quinta-feira, maio 14, 2015

NOS PÊNALTIS, CRUZEIRO DERROTA SÃO PAULO E AGORA ESPERA RIVER OU BOCA

Por Danilo Silveira

Montar uma grande equipe é muito difícil, remontar uma grande equipe talvez seja ainda mais complicado. E na noite desta quarta-feira, Marcelo Oliveira demonstrou que vem tendo sucesso nessa empreitada à frente do Cruzeiro, atual bicampeão brasileiro.

A equipe mineira eliminou, não sem doses de sofrimento, o São Paulo, atual vice-campeão brasileiro. Como havia perdido por 1 x 0 o jogo de ida no Morumbi, a equipe mineira precisava vencer por dois gols de diferença para avançar às quartas de final da Libertadores.

O time criou um número de chances que poderiam ser mais que suficientes para conseguir tal empreitada citada no parágrafo acima. No entanto, apenas uma bola entrou, em bela jogada que terminou com passe de Mayke para Leandro Damião fazer o gol único do duelo, que teria como desfecho final as penalidades.

Tinha Rogério Ceni, portanto, a incumbência de brilhar embaixo dos postes para colocar o São Paulo na fase seguinte daquela que pode (deve) ser sua última Libertadores da América como jogador profissional. Ele brilhou, mas não o quanto se fez necessário para o time paulista avançar. Das seis cobranças, Rogério pegou duas e quatro entraram. Mas do outro lado, Fábio brilhou na mesma intensidade, pegando duas batidas. A grande diferença foi que somente três cobranças são-paulinas entraram; Souza colocou para fora. Cruzeiro classificado!

O que ocorre e o que era para ocorrer se fosse usado como base para decisão o merecimento nem sempre caminha na mesma direção. Mas nesta quarta-feira, foi isso o que ocorreu. Mais precisamente, o Cruzeiro mereceu a classificação pelo que fez com bola rolando. Foi mais agudo, buscou mais o ataque, teve quatro homens de frente contra três do São Paulo.

Talvez tenha estado aí o grande erro de Milton Cruz. Escalar três volantes (Souza, Denílsone Wesley), abrindo mão de Centurión e Luís Fabiano, que só adentraram o gramado na segunda etapa. E nesse momento houve outro equívoco. Alexandre Pato deveria ter seguido em campo, e não ter sido o escolhido para ceder lugar ao Fabuloso. Era possível, benéfico e até certo ponto previsível acreditar que os dois juntos teriam grandes chances de fazer o São Paulo evoluir seu nível de atuação. Aliás, assim foi contra o Flamengo, no último domingo.

Ainda assim, o São Paulo teve perto da classificação quando Bruno fez bela jogada e serviu Luis Fabiano, que por pouco não guardou um belo gol de voleio. E o Fabuloso também não converteu na disputa de pênaltis, parando em Fábio. Mas seria cruel e até certo ponto errado, atribuir a eliminação às duas chances desperdiçadas pelo camisa nove são paulino.


No ano passado, o Cruzeiro também jogava a Libertadores com o Status de campeão brasileiro.  Naquela ocasião, o time mineiro parou nas quartas de final, no San Lorenzo, que viria a ganhar a competição. Buscando chegar mais longe dessa vez, o time mineiro encontra pela frente, nas quartas de final, um clube também argentino. Boca e River decidem nesta quinta-feira quem enfrentará a Raposa na próxima fase.  Venha quem vier, a expectativa é de um confronto duro, equilibrado, entre duas camisas tradicionais quando o assunto é Libertadores.

quinta-feira, maio 07, 2015

MESSI FAZ UMA NOVA VÍTIMA DE SUA GENIALIDADE: JOSEPH GUARDIOLA!

Por Danilo Silveira


Não consegui assistir à partida entre Barcelona x Bayern de Munique desta quarta-feira em sua totalidade. Compromissos pessoais me impediram de realizar o compromisso mais importante do dia para um amante de futebol: justamente assistir às duas fantásticas equipes, dirigidas por Luis Enrique e Guardiola, duelarem no Camp Nou.

Vendo o confronto de maneira fracionada, utilizando para isso o recurso do Replay, cheguei a cerca de 80% do duelo assistido. Mais precisamente, assisti à meia hora inicial e os 15 minutos finais em tempo real, enquanto a meia hora inicial da segunda etapa foi assistida depois.

A desordem cronológica e ausência de visualização dos 15 minutos finais da primeira etapa tornam difíceis a este que vos falar redigir algo de qualidade elevada, coerente e com maior riqueza de detalhes. Mas um, e somente um detalhe fez possível que este texto fosse apresentado sem que se sinta falta de pontos mais minuciosos: Lionel Messi.

