sábado, junho 27, 2015

CASTIGO VEM A CAVALO PARAGUAIO

Por Danilo Silveira


O jogo contra o Paraguai foi o quarto e último da Seleção Brasileira na Copa América 2015. E assim como os três anteriores, a equipe de Dunga fez uma partida ruim. E como desfecho, a melancólica eliminação na disputa de pênaltis.

Bem feito para a CBF, Bem feito para Dunga. Bem feito para Dunga por não conseguir dar o mínimo padrão tático à equipe, após dias e mais dias de treinamento. Bem feito para Dunga por ter medo de propor o jogo e se contentar com o 1 x 0 magro. Bem feito para a CBF por ter colocado Dunga como técnico da Seleção Brasileira. Mais uma Vez. De novo. Novamente.

Em uma das raras jogadas bem trabalhadas do Brasil no jogo, Daniel Alves cruzou e Robinho chutou para as redes, abrindo o placar em Concepcíon. Eram marcados 14 minutos da primeira etapa. Isto é, menos de 20% do tempo de jogo havia sido disputado. E a partir de então o Brasil foi recuando cada vez mais, trazendo o Paraguai para o campo ofensivo. Se houvesse uma proposta convincente de contra-ataque, bem desenvolvida pelos jogadores, que culminasse em diversas chances de gol ao Brasil, até entende-se.Só que não! O Brasil não conseguiu, até o fim do jogo, encaixar um só contra-ataque convincente.

E assim o Paraguai foi cada vez mais gostando do jogo. Mesmo apresentando suas limitações, a equipe de Ramón Diaz mostrava raça e determinação para buscar objetivando conquistar o empate diante do acuado Brasil. Ele poderia ter vindo na bola parada, mas Jefferson impediu ao defender bem uma cabeçada. O gol que levou o jogo para as penalidades veio portanto em vacilo de Thiago Silva, que meteu a mão na bola dentro da grande área. Penâlti corretamente assinalado pelo árbitro e convertido por Derlis González. Um castigo justo e merecido para um time que se acovardou e para um técnico que parece nada ter feito para mudar esse panorama. Eram marcados 26 minutos da etapa final.

Depois do gol de empate sofrido, o Brasil voltou a tentar buscar o ataque e dominar territorialmente a partida. Quase como seguir a lógica de atacar quando estiver empatando ou perdendo e se defender quando está ganhando. Sem ideologia, sem fidelidade a um estilo. O tempo mostrou-se curto para uma mudança de postura drástica e repentinamente que culminasse em um resultado positivo. Foi tarde demais. Douglas Costa e Éverton Ribeiro desperdiçaram suas cobranças de pênalti, enquanto pelo lado paraguaio, apenas Roque Santa Cruz não converteu. Pela segunda Copa América seguida, o Brasil cai para o Paraguai nos pênaltis, na fase quartas-de-final.

Técnicos e mais técnicos escolhidos de maneira equivocada e a Seleção Brasileira encontra-se em estado de calamidade. Sem padrão de jogo, sem identidade, sem alegria, sem brilho, E, pior que isso: com Dunga!

Segue a Copa América, que sente muita falta da Seleção Brasileira. Não dessa dirigida por Dunga. Não daquela dirigida por Felipão. Não da que um dia foi dirigida por Mano Menezes. Não daquela dirigida por Dunga (repetição proposital). Mas sim daquela que jogava futebol de verdade. Em algum dia e em algum lugar do passado.

sexta-feira, junho 26, 2015

NOCAUTE FUTEBOLÍSTICO: ARGENTINA SUPERA COLÔMBIA NOS PÊNALTIS

Por Danilo Silveira

Uma atuação desastrosa do árbitro, um adversário violento, um goleiro adversário inspirado, uma bola que não entrou por centímetros, duas bolas carimbadas na trave, dois pênaltis desperdiçados em momentos cruciais. Foram inúmeros os obstáculos ultrapassados pela Argentina para chegar à semifinal da Copa América.

A seleção de Tata Martino fez seu melhor jogo na competição, assim como Lionel Messi. Se tivéssemos do outro lado a Colômbia da última Copa do Mundo ou a Colômbia do primeiro tempo contra o Brasil, tínhamos tudo para ter um jogaço em Viña Del Mar. Lamentavelmente, a Colômbia mudou suas características de maneira para lá de acentuada. O time leve, habilidoso, que gosta de atacar deu lugar a uma equipe violenta ao extremo, cometendo faltas atrás de faltas, e caçando Lionel Messi.  Não tenho dados estatísticos, mas arrisco dizer que o craque argentino recebeu cerca de dez faltas na partida. Tirando aquelas que não foram assinaladas pelo árbitro mexicano Roberto García, que teve uma atuação tenebrosa. Dentre as lambanças, verifica-se a não marcação de um pênalti para a Argentina e a não expulsão de Cuadrado, que deu tesoura em Messi quando já estava amarelado.

Em um dos raros momentos em que Messi conseguiu não estar cercado por adversários de linha, o goleiro brilhou.. Depois de dar rebote em chute de Aguero, Ospina defendeu de maneira sensacional um cabeceio do melhor jogador do mundo. Não me lembro de ter visto defesa mais bonita nessa Copa América! E não parou por aí o show particular do goleiro do Arsenal. Minutos antes do término da partida, ele salvou uma cabeçada de Otamendi, no canto esquerdo, vendo a bola ainda tocar na trave antes de ser afastada por Zuniga.

E ainda houveram outros lances em que a Argentina poderia ter tido melhor sorte.. Banega acertou o travessão. Tévez dividiu com Ospina  e Zapata e quando o destino da bola seria as redes, Murillo apareceu para afastar para longe, a centímetros da linha final. Parecia a sorte estar toda do lado colombiano.

