Na fase de grupos da Libertadores, o bom futebol apresentado
pelo Tigres, do México, me chamou atenção. E isso me motivou a assistir o duelo
de ida das oitavas-de-final, onde os mexicanos foram até a Bolívia duelar com o
Universitário de Sucre. Os 90 minutos foram mais que suficientes para o Tigres
confirmar a boa impressão deixada na fase de grupos e despontar ainda mais como
um dos favoritos à conquista da América.
Com um minuto de jogo, o Universitario abriu o marcador. Após
cobrança de escanteio da esquerda, Castro desviou no primeiro pau e Jorge
González cabeceou para o fundo das redes. Nem mesmo o gol sofrido precocemente
e os 2.810 metros de altitude foram suficientes para desestabilizar a equipe do
Tigres. Não demorou muito tempo para os comandados do brasileiro naturalizado
mexicano, Ricardo Ferretti, implementarem um bom toque de bola no meio campo e
terem a superioridade na partida.
Talvez o ponto mais forte do time do Tigres seja o trio de
ataque, formado por Rafael Sóbis, Guerrón e Álvarez. Talvez sabendo disso, o Universitario
avançava a marcação, tentando ao máximo impedir a transição da posse de bola do
Tigres do meio para o ataque. E de certa forma deu certo, pois os mexicanos,
apesar de uma boa atuação, não conseguiram criar muitas oportunidades de gol na
primeira etapa. Na melhor delas, aos 34 minutos, Guerrón achou Alvárez na ponta
esquerda e o camisa 11 chutou cruzado, não indo às redes por questão de
centímetros.
Quando o árbitro argentino Patricio Loustau apitou o fim do
primeiro tempo, Guerrón acabou se desentendendo com seu companheiro de equipe,
Pizarro, chegando a proferir-lhe um empurrão. O princípio de confusão logo
cessou e, coincidência ou não, Guerrón não voltou para a segunda etapa, cedendo
lugar a Enrique Esquerda.
Demorou apenas nove minutos na segunda etapa para o Tigres chegar ao empate,
que veio com uma pitada de competência de Ricardo Ferretti. Esquerda entrou
desempenhando bem o papel de “falso 9”, caindo pela ponta direita, mas também
aparecendo bem pelo centro, dando opção de jogadas de profundidade. E foi numa
dessas aparições que ele recebeu de Rafael Sóbis (em posição muito duvidosa,
mas acredito que não estava impedido), limpou o goleiro Robles e chutou para
empatar a partida.
A troca de um jogador por outro (Guerrón por Álvarez) foi
benéfica ao Tigres, mas houve outra mudança também positiva na equipe mexicana.
Só que essa não de uma peça por outra, mas sim no posicionamento de uma peça já
atuante. Arévalo passou a ter mais liberdade para atacar, para se aproximar da
área adversária. Em uma dessas investidas ele descolou excepcional passe para
Álvarez, que deixou o defensor Cuéllar sentado antes de chutar para virar o
jogo e colocar o Tigres em ótima situação para avançar às quartas de final.
No jogo da volta, os mexicanos podem até perder por 1 x 0 que
avançam à próxima fase. A vitória do Universitario por 2 x 1 leva o jogo para a
prorrogação e o triunfo por qualquer outro resultado dá aos bolivianos a classificação. Jogando o futebol que jogou hoje, cabe dizer que se torna muito difícil
outro desfecho que não seja a classificação do time mexicano.
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