adverso. Improvável, não impossível!

quarta-feira, maio 01, 2013

O BARCELONA NOS ENSINA ATÉ COMO SE DEVE PERDER

Por Danilo Silveira


Depois de goleada sofrida por 4 x 0 na Allianz Arena, tinha o Barcelona a complicada missão de reverter tal placar no Camp Nou. Missão essa complicada justamente pelo fato do Bayern ter um timaço e mais complexa ainda pois Lionel Messi, o melhor jogador do mundo, estava machucado. E mesmo sem Messi e com 4 gols de adversidade, o Barcelona foi bem durante a primeira etapa. Foi fiel ao seu estilo de jogo, fato que desde já deve ser elogiado. Muito toque de bola, muita movimentação e velocidade. E foi assim que a equipe de Tito Vila Nova conseguiu ser superior ao time alemão durante os 45 minutos iniciais.

De se elogiar e admirar, além da postura do time espanhol era a solidariedade do time do Bayern de Munique, com Robben e Ribery, dois autênticos pontas, voltando até a defesa para ajudar na marcação, não perdendo fôlego para contra atacar.

Talvez se Messi estivesse em campo, o time espanhol saísse do primeiro tempo com um placar favorável, mas a equipe precisou se contentar com o 0 a 0. Se fazer 4 gols em noventa minutos era uma tarefa árdua, imagine cumpri-la em 45 minutos? E além de balançar 4 vezes as redes adversárias, tinha o time espanhol que ver sua meta não ser vasada. Tudo isso para levar o duelo à prorrogação.

E na segunda etapa, o Barcelona não só não conseguiu balançar as redes como viu um adversário arisco, qualificado e inteligente chegar ao gol em três oportunidades. A primeira em uma jogada espetacular de Robben, que cortou a marcação e chutou com maestria no canto direito de Valdés. O holandês foi o melhor jogador no duelo de 180 minutos.  Piqué contra e Muller foram os autores dos outros gols. O Bayern explorou de forma espetacular as fragilidades do Barcelona, durante todo o confronto. Pelo alto, por baixo, pelas pontas, a equipe alemã infernizou a zaga espanhola, desfalcada de Puyol e Mascherano, que fizeram muita, mas muita falta.

E perdendo por 1 gol, por 2 gols, por 7 gols de diferença, o Barcelona soube ser encantador. Soube perder. Soube ser fiel a um estilo de jogo que já lhe rendeu muitos títulos e o rótulo de melhor time do planeta. Soube perder com elegância. Jordi Alba se descontrolou no primeiro jogo dando uma bolada em Robben, e foi só. Foi o único episódio de destempero e descontrole.  Nenhum pontapé foi visto, nenhuma entrada violenta. Além disso, não se viu uma equipe descontrolada taticamente, não se viu chutões ou jogadores perdidos. O time catalão manteve seu estilo de toque de bola, tentando envolver a equipe alemã. Não conseguiu. Ao invés de envolver como está habituado, acabou sendo envolvido. Coisas do futebol.

O Bayern deu ao mundo uma lição de como vencer a melhor equipe do mundo por 7 gols de diferença, em 180 minutos. Mostrou ao mundo que não se precisa de um retranca, não é necessário jogar contra o Barcelona esperando uma única bola para fazer um único gol. Fez 7! E podia ter feito mais!

Por outro lado, o Barcelona mostrou ao mundo como se deve perder. Com elegância! Por mais tolo que se possa parecer, uma espécie de “Aprenda a perder com o Barcelona”. Sim, por que não? Um time que já nos mostrou como se joga bonito, já levantou taças dando aulas de futebol, inclusive, atropelando o Santos, do futebol brasileiro, pode nos ensinar ainda muita coisa.

Se o Barcelona ainda é o melhor time do mundo? Se o Bayern pode ser considerado hoje o melhor time do plante? Sinceramente, prefiro desfrutar da felicidade de existirem esses dois times no futebol mundial.

UM BORUSSIA ENCANTADOR, OBJETIVO E FINALISTA

Por Danilo Silveira


Era um jogo que caminhava para um final sem muitas emoções, com uma classificação bem tranquila para o Borussia Dortmund. Só que não...
Estamos tratando de futebol e quando se fala em futebol, a lógica muitas vezes não segue a lógica. O Borussia trouxe da Alemanha um 4 x 1 a favor. Uma baita de uma vantagem. Nos 15 minutos iniciais do jogo de volta, no Santiago Bernabéu, o Real Madrid criou três boas chances de gol. Higuaín e Cristiano Ronaldo esbarraram em Weidenfeller e Ozil esbarrou na falta de pontaria. Depois disso, os alemães souberam controlar a pressão merengue. O tempo se passou e o Borussia levou um ótimo resultado para o intervalo: o 0 x 0. Melhor dizendo, o 4 x 1 que construiu em casa. Mas leva va também uma baixa: Mário Gotze, que saiu machucado durante a primeira etapa, dando lugar para Grosskreutz. Se em 90 minutos já era difícil para o Real Madrid reverter a situação, imagine você reverter o placar em 45 minutos.
Veio a segunda etapa e o Borussia começou muito melhor, criando boas oportunidades, como em chute do volante Gundogan, cara a cara com Diego López, que fez uma defesa sensacional. Bem à vontade em campo, a equipe alemã conseguia até então uma tranquila classificação. As coisas melhoraram ainda mais quando Mourinho lançou Benzema e Kaká nas vagas de Higuaín e Coentrão. As substituições, de caráter ofensivo, não surtiram efeito e o Real caiu de produção na partida.
E foi aos 37 minutos que Kaká deu boa enfiada de bola na direita para Ozil, que cruzou para Benzema abrir o marcador. Foi o empurrão que o Real Madrid e sua torcida precisavam. Na base do abafa a equipe de José Mourinho veio para cima e aos 42, Sérgio Ramos, dentro da área do Borussia, chutou para aumentar o placar. O que parecia impossível estava acontecendo. O jogo, prestes a acabar sem maiores emoções, tomou contornos de drama. Apoiado por sua torcida, o Real Madrid veio para cima.
O gol da classificação parecia muito perto, parecia que sairia. Só que não. Quiseram os deuses desse fascinante esporte, que o Borussia Dortmund participasse da final da Liga dos Campeões 2012/2013. Mais do que merecido para um time que joga um futebol ofensivo, objetivo, bonito, envolvente. E do outro lado vem um time que também joga um futebol bonito: Bayern  de Munique ou Barcelona. Acredito que venha o Bayern, que venceu o jogo de ida por 4 x 0. Temos todos os ingredientes para ter uma final de excelente nível técnico e tático.
A lição que podemos tirar do duelo entre Borussia Dortmund x Real Madrid é simples: o jogo só acaba quando termina. Tão óbvio, mas muitas vezes esnobado, esse ditado ficou mais uma vez em evidência. Frases do tipo “agora já era” “Ainda tem meia hora de jogo, mas já está decidido” “esse placar é irreversível no jogo de volta”, devem ser evitadas, afinal, quem não se lembra de um placar “irreversível” ser revertido? Hoje não foi, mas foi quase!
Vale ainda lembrar que nas quartas-de-final dessa mesma edição da Liga dos Campeões, o Borussia Dortmund superou o Málaga. Depois de empatar o jogo de ida em 0 x 0, a equipe alemã venceu a volta por 3 x 2. Perdia por 2 x 1 até os acréscimos, isto é, conseguiu virar o jogo com dois gols após os 45 minutos e o empate não lhe servia. Os torcedores do Borussia passaram até aqui nessa competição, fortes testes para cardíacos. E pode vir mais por aí!