Era daqueles enredos dramáticos, onde a Argentina terminar os noventa minutos sem fazer sequer um gol parecia ironia. Quis o destino, Ospina e companhia que a vaga na semifinal fosse então definida nas penalidades. Das nove primeiras cobranças, apenas Muriel perdeu, isolando. Biglia tinha, portanto, a incumbência de converter sua cobrança e colocar a Argentina na semifinal. Mas, era o dia em que tudo seria com emoção. O volante bateu para fora. Zuniga cobrou e Romero pegou, colocando novamente os argentinos em vantagem. Era agora Rojo que tinha a chance de chutar às redes e liquidar a disputa. Ele bateu no travessão. O sofrimento parecia não ter fim. Veio então Murillo para a cobrança e bateu para fora. Era a terceira chance que um cobrador argentino tinha de colocar sua seleção na semifinal. Era Tevez agora o escolhido. E ele não decepcionou. 

Vale muito lembrar que quatro anos atrás, a Argentina foi eliminada nas quartas-de-final, pelo Uruguai, em disputa de pênaltis. Tevez, naquela ocasião, desperdiçou sua cobrança. Aí vem o futebol, fantástico e empolgante, para dar uma outra chance. Para Tevez, converter a penalidade contra a Colômbia deve ter tido um sabor mais especial ainda que propriamente classificar sua país à semifinal. Ele deve ter tirado um peso e tanto das costas


Sinceramente, do ponto de vista filosófico, a classificação argentina foi importante. Avançou o time que melhor jogou, que mais criou oportunidades, que mais atacou, que mais criou chances de gol. Ficou pelo caminho a equipe que esqueceu de jogar bola, que foi violenta, que cometeu o antijogo, com faltas em sequência. Que parou Messi através de infrações, e não na bola rolando.

Favorita desde o início da competição, a Argentina parece ter evoluído seu futebol no momento certo. Faltam dois jogos para ela dar fim ao jejum de 24 anos sem nenhuma conquista. O próximo adversário sai do confronto entre Brasil x Paraguai, que acontece neste sábado.

À Colômbia resta reflexão. Resta tentar entender o real motivo de uma mudança tão drástica e negativa de postura. Tem um plantel de alto nível, tem um bom técnico e tem plenas chances de fazer uma boa campanha nas eliminatórias e se firmar na próxima Copa do Mundo. Para isso, me parece de suma importância resgatar o bom futebol que ela já mostrou ter, como por exemplo, no primeiro tempo do confronto diante do Brasil

domingo, junho 21, 2015

CAZUZA COMO POETA É MUITO MELHOR QUE DUNGA COMO TREINADOR

Por Danilo Silveira


A ausência do craque Neymar teve efeito menos maléfico à seleção brasileira do que eu esperava. Obviamente, o peso da não participação do melhor jogador desse atual grupo é grande, mas é correto dizer que em boa parte do duelo com a Venezuela, a equipe de Dunga jogou seu melhor (ou menos pior) futebol nessa Copa América. Se não fossem substituições completamente surreais efetuadas, o Brasil provavelmente terminaria o jogo de maneira tranquila e calma.

Antes dos 10 minutos, Thiago Silva apareceu na área para marcar um golaço: ele aproveitou escanteio da direita e emendou uma bomba, de primeira, vencendo o goleiro Baroja. A abertura do placar logo cedo deu tranquilidade e calma ao Brasil. Não que a equipe estivesse fazendo uma grande partida, mas foi possível observar alguma organização no meio-campo e a manutenção da posse de bola com certa qualidade. O 2 x 0 poderia ter saído em chute de Robinho, que passou perto do alvo, ou em finalização de Filipe Luis, que Baroja impediu que entrasse.

A Venezuela pareceu bem consciente de suas ações. Precisando pelo menos do empate para classificar-se, a seleção comandada por Noel Sanvicente não caiu na armadilha de se lançar desesperadamente ao ataque, se expondo e dando o contra-ataque ao Brasil. A equipe tentava de maneira organizada penetrar no campo ofensivo do Brasil, mas sem gerar desequilíbrio no sistema defensivo. E assim chegou o intervalo.

No segundo tempo, assim como no primeiro, o Brasil chegou ao gol logo cedo. Aos cinco minutos, Willian fez bonita jogada pela esquerda e serviu Roberto Firmino, que chutou para estufar as redes venezuelanas.

Confesso que por volta dos quinze minutos, me dispersei um pouco do jogo. Foi algum tempo que, de certa forma, não consegui estabelecer atenção muito elevada ao duelo, apesar de encontrar-me em todo esse tempo supracitado de frente para a televisão. Aos 21 minutos, no entanto, minha atenção voltou ao confronto, quando vi Diego Tardelli e David Luiz preparados para entrar no gramado do estádio Monumental de Santiago. Esperava que Dunga fosse tirar do campo um atacante e um zagueiro, não mexendo muito na estrutura tática do time. No entanto, o treinador brasileiro sacou de campo Philippe Coutinho e Firmino. Passou assim a atuar com três volantes, sendo David Luiz um deles. Achei desnecessário, me parecia mais conveniente testar alguma peça ofensiva.

Minha atenção voltou totalmente ao confronto aos 29 minutos, por conta da terceira mexida de Dunga: saída de Robinho para a entrada de Marquinhos. Dessa forma o Brasil passou a jogar com 4 zagueiros (Thiago Silva e Miranda como zagueiros, Marquinhos na lateral-direita e David Luiz como volante), dois volantes (Elias e Fernandinho), dois laterais (Filipe Luis na esquerda e Daniel Alves avançado e atuando como ponta direita), um ponta (Willian) e um atacante (Diego Tardelli). Ficou um pouco complicado de entender? Juro que eu até agora estou buscando explicações!

