quinta-feira, julho 23, 2015

COM BELA ATUAÇÃO, TIGRES ELIMINA INTER E CHEGA À FINAL DA LIBERTADORES

Por Danilo Silveira

Certo dia, no início desse ano, estava “rodando” os canais esportivos na televisão, até me deparar com um jogo da Libertadores, o qual o Tigres era uma das equipes. E muito me impressionou a qualidade do time, que tinha o ataque naquela ocasião formado por Rafael Sóbis e Guerrón.

O bom futebol apresentado pela equipe comandada por Ricardo Ferretti, despertou-me o desejo de assistir os jogos subsequentes da equipe na Libertadores. E assim o fiz. O time mexicano foi avançando de fase até que chegou à semifinal da competição, e tinha pela frente o tradicional Internacional de Porto Alegre. Talvez a mídia esportiva pudesse analisar de maneira diferente, mas na minha cabeça, o Tigres era o favorito para o confronto, pelo futebol que já apresentara anteriormente.

No jogo de ida, deu Inter no Beira-Rio: 2 x 1. E no jogo de volta, nesta quarta-feira, apareceu o envolvente, bonito e eficiente futebol do Tigres, que eu já tinha sido apresentado há meses atrás. Os 3 x 1 que deram a classificação ao Tigres não demonstram exatamente o que foi o duelo. Um placar mais elástico refletiria melhor o confronto. Talvez uns cinco ou seis a um, tamanha a superioridade dos mexicanos em campo.

A contagem foi aberta com o ótimo centroavante francês Gignac, contratação feita recentemente pelo Tigres, que veio a ser a cereja do bolo. Geferson, em uma falha terrível marcou contra, ampliando, ainda na primeira etapa, a vantagem mexicana.

Veio a segunda etapa e o Tigres mostrava um preparo físico invejável, aliado a uma marcação implacável e um ímpeto ofensivo aplausível. E as chances foram sendo criadas em sequência, enquanto o Inter esbarrava no sistema defensivo adversário e deixava espaços na defesa. Sóbis perdeu a chance de ampliar, desperdiçando uma penalidade, mas pouco depois Arévalo teve a incumbência de cabecear para as redes e tornar mais elástica ainda a vantagem mexicana: 3 x 0.

O Tigres dava uma aula, prática e filosófica de como se praticar futebol. Mesmo em vantagem, a equipe de Ricardo Ferretti não abdicava de atacar, explorando os buracos deixados pelo Inter. Pelo cenário apresentado em campo, o Inter  estava prestes a levar uma daquelas goleadas históricas. Mas acabou que, não só o Tigres não fez mais gols, como o Inter diminuiu o marcador, com Lisandro López, nos minutos finais. Estava o Inter agora a um gol da classificação, que seria uma tragédia para o Tigres, que fazia uma atuação fantástica. O placar não mais foi alterado e o Tigres garantiu a merecida vaga na final da Libertadores 2015.


Como um time mexicano não pode se classificar para o Mundial via Libertadores da América, o River Plate, outro finalista, garantiu presença no Mundial de Clubes, no fim do ano. Nas duas próximas quartas-feiras, Tigres e River Plate decidem o título da Libertadores. O River carrega a tradição, o Tigres carrega o favoritismo.

terça-feira, julho 07, 2015

COM FORTES DOSES DE EMOÇÃO, CHILE BATE ARGENTINA E CONQUISTA TÍTULO INÉDITO

Por Danilo Silveira

E deu Chile. No esperado confronto da final da Copa América, a seleção comandada pelo brilhante Jorge Sampaoli foi superior à Argentina e conseguiu, nos pênaltis, o tão sonhado título. Foi a primeira vez que os chilenos puderam comemorar a conquista de uma Copa América. Se a primeira vez nunca se esquece, imagina da forma que foi: em casa, sobre a poderosa Argentina de Messi, nos pênalti! Emocionante! Épico! Histórico!

Talvez, se no início da competição, me perguntassem qual a final que mais me causaria expectativa de assistir, eu responderia Chile x Argentina. As duas melhores seleções do continente atualmente. Duas equipes que têm no seu ponto forte o ataque, mas que, em minha opinião, na contramão do que muitos falam, são equipes consistentes defensivamente.

Se as duas equipes jogam no ataque, propondo o jogo e com posse de bola, como que seria, então, o confronto entre elas? Não seria possível ter duas bolas em campo, uma para cada um! O Chile foi melhor! Soube melhor atacar e envolver a Argentina. Soube, ainda, diminuir o ímpeto do fantástico ataque argentino.

Messi não teve a atuação que costuma ter, mas mesmo assim, quase decidiu. No último lance do tempo normal, driblou dois chilenos e botou Lavezzi em ótima posição para chutar. O atacante não foi fominha e tentou servir Higuaín, que por questão de centésimos de segundo não chegou com ângulo para fazer o gol, e acabou acertando a rede pelo lado de fora. Vieram as penalidade e Higuaín isolou, enquanto Bravo pegou a cobrança de Banega. Competente, o Chile converteu as quatro cobranças que fez para conseguir a tão sonhada taça. Cabe destacar que a última cobrança teve direito a uma mini cavadinha de Alexis Sanchéz. Frieza e coragem do grande atacante do Arsenal.

A Copa América veio a reforçar algumas análises que eu tinha feito previamente sobre as seleções sul-americanas. Chile e Argentina em ótima fase, com equipes prontas para disputar competições fortes, como a eliminatória para a Copa do Mundo e a própria Copa do Mundo. Um Uruguai enfraquecido, sem apresentar bom futebol. Acho que a volta de Suárez não será suficiente para resolver os problemas da equipe comandada por Tabárez. O Brasil é aquela bagunça que nos acostumamos a ver recentemente.

A decepção ficou por conta da Colômbia, que apresentou futebol aquém daquilo que eu esperava, aquém daquilo que foi visto na última Copa. A surpresa positiva foi o Peru, que mostrou que deve incomodar muito gente nas eliminatórias.


Quanto ao melhor jogador da competição, em minha opinião, foi Lionel Messi. Mesmo atuando abaixo daquilo que costumamos ver, ele é diferenciado dos demais, faz coisas que os outros não fazem. Sobre outros jogadores que se destacaram, podemos citar Sánchez e Valdívia, importantes para o primeiro título do Chile de uma Copa América. No entanto, quero deixar registrado os totais elogios àquele que, para mim, foi o grande personagem dessa competição: Jorge Sampaoli.  Vai se firmando como um dos melhores técnicos do mundo.

quarta-feira, julho 01, 2015

EM DIA DE MESSI GARÇOM, ARGENTINA GOLEIA PARAGUAI E VAI À FINAL

Por Danilo Silveira

A Argentina veio evoluindo cada vez mais o seu futebol durante a Copa América. Na primeira fase, a equipe fez bons jogos, mas ainda não havia encontrado seu melhor futebol. Contra a Colômbia, nas quartas-de-final, uma notória evolução. E agora, diante do Paraguai, na semifinal, uma belíssima atuação, sob comando de Lionel Messi, em noite de garçom. Goleada por 6 x 1 e vaga na final garantida em grande estilo.

Se em jogos anteriores a Argentina criou chances atrás de chances, mas a bola cismou em não entrar, contra o Paraguai teve gol para todo lado. Incrivelmente, dos seis gols, nenhum foi anotado por Messi. Só que, também incrivelmente, o craque argentino teve participação em todos os gols, em três deles, dando assistência direta. Messi fez sua melhor partida na Copa América, foi o melhor em campo e está a um jogo de conquistar o seu primeiro título como profissional defendendo a sua seleção. Acredito que ele ainda tem boas chances de ser eleito o craque da competição.

O futebol é um esporte capaz de, em suas entrelinhas, ensinar, trazer lições. E se os 7 x 1 para a Alemanha na Copa do Mundo não foram suficientes para a CBF, Dunga e companhia aprenderem alguma coisa, vai mais uma oportunidade na Copa América. A Argentina fez 1 x0, fez 2 x 0, viu o Paraguai se lançar todo ao ataque e até diminuir o marcador. Poderia, assim como o Brasil fez diante do mesmo Paraguai, se retrancar, priorizar a defesa e praticamente abdicar de atacar, esperando o apito final. Só que não. A Argentina encontra-se quilômetros na frente do Brasil em termos de futebol.Digo de filosofia de futebol, proposta de jogo, estratégia. Liderada por Messi, a equipe de Tata Martino soube conter a pressão paraguaia, explorar contra-ataques, e ampliar o marcador por mais quatro vezes. Uma atuação de encher os olhos!

