terça-feira, junho 29, 2021

JOGO 41: COMO SE FOSSE UM FILME, ESPANHA VENCE A CROÁCIA NA PRORROGAÇÃO

 Por Danilo Silveira

O duelo entre Espanha e Croácia pode ser narrado em forma de filme. Acredito que nem o melhor dos diretores de Hollywood conseguria montar um roteiro fictício tão bom quanto foi Espanha x Croácia na vida. 

Assistindo somente o trailer, veremos gols e mais gols, mas o duelo em Copenhagen foi muito mais do que os 8 gols anotados.

Nos minutos iniciais do filme, aquelas apresentações básicas dos personagens. Talvez fosse difícil gravar de maneira inicial, o nome dos personagens que vestiam vermelho. Mas era nítido o entrosamento e desenvoltura que todos eles tinham para contracenar. Bola de pé em pé, total domínio do campo territorial do adversário. E assim é a Espanha. Quando está ganhando, empatando ou perdendo. Tem aquele DNA dentro de si, que passa de geração para geração. É encantador.

E aos 19 minutos de filme, veio o primeiro gol. E veio digamos num momento frio do filme. Naquele momento onde o espectador olha para o balde em seu colo para pegar um punhado de pipoca. A bola estava no campo de defesa eapanhol, sem nenhum perigo de gol aparente. Até que Pedri atrasou para o goleiro Unai Simón, que falhou no domínio e viu a bola morrer no fundo das redes.

O primeiro momento talvez onde o espectador refletisse de maneira mais profunda e fizesse perguntas para si mesmo: "Qual o rumo desse filme?", "E agora, como a Espanha reage ao golpe?".

A resposta veio logo. A Espanha continuou sendo a Espanha de sempre. Paciente, encantadora e pró ativa. E aos 37 minutos, lá estava a igualdade no marcador. Sarabia aproveitou um rebote e estufou as redes croatas. 

O filme em questão é tão perfeito que o roteirista dá 15 minutos para o espectador "respirar", beber uma água e voltar. E é bom mesmo se hidratar, relaxar, porque o que vem por aí é de tirar o fôlego.

Demorou 11 minutos do retorno até o terceiro gol da partida. Vira, que vira, que vira! É da Espanha! Ferran Torres cruzou da esquerda, Azpilicueta apareceu dentro da área para cabecear e colocar La Roja na frente.

A Croácia tinha uma saída para o jogo. Simplesmente, sair para o jogo. Atacar! Buscar o gol. Mas ao fazer isso, abre espaço para a Espanha desfilar seu talento. E assim foi aos 76 minutos de filme. Pau Torres lançou Ferran Torres, que ganhou do marcador e bateu na saída do goleiro Livakovic. 

Estava chegando ao final o filme. Bom, legal, mas daqueles filmes que você já sabe o final muitos minutos antes do término. Aí é que vocês se enganam. A Croácia guardou suas forças para o final. Modric, o ator croata mais famoso, apareceu na área, tocou para o meio, e após bate, rebate, Orsic marcou aos 39 da segunda etapa.

O mesmo Orsic apareceu aos 46 minutos, para cruzar na cabeça de Pasalic. Nas legendas croatas, "Cilj! E que "Cilj"! O Cilj que determinou o clímax do filme, um dos momentos mais emocionantes da Euro e a ocorrência de uma prorrogação.

Se você não sabe o que significa Cilj, troque a legenda de croata para português e verá a palavra "gol".

Veio a prorrogação. Pelo lado da Croácia, empolgação, confiança. Pelo lado espanhol, o semblante do treinador Luís Enrique era enigmático. Parecia desapontado, parecia incrédulo, parecia pensativo.

Unai Simón, outrora candidato a vilão, atuou como herói ao evitar o quarto gol croata. Em seguida, veio a pintura do ator dos mais criticados do elenco espanhol. Morata recebeu cruzamento da direita, dominou de maneira categórica e chutou bonito para recolocar a Espanha em vantagem.