O fato é que o time mudou completamente as características, ficou extremamente defensivo, mas não traduziu isso em segurança defensiva. A Venezuela se lançou ao ataque, passou a ser mais contundente e perigosa e aos 38 minutos chegou ao seu primeiro gol. Arango cobrou falta, Jefferson defendeu no canto esquerdo, mas a bola tocou na trave e sobrou para Fedor cabecear para as redes. O gol animou ainda mais a seleção venezuelana, que se lançou toda ao ataque e passou muito, mas muito perto de empatar o jogo.

No resumo da obra, Dunga comprometeu totalmente a atuação brasileira com suas substituições sem pé nem cabeça. Se a Venezuela empatasse o jogo, se classificaria e eliminaria a Colômbia. Ao Brasil, nada mudaria. Dunga e seus comandados seguiriam classificados em primeiro lugar do grupo. Mas que segurança podemos adquirir em um treinador que consegue em poucos minutos transformar profunda e negativamente um time de futebol?

Sinceramente, não entra na minha cabeça, e acho que nunca vai entrar,  algum argumento suficientemente descente para Dunga retornar ao comando técnico da seleção brasileira. Somos obrigados a nos contentar com a seleção brasileira refém de um treinador que tem a oferecer em termos de futebol, algo que parece distante do que a tradição desse esporte no país pede. Enquanto isso, no mesmo continente, na mesma competição, o Chile joga um futebol de primeira qualidade. O Chile encanta, o Chile, como diz a gíria, “Joga por música”. Por falar em música, vou terminar o texto com versos de Cazuza:

“EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO

EU VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES”

PERU E COLÔMBIA EMPATAM SEM GOLS E AVANÇAM NA COPA AMÉRICA

Por Danilo Silveira 


O embolado grupo C da Copa América chegou à última rodada com as quatro seleções empatadas no número de pontos e no saldo de gols. Todas possuíam condições matemáticas de chegar ao término da rodada tanto como líder como na última posição. Isso levou torcedores e comentaristas a fazerem contas e mais contas, elaborando cenários hipotéticos.

No meio de toda essa matemática, Peru e Colômbia entraram no gramado do estádio Germán Becker em Temuco, sabendo muito bem do que precisavam para avançar sem depender de outros resultados: a Colômbia precisava vencer, enquanto ao Peru bastava o empate. Essa vantagem peruana se explica pelo maior número de gols marcados em relação aos colombianos. (2 contra 1)

Com o cenário acima descrito, era de se imaginar a Colômbia tomando a iniciativa do jogo, tentando pressionar o Peru. E realmente foi esse o ocorrido. E o gol não saiu logo cedo porque o goleiro Gallese apareceu bem, no canto direito, para defender chute rasteiro de Falcao García.

No entanto, aos poucos, o Peru foi conseguindo conter o ímpeto colombiano e equilibrar as ações no campo de jogo. Enquanto isso, a Colômbia foi se distanciando cada vez mais do seu bom futebol que já provou, tanto na Copa do Mundo 2010 quanto nessa Copa América, saber jogar. Sorte dos comandados de Ricardo Gareca, que conseguiam a manutenção do 0 x 0 que lhes dava a classificação, sem maiores sustos.

Talvez fosse o intervalo aquilo que José Pekerman precisava para “colocar ordem na casa”, para pensar e propor alguma estratégia que mudasse o panorama do jogo. No entanto, a segunda etapa chegou e a postura colombiana seguiu abaixo das expectativas, chegando o Peru a estar melhor no campo de jogo.

Aos 11 minutos, Pekerman fez uma substituição e redistribuiu suas peças em campo: Ibarbo entrou na vaga de Armero. Com isso, Arias foi deslocado da lateral direita para a esquerda. Cuadrado saiu do meio para compor a primeira linha de quatro pelo lado direito e Ibarbo tentava dar maior volume ofensivo à equipe. Motivado pela mudança tática ou não, o fato é que a Colômbia melhorou em campo na segunda metade da etapa final. No entanto, não foi suficiente para conseguir a vitória. No fim das contas, o 0 x 0 refletiu o que foi o jogo.

Com o empate, portanto, a Colômbia passou a precisar torcer por resultados para seguir adiante. O cenário era de simples entendimento. Se Brasil e Venezuela empatassem, a Colômbia estaria eliminada e se houvesse um vencedor na partida, ela seguiria na competição.


A boa notícia aos colombianos é que o Brasil venceu a Venezuela. A notícia ruim é que nas quartas de final o duelo será contra a favorita Argentina. Jogo que promete muito! Enquanto isso, o Peru faz um confronto de certa forma improvável para as quartas de final. A seleção comandada por Ricardo Gareca enfrenta a Bolívia. Excelente oportunidade para o Peru repetir o feito da última edição da Copa América e chegar à semifinal.

ARGENTINA VENCE JAMAICA E AVANÇA COMO PRIMEIRA COLOCADA DO GRUPO B

Por Danilo Silveira


A Argentina fez na terceira rodada da Copa América, aquilo que Uruguai e Paraguai fizeram na primeira e segunda rodada, respectivamente: venceu a Jamaica pelo placar mínimo de 1 x 0. Apesar da semelhança no resultado final do confronto, o futebol apresentado foi bem diferente. A Argentina teve um desempenho muito superior ao Uruguai e acima daquilo apresentado pelo Paraguai diante da seleção da América Central.

Talvez o grande trunfo da Argentina nas duas primeiras partidas tenha sido dominar o oponente territorialmente e ter uma posse de bola elevada. Contra a Jamaica, não foi diferente. Na primeira etapa, os comandados de Winfried Schafer praticamente não conseguiram ultrapassar a linha que divide o gramado.

