Parece que foram disputados dois jogos dentro de um só na
terra da bota nesta quarta-feira. O encontro dos líderes no estádio Olímpico de
Roma teve um primeiro tempo monótono, sonolento, com praticamente nenhum lance
de maior emoção. Já nos 45 minutos finais, a partida mudou completamente de
figura e garantiu aos espectadores emoção até o fim. No saldo do duelo, o 1 x 1
foi melhor para a Juventus, que manteve os noves pontos de diferença na
liderança sobre a segunda colocada, a Roma, e caminha a largos passos para o
tetra.
Durante os 45 minutos iniciais a Juventus passou longe, mas
muito longe de ter uma atuação digna de um time que está na liderança do
Campeonato Italiano. O esquema 3-5-2 pode ser definido como o aquele onde três
defensores jogam em linha, possibilitando que os dois laterais se tornem alas e
tenham maior liberdade para chegar ao ataque. E teoricamente é assim que a
Velha Senhora joga. No entanto, Lichtsteiner e Evra, que deveriam ser os alas,
praticamente não apoiaram durante a primeira etapa, se juntando aos três
zagueiros, formando a primeira linha de marcação com cinco homens.
Tal estratégia dificultou demais as jogadas pelos lados do
campo de Roma. Holebas era muito acionado pela esquerda, mas pouco conseguia
criar; Gervinho também não conseguia muita coisa pela direita e Totti
praticamente não tocou na bola, sufocado pela marcação adversária. A tônica do
jogo foi a Roma com praticamente o dobro do tempo de posse de bola, mas sem
conseguir criar, esbarrando na retranca montada por Maximiliano Allegri. Em uma
das raras investidas da Juve, o placar quase foi aberto. Pereyra bateu cruzado
da direita e o grego Manolas, ao cortar para escanteio, quase fez um golaço
contra: a bola passou a centímetros da trave direita de De Sanctis.
Veio a segunda etapa e logo de cara foi possível perceber a
mudança positiva na Juventus. A equipe acuada da primeira etapa deu lugar a um
time que saía para o jogo, tentava marcar sob pressão, mas sem perder a
consciência e a consistência defensiva. Talvez a Roma não esperasse essa
mudança de postura e acabou transparecendo certa afobação com a bola nos pés. O
jogo foi esquentando, as entradas mais fortes foram crescendo em quantidade e o
árbitro Daniele Orsato precisou aumentar o número de cartões aplicados. Na
primeira etapa foram três e o jogo terminou com onze! E o sétimo a ser aplicado
foi o único de cor vermelha e veio a trazer um prejuízo tremendo à Roma. Aos 16
minutos, Vidal arrancava para receber passe que o colocaria na cara do gol
quando foi calçado por trás por Torosidis. O grego já tinha amarelo e tomou o
segundo, sendo expulso. Para piorar ainda mais a situação dos donos da casa,
Tévez acertou uma cobrança magnífica, abrindo o marcador para a Juve.
Tentando recompor o time após a expulsão, Rudi Garcia lançou
Florenzi na vaga de Ljajic. Mas as mexidas que acordaram de fato o time da Roma
vieram alguns minutos mais tarde. Aos 25, Iturbe entrou na vaga de Totti e aos
27 De Rossi cedeu lugar a Nainggolan. A Roma rapidamente passou a ser mais
veloz e mais agressiva para buscar um empate que a essa altura parecia um tanto
quanto improvável. E ele veio aos 32.
Chiellini fez falta em Iturbe pela ponta direita; era a bola parada que a Roma
precisava. Marchisio até tentou evitar que a cabeçada de Keita entrasse, mas
foi em vão: o jogador de Mali apareceu no segundo pau, por trás da marcação,
para deixar tudo igual.
Tinha ainda a Roma cerca de quinze minutos para conseguir
uma vitória, que teria contornos milagrosos, analisando-se o contexto geral da
partida. Iturbe teve até boa chance, mas o chute de canhota passou bem longe da
meta de Buffon. O apito final veio e as duas equipes mantiveram suas séries
invictas: a Roma chegou a seis jogos sem perder e a Juventus a onze. Faltando
treze rodadas, parece muito difícil que a Roma consiga tirar nove pontos da
Velha Senhora, que se aproxima cada vez mais do quarto título consecutivo do
Italiano.
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