Difícil dizer qual tipo de filme é Espanha x Croácia. Mas, em dado momento, ficou claro uma mistura de ação com suspense. Jogo lá é cá. Croácia se mandando para o ataque, Espanha aproveitando os buracos deixados na defesa croata. E aos 12 minutos da prorrogação, veio a cena a deixar o espectador muito desconfiado do final do filme. Oyarzabal chutou para as redes croatas: 5x3.

De um filme como esse, tudo pode se esperar. Mas os minutos passaram e cada vez ficou aparente que não haveriam mais reviravoltas. Pode subir o letreiro, pode tocar o hino espanhol de fundo que a Espanha está entre as oito da Europa!

segunda-feira, junho 28, 2021

JOGO 40: ATUAL CAMPEAO, PORTUGAL CAI DIANTE DA BÉLGICA

 Por Danilo Silveira 

O estádio de Sevilla estava preparado para receber o que prometia ser um dos duelos mais interessantes das oitavas de final da Eurocopa. Talvez o jogo onde se reunisse mais talento individual dentre os 22 jogadores que iniciaram o jogo. De um lado Eden Hazard, De Bruyne e Lukaku. Do outro, Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva e João Moutinho.

Só que dentro de campo, o tão qualificado jogo, não se concretizou. Quem mais deixa a desejar, no caso, é a Bélgica, que apresenta há muitos anos, um grande futebol. 

No resumo da obra, a Bélgica tinha a bola, mas atacava sem muita objetividade e intensidade. Portugal, quando tinha a bola, pouco conseguia criar diante da marcação belga e em alguns momentos tentava explorar velocidade nos contra ataques. 

Meio sumido em campo, De Bruyne pouco produziu. Sobrou para Eden Hazard comandar as ações do meio-campo belga. O gol não saiu de seus pés, mas tudo esteve em família. Seu irmão, Thorgan Hazard, acertou um belo chute de fora da área, no canto esquerdo de Rui Patrício, para levar a Bélgica em vantagem para o intervalo. Interessante analisar todo o lance do gol...um prêmio para a equipe que tenta sair jogando de pé em pé. A bola saiu dos pés do goleiro Courtois, foi rolando a grama e passando em vários pés que vestiam camisa vermelha, até chegar às redes portuguesas.

Portugal tinha 45 minutos para apresentar um futebol um pouco mais convincente do que havia apresentado até aqui na Euro e fazer valer, digamos assim, o status de "atual campeão". Fernando Santos foi colocando em campo o talento que seu plantel lhe permite. Lançou João Félix e Bruno Fernandes aos 9 minutos da segunda etapa.

Portugal conseguiu o domínio territorial. Talvez por mérito, talvez por opção da Bélgica. Acredito eu que um pouco de cada coisa. Verdade seja dita, o domínio português só se transformou efetivamente no que podemos chamar de pressão, nos minutos finais. A Bélgica esboçava a possibilidade de "matar o jogo" no contra-ataque, mas não conseguia concretizar tal feito. O jogo ganhou contornos da emoção. Courtois salvou em cabeçada a queima roupa, a trave esquerda impediu o empate em chute de Raphael Guerreiro. E dessa forma, a seleção número 1 do ranking da FIFA, eliminou a atual campeã da Euro.

domingo, junho 27, 2021

JOGO 38: COM EMOÇÃO ATÉ O FIM, ITÁLIA DERROTA A ÁUSTRIA NA PRORROGAÇÃO

 Por Danilo Silveira

Aqui é Eurocopa! Aqui é futebol! Na sua essência. Itália e Áustria fizeram em Wembley, um jogo com todos (ou quase todos) os ingredientes que um bom jogo de futebol requer. Duas equipes super arrumadas, que buscaram o gol quase a todo momento, cada uma da sua maneira.

O duelo começou com a Itália tenta do imprimir  velocidade e a Áustria tentando envolver a defesa adversária com um meio-campo altamente técnico. Tão logo, os papéis se inverteram. A Itália passou a ter a bola e tentar jogar com paciência para quebrar o sistema defensivo adversário , enquanto a Áustria passou a tentar explorar o contra-ataque veloz.

Veio o intervalo e o placar não foi alterado. Podemos dizer que a Itália foi superior na primeira etapa. Dominou mais o campo ofensivo, finalizou mais e esteve mais perto do gol.