O fato é que o gol argentino saiu logo cedo, aos 10 minutos, anotado por Higuaín, que substituía Aguero, poupado por Tata Martino. O volume ofensivo argentino e a postura defensiva jamaicana davam sustentação à tese de que teríamos em Viña Del Mar uma goleada. Só que as oportunidades foram sendo desperdiçadas em sequência. Ainda na primeira etapa, Higuaín acertou o travessão, o chute de Messi passou perto da trave direita e Dwayne Miller defendeu o chute de Di Maria.

Veio a segunda etapa e conforme os minutos se passavam e a Argentina não ampliava o marcador, a Jamaica ia ganhando coragem para atacar em busca de um empate. É correto afirmar que o volume ofensivo argentino diminuiu na segunda etapa, assim como a qualidade da atuação de Lionel Messi. Na verdade, o melhor jogador do mundo não foi excepcional em nenhuma das duas etapas, mas foi mais efetivo na primeira que na segunda.

Os críticos de plantão já esboçam criticar ao desempenho de Messi na Copa América. De fato, ele não fez uma primeira fase tão brilhante como seu futebol costuma ser. Mas dele, nada se deve duvidar. Messi pareceu se poupar em alguns momentos e, não duvido nada que ele surja nos jogos daqui para frente desfilando seu futebol no mais alto grau de qualidade.
Voltando a falar do jogo, cabe dizer que os minutos finais foram de certa pressão jamaicana. Bolas rondaram a meta defendida por Romero e a seleção da América Central flertou com o empate. Seria um prêmio merecido para a equipe. Não necessariamente pelo que foi apresentado diante da Argentina, mas pelo que foi mostrado nos dois primeiros jogos, onde a equipe fez partidas bem mais equilibradas, contra Uruguai e Paraguai. No entanto, a Jamaica deixa a Copa América sem pontuar e sem balançar as redes.


A Argentina avança em primeiro do grupo e leva para a segunda fase o favoritismo que já possuía antes mesmo do início da competição. Sem conquistar um título no profissional há 22 anos, a seleção de Tata Martino tem nessa edição da Copa América uma possibilidade real, diria eu até provável, de sair da fila.

BOLA CASTIGADA E SELEÇÕES CLASSIFICADAS EM LA SERENA

Por Danilo Silveira


Dos 16 jogos até aqui disputados nesta Copa América, eu tive o prazer de acompanhar 12. Desses, sem dúvidas, Uruguai e Paraguai foi o pior tecnicamente. Se antes do apito inicial eu depositava boas expectativas no duelo, após o apito final a decepção era clara.

O Paraguai entrou no gramado do La Portada de La Serena já classificado, enquanto o Uruguai podia até perder por um gol que avançaria de fase. A impressão que se passou é que o 0 x 0 era um resultado cômodo aos dois.

Os dez, quinze minutos iniciais se passaram e pouca coisa de bom aconteceu. Destaque para uma cabeçada paraguaia, que passou perto da trave direita de Muslera. Creditei a fraqueza do jogo até então a um possível “tempo em que as equipes se estudam, visando entender a melhor maneira de atuar”. Acontece que o relógio andava e nada parecia capaz de mudar o cenário. Parecia conveniente às duas equipes “encebar” o jogo. A bola era demorada a ser reposta em tiros de meta, laterais e faltas por ambas as equipes.

Aos 28 minutos, veio um fato que deu alguma animadinha no jogo: o gol uruguaio. Giménez apareceu na área para completar escanteio cobrado da direita com uma bela cabeçada, que tocou na trave de Villar antes de entrar. O gol fez bem ao Uruguai, que esboçou apresentar um futebol um pouco melhor. Só que antes mesmo do intervalo, o Paraguai chegou ao empate em gol muito semelhante ao do Uruguai: escanteio cobrado da direita e cabeçada para as redes. Lucas Barrios foi quem teve a competência de jogar a bola às redes. Vale lembrar que foi dele também o gol na estreia, nos acréscimos, que deu ao Paraguai o heroico empate contra a favorita ao título, Argentina.

Veio a segunda etapa e o Uruguai passou a atacar mais, buscando o gol que o faria ultrapassar o Paraguai na tabela. No entanto, não podemos dizer que houve uma pressão uruguaia e maiores esforços para buscar a vitória. As equipes continuavam demorando na reposição de bola e o jogo continuou chato de se assistir. Nem as mudanças feitas por Óscar Tabárez e Ramón Diaz mudaram muita coisa no panorama do jogo. Aliás, uma notícia ruim para cada lado. O Uruguai perdeu Álvaro Pereira para as quartas-de-final, por conta de um cartão amarelo, enquanto no Paraguai, Ortigoza saiu de campo lesionado. Até então, não tive acesso a nenhuma notícia sobre a possibilidade do meio-campista jogar a próxima partida da competição.

Talvez o ápice do jogo tenha ocorrido já nos acréscimos da segunda etapa. O camisa 10 paraguaio, Derlis González, quase virou o jogo em chute no canto direito, mas Mulera apareceu bem para evitar. Para a próxima fase, a vida do Uruguai não poderia ser pior. A seleção celeste tem duas possibilidades de adversário: Chile ou Argentina. Para mim, as duas melhores seleções da competição. Após a decisão do Grupo C, saberemos com exatidão qual será o confronto. O Paraguai, por sua vez, enfrenta o primeiro colocado justamente do grupo C, que conta com Brasil, Peru, Venezuela e Colômbia. Todos têm chances de liderar o grupo. 

sábado, junho 20, 2015

COM ATUAÇÃO FANTÁSTICA, CHILE GOLEIA A BOLÍVIA E AVANÇA EM PRIMEIRO

Por Danilo Silveira

Qualquer palavra usada para adjetivar a atuação do Chile diante da Bolívia será menos impactante que a visualização dos 90 minutos de partida disputada na capital Santiago. A admiração que tenho por Jorge Sampaoli, desde os tempos de La U, só fez aumentar conforme os minutos se passavam. Se o lamentável caso do envolvimento de Arturo Vidal em uma batida de carro influenciou negativamente na atuação chilena? Evidentemente, não! O Chile trouxe o foco para o jogo de futebol da maneira mais perfeita possível: jogando futebol.

