
Durante os 45 minutos iniciais, a equipe comandada por Guto Ferreira surpreendeu a este que vos escreve de forma positiva, não se encolhendo no campo defensivo, atacando com equilíbrio e mostrando muita consciência daquilo que fazia dentro do jogo. Assim, o prêmio veio aos 17 minutos, em bonito gol de Camilo, que invadiu a área pela direita e bateu cruzado. Do outro lado, encontrávamos um Libertad que não conseguia atacar com qualidade, mostrando um repertório limitado de jogadas ofensivas.
Veio a segunda etapa e logo aos dois minutos a equipe da casa quase empatou com Mencia, que pegou um rebote de dividida pelo alto e chutou encobrindo o goleiro Danilo, mas o zagueiro Neto afastou de cabeça antes que a bola ultrapassasse a linha final. Se desenhava-se um cenário onde o Libertard pressionaria e a Chape teria o contra golpe, veio o árbitro e estragou o andamento do jogo. Igor, que acabara de entrar na partida, foi expulso em um lance que sequer houve falta. O jogador chutou para longe uma bola na intermediária defensiva, e na sequência do movimento da perna acabou encontrando o pé de um adversário, mas sem intenção.
O homem a menos me pareceu fundamental para a Chapecoense não mais encontrar forças e alternativas para jogar no campo de ataque com frequência. O Libertad subiu a marcação e passou a, mesmo sem muita inspiração, tentar pressionar o time catarinense. O árbitro voltou a errar mais duas vezes na partida. Primeiro, não marcou uma infração de um jogador da Chape, que culminaria em uma penalidade ou falta muito próxima à risca da grande área (fiquei na dúvida sobre o posicionamento do jogador da equipe paraguaia quando sofreu a carga.). Em seguida, ele negou a expulsão de um atleta do Libertad, oferecendo-lhe apenas amarelo após uma violenta entrada de carrinho, por trás.
Desviando a atenção da arbitragem para o jogo em si, cabe analisar que a Chape parece que foi aprendendo a jogar com um homem a menos conforme os minutos se passavam. Camilo e Tiago Luís conseguiam esboçar algumas jogadas ofensivas, tirando momentaneamente a equipe do sufoco. Quanto mais o relógio andava, mais parecia que a estreia dos catarinenses em solo estrangeiro seria com vitória. Só que aos 47, após escanteio cobrado da esquerda, Cléber Santana desviou mal na primeira trave e Rodrigo López apareceu para cabecear às redes. Castigo para os catarinenses, que poderia ter sido ainda pior, se logo em seguida, Danilo não salvasse a equipe de sofrer a virada em chute do mesmo Rodrigo López que havia balançado as redes um pouco antes.
Fica um gosto amargo à Chapecoense, mas o resultado que a equipe leva para seus domínios é bom. Figurar entre um dos oito times das quartas de final parece um sonho possível para um clube que vai conhecendo o que é disputar uma competição continental.