A segunda etapa iniciou de maneira diferente que a primeira A Áustria voltou melhor, passou a ser mais incisiva no ataque. O tempo passava, o 0x0 persistia e o jogo se tornava cada vez mais dramático. As feições do torcedores nas arquibancadas davam o tom do clima da incerteza que o duelo produzia. A minoria da torcida austríaca gritou quando Arnautovic cabeceou para as redes de Donarumma. A maioria italiana no estádio vibrou quando o VAR indicou impedimento no lance, que acabou anulado.

Os grandes duelo são sempre suscetíveis a surgirem heróis, muitas das vezes improváveis. Insigne do lado italiano, Sabitzer do austríaco, talvez tenha. Sido os melhores jogadores de cada equipe na partida. Mas na hora de marcarem o gol, talvez tenham tudo um misto de erro com azar. Sabitzer pegou mal na hora de finalizar sozinho na área italiana. Insigne carimbou a trave austríaca. 

Veio portanto, do banco de reservas, a solução para balançar as redes. Em uma prorrogação de tirar o fôlego, as equipes marcaram 3 gols em 30 minutos, depois de 90 minutos de seca. E os 3 tentos foram anotados por jogadores que vieram do banco de reservadas.

Chinesa recebeu pela direita da área, driblou o marcador e bateu forte, cruzado. Golaço que botou a Azurra na frente aos 4 minutos da prorrogação. Péssima foi às redes ainda na primeira etapa da prorrogação, para ampliar a vantagem italiana. 

Mas a Áustria era valente, aguerrida. Kalajdzuc saiu do banco para o primeiro pau da área italiana, para cabecear e dar um pingo de esperança para a Áustria, ao vazar a defesa italiana, que não sofria gol há mais de mil minutos.

Fim de papo! Itália classificada! Áustria eliminada. Uma Ítália renovada, de novos conceitos, mas que ainda precisa evoluir muito para chegar no nível de seleções como Bélgica, França e Alemanha. Uma Áustria aguerrida, qualificada, organizada, que eu espero ver na Copa do Mundo do próximo ano.

A sequência da Euro promete! E muito. Em termos táticos, técnicos e em emoção.

sábado, junho 26, 2021

JOGO: ESPANHA PASSEIA DIANTE DA ESLOVÁQUIA E SE GARANTE NAS OITAVAS

 Por Danilo Silveira

Os dois empates nos dois primeiros jogos, talvez tenham gerado críticas à Fala há. Críticas essa que se embalam somente pelo resultado numérico, mas não pelo futebol apresentado. 

E na última rodada da fase de grupos, a Espanha repetiu o.bom futebol apresentado ao longo da Eurocopa. Mas, dessa vez, o resultado foi numérico do jogo foi bem diferente. Sonoros 5x0 diante da Eslováquia. É preciso respeitar, e muito o tiki taka espanhol. Assim é apelidado o estilo de jogo da seleção espanhola. Bola de pé em pé e muita paciência para chegar ao gol ao longo dos 90 minutos.

Vem forte a Espanha. Talvez sem o status de favorita, de anos atrás, mas com conceitos muito interessantes, que tendem a dar trabalho para muita seleção mais badalada.

A Eslováquia está eliminada. Vale destacar que a seleção comandada por Stefan Tarkovic apresentou um futebol bem pobre e pouco vistoso nas três partidas jogadas.

terça-feira, junho 22, 2021

JOGO 32: FORTE DEFENSIVAMENTE, INGLATERRA DERROTA A REPÚBLICA TCHECA

 Por Danilo Silveira

A impressão que dá é que a Inglaterra não jogou nessa fase de grupos da Eurocopa, tudo aquilo que pode. Trata-se de uma nova geração para lá de talentosa. Mas, ainda assim, a Inglaterra é muito forte. Se não é o futebol mais encantador e vistoso, estando atrás de Alemanha e Bélgica nesse quesito, por exemplo, a Inglaterra compensa isso com um sistema defensivo para lá de sólido, talvez o melhor da competição até aqui. E por sinal, a Inglaterra não sofreu um gol sequer nesses três primeiros jogos.

