A ausência do craque Neymar teve efeito menos maléfico à
seleção brasileira do que eu esperava. Obviamente, o peso da não participação do
melhor jogador desse atual grupo é grande, mas é correto dizer que em boa parte
do duelo com a Venezuela, a equipe de Dunga jogou seu melhor (ou menos pior)
futebol nessa Copa América. Se não fossem substituições completamente surreais
efetuadas, o Brasil provavelmente terminaria o jogo de maneira tranquila e
calma.
Antes dos 10 minutos, Thiago Silva apareceu na área para
marcar um golaço: ele aproveitou escanteio da direita e emendou uma bomba, de
primeira, vencendo o goleiro Baroja. A abertura do placar logo cedo deu
tranquilidade e calma ao Brasil. Não que a equipe estivesse fazendo uma grande
partida, mas foi possível observar alguma organização no meio-campo e a
manutenção da posse de bola com certa qualidade. O 2 x 0 poderia ter saído em
chute de Robinho, que passou perto do alvo, ou em finalização de Filipe Luis,
que Baroja impediu que entrasse.
A Venezuela pareceu bem consciente de suas ações. Precisando
pelo menos do empate para classificar-se, a seleção comandada por Noel
Sanvicente não caiu na armadilha de se lançar desesperadamente ao ataque, se
expondo e dando o contra-ataque ao Brasil. A equipe tentava de maneira
organizada penetrar no campo ofensivo do Brasil, mas sem gerar desequilíbrio no
sistema defensivo. E assim chegou o intervalo.
No segundo tempo, assim como no primeiro, o Brasil chegou ao
gol logo cedo. Aos cinco minutos, Willian fez bonita jogada pela esquerda e
serviu Roberto Firmino, que chutou para estufar as redes venezuelanas.
Confesso que por volta dos quinze minutos, me dispersei um
pouco do jogo. Foi algum tempo que, de certa forma, não consegui estabelecer
atenção muito elevada ao duelo, apesar de encontrar-me em todo esse tempo
supracitado de frente para a televisão. Aos 21 minutos, no entanto, minha
atenção voltou ao confronto, quando vi Diego Tardelli e David Luiz preparados
para entrar no gramado do estádio Monumental de Santiago. Esperava que Dunga
fosse tirar do campo um atacante e um zagueiro, não mexendo muito na estrutura
tática do time. No entanto, o treinador brasileiro sacou de campo Philippe
Coutinho e Firmino. Passou assim a atuar com três volantes, sendo David Luiz um
deles. Achei desnecessário, me parecia mais conveniente testar alguma peça
ofensiva.
Minha atenção voltou totalmente ao confronto aos 29 minutos,
por conta da terceira mexida de Dunga: saída de Robinho para a entrada de
Marquinhos. Dessa forma o Brasil passou a jogar com 4 zagueiros (Thiago Silva e
Miranda como zagueiros, Marquinhos na lateral-direita e David Luiz como
volante), dois volantes (Elias e Fernandinho), dois laterais (Filipe Luis na
esquerda e Daniel Alves avançado e atuando como ponta direita), um ponta
(Willian) e um atacante (Diego Tardelli). Ficou um pouco complicado de
entender? Juro que eu até agora estou buscando explicações!
O fato é que o time mudou completamente as características,
ficou extremamente defensivo, mas não traduziu isso em segurança defensiva. A
Venezuela se lançou ao ataque, passou a ser mais contundente e perigosa e aos
38 minutos chegou ao seu primeiro gol. Arango cobrou falta, Jefferson defendeu
no canto esquerdo, mas a bola tocou na trave e sobrou para Fedor cabecear para
as redes. O gol animou ainda mais a seleção venezuelana, que se lançou toda ao
ataque e passou muito, mas muito perto de empatar o jogo.
No resumo da obra, Dunga comprometeu totalmente a atuação brasileira com suas substituições sem pé nem cabeça. Se a Venezuela empatasse o jogo, se classificaria e eliminaria a Colômbia. Ao Brasil, nada mudaria. Dunga e seus comandados seguiriam classificados em primeiro lugar do grupo. Mas que segurança podemos adquirir em um treinador que consegue em poucos minutos transformar profunda e negativamente um time de futebol?
No resumo da obra, Dunga comprometeu totalmente a atuação brasileira com suas substituições sem pé nem cabeça. Se a Venezuela empatasse o jogo, se classificaria e eliminaria a Colômbia. Ao Brasil, nada mudaria. Dunga e seus comandados seguiriam classificados em primeiro lugar do grupo. Mas que segurança podemos adquirir em um treinador que consegue em poucos minutos transformar profunda e negativamente um time de futebol?
Sinceramente, não entra na minha cabeça, e acho que nunca
vai entrar, algum argumento
suficientemente descente para Dunga retornar ao comando técnico da seleção
brasileira. Somos obrigados a nos contentar com a seleção brasileira refém de
um treinador que tem a oferecer em termos de futebol, algo que parece distante
do que a tradição desse esporte no país pede. Enquanto isso, no mesmo
continente, na mesma competição, o Chile joga um futebol de primeira qualidade.
O Chile encanta, o Chile, como diz a gíria, “Joga por música”. Por falar em
música, vou terminar o texto com versos de Cazuza:
“EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO
EU VEJO UM MUSEU DE GRANDES NOVIDADES”
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