O Flamengo mudou. E mudou para melhor. Desde a saída de
Vanderlei Luxemburgo e chegada de Cristóvão Borges, há cerca de dois meses, o
Flamengo só vem melhorando o nível do futebol apresentado e, atrelando a isso
bons resultados. Nas últimas seis partidas, o time venceu quatro, empatou uma e
perdeu apenas uma, tendo apresentações de nível que dificilmente seria
alcançado sob comando de Luxemburgo.
Além da melhora técnica e tática em geral, Cristóvão
conseguiu dar ao Flamengo algo que o time parecia carecer: consciência. Contra
o Atlético-PR, mais uma vez isso ficou nítido. Os jogadores parecem saber onde
estão dentro de campo e porque ali estão. O time soube jogar marcando pressão,
tentando roubar a bola rapidamente, como soube jogar com a primeira linha de
marcação ofensiva na altura do meio-campo, impedindo assim a progressão
adversária para o campo de ataque. Os jogadores do Flamengo hoje não se livram
da bola de qualquer maneira, trocam passes com muito mais qualidade e não se
afobam quando a marcação aperta. Parece ser o início de uma reconstrução do
Futebol do clube. Não falo de resultados, vou além: falo de uma filosofia de
jogo diferente da que vinha sendo implementada por Luxemburgo.
Aquela bagunça que Luxemburgo promovia e ainda parecia achar
fazer parte do processo, hoje não mais existe. Luxemburgo parecia preocupado
somente com a zona da confusão na tabela de classificação. Cristóvão, não. O
Flamengo está distante da confusão na tabela e Cristóvão vem, dia após dia,
desfazendo a confusão tática que Luxemburgo implementou naquilo que mais
parecia um conjunto de onze cidadãos perdidos do que propriamente um time de
futebol.
Sinceramente, quando Luxemburgo saiu do comando técnico,
imaginava eu que o Flamengo demoraria muito mais que dois meses e meio para
chegar ao nível que hoje se encontra. Cristóvão parece o principal responsável
pela aceleração desse processo. Jogando da maneira a qual tem jogado desde o
início do campeonato, seria o Flamengo um dos fortes candidatos ao título
brasileiro. Ainda assim, é importante colocar os pés bem no chão e ter como
principal meta nessa competição, não figurar entre os quatro últimos ao término
da rodada. Se no futebol o céu e o inferno são pra lá de próximos, no Flamengo
essa distância parece ser ainda mais curta.
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