É sempre bom frisar que sistema defensivo bom, não é sinônimo de um time retranqueiromonem que apenas os zagueiros e laterais estão indo bem. Significa dizer que o sistema de marcação como um todo (isso pode envolver meias e atacantes) funciona de maneira muito arrumada e éficiente.

Na parte ofensiva, a equipe comandada por Gareth Southgate também vai bem. Talvez, para avançar em duelos mais complicados, a equipe precise produzir um pouco mais. 

No duelo de invictos do grupo C, contra a República Tcheca, Sterling, Kane, Grealish e Saka formaram um bom quarteto ofensivo, com destaque para esse último, que foi o melhor jogador em campo na primeira etapa, inclusive, iniciando a jogada do gol de Sterling, o único da partida, que selou a vitoria inglesa.

Pelo lado da República Tcheca, cabe dizer que a equipe não demonstrou ter tanto talento quanto a Inglaterra, mas a postura da equipe comandada por Jaroslav Silhavy foi interessante, uma vez que a equipe buscou bastante o ataque, tentando envolver o sistema defwnaivo inglês, variando as jogadas por ambos os flancos.

Invicta, com 7 pontos conquistados em 9 disputados, a Inglaterra passa em primeiro do grupo. Fato esse, que nem de longe faz a equipe ter um cruzamento nas oitavas de final, supostamente mais fácil nem menos complicado. A equipe pega simplesmente o segundo colocado do grupo F, que pode ser França, Portugal, Alemanha e Hungria. Deve vir pedreira por aí!

Já os tchecos, passaram como um dos melhores terceiros colocados e precisarão esperar o andamento da competicao para saber o adversário das oitavas.


JOGO 30; BÉLGICA DOMINA A FINLÃNDIA DO INÍCIO AO FIM, VENCE E SE CLASSIFICA COM 100% DE APROVEITAMENTO

Podemos dizer que a Bélgica é um time diferenciado. Podemos colocar a equipe num patamar acima da maioria das outras seleções da Euro. Tal fato passa pelo talento de Eden Hazard, De Bruyne, Lukaku e companhia, mas muito tambem pelo belo trabakho feito pelo treinador Roberto Martínez.

A qualidade belga acima da média pode ser ilustrada por aquilo que ela fez contra a Finlândia. Na segunda rodada, por exemplo, diante de Rússia, os comandados de Markku Kanerva tiveram uma boa atuação. Mesmo sendo um time mais para defensivo que ofensivo, a equipe conseguia chegar ao ataque com certa constância e com bastante jogadores. 

Diante da Bélgica, esses ataques praticamente sumiram, tamanha era a superioridade da Bélgica. Tanto técnica, quanto tática. O time atacava de uma maneira que encurrala quase todos os jogadores finlandeses no último quarto do gramado, chegando ao ponto dos zagueiros belgas, Boyata e Denayer, jogarem quase na intermediária adversária em dado momento da primeira etapa.

Apesar de tudo, a Bélgica não criou lá tantas chances de gol na primeira etapa. Mas era bonito de ver a equipe jogando. Na oportunidade mais clara de gol, Doku bateu cruzado da esquerda e Hradecky fez excelente defesa.

O placar foi zerado para o intervalo. No início da segunda etapa, podemos notar um certo esforço finlandês para sair da zona defensiva. Mas, no geral, pode-se dizer que a Bélgica seguia amplamente melhor na partida. Vale lembrar que a Bélgica já entrou em campo classificada e o empate garantia a vaga para a Finlândia. Quanto mais o tempo passava com o placar intacto, melhor para os filandeses. O primeiro gol do jogo poderia ter saído com Lukaku, mas o atacante estava impedido por pouquíssimos centímetros.

Aos 28 minutos, veio o prêmio para a equope que melhor jogava. Escanteio cobrado da esquerda, Vermaelen cabeceou sozinho, a bola pegou na trave esquerda, voltou na mão do goleiro Hradecky e entrou. O árbitro anotou gol contra do goleiro, que não teve culpa alguma. Lance completamente acidental. 

A Finlândia prontamente saiu mais para o jogo, buscando o empate que lhe deixaria entre as 16 melhores colocadas da competição. Mas, sete minutos após o primeiro gol, Lukaku foi às redes novamente, e dessa vez nada de VAR. Belo pivô e chute forte no canto esquerdo do goleiro.

