Espanha e Itália fizeram até aqui o melhor jogo da Eurocopa. Na arena Gdańsk, localizada na cidade de mesmo nome, na Polônia, tivemos ma partida cheia de chances, onde os goleiros tiveram bastante trabalho. A Espanha, favorita ao título, jogou muito bem, conseguindo implementar seu estilo de jogo de posse de bola e passes rápidos, em grande parte do tempo. Já a Itália, mostrou consistência defensiva e não se acuou diante da melhor seleção do mundo.
Itália cria bastante, enquanto Espanha mostra bom volume de jogo
Na Copa do Mundo de 2010, David Villa fez muito bem o papel
de homem de referência na área, marcando mais da metade dos gols espanhóis na
competição. Porém, o jogador está machucado desde o fim do ano passado e não
pôde estar presente na Eurocopa. Em vez de colocar Torres ou Llorente para
ocupar essa posição, Vicente Del Bosque optou por lançar David Silva, ficando
com o meio-campo bastante povoado. E aos 12 minutos, foi o meio-campista do
Manchester City que arriscou da ponta direita da área e acabou batendo por cima
do gol de Buffon. Com Iniesta, Xavi, Fábregas, a seleção espanhola, durante
todo o primeiro tempo, teve como proposta tentar adotar um esquema de jogo
semelhante ao do Barcelona. Em alguns momentos conseguiu, em outros não. Do
outro lado, vimos uma Itália corajosa e arrumada. A Azurra se defendeu com
muita disciplina tática, mas não se limitou a fazer isso, saindo também para o
ataque e criando boas chances. Aos 14,
Pirlo bateu falta no canto direito e obrigou Cassillas a trabalhar. Aos 22, Cassano
invadiu a área pela direita e bateu cruzado, mas o chute não teve a direção do
gol. A Espanha tinha mais volume de jogo, atacava em bloco, mas esbarrava na
marcação italiana, que contava quase sempre com uma linha de cinco homens,
postados mais ou menos na altura da linha da grande área, formada pelos três
zagueiros, Chiellini, Bonucci e De Rossi, mais os dois laterais, Giaccherini e
Maggio. Na segunda metade da primeira etapa, a Itália seguiu criando as
melhores chances e Cassillas foi figurando como um dos melhores em campo. Aos
33, Cassano chutou da ponta esquerda e o goleiro espanhol rebateu. Dois minutos
mais tarde, o mesmo Cassano cruzou da ponta direita e Marchisio pegou de
primeira, de perna canhota, em um lindo chute, mas que acabou indo no meio do
gol, para defesa sem sustos do goleiro espanhol. E aos 43, uma dupla do
Barcelona apareceu bem. Xavi enfiou bola para Iniesta, que dominou e com a bola
no ar emendou para o gol, só que o chute subiu demais, passando por cima da
meta. Antes do apito final, Cassillas tratou de salvar a Espanha, no lance mais
perigoso do jogo até ali. Cassano apareceu pela ponta direita e cruzou na
medida para Thiago Motta, que apareceu livre de marcação e cabeceou para o gol,
mas a bola acabou não entrando porque o goleiro usou a mão direita para fazer
uma grande defesa e levar o 0 a 0 para o intervalo.
Jogo continua em ritmo bom e placar termina empatado
Para a segunda etapa, a Espanha voltou pressionando a
Itália. Em seis minutos, a Fúria colocou Buffon para trabalhar duas vezes. A
primeira, em chute de Fábregas, que o goleiro defendeu no canto direito e na
segunda, Iniesta apareceu pela ponta esquerda e bateu cruzado, com o camisa 1
desviando com a ponta dos dedos. Porém, a Itália criou uma chance ainda melhor
aos 8, quando Sérgio Ramos falhou pela esquerda de defesa, perdeu a bola para
Balotelli, que avançou, invadiu a área, mas demorou muito e na hora de
finalizar, viu Ramos aparecer para salvar a Espanha, roubando-lhe a bola e se
redimindo do erro. E pouco depois do lance, Cesare Prandelli resolveu tirar
Balotelli de campo, lançando o artilheiro da Udinese, Di Natale. E a estrela do
treinador brilhou. Poucos minutos depois de entrar, Di Natale marcou o gol da
Azurra. Na verdade, pode-se dizer que meio gol foi de Pirlo. O meio-campista da
Juventus arrancou pelo meio, deixou um marcador para trás e deu um passe
primoroso, quebrando o sistema defensivo espanhol que marcava em linha e
servindo Di Natale, que finalizou no canto esquerdo de Cassillas. Sabe aquele
ditado, que fala em cutucar a onça com vara curta? Foi mais ou menos isso que a
Itália fez. A Azurra despertou a Espanha por completo, e três minutos mais
tarde, a Fúria empatou em um golaço coletivo. Xavi, Iniesta, David Silva,
Fábregas, redes. Esse foi o caminho que a bola percorreu, com quatro jogadores
participando do lance, três do Barcelona. Um clube tão fantástico que é
importante e pode ser decisivo em um torneio de seleções. E após o gol, cada
técnico fez uma mexida. Del Bosque sacou David Silva e lançou o ponta direita
Navas, enquanto Prandelli lançou o atacante Giovinko na vaga de Cassano, que
fez um grande jogo. E foi nessa hora que a Espanha viveu o seu melhor momento
na partida. A equipe passou a trocar passes no campo ofensivo, envolvendo a
Itália, que tentava ao máximo não se encolher e também atacar. E como joga bola
Andrés Iniesta, o melhor jogador em campo, principalmente pelo segundo tempo
fantástico que fez. E como é preciso o Xavi. O segundo gol espanhol parecia
maduro. Não que a Fúria estivesse criando muitas chances, mas uma troca de
passes genial ou uma enfiada de bola fantástica poderia ser fatal e parecia que
esse momento estava perto. Aos 28, Del Bosque fez o que eu teria feito no
intervalo: lançou Fernando Torres. Fábregas não fez um jogo ruim, mas foi o
escolhido para dar lugar ao atacante do Chelsea, que logo após entrar, recebeu
uma bola em velocidade, mas acabou adiantando demais, dando tempo para Buffon
sair e lhe roubar a bola usando os pés. Aos 31 minutos, Giovinko achou Di
Natale nas costas de Sérgio Ramos, mas no ar, de primeira, o atacante da
Udinese não conseguiu concluir na direção do gol. Aos 39, a Espanha fez mais
uma belíssima jogada. Torres tabelou com Xavi, cortou um adversário e tentou
encobrir o goleiro Buffon, que encontrava-se adiantado, mas o chute acabou
passando por cima da meta. A Itália respondeu em seguida, quando Marchisio
arrancou pelo meio, tabelou com Thiago Motta, mas acabou finalizando fraco,
para tranqüila defesa de Cassillas. Aos 45, Prandelli lançou Nocerino na vaga de Thiago Motta,
substituição essa que pouco alterou o jogo no pouco tempo que restava.
Resumindo, tivemos jogo muito corrido, cheio de chances,
onde as duas seleções estiveram perto da vitória. A Espanha, para mim, é a
favorita ao título da competição. Já a Itália, mostrou-se organizada, mas não
acredito que a Azurra consiga alçar vôos muito altos nessa competição. Acredito
que a Itália cairá nas quartas. Cenas dos próximos capítulos da novela chamada
Eurocopa, que está apenas começando.
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