Confesso que, por acompanhar futebol internacional há pouco
tempo, nunca tinha visto o atacante ucraniano Shevchenko jogar. Fui apresentado
ao seu futebol hoje. Já veterano, com 35 anos de idade, ele mostrou ter muita
estrela e oportunismo. Jogando na sua casa, na cidade de Kiev, no estádio
olímpico, palco final da Eurocopa, a Ucrânia estreou com o pé direito ao vencer
a Suécia. Na frase acima, a palavra pé serve somente para seguir o ditado,
porque na verdade o que foi preponderante para tal resultado foi a cabeça de
Shevchenko, pois foi dela que saíram as duas finalizações que atingiram o fundo
das redes do goleiro Isaksson.
Ucrânia joga melhor que a Suécia na primeira etapa
A partida começou e conforme o tempo passava, ficava cada
vez mais nítida uma maior organização tática da Ucrânia. Uma equipe muito bem
postada, que usava bastante os lados do campo. Pela esquerda, Konoplyanka
aparecia bastante e pela direita, Husyev e Yarmolenko atuavam. Já a Suécia,
jogava com Rosenberg como o homem mais avançado e Ibrahimovic um pouco mais
recuado do que costuma atuar pelo Milan. Na primeira metade do primeiro tempo,
não tivemos chances claras de gol. Aos 23, a primeira de maior destaque. Shevchenko
apareceu livre pela ponta direita da área e bateu cruzado, mas a bola saiu á
direita do gol. A Ucrânia jogava melhor, era mais organizada em campo e a
Suécia tinha dificuldade para criar. Aos 34, Voronin chutou de fora da área, a
bola foi no meio do gol, no alto, mas Isaksson teve certa dificuldade para
realizar a defesa. Três minutos mais tarde, Yarmolenko apareceu livre pela
direita, chutou e quando parecia que a bola tomaria o destino do gol, um
adversário surgiu para brecar o chute. A Ucrânia chegou mais ao gol adversário,
mas a chance mais perigosa aconteceu do lado sueco. Aos 38, Ibra recebeu
lançamento na ponta esquerda da área e, livre de marcação, cabeceou no poste
esquerdo do goleiro Pyatov.
Shevchenko faz dois, decide o jogo e dá vitória à Ucrânia
Para a segunda etapa, o jogo pegou fogo. A Suécia começou
com uma outra postura, muito mais ofensiva e aos 6 minutos, ela foi premiada
com o gol. Gol esse que põe em discussão o Fair Play. Um jogador ucraniano
estava caído, a Suécia estava com a posse de bola e continuou sua jogada, pela
ponta direita. A bola atravessou a área ucraniana, chegou até Kalsson, que
bateu para o meio, onde Ibrahimovic apenas desviou para o gol. O lance não
rendeu maiores reclamações por parte dos ucranianos. Pouco depois do tento
sueco, um outro jogador da Ucrânia apareceu no chão. Shevechenko caiu no
gramado, aparentando estar sentindo muito dor e cheguei a me perguntar se ele
seria substituído. Porém, naquele momento, ninguém sabia que o camisa 7 seria o
herói da Ucrânia, o predestinado a decidir o jogo. Aos 9, uma jogada que
começou com Husyev arrancando pela direita, terminou com o cruzamento para a
área e uma cabeçada de Shevechenko que rumou para as redes suecas. Festa em
Kiev. E o jogador ucraniano mais famoso dos últimos tempos, brilhou novamente
aos 15. Após escanteio cobrado da esquerda, ele apareceu no primeiro pau,
venceu a marcação de Ibra, cabeceou e viu a bola entrar em um local improvável,
entre a trave direita e o camisa Lustig, que estava praticamente colado no
poste: 2 a 1 para a Ucrânia. Daí até o final do jogo, a Suécia criou chances
para empatar, como aos 31 minutos, quando Pyatov defendeu um chute de
Ibrahimovic, de manchete, parecendo um jogador de vôlei. Do gol de empate até o
apito final, o técnico sueco, Erik Hamrén, mexeu três vezes, lançando Svensson,
Wilhewelmss e Elmander, nas vagas de Toivonen, Larsson e Rosenberg. Mas, nada
mais pôde tirar a merecida vitória dos donos da casa! Aos 35, ele foi
substituído e esperou o apito final para comemorar com o seu treinador, Oleg
Blokhin.
Era dia de Shevchenko, era dia do jogo coletivo da Ucrânia,
era dia de festa em Kiev!
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