Faz algum tempo que defendo a tese que o Brasil precisa
reaprender a jogar futebol, no sentido menos figurado da frase mesmo. Hoje, os
campeonatos disputados na Europa são infinitamente melhores do que os
disputados no Brasil. Muito por conta da qualidade técnica dos jogadores, é
verdade. Mas, muito também pela forma como os técnicos conseguem armar as suas
equipes e por conta de como o jogador lá fora entende e enxerga o futebol
melhor que os daqui. E esses últimos dois quesitos, não necessariamente passam
pela qualidade técnica do jogador. Ontem, tivemos pela semifinal da Taça
Libertadores, um duelo de brasileiros, para definir qual clube representaria
nosso país na final do torneio sul-americano. De um lado, o atual campeão
brasileiro com um dos times mais aplicados taticamente do país. Do outro, o atual campeão da Libertadores, dirigido pelo técnico mais vitorioso dos últimos
anos no nosso futebol e que possui o melhor jogador do país. E não pode (não
deve) um jogo com tais ingredientes, ser disputado da maneira que foi.
Dois times que durante 90 minutos não apresentaram
praticamente nada de interessante. Não pode um jogo de futebol ter quase 50
faltas. Em território europeu, quando o número nesse quesito chega a 25, é
alto. Imaginem 50!? Não pode um jogo tão decisivo ser disputado em um nível técnico
tão baixo. Mas, é mais ou menos por aí que anda o futebol brasileiro. Talento não
falta, tanto na nossa seleção brasileira, como no duelo entre Corinthians e
Santos. O que de fato está faltando é o entendimento para a prática futebolística.
Quem está assistindo a Eurocopa e assistiu ontem ao duelo brasileiro, pode
pensar que são dois esportes diferentes. A regra é a mesma, mas os princípios
(a forma de se jogar) são muito diferentes e os finais (a qualidade do jogo após
90 minutos) também são completamente distintos.
O Corinthians mereceu a classificação. Dentro do que foi
apresentado durante 180 minutos, a equipe do Parque São Jorge conseguiu ser
menos pior do que o Santos. Mais por incompetência do Alvinegro Praiano do que
por própria competência. O Corinthians fez um ótimo primeiro tempo no jogo de
ida, inclusive, com um golaço de Émerson e praticamente mais nada. O Santos fez
um gol em 180 minutos e praticamente mais nada. Mais ou menos assim que se
resume como foi a semifinal brasileira
da Taça Libertadores da América. Pelo caminho do Corinthians, Boca ou
Universidad do Chile na final. Um caminho árduo, duro, difícil e pedregoso. Quem
passar do duelo Chile x Argentina é favorito!
Danilo,
ResponderExcluirinfelizmente seu texto reflete a verdade.
O futebol brasilerio a tempo precisa se renovar, não seu jogadores, mas sim sua mentalidade, sua organização.
Não temos condições de competir com a Europa, pelo menos ainda não, com essa crise fianceira que assola o velho continente não duvido que muita coisa vai mudar por lá, e com certeza uma delas vai mecher no bolso dos jogadores, fato que acredito que sera irreversível, mas por enquanto ainda eles e que dão as cartas.
Sobre o jogo de ontem confesso que também não gostei, principalmente da postura dorintiana, a até citei no blog que se jogar assim em uma La Bombonera toma de 4 fácil fácil, mas a verdade é que com esse jogo muquirana de 1x0 em 1x0 o timão é finalista...
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