Três vitórias, sete gols marcados e um sofrido para uma das favoritas ao título da competição. Já a Finlândia, terminou em terceiro lugar do grupo, com 3 pontos e saldo negativo de 2. A equipe precisa torcer para algumas combinações de resultados para se classificar como uma das quatro melhores terceiras colocadas 


segunda-feira, junho 21, 2021

JOGO 27: ÁUSTRIA É SUPERIOR, VENCE UCRÂNIA E PEGA ITÁLIA NAS OITAVAS.

 Áustria e Ucrânia entraram em campo na cidade de Bucareste, em situação muito similar na tabela de classificação. Ambas com 3 pontos É com saldo de gols 0.

Mas, o que se viu dentro de campo, não foi um equilíbrio. Talvez o 1x0 para a Áustria, coroe o time que melhor jogou, mas seja um placar pouco elástico para ilustrar a superioridade da equipe comandada por Franco Foda.

Pode-se dizer que o futebol da Áustria nessa Eurocopa, chama atenção positivamente. Defensivamente, é um time muito seguro, com uma marcação muito boa, tanto com o time postado no campo de defesa, tanto na hora que opta por marcar pressão. No ataque, o time demonstra um meio-campo muito técnica e boa qualidade para atacar pelos flancos.

Baumgartner fez o gol único da partida aos 24 minutos da primeira etapa. Aliás, 45 minutos iniciais de completo domínio austríaco e só não houve aumento na diferença no placar porque Arnautovic perdeu uma chance cara a cara, ao pegar mal na bola.

Na segunda etapa, podemos dizer que o domínio da Áustria continuou, mas os comandados do ídolo Urcaniano Andrii Shevchenko passaram a figurar mais no campo ofensivo, buscando o empate, mas esbarrando na boa marcação austríaca.

Veio o apito final e a consolidação da classificação da Áustria, na segunda colocação do grupo C, onde a Holanda passou em primeiro. O mais interessante é que nas oitavas de final teremos o duelo entre Áustria x Itália, o que promete ser um jogaço.

Já a Ucrânia, terminou em terceiro lugar do grupo, com 3 pontos É precisa esperar a conclusão de todos os grupos, para saber se vai avançar entre os 4 melhores terceiros colocados.

sábado, junho 19, 2021

JOGO 24: ESPANHA JOGA BEM, MAS LEWANDOWSKI IMPEDE DERROTA POLONESA

 Por Danilo Silveira

A seleção espanhola não conta mais com o talento de Iniesta, Xavi, David Villa, Fábregas, entre outros que marcaram a tão vitoriosa e encantadora Espanha, bicampeã europeia e campeã mundial, lá para os anos 2010. Mas, ainda assim, a Espanha tem muito daquele time. Saem as peças, fica o sistema de jogo. Fica o conceito e até mesmo o encanto.

A forma como a equipe comandada por Luis Enrique controla o jogo, comanda as ações e performa em campo, é para lá de interessante. Mas, em dado momento, esbarra-se na falta de talento. Morata, que inclusive fez o gol no empate em 1x1 com a Polônia, passa longe de ter a qualidade de Fernando Torres ou David Villa. O meio-campo com Pedri, Koke e Olmo, tem lá seu valor, mas passa longe de substituir à altura, Xavi e Iniesta. O que é normal, estamos falando de dois dos melhores jogadores deste século.

Desta forma, a Espanha acaba criando menos durante as partidas e sendo mais facilmente marcada pelos adversários. E assim foi contra a Polônia. Um aglomerado de jogadores vestindo blusa branca e short vermelho, tinha como maior incumbência no campo de jogo, tornar a posse de bola adversária infrutífera. Isto é, impedir que a Espanha criasse chances de gol. Mas, aos 24 minutos, veio enfim o primeiro gol espanhol nessa edição da Euro. Gerard Moreno chutou da direita para o meio e Morata completou de primeira para as redes de Szczesny. Era o gol que coroava a equipe que melhor jogava no Estádio Olímpico de Sevilla.

