Se dez dias atrás, tivesse a Croácia empatado o jogo diante
da Espanha nos minutos finais, a Itália estaria eliminada da Eurocopa. Se isso
estivesse se tornado um fato, o mundo não teria conhecido a verdadeira Itália
dessa Eurocopa. A Azurra leve, envolvente, bonita, consistente e encantadora.
Foi essa Itália que entrou em campo nesta sexta-feira, na cidade de Varsóvia,
para se impor diante da poderosa Alemanha, jogar melhor, dominar a maioria do
tempo e vencer. O sonho de muitos
apaixonados podia ser assistir a mais uma final de Eurocopa entre Espanha e
Alemanha, mas digo, meus caros, que a Itália não deixou a desejar na fase
mata-mata e chega muito forte para essa decisão e pode representar muito bem
aquilo que chamamos de futebol bonito. Tudo isso, sob o comando de Pirlo, que
vem fazendo uma Eurocopa maravilhosa.
Não demorou mais do que cinco minutos para a Alemanha chegar
muito perto de abrir o placar. Após escanteio cobrado da esquerda, Hummels
apareceu na área italiana, livre de marcação, aproveitou a saída errada de
Buffon e chutou para o gol, mas Pirlo apareceu antes da marca final para tirar
com a coxa. O jogo era bom, a Alemanha tentava pressionar, mas a Itália não se
encolhia e buscava espaços no campo ofensivo. Aos 11 minutos, a Alemanha teve perto de abrir o placar
novamente. Boateng cruzou rasteiro da direita, Buffon rebateu, a bola tocou em
Barzagli e por pouco não entrou. No lance seguinte, Kross arriscou de fora de
área e Buffon fez boa defesa. Apesar de termos somente chances alemães até então,
a Itália também se mostrava perigosa Aos 16, Montolivo arriscou de fora da área
e Neuer caiu no canto direito para defender. Pouco depois, o goleiro alemão se
jogou no canto contrário, dessa vez para defender chute de Cassano. Aos 21
minutos, apareceu o talento daquele que é o dono do meio-campo italiano,
atuando tanto de maneira recuada, como de maneira avançada, fazendo as duas
funções com muita qualidade. Trata-se de Andrea Pirlo! Ele apareceu no
meio-campo, deu um lançamento primoroso, de 39 metros, encontrando o zagueiro
Chiellini, que se aventurava pela ponta esquerda. E o camisa 3 italiano
demonstrou qualidade ao tocar para Cassano, que deu um giro perfeito em cima de
Hummels e um cruzamento mais perfeito ainda para Balotelli, que apareceu por
trás de Badstuber para cabecear e estufar as redes alemães: Itália 1 a 0! Vale
lembrar que Cassano, autor da primorosa assistência, fazia um bom primeiro
tempo. A Alemanha tentava arriscar chutes de média distância, mas sem muito
sucesso. Vale lembrar também, que contra a Grécia a equipe de Joachim Low teve
um belo aproveitamento nesse quesito. Aos 26, Mario Gómes ajeitou para Ozil,
que bateu rasteiro, no canto direito, para boa defesa de Buffon. Três minutos
mais tarde, Kross arriscou com curva, mas a bola não teve o endereço do gol. A Alemanha não fazia uma partida ruim, tentava pressionar e levava perigo ao gol italiano. Buffon ainda precisou trabalhar mais uma vez, minutos depois, para defender
chute de Khedira, no canto direito. Mas realmente, quem mais brilhou na
primeira etapa não foi nenhum jogador alemão. Contestado e polêmico, Balotelli
ganhou mais uma denominação aos 34 minutos: artilheiro da Eurocopa! Ele recebeu
belo lançamento de Montolivo, aproveitou a falha do posicionamento do sistema
defensivo alemão, avançou, e da meia-lua, soltou uma bomba, a 90 quilômetros
por hora, para quase furar as redes defendidas por Manuel Neuer. Era o terceiro
gol do camisa 9, que agora se juntava a outros jogadores na artilharia da
competição. Com dois gols de vantagem, a Itália demonstrava-se solta, leve e
tranqüila em campo, diante da temida Alemanha.
Itália joga bem, toma susto no fim, mas consegue a classificação
Joachim Low resolveu mexer na sua equipe para a segunda
etapa. E foram duas mudanças de uma vez só. Klose e Reus entraram nas vagas de
Mario Gómes e Podolski. Vale lembrar que em relação ao time da estréia, a
Alemanha iniciou o jogo com apenas uma mudança. Kross na vaga de Muller, que
continuava no banco de reservas. E a Alemanha conseguiu estabelecer uma pressão
na Itália nos minutos iniciais da segunda etapa. Aos 2 minutos, Reus fez boa
jogada individual pela direita, mas acabou chutando fraco para defesa de
Buffon. Aos 3, Lahm recebeu de Kross, dentro da área italiana, mas bateu por
cima. Aos 11 minutos, Cesare Prandelli resolveu mexer, tirando Cassano, que
fazia bom jogo, para a entrada de Diamanti, que substituiu o seu companheiro à
alutra. Em dia inspirado, Balotelli tentou fazer o seu terceiro gol aos 14, mas
o seu chute pela ponta direita da área acabou saindo. A Alemanha seguia
pressionando a Itália e aos 16, Reus bateu falta com perigo, obrigando Buffon a
fazer boa defesa, antes da bola tocar no travessão. Aos 17, Prandelli mexeu
novamente, lançando Thiago Motta na vaga de Montolivo. No papel, o time
italiano ficaria mais defensivo, mas, o que aconteceu foi o contrário, a Itália
melhorou na partida. Em decorrência da substituição ou por mera coincidência, a
Azurra melhorou sua marcação no meio-campo e a pressão alemã diminuiu. Pouco
depois da metade do tempo, os treinadores resolveram mexer pela última vez. Aos
24, Balotelli, um dos heróis italianos, deixou o campo para a entrada de Di
Natale, enquanto o ponta direita Muller entrava na Alemanha, na vaga do lateral
Boateng. A Alemanha tentava pressionar, mas a Itália era mais organizada,
mostrando consistência e rápida saída de contra ataque. E a Alemanha se abriu,
dando muito campo para os italianos, que começaram a criar chances atrás de
chances. Marchisio teve oportunidade de ampliar, mas bateu para fora, Di Natale
teve uma chance claríssima, ao receber livre pela direita, mas acabou
finalizando para fora. E quando Balzaretti enfim balançou as redes alemães na
segunda etapa, o impedimento foi marcado corretamente. A Alemanha parecia sem
forças para reagir, os minutos estavam esgotando-se e a classificação italiana
estava cada vez mais perto. Mas, o jogo ainda pegaria fogo, tomando contornos
fortes de emoção. Aos 44, Hummels apareceu na área italiana, chutou, a bola
bateu em Bonucci e depois Buffon conseguiu defender. Aos 45, o árbitro
assinalou pênalti, por conta de um toque de mão de Balzaretti. Ozil cobrou no
canto esquerdo de Buffon e diminuiu. A Alemanha tinha agora poucos minutos para
tentar empatar no abafa. E o goleiro Neuer simplesmente resolveu abandonar o
gol e virar jogador de linha. O arqueiro alemão, vestindo seu uniforme laranja,
transitava pelo meio-campo, pela defesa, pelo ataque e demonstrava que a menor
preocupação nesse momento era defender a sua meta. Apesar da iniciativa do
grande goleiro alemão, do abafa da ótima equipe comandada por Joachim Low, era
dia de uma merecida festa italiana. Festa de um time que jogou um futebol digno
de finalista da difícil e complicada Eurocopa!
Danilo,
ResponderExcluiracredite, essa Italia lembra muito a de 82, chega desacreditada, com problemas de corrupção na liga interna e com jogadores contestados... vai acabar campeã, rsrsrs.
BLOG DO CLEBER SOARES
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