segunda-feira, julho 27, 2020

COM BOA ATUAÇÃO, FULHAM VENCE O CARDIFF FORA DE CASA

Por Danilo Silveira

Confesso não ser eu acompanhante assíduo da segunda divisão do Campeonato Inglês, mas sempre que paro para assistir um jogo ou outro, fico pensando "como é boa a qualidade do futebol apresentado, tratando-se de uma segunda divisão." E nessa segunda-feira, foi a vez de assistir ao duelo entre Cardiff x Fulham, válido pelo Playoff de acesso, que dará ao vencedor, a chance de disputar a primeira divisão na próxima temporada.

O mais impressionante de se observar na partida, foi como as duas equipes não davam chutão, não rifavam a bola e tentavam ao máximo trabalhar a posse de pé em pé. O Fulham, jogando fora de casa, parecia sentir-se cada vez mais a vontade dentro da partida. Na metade da primeira etapa, já podíamos dizer que os comandados de Scott Parker atuavam melhor dentro de campo. A equipe tinha a paciência necessária para, aos poucos, ir encurralando o adversário no campo de defesa. Mas estava difícil penetrar. Os donos da casa fechavam bem a marcação tanto pelos francos, quanto pelo centro. Talvez, o que tenha faltado ao Cardiff para conseguir levar maior perigo no campo de ataque, tenha sido uma boa alternativa de contra-ataque, pra tentar pegar a defesa do Fulham aberta.

No primeiro tempo, o domínio do Fulham não se transformou em gol, mas na etapa derradeira, não tardou para a rede ser balançada. Aos 4 minutos, jogada iniciada pela ponta esquerda, que chegou até o centro, nos pés do Onomah. O camisa 25 estava cercado por vários jogadores de azul (marcadores do Cardiff), mas em uma das jogadas mais bonitas da partida, ele girou em cima de um adversário, deixou mais dois para trás e teve tranquilidade e classe para bater na saída do goleiro Smithies.

Agora sim o placar refletia aquilo que acontecia dentro de campo. E o gol fez muito bem ao Fulham. O domínio sobre o Cardiff foi ficando cada vez maior e mais evidente. Aos 25, Neil Harris mexeu 3 vezes na sua equipe, mas as trocas poucos fizeram efeito. Cada vez mais solto e envolvente em campo, o Fulham estava muito mais perto de ampliar, que de sofrer o empate. E o 2x0 veio em uma belíssima cobrança de falta do congolês Kebano. Gol para premiar a atuação do ponta-esquerda, que muito acionado, deu trabalho ao sistema defensivo do Cardiff durante os 90 minutos

Quinta-feira teremos o jogo de volta, na casa do Fulham. Pela vantagem conquistada no jogo de ida e pela superioridade do futebol apresentado, fica difícil enxergar o Fulham perdendo a vaga na final dos Playoffs.


domingo, julho 26, 2020

O NOVO CORINTHIANS, MAS COM JEITO DE VELHO.


O Corinthians joga feio. Já faz muito tempo. Há quem diga que essa tal identidade começou com Mano Menezes, há quem diga que começou com o Tite. Outros dizem que um iniciou e o outro aprofundou. Mas a questão principal aqui não é definir onde iniciou essa ausência de beleza como DNA do Timão. O importante é apenas pontuar que há anos o time joga feio, tem uma equipe reativa, que pouco cria, que mais se preocupa com a defesa que com o ataque.


Em 2020, Thiqgo Nunes chegou e parece que a ideia era mudar essa identidade do Corinthians. Haja trabalho e haja coragem para tal empreitada. O Corinthians se acostumou com a própria feiura no seu estilo de jogo. Foi assim que conseguiu suas maiores glórias. Ganhou Brasileiro, ganhou Libertadores, ganhou Mundial. Tite deixou um legado enorme. Tanto de títulos, quanto de futebol feio. Só que nos tempos em que ele dirigia o Timão, tinha Alex, Emerson Sheik, Paulinho, Guerrero. O time era muito bom individualmente. Mesmo visivelmente se preocupando mais em defender que atacar, o Corinthians do Tite ainda conseguia criar alguma coisa, o talento era muito grande.

Carrille substituiu Tite. Tinha um plantel bem pior nas mãos, mas tinha um ideia de jogo que parecia um pouco mais interessante, com um time levemente mais "solto" Mas as raízes ainda estavam entranhadas no defensivismo de Tite. Carrille foi campeão brasileiro.

Hoje, eu sentei no sofá para ver o Corinthians do Thiago Nunes jogar. O adversário era o Oeste. O Timão precisava ganhar e torcer para o São Paulo vencer o Guarani para seguir vivo no Paulistão. A missão foi cumprida. O São Paulo derrotou o Guarani e o Corinthians venceu o Oeste por 2x0. Vitória essa que veio após uma atuação terrível da equipe de Thiago Nunes. Chega a ser difícil estabelecer comentários mais elaborados sobre a forma de jogar da equipe. Parecia um bando de jogadores dentro de campo que não sabiam o que fazer. O primeiro gol saiu da maneira que o Timão mais se acostumou a gostar: na bola parada. Danilo Avelar apareceu na área do Oeste para cabecear e abrir  o placar aos 47 da primeira etapa. Se não me falha a memória, a primeira finalização a gol do Corinthians. Isso mesmo que você leu, a primeira conclusão a gol do Corinthians aconteceu nos acréscimos da primeira etapa.

No segundo tempo, a equipe de Thiago Nunes melhorou em alguma coisa (piorar seria quase impossível!). Mostrando-se limitado, mas valente, o Oeste tentava a reação para evitar o seu rebaixamento no Paulistão. Tentou, tentou, chegou muito perto, mas nos acréscimos, Éderson chutou de fora da área para ampliar e selar, mesmo com um futebol muito pobre, a vitória corintiana.

Resta agora saber o que será mais forte: a vontade de Thiago Nunes em mudar um estilo de jogo de um clube acostumado a vencer sem jogar bonito ou um esquema de jogo aprofundado no clube há anos, que abre mão de atacar para defender e tenta achar uma bolinha perdida para fazer um golzinho e conseguir a vitória. Sendo mais direto, o Corinthians "que joga pelo 1x0".