E não foi pouco futebol que os chilenos jogaram, não. Difícil estabelecer um só destaque em um jogo coletivo tão maravilhoso. Sánchez está voando, o zagueiro Medel fez um gol digno de grande centroavante e Valdívia fez jus ao apelido de mago com sobras, deixando até um pouquinho de crédito na poupança.

Não é exagero dizer que em alguns momentos a mecânica de jogo do Chile lembrou ao fantástico Barcelona. Troca rápida de passes curtos, que envolvem o adversário de uma maneira muito agradável aos olhos de quem assiste. Sabe aquela história de que o Chile é freguês do Brasil? Dessa vez, acho que o melhor ao Brasil é a não ocorrência desse duelo, pois se a seleção de Dunga enfrentar o atual Chile da maneira que jogou nos jogos contra Peru e Colômbia, derrotar o Chile vai ser algo que extrapola o improvável, flertando com o inimaginável.

Tudo começou a dar certo ao Chile muito cedo. Logo aos dois minutos, Medel descolou um lançamento fantástico para Vargas, que aparentemente tentou dominar para si mesmo, mas a bola correu e sobrou limpa para Aránguiz chutar e abrir o marcador. A equipe de Sampaoli vê em Sánches um nome de grande peso. A baita temporada feita no Arsenal reflete no bom desempenho que ele vem tendo na seleção de seu país. No entanto, ele ainda não havia balançado as redes nessa Copa América. E ele precisou carimbar duas vezes a trave, em duas cobranças de falta, antes de marcar seu gol. E quando ele veio, foi uma pintura. O passe para Valdívia foi eficiente, a devolução de Valdívia foi brilhante e o peixinho de Sánchez para ir às redes, magnífico: 2 x 0.

Veio o intervalo e Sampaoli mexeu na equipe, tirando (provavelmente para poupar) Sánchez e Vidal, lançando Henríquez e Matías Fernández. Mauricio Soria também trocou peças na Bolívia, lançando Bejarano e Miranda nas vagas de Rodríguez e Veizaga. E o saldo disso tudo foi a manutenção do que ocorreu na primeira etapa; o Chile sendo superior e a Bolívia inofensiva. Nem a presença de Marcelo Moreno no setor ofensivo e a habilidade de Pablo Escobar no meio foram capazes de fazer a Bolívia ter algum volume do jogo ofensivo que se possa chamar de interessante. Ah! Cabe dizer que Marcelo Moreno tem uma estatura em torno de 1,87m e é ótimo nas cabeçadas, enquanto ambos os zagueiros chilenos têm menos de 1,80m. Isso vem a mostrar que a tese de que zagueiro tem que ter uma estatura elevada não é uma verdade absoluta. O sistema de jogo chileno faz com que essa estatura mais baixa que o habitual dos zagueiros não seja um fator negativo.

Seguindo seu baile, o Chile chegou ao terceiro gol em jogada coletiva muito bonita, que teve como desfecho um passe de Henríquez para Aránguiz marcar seu segundo gol no jogo. Valdívia já havia tido boa atuação na primeira etapa e no segundo tempo, com as saídas de Vidal e Sánchez, se tornou o personagem principal. Tudo parecia passar pelo mago, que distribuía o jogo de maneira impecável. Se na primeira etapa deu bela assistência para Sánchez marcar, nos 45 minutos finais foi de seus pés que saiu um lançamento excepcional para o zagueiro Medel infiltrar pela zaga adversária como um volante surpresa e finalizar com categoria, como um camisa 9 sofisticado: 4 x 0. Talvez o único gol chileno que não tenha sido bonito foi o quinto e último. Aliás, o fato da ausência de beleza do gol se dá pelo fato de ter sido contra, pois se fosse a favor seria um golaço. Após cruzamento da direita, Raldes cortou mal e acabou encobrindo o goleiro Quiñones.


Diz a tabela da competição que o Chile pegará um dos melhores terceiros colocados nas quartas-de-final. Pois vejam, quem diria, enfrentar o Chile hoje parece ser tarefa bem mais complicada que duelar contra seleções como Brasil e Uruguai. Aliás, caso haja um confronto entre Chile e Uruguai ou Chile e Brasil, o Chile é amplamente favorito. 

EQUADOR JOGA BEM, VENCE MÉXICO E AGORA TORCE POR RESULTADOS

Por Danilo Silveira



O Equador venceu o México na cidade de Rancagua, por 2 x 1, assumindo a terceira colocação do grupo A da Copa América. Com o feito, os comandados de Gustavo Quinteros eliminaram a seleção da América Central e torcem por resultados para avançar de fase como uma das duas melhores terceiras colocadas. Mesmo que isso não aconteça, o Equador deve sair de cabeça erguida da competição. Derrotas para Chile e Bolívia e vitória sobre o México não parecem traduzir, à luz somente do resultado final, uma campanha das melhores. No entanto, o futebol apresentado foi acima do que esses placares sugerem.

As duas primeiras atuações do Equador na competição (nas derrotas para Chile e Bolívia) não foram ruins, mas sem dúvidas, o time teve seu melhor desempenho até aqui diante dos mexicanos. Se podemos definir em uma palavra a atuação equatoriana nesta sexta-feira, esta é, equilíbrio. Sabe quando um time joga de maneira homogênea, onde cada jogador parece saber exatamente o que fazer nas situações mais variadas que um jogo de futebol oferece? Pois assim foi o Equador.

