Dos jogos que eu vi desta edição da Copa América, Chile x
Peru foi o melhor. A boa atuação chilena, passando por uma vocação ofensiva,
marca registrada de Jorge Sampaoli, já era de se esperar. Agora, surpreendente,
de maneira mais que positiva, foi a atuação maiúscula que o Peru de Ricardo
Gareca fez na capital Santiago.
Talvez, se o Peru não tivesse perdido um de seus 11
jogadores aos 19 minutos de jogo, o desfecho do confronto pudesse ser
diferente. Zambrano atingiu Aránguiz nas costas, com a sola da chuteira, sendo
corretamente expulso. Antes disso, o Peru já tinha passado muito perto de abrir
o placar em cruzamento de Guerrero para cabeçada de Farfán na trave direita de
Bravo. Por sinal, a grande atuação do Peru passa diretamente pelos dois atacantes
acima citados, que infernizaram o sistema defensivo chileno durante o jogo
inteiro.
Bem verdade, que devemos citar o lance ocorrido antes mesmo
dos cinco minutos iniciais do jogo. Vidal e Zambrano se desentenderam e o
volante chileno deu um empurrão no rosto do jogador peruano. O árbitro
venezuelano José Argote poderia ter aplicado cartão vermelho para Vidal, mas
preferiu ficar na conversa.
No 11 contra 11, contra qualquer seleção sul-americana, a
tendência é que o Chile crie boa quantidade de chances de gol. Jogando com um a
mais, a tendência é esse número elevar-se ainda mais. Acontece que o Peru
parecia reduzir o efeito do homem a menos com muita disciplina tática. O Chile
até chegava e até criava, mas não tanto quanto o fato de estar em vantagem
numérica poderia sugerir. O Peru não caiu na armadilha de abdicar de atacar e
conseguia sair em velocidade, tornando o jogo bem dinâmico e gostoso de se assistir.
Pouco antes do intervalo, o Chile conseguiu abrir o
marcador. Sánchez bateu cruzado da esquerda, Aránguiz fez corta-luz, a bola
tocou na trave esquerda de Gallese e Vargas aproveitou bem o rebote. Detalhe
importante é que Vargas estava em posição de impedimento na jogada, portanto, o
gol foi irregular. Muito prejudicado o Peru no somatório de ações do árbitro na primeira etapa.
Poderia então o Peru sentir o golpe e ficar desnorteado em
campo. Ou se lançar ao ataque de maneira “irresponsável” ou não conseguir mais
concentração elevada para conter o ímpeto ofensivo do oponente. Mas nada disso
aconteceu. Veio o segundo tempo e o Peru seguiu jogando de igual para igual com
o Chile. O prêmio veio, portanto, aos 14 minutos, quando Guerrero enfiou belo
passe na direita para Advíncula, que cruzou e contou com vacilo de Medel, que
cortou mal e acabou marcando contra: 1 x 1.
Só que o Chile conseguiu, quatro minutos mais tarde,
desempatar novamente a partida, jogando uma ducha de água fria no time peruano,
que acabara de conseguir um gol heroico. Guerrero perdeu bola na intermediária
defensiva e Vargas arriscou de longe, aproveitando o mau posicionamento do
goleiro Gallese. Era o gol da difícil e
suada classificação chilena.
Nos minutos que restavam, quem esteve no estádio Nacional de Santiago, seguiu presenciando um bom jogo de futebol, que terminou com festa chilena.
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