Se contra o Peru na estreia o Brasil não foi bem, contra a
Colômbia os comandados de Dunga conseguiram piorar. E quando digo isso, não me
baseio no resultado adverso. A vitória por 1 x 0 da Colômbia em nada influencia
o que está sendo escrito. O que de fato assusta não é perder para a Colômbia, e
sim, a falta de um esquema tático minimamente convincente, a ausência de
jogadas bem trabalhadas e de uma proposta de jogo bem desenhada.
Hoje, a Colômbia é mais time que o Brasil. Se os jogadores
da equipe de José Pekerman são melhores que os comandados de Dunga, é outra
discussão. Mas como time, como coletivo, a distância é grande. A Colômbia soube
apresentar no estádio Monumental de Santiago, mais que uma proposta de jogo. Se
no primeiro tempo a equipe veio para cima e mostrou qualidade para atacar, na
segunda etapa, o time se retraiu consideravelmente, mostrou aplicação para
anular as jogadas ofensivas do Brasil e insumos para sair em contra-ataque.
Acredito que se a saída para esses contra-ataques tivessem sido um pouco mais
eficazes, o Brasil teria boas chances de sair de campo com uma goleada na
bagagem.
Sinceramente, tenho pena é do Neymar. Talento puro,
habilidade nata! É muita genialidade para ser subaproveitada. Se em 2014
disputou uma Copa do Mundo em um time horroroso montado por Felipão, em 2015
disputa uma Copa América em uma equipe para lá de fraca, montada por Dunga. E
quando uso adjetivos como horroroso e fraca, não me refiro a jogadores, mas
falo da parte coletiva. Individualmente, nem a atual convocação de Dunga nem a
de Felipão são ruins. Mas poderiam ser muito melhores...
Não entra na minha cabeça o fato de Ronaldinho Gaúcho, Kaká
e Ganso não serem convocados para fazerem parte da Seleção Brasileira de
Futebol. Talvez não os três, mas quem sabe dois, ou pelo menos um. Talvez seja
do talento de um desses três que Neymar precise para não se sentir sozinho no
meio de um monte de adversários. Ronaldinho então, cairia como uma luva. Talvez
com ele e Neymar no time, até mesmo a carência tática de Dunga fosse um pouco
apagada.
Para piorar a situação brasileira, Neymar levou cartão amarelo
em jogada onde usou a mão (para mim, cartão aplicado de maneira exagerada) e
está fora da decisiva partida contra a Venezuela. Na verdade, há de se relatar
que Neymar ainda foi expulso após o apito final ao se envolver em uma confusão.
O atacante colombiano Bacca também levou o vermelho. Portanto, a fase de grupos
para o Brasil começou mal, teve um meio péssimo e pode ter um final pavoroso.
Terá Dunga agora a incumbência de escolher um substituto
para Neymar. Sinceramente, não tenho
ainda opinião formada sobre determinada escolha, mas o fato é que se estivesse a
seleção melhor convocada, talvez ela fosse mais fácil de ser realizada.
Incrivelmente, essa foi a primeira derrota de Dunga em sua
segunda passagem como técnico da Seleção Brasileira. Nos 11 jogos anteriores,
11 vitórias. Contra a Venezuela, a tendência é que o Brasil jogue mal, assim
como fez nas duas primeiras partidas. Se jogar mal e ganhar como na estreia,
passa de fase. Se jogar mal e perder como diante da Colômbia, corre sério risco
de ser eliminado. Talvez em algum momento Dunga venha a se arrepender das
escolhas que fez em suas convocações em ambas as passagens pela Seleção
Brasileira. Vai ser, portanto, o momento de dizer: “Já era, Dunga!” Duas vezes!
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