Para quem se acovardou, se encolheu e teve medo de atacar, o resultado foi sofrer o empate e perder nos pênaltis. Para quem continuou atacando, não teve medo e procurou sempre o gol, o resultado foi a vitória por 6 x 1 e vaga na final. Claro que no meio disso tudo existem outras variáveis envolvidas, mas a essência é mais ou menos essa. É o Dunguismo maléfico ao Brasil de um lado e a Argentina, leve e solta, encantando com um belo futebol.

Futebol esse que será agraciado com a final dos sonhos para os amantes do bom futebol: Argentina x Chile. As duas melhores seleções do continente chegaram à final e duelam no sábado, para ver quem fica com o título. Promessa de um jogaço. Duas equipes que gostam de ir para cima, que têm como ponto forte o ataque. Acho que a América do Sul não poderia receber presente maior nessa competição do que a final ser disputada entre esses dois países.

EM GRANDE JOGO, CHILE DERROTA O PERU E VAI À DECISÃO

Por Danilo Silveira

Dos jogos que eu vi desta edição da Copa América, Chile x Peru foi o melhor. A boa atuação chilena, passando por uma vocação ofensiva, marca registrada de Jorge Sampaoli, já era de se esperar. Agora, surpreendente, de maneira mais que positiva, foi a atuação maiúscula que o Peru de Ricardo Gareca fez na capital Santiago.

Talvez, se o Peru não tivesse perdido um de seus 11 jogadores aos 19 minutos de jogo, o desfecho do confronto pudesse ser diferente. Zambrano atingiu Aránguiz nas costas, com a sola da chuteira, sendo corretamente expulso. Antes disso, o Peru já tinha passado muito perto de abrir o placar em cruzamento de Guerrero para cabeçada de Farfán na trave direita de Bravo. Por sinal, a grande atuação do Peru passa diretamente pelos dois atacantes acima citados, que infernizaram o sistema defensivo chileno durante o jogo inteiro.

Bem verdade, que devemos citar o lance ocorrido antes mesmo dos cinco minutos iniciais do jogo. Vidal e Zambrano se desentenderam e o volante chileno deu um empurrão no rosto do jogador peruano. O árbitro venezuelano José Argote poderia ter aplicado cartão vermelho para Vidal, mas preferiu ficar na conversa.

No 11 contra 11, contra qualquer seleção sul-americana, a tendência é que o Chile crie boa quantidade de chances de gol. Jogando com um a mais, a tendência é esse número elevar-se ainda mais. Acontece que o Peru parecia reduzir o efeito do homem a menos com muita disciplina tática. O Chile até chegava e até criava, mas não tanto quanto o fato de estar em vantagem numérica poderia sugerir. O Peru não caiu na armadilha de abdicar de atacar e conseguia sair em velocidade, tornando o jogo bem dinâmico e gostoso de se assistir.

Pouco antes do intervalo, o Chile conseguiu abrir o marcador. Sánchez bateu cruzado da esquerda, Aránguiz fez corta-luz, a bola tocou na trave esquerda de Gallese e Vargas aproveitou bem o rebote. Detalhe importante é que Vargas estava em posição de impedimento na jogada, portanto, o gol foi irregular. Muito prejudicado o Peru no somatório de ações do árbitro na primeira etapa.

Poderia então o Peru sentir o golpe e ficar desnorteado em campo. Ou se lançar ao ataque de maneira “irresponsável” ou não conseguir mais concentração elevada para conter o ímpeto ofensivo do oponente. Mas nada disso aconteceu. Veio o segundo tempo e o Peru seguiu jogando de igual para igual com o Chile. O prêmio veio, portanto, aos 14 minutos, quando Guerrero enfiou belo passe na direita para Advíncula, que cruzou e contou com vacilo de Medel, que cortou mal e acabou marcando contra: 1 x 1.


Só que o Chile conseguiu, quatro minutos mais tarde, desempatar novamente a partida, jogando uma ducha de água fria no time peruano, que acabara de conseguir um gol heroico. Guerrero perdeu bola na intermediária defensiva e Vargas arriscou de longe, aproveitando o mau posicionamento do goleiro Gallese.  Era o gol da difícil e suada classificação chilena.
Nos minutos que restavam, quem esteve no estádio Nacional de Santiago, seguiu presenciando um bom jogo de futebol, que terminou com festa chilena.