A defesa foi sólida e eficiente, os laterais pareciam saber a hora exata de defender e apoiar, com destaque maiúsculo para Paredes, um monstro pelo lado direito: um dos melhores em campo. Os três volantes davam total suporte na marcação do meio-campo mexicano e ainda conseguiam com qualidade fazer a transição para o ataque, que contou com boas atuações de Montero, Enner Valencia e Bolaños. Destaque para os dois últimos, responsáveis diretos pelos gols da equipe. Gols esses que saíram de maneira até certo ponto parecida. Ambos começaram com roubo da posse de bola próximo ao meio campo. No primeiro, foi Bolaños que serviu Valencia; no segundo, o contrário.

O México, por sua vez, não teve uma atuação tão qualificada quanto o Equador, mas tem suas virtudes. Um time que explorou bastante o lado esquerdo de ataque, com Corona e Velarde, dando muito trabalho à marcação. Na frente, a equipe contava com dois atacantes mais centralizados: Vuoso e Jiménez. E talvez na única falha mais evidente do Equador, saiu o gol mexicano, quando o placar já apontava 2 x 0 ao Equador. Achiler agarrou o zagueiro Ayala na área e o pênalti foi corretamente assinalado pelo venezuelano José Argote. Jiménez cobrou e fez o último gol do México na atual edição da Competição.

Se ainda veremos o Equador jogar nessa Copa América, só o tempo irá dizer. Digo que seria gratificante assistir mais uma partida dessa equipe, que mostrou muito potencial até aqui. Caso não seja possível, só tenho a dizer que o Equador tem plenas condições de classificar-se para disputar a Copa do Mundo de 2018. Aliás, Uruguai e Brasil são dois gigantes que, analisando-se o desempenho em termos de futebol praticado nessa Copa América, estão bem atrás dos equatorianos.

quinta-feira, junho 18, 2015

A PRIMEIRA DERROTA DA NOVA "ERRA DUNGA"

Por Danilo Silveira

Se contra o Peru na estreia o Brasil não foi bem, contra a Colômbia os comandados de Dunga conseguiram piorar. E quando digo isso, não me baseio no resultado adverso. A vitória por 1 x 0 da Colômbia em nada influencia o que está sendo escrito. O que de fato assusta não é perder para a Colômbia, e sim, a falta de um esquema tático minimamente convincente, a ausência de jogadas bem trabalhadas e de uma proposta de jogo bem desenhada.

Hoje, a Colômbia é mais time que o Brasil. Se os jogadores da equipe de José Pekerman são melhores que os comandados de Dunga, é outra discussão. Mas como time, como coletivo, a distância é grande. A Colômbia soube apresentar no estádio Monumental de Santiago, mais que uma proposta de jogo. Se no primeiro tempo a equipe veio para cima e mostrou qualidade para atacar, na segunda etapa, o time se retraiu consideravelmente, mostrou aplicação para anular as jogadas ofensivas do Brasil e insumos para sair em contra-ataque. Acredito que se a saída para esses contra-ataques tivessem sido um pouco mais eficazes, o Brasil teria boas chances de sair de campo com uma goleada na bagagem.

Sinceramente, tenho pena é do Neymar. Talento puro, habilidade nata! É muita genialidade para ser subaproveitada. Se em 2014 disputou uma Copa do Mundo em um time horroroso montado por Felipão, em 2015 disputa uma Copa América em uma equipe para lá de fraca, montada por Dunga. E quando uso adjetivos como horroroso e fraca, não me refiro a jogadores, mas falo da parte coletiva. Individualmente, nem a atual convocação de Dunga nem a de Felipão são ruins. Mas poderiam ser muito melhores...

Não entra na minha cabeça o fato de Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Ganso não serem convocados para fazerem parte da Seleção Brasileira de Futebol. Talvez não os três, mas quem sabe dois, ou pelo menos um. Talvez seja do talento de um desses três que Neymar precise para não se sentir sozinho no meio de um monte de adversários. Ronaldinho então, cairia como uma luva. Talvez com ele e Neymar no time, até mesmo a carência tática de Dunga fosse um pouco apagada.

Para piorar a situação brasileira, Neymar levou cartão amarelo em jogada onde usou a mão (para mim, cartão aplicado de maneira exagerada) e está fora da decisiva partida contra a Venezuela. Na verdade, há de se relatar que Neymar ainda foi expulso após o apito final ao se envolver em uma confusão. O atacante colombiano Bacca também levou o vermelho. Portanto, a fase de grupos para o Brasil começou mal, teve um meio péssimo e pode ter um final pavoroso.

Terá Dunga agora a incumbência de escolher um substituto para Neymar.  Sinceramente, não tenho ainda opinião formada sobre determinada escolha, mas o fato é que se estivesse a seleção melhor convocada, talvez ela fosse mais fácil de ser realizada.


Incrivelmente, essa foi a primeira derrota de Dunga em sua segunda passagem como técnico da Seleção Brasileira. Nos 11 jogos anteriores, 11 vitórias. Contra a Venezuela, a tendência é que o Brasil jogue mal, assim como fez nas duas primeiras partidas. Se jogar mal e ganhar como na estreia, passa de fase. Se jogar mal e perder como diante da Colômbia, corre sério risco de ser eliminado. Talvez em algum momento Dunga venha a se arrepender das escolhas que fez em suas convocações em ambas as passagens pela Seleção Brasileira. Vai ser, portanto, o momento de dizer: “Já era, Dunga!” Duas vezes!

terça-feira, junho 16, 2015

EM JOGO PEGADO, ARGENTINA VENCE URUGUAI COM GOL DE AGUERO

Por Danilo Silveira


Argentina e Uruguai travaram em La Serena um duelo que não foi dos melhores, mas também passou longe de ser dos piores. Na verdade, tenho duas críticas a fazer, em geral.

