quinta-feira, outubro 24, 2013

UM NOITE DE (PROFUNDAS) REFLEXÕES NO MARACANÃ

Por Danilo Silveira


Se alguém, durante o primeiro semestre de 2013, dissesse que o Flamengo iria eliminar o Botafogo da Copa do Brasil, no segundo semestre, com uma vitória por 4 x 0, com direito a uma atuação excelente, infinitamente superior ao seu adversário, provavelmente seria tachado de maluco. Isso porque naquela circunstância, o Alvinegro de Oswaldo de Oliveira jogava um futebol envolvente, bonito, que estava dando resultado, como o título do Cariocão, com direito ao título dos dois turnos. Enquanto isso, o Flamengo de Dorival Júnior/Jorginho e um pouco depois Mano Menezes era um time infinitamente inferior ao seu rival.

O Brasileirão andou e as coisas mudaram. A entrada de Jayme de Almeida no Flamengo culminou com uma vertiginosa melhoria na forma de atuar da equipe e as perdas de Fellype Gabriel, Andrezinho e, principalmente Vitinho, enfraqueceram o Botafogo. A noite desta quarta-feira no Maracanã evidenciou como no futebol as coisas mudam muito de pressa.

O outrora forte candidato ao título brasileiro de 2013 foi massacrado por um time, até outro dia, forte candidato ao rebaixamento nesse mesmo campeonato. Seedorf caiu de produção e dá sinais nítidos de cansaço, Por que? Tem relação com a maratona de jogos, tão criticada pelos jogadores? E Mano Menezes? Por que não acertou o time do Flamengo? Deficiência do ex-treinador da Seleção Brasileira? Má vontade dos jogadores? E a venda de alguns jogadores no meio da temporada? Valeu a pena para o Botafogo? Não é certeza que o Botafogo estaria jogando melhor se ainda contasse com Fellype Gabriel, Andrezinho e Vitinho, mas acredito que as chances seriam bem maiores.

O futebol é um esporte que tem uma dose do “inexplicável”. Difícil entender por que o Chelsea eliminou o Barcelona em 2012 da Liga dos Campeões. Complicado explicar como a Seleção Brasileira fez 3 x 0 na Espanha na Copa das Confederações. Também é difícil explicar o 4 x 0 do Flamengo no Botafogo. Mas, seria pouco dizer que foi porque um time teve uma queda e o outro uma evolução. Isso me parece evidente. O x da questão é: Por que essa queda? Por que essa evolução? São reflexões importantes de serem feitas, para a melhoria do futebol brasileiro. Alguns botafoguenses culpam o Oswaldo de Oliveira, mas ele era o técnico na fase boa da equipe. Pode ele ter a sua parcela de culpa? Sim! Mas acho que não se pode depositar 100% da decepção nas costas dele. Como não se pode depositar 100% da melhoria do Flamengo nas costas do Jayme. Mas seria injusto não cita-lo ao comentar tal evolução.

Já passou da hora de tentarmos entender o futebol não apenas pelo resultado matemático final, isto é, quantos gols a equipe fez ou com quantos pontos ela terminou o campeonato. Claro que as vitórias e os pontos levam a equipe ao título. O time que faz mais pontos é o campeão e eles são adquiridos através de vitórias, logo, o mais importante é vencer. A frase anterior tem sim um sentido, mas analisa-la pura e simplesmente pode nos levar a equívocos, a juízos de valores mal feitos, a distorções.

No resumo da obra, tudo que o Botafogo fez de bom em grande parte de 2013 não pode ser jogado fora, assim como tudo de ruim que o Flamengo apresentou em boa parte do ano não pode ser esquecido. São fatores que precisam ser levados em conta para o planejamento de 2014. Reconhecer os erros, apontar os acertos e propor melhorias pode ser visto com um dos primeiros passos para um futuro de sucesso.

segunda-feira, outubro 14, 2013

NO HORTO, GALO DERROTA O LÍDER CRUZEIRO

Por Danilo Silveira

Atlético-MG e Cruzeiro fizeram um clássico muito interessante nesse domingo. Tratava-se do encontro das duas equipes que mais me chamaram atenção pela boa qualidade do futebol apresentado em 2013. O Galo de Cuca preparando-se para o Mundial, enquanto o time celeste de Marcelo Oliveira busca concretizar um título que parece inevitável.

E deu Galo! No horto, derrotado apenas uma vez desde reinauguração, o Galo é quase imbatível. Tomou a iniciativa do jogo, mas teve dificuldades de criar. A marcação de ambas as equipes era muito bem feita, a do Atlético-MG mais adiantada, o que parece ter interferência direta no fato do Cruzeiro não ter finalizado uma bola sequer ao gol de Giovanni no primeiro tempo. Aliás, se não me engano, o Galo finalizou apenas uma com Fernandinho, defendida por Fábio. O escasso número de finalizações não evidencia um primeiro tempo ruim.

Os mais de 50 passes errados pelo Galo no jogo podem sugerir uma atuação ruim na parte técnica, mas não analiso dessa forma. Talvez a forte marcação cruzeirense tenha sido o principal fator para essa estatística. Mas o Galo foi o Galo forte e vingador de 2012 e 2013, jogando em uma intensidade formidável e atacando mais que o adversário. Sem Victor, Giovanni dá conta do recado. Ele salvou o time no início da segunda etapa, em chute de Ricardo Goulart. Se não tem Bernard, o Galo tem Fernandinho, que infernizou a defesa adversária, aparecendo em todos os lugares do campo ofensivo. Sua luta foi premiada com um golaço nos minutos finais. Um drible espetacular em Bruno Rodrigo e uma finalização encobrindo Fábio, que foi um dos grandes responsáveis pela manutenção do 0 x 0 até então. No apagar das luzes, deu Galo! Festa no horto!
No resumo da obra, tudo na mais perfeita paz com o Atlético-MG. Uma queda após o título da Liberttadores e a retomada logo depois. O padrão de jogo foi mantido, a intensidade também. Deve chegar forte no Mundial esse Galo. Ganhar é outra história! É missão quase impossível, mas quem vai duvidar do time que superou o insuperável na Libertadores?

Quanto ao Cruzeiro, o título brasileiro deve vir de forma natural, tranquila, sem maiores emoções. Faltam 10 jogos e são 10 pontos de diferença para Grêmio e Botafogo. Parece-me mais que suficiente para o grande time de Marcelo Oliveira ser campeão com folga.

PS: O futebol brasileiro está sendo dominado pelo estado de Minas Gerais em 2013!