Veio a segunda etapa e com ela uma mudança de postura da seleção polonesa. Atrás no marcador e já tendo perdido a estreia, os comandados do português Paulo Sousa viam a necessidade de conseguir balançar as redes espanholas para tentar sair do zero na tabela de classificação. E logo aos 9 minutos, veio o prêmio pela mudança de postura. Robert Lewandowski recebeu cruzamento da direita e efetuou uma cabeçada maravilhosa, no canto direito de Unai Simón.

A paciência e cadência na hora de buscar o gol, é notória por parte da seleção espanhola. Mas dessa vez, a resposta ao gol de empate veio de forma rápida. Quatro minutos depois de ser vazada, a Espanha teve a chance de ficar novamente à frente no placar. Mas, Gerard Moreno carimbou a trave em cobrança de pênalti. Morata pegou o rebote, mas bateu de primeira para fora.

A Espanha seguiu no seu estilo de jogo, dominando as ações, buscando o gol, mas ele não veio. Segue invicta a Espanha. Talvez, tenhámos 3 ou 4 seleções “mais favoritas” ao título que La Roja, mas ainda assim, a postura da seleção espanhola é digna de aplausos, Já a Polônia, fez uma partida bem aquém da que fez na estreia, contra a Eslováquia. Curiosamente, a performance abaixo, gerou um empate contra a Espanha, enquanto a boa atuação diante da Eslováquia, terminou em derrota. Assim, concluímos que a análise do futebol deve ir muito além do resultado numérico o qual o jogo termina.


JOGO 23: QUANDO O TREINADOR É UM DOS GRANDES DESTAQUES DA EQUIPE

 Por Danilo Silveira

Um bom time passa muito por um bom treinador. Esse talvez seja o motivo principal do sucesso da seleção alemã nos últimos anos. Joachim Low é fantástico! Depois de montar uma Alemanha fortíssima nas Copas do Mundo de 2010 e 2014, veio então a necessidade natural de renovação. Em 2018, houve uma queda de rendimento. Mas, na Euro 2021, até aqui, já deu para ver que foi um acerto da Alemanha, dar ao treinador, a incumbência de renovar a seleção.

Mantendo a posse de bola de pé em pé, acelerando a troca de passes em alguns momentos, sendo mais cadenciado em outros, utilizando-se dos lançamentos longos em outros, a seleção alemã demonstra ao longo dos 90 minutos, o total domínio do jogo. Pela direita com Kimmich, pela esquerda com Gosens, pelo meio com Gnabry e e Havertz, a Alemanha não joga futebol, ela desfila em campo.

Após um início de jogo fantástico, a Alemanha sofreu o gol em um dos primeiros ataques de Portugal na partida. Contra-ataque belíssimo com lançamento de Bernardo Silva para Diogo Jota, que não foi fominha e tocou para Cristiano Ronaldo empurrar para o gol vazio. Derrota na estreia e placar adverso contra um time que tem Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo, entre outros bons jogadores. Talvez fosse o suficiente para a Alemanha começar a flertar com uma possível eliminação. Mas não! A seleção reagiu de maneira brilhante. Fez o qualificado time de Portugal ser um time inofensivo. Dois gols para virar o placar ainda na primeira etapa, dois gols nos 15 minutos iniciais da segunda etapa para virar goleada.

Depois dos 4x1 anotados no marcador, Low começou a fazer mexidas na equipe. Com três gols de desvantagem, Portugal conseguiu sair mais para o jogo. A Alemanha parece que tirou um pouco o pé do acelerador. Diogo Jota descontou e Renato Sanches carimbou a trave na tentativa de fazer o terceiro gol. Mas, certamente, na história desse duelo em Munique, o grande destaque, o que deve ser enfatizado, é a grande atuação coletiva da seleção alemã


sexta-feira, junho 18, 2021

JOGO 19: SUÉCIA JOGA MELHOR E VENCE A ESLOVÁQUIA

 Por Danilo Silveira

Podemos dizer que boa parte do duelo entre Suécia e Eslováquia foi disputado em nível aquém daquele que se tem visto na maioria da Eurocopa 2021.

Poucas chances de gol, pouca criatividade no meio-campo e poucas jogadas ofensivas fluindo de maneira positiva. Esse foi o panorama de boa parte dos 90 minutos.

