sábado, julho 05, 2014

JOGO 57: PELA SEGUNDA COPA CONSECUTIVA, LOW LEVA ALEMANHA À SEMIFINAL

Por Danilo Silveira


Alemanha e França entraram no Maracanã nesta sexta-feira com um desejo: vencer e continuar sonhando com o retorno a esse mesmo estádio daqui a nove dias (data em que será disputada a final). As duas equipes tinham futebol suficiente para apresentar aos espectadores um belo espetáculo. No entanto, ambas ficaram devendo, fazendo um jogo bem aquém daquilo se esperava.

A classificação alemã passou diretamente pela cabeçada de Hummels logo aos 13 minutos de partida, que encontrou as redes de Llorris. Foi o segundo gol do zagueiro nessa Copa (o outro aconteceu na estreia contra Portugal). Se é importante no ataque, Hummels é imprescindível na defesa. Gripado, ele não atuou nas oitavas-de-final contra a Argélia e ficou nítido o quanto a equipe sofreu com a sua ausência. E nesta sexta-feira ficou visível o quanto o seu retorno foi de importante, haja vista a melhora no sistema defensivo da equipe.

Durante a primeira etapa a Alemanha foi superior, valorizando a posse de bola, mesmo que essa fosse improdutiva em alguns momentos. O calor carioca parecia nitidamente atrapalhar a qualidade do duelo, disputado às 13 horas, com forte sol incidindo no gramado. A vantagem adquirida logo cedo deu aos alemães boa tranquilidade, que foi potencializada pelo fato da França enfrentar dificuldades para chegar ao gol de Neuer. E quando chegou, o goleiro alemão foi espetacular, ao salvar chute cruzado de Valbuena.

Didier Deschamps não promoveu nenhuma troca entre jogadores para o retorno do intervalo, mas a postura da equipe mudou. A França voltou mais presente no campo de ataque, impedindo que a Alemanha mantivesse a posse de bola com tanta facilidade. Mesmo tendo ao banco de reservas dois treinadores que se mostraram qualificados ao longo da competição, o jogo não era dos mais melhores.

Com a queda de rendimento da equipe, Joachim Low resolveu mexer aos 23: Schurrle substituiu Klose, que pela primeira vez foi titular na competição. Com isso, Muller passou para a posição de centroavante, com Schurrle atuando aberto pela ponta direita. Já Deschamps fez uma troca de cunho ofensivo pouco depois, abrindo mão dos três volantes: saía Cabaye, entrava Remy. Se a França se lançava cada vez mais ao ataque, a Alemanha tinha cada vez mais o contra-ataque à sua disposição. Em um deles caiu nos pés de Schurrle bela chance de ampliar, mas ele parou em Lloris.

O time alemão, que já se faz fantástico com seus jogadores de linha, torna-se ainda mais encantador tendo um goleiro da qualidade de Manuel Neuer. Se apareceu de forma brilhante na primeira etapa para salvar chute de Valbuena, apareceu de forma mágica no minuto 93 do jogo, impedindo que o chute de Benzema tomasse o rumo das redes. Instantes depois o apito final selou a classificação alemã.

Sobre a França, cabe destacar que o time montado por Deschamps mostrou boas virtudes. A constante chegada dos volantes à frente é um grande trunfo, mas que nem sempre funcionou. Benzemá foi bem, mas em alguns momentos o sistema não o favoreceu. Acho que o mais interessante seria manter Deschamps e dar a ele a missão de melhorar o time, mantendo a base, com o objetivo de fazer a França realizar uma grande Eurocopa em 2016 diante da sua torcida.

Quanto à Alemanha, acredito que é bem possível ser apresentado um futebol de melhor qualidade, mas o que ela vem jogando já a faz um time muito difícil de ser batido. Seleção boa do goleiro ao centroavante (leia-se de Neuer a Klose ou Muller), passando por uma defesa segura (leia-se Hummels é excelente) e um meio-campo de muita qualidade (leia-se Schweinsteiger é brilhante). Pela segunda Copa consecutiva, Joachim Low leva a Alemanha às semifinais. Agora, ele espera que o desfecho seja diferente: que a derrota para a Espanha na África do Sul dê lugar a uma vitória sobre Brasil ou Colômbia e a consequente vaga na grande final.

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