Acho que nem um futebol de mais alto níveldisputadona parte em que deixei de acompanhar o jogo me faria mudar de ideia: Messi foi Messi, Messi foi genial; o melhor do jogo, o dono da partida, o melhor do mundo.

Uma vez questionado sobre o segredo do seu Barcelona, Guardiola respondeu de maneira simples e objetiva, afirmando que o segredo era Lionel Messi. Talvez por isso, nem mesmo o gênio que treina o Bayern de Munique foi capaz de parar o seu ex-clube. Porque Messi é o segredo! E Messi muda conforme as alternativas paliativas encontradas para tentar decifra-lo.

Mais precisamente: Messi é indecifrável! E isso ficou nítido no segundo gol da equipe catalã. Os aspectos biomecânicos apontavam totalmente para um corte para a perna esquerda com finalização com a parte interna do pé canhoto, no canto direito de Neuer. Mas Messi muda conforme a necessidade. Driblou Boateng para o lado direito, finalizou com a perna direita, utilizando-se de uma bela cavadinha para encobrir a muralha nomeada Manuel Neuer . Boateng ficou no chão, estatelado, como se tivesse sofrido um golpe fatal de UFC.

O zagueiro alemão foi o retrato do Bayern no jogo desta quarta-feira. Parecia inteiro, firme, forte, mas caiu subitamente, quase que sem explicação, só, e somente só pela presença de Messi.  Se reerguer diante do estrago causado pelo argentino é tarefa das mais complicadas. Guardiola terá que “Guardiolizar” bastante se quiser levar a equipe de Munique à final.

A vantagem de 3 x 0 adquirida pelo Barça deve dar a ele mais do que os óbvios três gols de frente. A equipe catalã deve ganhar para o jogo da volta o contra-ataque, o espaço para jogar em velocidade. O Bayern terá que lutar contra o relógio, contra o Barcelona e contra Messi. Missão alemã que flerta com o impossível, mas que tange um pedaço mínimo do alcançável.

Pimenta nos olhos dos outros é refresco! Talvez Guardiola nunca tenha provado a veracidade desse ditado tanto quanto hoje.

                                                                                                                       

quarta-feira, maio 06, 2015

MESMO SEM MUITO BRILHO, TIGRES AVANÇA ÀS QUARTAS DA LIBERTADORES

Por Danilo Silveira



O Tigres não conseguiu repetir as boas atuações que eu já havia presenciado nesta edição da Libertadores. No entanto, o empate em 1 x 1 com o Universitario Sucre, em casa, foi suficiente para a equipe mexicana avançar às quartas-de-final, graças à vitória no jogo de ida por 2 x 1, na Bolívia.

A exemplo do que aconteceu no primeiro jogo, o Universitario chegou ao gol muito cedo. Logo com um minuto, Rubén Cuesta recebeu na área, chutou cruzado e viu a bola ultrapassar o goleiro Guzmán, tocar na trave direita e entrar.  A derrota por 1 x 0 ainda classificava o Tigres por conta do gol fora de casa, mas sair em desvantagem tão cedo deve ter assustado o mais otimista dos torcedores do time mexicano.

Se no jogo de ida a resposta do Tigres ao gol sofrido cedo foi boa, dessa vez nem tanto. O time mexicano até conseguia ocupar o campo ofensivo, mas tinha extrema dificuldade de ultrapassar a intermediária. As frequentes jogadas pela ponta esquerda com Torres Nilo e Álvarez eram bem interceptadas pelo sistema de marcação adversário.

E foi na bola parada que o Tigres encontrou a melhor chance de gol nos 45 minutos inicais. Após jogada aérea oriunda de um escanteio cobrado pela direita, a bola sobrou para Lugo, próximo à marca penal, mas o atacante bateu por cima. A resposta do Universitario veio também na bola parada. Castro apareceu no primeiro pau após cobrança de escanteio da esquerda e cabeceou por cima, por pouco não acertando a meta de Gúzman, assustando a equipe de Ricardo Ferretti.

Veiram os 15 minutos de intervalo para o Tigres tentar se arrumar e por em prática um melhor futebol, coisa que essa equipe já provou saber jogar. Ferretti mexeu na equipe, tirando Esqueda e lançando Guerrón.