A primeira delas é à postura adotada pelo Uruguai até sofrer o gol, aos 10 minutos da segunda etapa. Durante cinquenta e cinco minutos a equipe de Óscar Tabárez foi extremamente defensiva, chegando raramente ao campo ofensivo, não conseguindo nem contra-atacar com qualidade. Haja vista que o gol único do jogo veio a mudar o panorama do confronto. E com o Uruguai saindo para o ataque, o jogo ficou bem mais interessante de ser assistido.

A segunda crítica é ao esquema da Seleção Argentina. Na Copa do Mundo de 2014, Alejandro Sabella teve sucesso ao jogar com Ageurio (substituído por Lavezzi quando se machucou), Dí Maria, Messi e Higuaín compondo o quarteto ofensivo. Para a Copa América, Tata Martino colocou Higuaín no banco e lançou Pastore na equipe titular, passando Aguero para a posição de centroavante. Talvez seja cedo para uma análise aprofundada, mas o esquema de jogo da Copa de 2014, a princípio, me agradava mais. Prefiro Aguero mais pelos lados do campo, ou no meio mais recuado do que na posição que vem atuando na Copa América.

Apesar das críticas, a Seleção Argentina não fez uma partida ruim, mesmo tendo um desempenho abaixo do que se espera. O domínio territorial e da posse de bola na primeira etapa poderia ter se transformado em gol, mais Muslera apareceu bem tanto para impedir que o chute de Dí Maria entrasse, quanto para defender cabeçada de Aguero após bela assistência de Messi. Falando em Messi, cabe destacar que ele não teve nos seus melhores dias, mas mesmo quando não é tão genial quanto de costume é de uma classe absurda com a bola nos pés.

Demorou dez minutos da segunda etapa para a equipe melhor em campo ficar à frente do marcador. Zabaleta cruzou, Aguero se antecipou no primeiro pau e fez um belo gol, em uma espécie de falso peixinho. Critiquei Aguero como centroavante, mas nessa jogada ele foi perfeito na função.
Quase instantaneamente após sofrer o gol, o Uruguai se lançou ao ataque. O jogo ficou quente, pegado, com discussões e trocas de provocações em campo. Na melhor chance que o Uruguai teve, Rolan incrivelmente chutou por cima o rebote oferecido por Romero após chute de Maxi  Pereira. No fim das contas, a Argentina mereceu a vitória. Foi o time que mais buscou o ataque e que foi mais equilibrado.


Na última rodada, a Argentina enfrenta a Jamaica, enquanto Paraguai e Uruguai se enfrentam em um jogo que promete fortes emoções.

GOLEIRO JAMAICANO FALHA E PARAGUAI VENCE EQUILIBRADO CONFRONTO

Por Danilo Silveira

O que se viu na cidade de Antofagasta foi um duelo com alternância de superioridade. Se o Paraguai conseguiu ser melhor na primeira etapa, os minutos finais do jogo foram de pressão e domínio jamaicano. No final disso tudo, o saldo foi uma vitória paraguaia pelo placar mínimo, que veio através de uma falha grotesca do goleiro jamaicano Duwayne Kerr.

A partida demorou alguns minutos para ficar com um desenho concreto, já que os minutos iniciais foram truncados, com o jogo sendo paralisado a toda hora por conta de faltas em sequência. E foi o Paraguai quem se mostrou melhor no campo de jogo, tentando explorar a velocidade pelos lados para chegar ao ataque, com destaque para Derlis González. No entanto, assim como no jogo de estreia, a Jamaica vendia caro o espaço territorial, não se limitando a ficar na defesa à espera do Paraguai.

Na chance mais bonita criada pelo na primeira etapa, Santa Cruz emendou de primeira um cruzamento da direita para boa defesa de Duwayne Kerr. Bem nesse momento, o camisa 1 da Jamaica foi péssimo alguns minutos mais tarde. Victor Cáceres executou lançamento do campo de defesa, mas acabou colocando força demais. Dentro da normalidade, o goleiro jamaicano recolheria a bola com as mãos em sua área e reporia a bola em campo alguns segundos depois. Só que Duwayne encontrava-se fora da grande área e resolveu cortar o lançamento com a cabeça. Certamente, a execução da jogada saiu diferente do planejado. Duwayne cabeceou nas pernas de Edgar Benítez e a bola acabou rumando para as redes jamaicanas: 1 x 0. 

Seria o início de uma goleada do Paraguai para cima do saco de pancadas do grupo? Nem goleada nem saco de pancadas! Se já havia vendido caro a derrota para o Uruguai na estreia, o mesmo fez a Jamaica diante do Paraguai. A equipe comandada pelo alemão Winfried Schafer foi aos poucos aumentando a pressão para cima do Paraguai na segunda etapa e terminou o jogo povoando o campo ofensivo com vários homens de amarelo. Desses, o que mais chamou atenção foi o camisa 17, Austin, que pareceu o mais habilidoso do time. O chute de Mc Cleary passou perto , à direita; a cabeçada de Mattocks foi sobre o travessão e o empate jamaicano não veio. O Paraguai também teve suas chances de ampliar. Na mais clara delas, Samudio quase fez um golaço, ao soltar uma bomba que explodiu no travessão. Há de se destacar ainda a penalidade negada pelo venezuelano do apito, Carlos Vera, quando Mariappa usou o braço para cortar cabeçada de Santa Cruz.