Podemos dizer ainda, que o time que melhor jogou, venceu. Principalmente na segunda etapa, a Suécia foi melhor. Se pelo lado da Eslováquia, Hamsik, talvez de quem mais se espera jogadas criativas, apareceu pouco, pelo lado sueco, Forsberg aparecia bem como a referência técnica da equipe. Cabe ressaltar também, que a supremacia sueca na partida, deve-se muito à atuação do jovem Isak. O jogador da Real Sociedad mostrou boa movimentação, muita velocidade e habilidade, sendo, em minha opinião, o melhor jogador em campo. 

O gol único da partida aconteceu aos 31 minutos da segunda etapa. Pênalti para a Suécia, convertido por Forsberg. Dubravka acertou o canto esquerdo, mas a perfeicao da cobrança impediu a defesa. Curioso que a Suécia não marcava um gol em Eurocopa desde a edição de 2012. Isso significa que na Euro 2016 e na estreia em 2021, a equipe não foi às redes.

Mas na base do desespero que dá organização, a Eslováquia fez uma pressao nos minutos finais, mas sem nenhum resultado positivo.

A Suécia foi a 4 pontos no grupo, ultrapassando a Eslováquia, que soma 3. 


quinta-feira, junho 17, 2021

JOGO 17: DE BRUYNE COMANDA VIRADA BELGA PARA CIMA DA DINAMARCA

 Por Danilo Silveira

Como a Dinamarca entraria em campo contra a Bélgica, referindo-se à questão psicológica? Essa era a pergunta que todos estavam se fazendo. Depois da derrota na estreia no jogo em que Eriksen sofreu uma parada cardíaca, será que os dinamarqueses teriam condição emocional de encarar a talentosa Bélgica.

Em 98 segundos ou 1 minuto e 38 segundos, como preferirem, veio a ilustração que começa a responder às questões do parágrafo anterior. Marcação pressão, roubada de bola, finalização de Poulsen à direita de Courtois. 1x0! Não só pela jogada do gol, mas por toda a movimentação ofensiva, marcação avançada e correria inposta nos minutos iniciais, podemos dizer que a Dinamarca teve um início de partida fantástico. Atuação essa interrompida momentaneamente p9r cerca de um minuto, quando o relógio apontava 10 minuto de jogo..era a pausa para homenagear Christian Eriksen. Palmas e mais palmas vindas das arquibancadas do estádio em Copenhagen, dos jogadores dentro do gramado e atue do próprio árbitro. Emocionante!

Placar aberto, homenagem ao camisa 10 realizada e a bola voltou a rolar. E a Dinamarca seguiu pressionando, tornando a Bélgica irreconhecível. Tamanho era o domínio do jogo, que parecia que o segundo gol sairia a qualquer momento. Mas ele não veio. A Bélgica apresentou sinais de melhoras no minutos finais da primeira etapa, mas nada que ponha em contestação a supremacia dinamarquesa nos 45 minutos iniciais.

Roberto Martínez voltou para a segunda etapa com De Bruyne na vaga de Mertens. A ausência do jogador do Manchester City na partida de estreia e na primeira etapa do duelo em questão, provavelmente se dá por ele estar recuperanso-se de uma cirurgia na face, motivada por uma fratura ocorrida na final da Liga dos Campeões, em choque com o zagueiro alemão Rudger.

E sua do se fala em De Bruyne, meu amigo, o nível sobe. Ele simplesmente comandou a virada da Bélgica, mostrando qualidade, calma e precisão com a bola  o pé...atributos de um craque. Ele tabelou com Lukaku, tirou um marcador e colocou Thorgan Hazard de frente para o gol. O típico "faz e me abraça". Tudo igual em Copenhagen.

Pouco depois, De Bruyne recebeu na ponta esquerda e finalizou de primeira, no cá tô direito de Schmeichel. Virada belga.

Fato que a melhora na atuação belga diminuiu bastante o volume de jogo da seleção dinamarquesa, mas há de se ressaltar que os comandados de Kasper Hjulman não abriram mão de tentar atacar, de trabalhar bem a posse de bola. E nós minutos finais, conseguiram pressionar bastante a Bélgica. Mas a bola não entrou. No lance em que esteve mais perto de empatar, a cabeçada de Braithwaite beijou o vértice do travessão com a trave direita de Courrtois.