No início da segunda etapa, a equipe mexicana até tentou aumentar a intensidade na parte ofensiva, mas seguiu esbarrando no sistema defensivo da equipe comandada por Julio Cesar Baldivieso. Conforme o tempo passava, mais perigoso o jogo ficava para os mexicanos.  Aos 26 minutos, Silvestre teve perto de ampliar para o time de Sucre, em cabeçada que passou perto, à esquerda de Guzmán.

Só que dois minutos mais tarde, o mesmo Silvestre cometeu o pênalti que originou o gol de empate. Ele derrubou Álvares, quando este fazia bela jogada pela esquerda, já tendo deixado para trás dois marcadores. Rafael Sóbis converteu chutando no canto direito de Olivares.
Nos aproximadamente 20 minutos restantes, o Universitario se expos mais, buscando um gol que levaria o jogo para as penalidades. Em contra partida, o Tigres ganhou o contra-ataque como boa oportunidade de se aproximar da virada no placar. No entanto, nenhuma das equipes conseguiu alterar o marcador.


Apesar da atuação abaixo do que eu esperava, sigo enfatizando que o Tigres é um dos favoritos para conquistar a América em 2015.

domingo, maio 03, 2015

APÓS 12 ANOS, VASCO VOLTAR A GRITAR "É CAMPEÃO" NO RIO DE JANEIRO

Por Danilo Silveira

A espera acabou! Depois de 12 anos de seca, o Vasco pode enfim voltar a comemorar um título carioca. Depois de eliminar o incompetente Flamengo de Vanderlei Luxemburgo na semifinal, o time de São Januário desbancou o Botafogo (que jogava por dois empates) na grande final, vencendo as duas partidas.

O time do Vasco passa longe de ser um time brilhante, mas apresentou interessantes virtudes nos jogos decisivos da competição. Doriva conseguiu dar um padrão à equipe, começando por um sistema defensivo sólido, difícil de ser vazado. Contudo, não cabe dizer que o time jogue retrancado. Talvez seja o grande trunfo do comandante vascaíno: atacar com boa intensidade sem expor o time defensivamente.

O primeiro gol no Maracanã nesse domingo saiu justamente em um lance que o Vasco pressionou a saída de bola do Botafogo até rouba-la de Marcelo Mattos. Na sequência, Guiñazu serviu Rafael  Silva, que foi muito feliz em bela finalização de canhota. O primeiro tempo que tendia ao 0 x 0, portanto, terminou com vantagem vascaína. Como havia vencido o jogo de ida, o time da colina jogava pelo empate, ou seja, precisava o Botafogo de dois gols para ficar com o título.

Durante a segunda etapa o Botafogo até tentou aumentar a intensidade ofensiva, mas era muito difícil entrar na defesa vascaína. René Simões até lançou Diego Jardel na vaga do discreto Tomas, no entanto, não muito adiantou e a equipe seguiu sem criar muitas chances. E nas esporádicas oportunidades, Martin Silva dava conta do recado. Se já havia defendido bem um chute de Bill na primeira etapa, teve boa participação em cruzamento de Carleto da ponta direita que se transformou em finalização.

Analisando-se o contexto do duelo, era plausível acreditar que o Vasco terminaria os 180 minutos da final sem sofrer gols, assim como fez nos 180 minutos da semifinal. Mas, a final precisava de um retoque de emoção. Em uma das raras vezes em que conseguiu envolver a zaga adversária, o Botafogo empatou com Diego Jardel. O relógio marcava 29 minutos! Isto é, tinha mais de quinze minutos o Botafogo para fazer um gol e levar a decisão aos pênaltis.

Se o que se esperava era uma pressão louca do Botafogo em busca da virada, o que se viu em campo foi diferente. O Vasco conseguiu, com sabedoria, não se encolher, avançando a marcação e ainda tentando explorar a velocidade no contra golpe. O prêmio foi além da manutenção do resultado. Nos acréscimos, Gilberto chutou cruzado para dar a vitória ao campeão carioca de 2015.


O título vascaíno serve para dar ânimo extra para um time que está sendo montado para uma temporada que parece ser muito difícil. Que os vascaínos consigam “utilizar” essa conquista da melhor maneira possível: sabendo que o time é inferior a muitos times de Série A, mas sabendo também que o time tem boas chances de não passar sufoco na parte de baixo da tabela no Brasileirão. Título ou classificação para a Libertadores parece uma missão muito difícil, mas terminar o ano na Série A sem sustos e campeão estadual parece uma ideia bem interessante. Quanto ao Botafogo, cabe dizer que o time parece mais que pronto para encarar a Série B e voltar à elite do futebol nacional em 2016.