Na conclusão dos fatos, pode-se dizer que em termos de futebol não há muita diferença entre a campanha de Paraguai e Jamaica na Copa América. Diferentemente de quando avaliamos a pontuação de cada seleção. O Paraguai soma quatro pontos e tem plenas condições de classificar-se, enquanto a Jamaica não soma ponto algum e tem como o último adversário da primeira fase a Argentina. Difícil pensar em classificação, mas quando o assunto é futebol o improvável flerta com o real em muitos casos.

sábado, junho 13, 2015

PRAZER, CHILE!

Por Danilo Silveira


O Chile estreou com o pé direito na Copa América, diante de seu torcedor, no estádio Julio Martínez Prádanos, em Santiago. Mesmo sem uma atuação brilhante, a equipe comandada por Jorge Sampaoli mostrou boas virtudes como leveza e versatilidade na vitória por 2 x 0 sobre o Equador.

Durante a primeira etapa, o Chile dominou por completo a partida. O esquema proposto pela equipe apresentava três zagueiros, dois pontas e mais cinco homens trocando de posição pelo campo ofensivo. Logo cedo, Sánches quase abriu o marcador, mas acabou finalizando à esquerda de Domínguez. Pela direita, Isla era a grande válvula de escape chilena e por pouco o camisa 4 não abriu o marcador em chute cruzado, que por centímetros não carimbou a trave adversária. O Equador, por sua vez, tentava explorar a velocidade de Montero pela esquerda e de Enner Valencia pela direita, com Martínez centralizado. No entanto, o sistema de jogo chileno inibiu as investidas da equipe comandada porGustavo Quinteros.

Para a segunda etapa, Sampaoli tirou o sumido Beausejour e lançou Vargas na equipe. Com isso, Mena foi deslocado da zaga para a lateral esquerda, com Vargas atuando mais pelo meio. Talvez pelo bom trato que a Seleção Chilena dava à bola quando a detinha nos pés, o gol deveria ter saído de maneira mais bonita que através de uma penalidade. Mas não foi assim que aconteceu. Bolaños derrubou Vidal na área, cometendo um pênalti para lá de infantil, aos 21 minutos. O mesmo Vidal foi para a cobrança e abriu o marcador. Minutos depois, veio a grande chance para o Equador empatar o jogo. Na bola aérea, Enner Valencia cabeceou e acertou o travessão de Bravo. Susto na torcida local, que pouco depois se transformou novamente em alegria. Se o Equador não igualou o placar, ainda deu tempo do Chile aumentar. Ibarra saiu jogando errado e serviu Sánches. O atacante do Arsenal e melhor jogador em campo arrancou em velocidade pelo meio e tocou para Vargas, que bateu cruzado para dar números finais ao jogo.

Sabe aquela história que estreia é sempre mais difícil? Pois baseado nessa tese, creio que o Chile terá duas atuações melhores nos jogos restantes da fase de grupos. Se não foi brilhante na execução, o Chile de Sampaoli deu indícios que é brilhante na essência. Quanto ao Equador, cabe dizer que é um time organizado, equilibrado e que ainda deve dar muito trabalho aos seus adversários. Falar em título parece ousado, mas falar em passar de fase parece bem aceitável.

quarta-feira, junho 03, 2015

COMO ARRANJAR PROBLEMA ONDE NÃO TEM? O CRUZEIRO ENSINA!

Por Danilo Silveira




Um site que faz sucesso, principalmente no Facebook, é o Sensacionalista. O objetivo do veículo é ironizar fatos sociais, corriqueiros, com boa dose de humor. Pois nesta terça-feira, ao abrir um site de notícias esportivas, me deparei com a informação que o Cruzeiro havia demitido Marcelo Oliveira e acertado a contratação de Vanderlei Luxemburgo para treinador. Logo, achei que havia me confundido e que estava no site Sensacionalista, lendo mais um piada irônica. Só que não!

Realmente, o Cruzeiro havia demitido Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro, que montou um Cruzeiro fenomenal, brilhante, que encantou o Brasil nos últimos dois anos. E realmente Vanderlei Luxemburgo seria o sucessor no cargo. Vanderlei Luxemburgo acabou de ser demitido do Flamengo, deixando o futebol na Gávea em apuros. Com um elenco médio para bom em mãos, ele não conseguiu fazer a equipe apresentar o mínimo de organização dentro das quatro linhas. Mostrou total desconhecimento tático e, em alguns momentos, mais parecia um leigo, uma pessoa que pouco sabe desse esporte, do que um treinador de futebol.

Não vi ainda todos os times da Primeira Divisão atuarem, mas TODOS os que eu vi mostraram-se mais organizados que o Flamengo de Luxemburgo, que mais parecia um bando que um time de futebol. Para ser mais direto, Vanderlei Luxemburgo hoje não é um técnico de Primeira Divisão.
Só que infelizmente, a lógica do futebol brasileiro é mais ou menos a seguinte: conquistou títulos importantes é bom para o resto da vida. Ninguém parece se preocupar em analisar a forma com a qual o título ocorreu, as circunstâncias, os fatores “invisíveis”, como sorte ou azar, por exemplo. E  as pessoas parecem não entenderem que o tempo passa e que as coisas podem mudar. E é por isso que Luxemburgo hoje em dia ainda consegue se empregar em times grandes como o Cruzeiro e o Flamengo.

A simples troca ocorrida no dia de hoje fez o Cruzeiro passar de “um dos favoritos ao título” para “um sério candidato a ser rebaixado”. Para quem acredita que técnico não faz diferença, eu digo que faz, e muita. Se o Flamengo tivesse tido nos últimos dez meses, técnicos como Oswaldo de Oliveira, Cuca, Marcelo Oliveira, eu duvido que a situação na Gávea estaria tão periclitante como a deixada por Vanderlei Luxemburgo.


Mas enfim...Vanderlei Luxemburgo não é mais problema do Flamengo, agora é problema do Cruzeiro! E que problema!