Espanha e Croácia se enfrentaram nesta segunda-feira, na
cidade de Gdansk, em um duelo de dois tempos completamente diferentes. Na
primeira etapa o jogo foi chato, sem maiores emoções. Já nos 45 minutos finais,
a partida cresceu, tanto no aspecto técnico, quanto no aspecto da emoção.
Tivemos belos 45 minutos e a Espanha, com um gol no fim, garantiu a primeira
colocação do grupo. Já a Croácia, perdeu a segunda vaga para os italianos.
Espanha e Croácia fazem primeiro tempo ruim
A partida começou e a Croácia conseguiu fazer uma coisa
interessante: avançar a marcação, não cedendo campo para a Espanha. Com isso, a
Fúria, que vestia um uniforme com camisa azul, diferente do tradicional, até conseguiu manter a posse de
bola, mas tinha dificuldades de chegar perto do gol defendido por Pletikoza.
Aos 11, a primeira boa chance espanhola. Iniesta tabelou com David Silva, mas
quando chegou na cara do goleiro finalizou fraco e o camisa 1 croata defendeu
sem maiores dificuldades. Aos 22, Pletikosa trabalhou de novo, mas desta vez
teve um pouco mais de dificuldades para defender o chute de Fernando Torres
pela direita da área. Dois minutos mais tarde, a Croácia respondeu em chute de
Pranjic, da ponta esquerda, defendido por Cassillas. Aos 26 minutos, Sérgio
Ramos tirou a bola de Mandzukic, que atacava pela ponta direita. Na hora ficou
a dúvida se houve falta e se o lance foi dentro ou fora da área. Para mim,
houve a penalidade, não apontada pelo árbitro alemão Wolfgang Stark. E no mais,
não houve muita coisa interessante até o apito que finalizou a primeira etapa.
De fato, as maiores emoções estavam guardadas para o segundo tempo. No outro
jogo da chave, a Itália estava vencendo a Irlanda, por 1 a 0. Esse resultado
estava gerando um empate triplo no grupo e a Itália estava levando vantagem nos
gols marcados sobre Espanha e Croácia. Isso porque a Itália tinha empatado em 1
a 1 seus jogos contra Espanha e Croácia e a regra manda que quando ocorra um
empate triplo, seja desconsiderado os jogos envolvendo outra seleção do grupo.
Espanha e Croácia estavam rigorosamente empatadas, e aí sim, o saldo de gols em
cima da Irlanda seria determinante e a Espanha vencia nesse quesito. Portanto,
o 0 a 0 estava eliminando os croatas.
Jogo cresce e toma contornos de drama
Nesse interessante cenário, a segunda etapa começou. A
Croácia conseguiu sair mais para o jogo e a Espanha não fazia uma boa partida
defensivamente, principalmente Pique, que quase sempre é seguro e preciso, mas
hoje não fez um boa atuação. Aos 13 minutos, por muito pouco a Croácia não
ficou na frente do marcador. Modric, o melhor jogador em campo, dono das
melhores jogadas croatas, cruzou da direita e Rakitic apareceu por trás da
defesa para cabecear, obrigando Cassillas a fazer uma belíssima defesa. Aos 14
minutos, Del Bosque resolveu mexer, sacando Fernando Torres e lançando Jesús Navas.
Cinco minutos mais tarde, foi a vez de Slaven Bilic substituir e ele resolveu
fazer duas trocas de uma vez: saíram Pranjic e Vida, para as entradas de
Perisic e Jelavic. Tínhamos em campo uma Croácia aguerrida, valente, que estava
fazendo um duelo igual diante da Espanha, contando com boa atuação do sistema
defensivo.Cada vez mais a Croácia se mostrava perigosa e bastava um gol para
colocar a atual campeã da Europa e do mundo, precocemente fora da competição.
Aos 23, Perisic aproveitou cruzamento da direita, pegou de primeira, mas mandou
para longe.
Gol de Navas classifica Espanha em primeiro lugar
Aos 28, Del Bosque resolveu mexer novamente: lançou Fábregas
na vaga de David Silva. A Espanha enfrentava muitas dificuldades na forte
marcação croata, que por vezes levava a Fúria ao erro de passe. Aos 33, um
contra ataque croata terminou em nova defesa de Cassillas, após novo chute de
Perisic, que dessa vez apareceu pela direita da área. Vale lembrar que apesar
da Croácia ter sido mais perigosa durante boa parte da segunda etapa, a Espanha
em momento algum recuou ou se acomodou com o empate, que lhe era favorável.
Quanto mais o tempo passava, mais a Croácia se lançava ao ataque. Aos 35, Bilic
lançou o atacante Eduardo da silva, na vaga de Vukojevic. E nos minutos finais
do jogo, foi a Espanha que passou a ser mais perigosa. Aos 38, Fábregas serviu
Iniesta na ponta esquerda e Pletikosa precisou trabalhar para defender o chute
do camisa 6. Logo em seguida, o arqueiro croata trabalhou novamente, agora para
defender chute de Jesús Navas. E aos 42, a Espanha fez um belíssimo gol, com a
marca registrada dessa equipe. Fábregas serviu Iniesta por elevação e o camisa
6, com um toque, tirou o goleiro da jogada e serviu Navas, que ficou com o gol
aberto para abrir o marcador. Logo após o gol, Del Bosque tirou Fábregas e
lançou Negredo. A vitória fazia a Espanha pular do segundo para o primeiro
lugar do grupo. Mas, a Croácia continuava precisando de um gol para avançar. Espanha
x Itália e Croácia x Itália terminaram 1
a 1 e caso Espanha x Croácia também terminasse 1 a 1, o saldo de gols
diante da Irlanda definiria o grupo. A Itália fez o segundo gol e venceu por 2
a 0, a Espanha venceu por 4 a 0 e a Croácia por 3 a 1, portanto, o saldo de
gols classificaria a Espanha em primeiro e o maior número de gols marcados levaria
a Croácia para as quartas de final em segundo lugar. Porém, o gol croata não
saiu, simplificando a matemática, mas tirando da Eurocopa um time que mostrou muita
personalidade e valentia, fazendo um jogo de igual para igual diante da melhor
seleção do mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário