Desfilando seus craques, abusando do direito de fazer gol e
de jogar bonito, a Espanha ampliou seu histórico de conquistas no dia primeiro
de julho de 2012. Com uma atuação quase perfeita, a Fúria aplicou 4 a 0 na
seleção italiana e sagrou-se, pela segunda vez consecutiva, campeã da Eurocopa.
Lembrando que entre as duas conquistas, nada mais, nada menos, que um título de
Copa do Mundo. A Itália não jogou mal, especialmente na primeira etapa, quando
conseguiu atacar, equilibrar as ações e dificultar a vida espanhola. Só que a
abundância do talento espanhol faz a diferença. Quando o jogo está equilibrado E parece que a Espanha vai ter muitas dificuldades para vencer, é comum aparecer
uma troca de passes genial, uma enfiada de bola fantástica, um lance magnífico,
que se transforma naturalmente em gol.
Fúria abre 2 a 0 na primeira etapa
A partida começou bem movimentada. Com menos de sete
minutos, Pirlo já tinha arriscado uma finalização que passou à esquerda e
Sérgio Ramos já havia concluído em gol duas vezes: em uma cobrança de falta e
em uma cabeçadas, ambas pára fora. Aos 9 minutos, veio o esboço do gol
espanhol. Em uma bonita jogada, Xavi tabelou com Fábregas e bateu da meia lua: para fora. Dois minutos mais tarde, Xavi tocou para Iniesta, que deu uma
enfiada de bola sensacional, encontrando Fábregas na ponta direita. E o camisa
10 espanhol também fez uma jogada sensacional, cruzando na cabeça de David
Silva, que finalizou no canto direito de Buffon: indefensável! A valente e
guerreira Itália não fazia uma partida ruim. Após o gol espanhol, a equipe
comandada por Cesare Prandelli assustou em algumas cobranças de escanteio na
área espanhola e Cassillas precisou trabalhar. Aos 19, o zagueiro Chiellini,
improvisado na lateral esquerda, assim como na semifinal diante da Alemanha,
sentiu uma contusão e precisou deixar o campo para a entrada de Balzaretti. Aos
28, Cassano recebeu pela esquerda da área, cortou o lateral Arbeloa e chutou
rasteiro para defesa segura de Cassillas. A Itália conseguia chegar à frente,
conseguia equilibrar a posse de bola, mas a Espanha mostrava-se muito segura
defensivamente e muito qualificada na parte ofensiva, nessa partida, com
destaque para Cesc Fábregas, que fez um grande primeiro tempo. E aos 40
minutos, apareceu o talento de Xavi, que deu uma enfiada genial para Jordi
Alba, que infiltrou no sistema defensivo italiano, saiu na cara de Buffon e
chutou para fazer 2 a 0. Considerando-se a Eurocopa de 2008, a Copa do Mundo de
2010 e a Eurocopa de 2012, a Espanha tinha, até antes do jogo contra a Itália,
tomado apenas seis gols em 18 jogos, sendo que nenhum em confrontos de
mata-mata. Números expressivos de um time fantástico, estatísticas
impressionantes de uma equipe sensacional. Seria difícil acreditar que a Itália
conseguiria fazer dois gols na segunda etapa para empatar o confronto.
Para a segunda etapa, Cesare Prandelli lançou o atacante Di
Natale na vaga de Cassano, que fez um bom primeiro tempo. Vale lembrar que o
único gol sofrido pela Espanha nessa Eurocopa, foi marcado justamente por Di
Natale, na estréia. E com menos de um minuto, o jogador da Udinese teve chance
de diminuir, após receber cruzamento da esquerda de Abate, mas cabeceou por
cima da meta. Mais clara ainda, foi a chance perdida pelo atacante aos 5
minutos. Dessa vez, ele recebeu na esquerda da área e chutou para boa defesa de
Cassillas. Por sinal, que grande Eurocopa fez o goleiro espanhol! Com a difícil
missão de fazer pelo menos dois gols em menos de 45 minutos, Cesare Prandelli
poderia lançar no jogo o meia Diamanti, que entrou muito bem nas quartas de
final e na semifinal, mas o comandante italiano preferiu colocar o volante
Thiago Motta na vaga de Montolivo, aos 15 minutos. O que ele quis com essa
substituição, realmente eu não sei, só sei que aconteceu tudo aquilo que o
treinador não havia planejado. Apenas dois minutos após ter entrado, Thiago
Motta se machucou sozinho e não teve condições para seguir no jogo. Com todas
as três substituições já feitas, Prandelli viu seu time ficar com dez jogadores o
restante do jogo. Pior que isso, viu seu time ser totalmente dominado pela
Espanha. Desde a saída de Thiago Motta até o apito final, a Itália praticamente
inexistiu no campo ofensivo. O jogo perdeu em emoção. Com dois gols de vantagem
e o duelo amplamente dominado, a Espanha tocava a bola no campo ofensivo,
demonstrando calma e qualidade, duas virtudes bem transparentes nesse time. Del
Bosque foi mexendo aos poucos no time. Lançou Pedro na vaga de David Silva, Torres na vaga de Fábregas e Juan Mata na vaga de Iniesta. E a Espanha ainda fez o duelo virar
goleada. Torres aproveitou um passe sensacional de Xavi e ampliou, se tornando
um dos artilheiros da Euro, com três gols.
Pouco antes do fim, Torres recebeu
outra bola na frente e teve a chance de marcar mais um e se isolar na
artilharia, mas ele não foi fominha e serviu Mata, que chutou para as redes e a Espanha fechou a Eurocopa com chave de ouro.
Literalmente ouro! O terceiro título da Espanha em cinco
anos. Dezonove jogos, 32 gols marcados, apenas seis sofridos. Catorze vitórias,
quatro empates e apenas uma derrota. Números que por si só não dizem nada, mas
atrelados a essa geração espanhola e ao futebol apresentado por ela, dizem
muita coisa.
Em cerca de um mês, tivemos jogos fantásticos, equipes fantásticos e jogadores fantásticos em solo ucraniano e polonês. Um grande evento, que ultrapassa o plano esportivo. Um evento que moveu o mundo, encantou muito amantes de futebol. Temos seleções mais qualificadas que outras, é claro, mas no geral, as equipes apresentaram-se muito bem, cada uma em seu estilo. Muitos jogos bons, muita emoção e muito futebol de qualidade. Difícil encontrar "peladas", jogos feios e desinteressantes nessa edição da Eurocopa! Difícil dizer que a Eurcopa terminou. Mas, certamente, ficará eternizada na memória daqueles que a assistiram. Segue abaixo a seleção da Euro 2012:
Goleiro - Cassillas (Espanha)
Lateral direito - Arbeloa (Espanha)
Zagueiros - Sérgio Ramos (Espanha) e Pepe (Portugal)
Lateral esquerdo - Jordi Alba (Espanha)
Volantes - Pirlo (Itália) e Khedira (Alemanha)
Meias - Iniesta (Espanha) e Xavi (Espanha)
Atacantes - Cassano (Itália) e Cristiano Ronaldo (Portugal)
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