Jogo 13: COM GOLAÇO DE MIRANCHUK, RÚSSIA VENCE A FINLÂNDIA

 Por Danilo Silveira

A Rússia vinha de uma derrota na estreia por 3x0 para a Bélgica. Já a Finlândia, venceu a Dinamarca por 1x0 em sua estreia. Foi co. Esse histórico que as duas seleções pisaram no gramado de São Petersburgo. 

Precisando muito recuperar-se do resultado adverso da estreia, a Rússia tomou a iniciativa de ir para o ataque. Mas apresentava dificuldades e poucas alternativas convincentes para vencer a boa marcação finlandesa.

Apesar do viés defensivo de sua atuação como um todo, a Finlândia tinha lá suas virtudes ofensivas. Kamara pela esquerda  Pukki e Pohjanpalo mais centralizados eram alternativas interessantes da equipe de Markku Kanerva para chegar ao ataque. 

Durante a primeira etapa, a solidez defensiva finlandesa derrotou a uma Rússia que tinha a bola, mas era pouco criativa, quase até o fim. Mas, aos 46 minutos, Miranchuk anotou um golaço.  Da entrada da área, ajeitou com a direita e bateu de maneira belíssima, alto, no canto direito do goleiro Hradecky.

Talvez o gol russo antes do intervalo tenha sido um dos ingredientes para o jogo crescer de produção. Até as no marcador, a Finlândia passou a buscar mais o ataque na segunda etapa. E mostrou que além de ser um time sólido na defesa, é também um time que sabe jogar com a bola no pé, tentando quebrar a defesa adversária. O gol de empate chegou perto, mas não saiu. A Rússia também não demonstrou muita força para chegar ao segundo tento. Assim, o 1x0 persistiu e tive os um jogo totalmente aberto até o apito final

terça-feira, junho 15, 2021

Jogo 11: PORTUGAL VENCE A HÚNGRIA COM TRÊS GOLS NO FIM.

 Por Danilo Silveira 

Por conta da pandemia da Covid-19, o futebol foi jogado mundo afora, por muito tempo, sem público. A Eurocopa 2021 está sendo o primeiro grande evento futebolistico de seleções com público, após o início da pandemia. Os estádios ainda não estão com capacidade máxima. Dependendo do país onde o jogo é disputado, uma porcentagem da capacidade total do estádio é disponibilizada. O fato é que em Bucareste, o estádio estava bem cheio. Apesar do risco que aglomerações trazem em períodos pandêmicos, o fato é que a presença do torcedor nas arquibancadas torna o clima do jogo muito mais interessante.

Podemos dizer que a grande quantidade de torcedores presentes no estádio xxx, foi agraciado com um belo jogo de futebol, muito bem jogado e para lá de disputado, com emoção até o fim.

Para início da análise, cabe destacar que Portugal tem um plantel de qualidade elevadíssima. Talvez entre os três melhores da Eurocopa. A equipe de Fernando Santos começou o jogo pressionando, tomando a iniciativa de partir para cima da Hungria. É o que se espera de um time que tem Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes, entre outros ótimos jogadores. A troca de posições entre os homens de frente e a subida constante dos laterais, eram pontos positivos da seleção portuguesa. Apesar do amplo domínio, o placar foi zerado para o intervalo. 

Cabe dizer que quando se elogia uma seleção, não necessariamente está se criticando a outra. A Hungria teve muito merito de marcar de forma organizada e qualificada. Isso co tribuiu para o 0x0 nos 45 minutos iniciais, além da boa atuação do goleiro Gulacsi.

Posso dizer que conheço muitos mais os jogadores portugueses que os húngaros, pelo fato de jogarem nas ligas europeias de maior visibilidade, de modo geral. Então, é como se eu tivesse sendo apresentado ao time húngaro naquele momento, digamos assim. Na primeira etapa, pude fazer uma análise mais geral da equipe. Mas já na segunda etapa, foi possível observar os destaques individuais com maior atenção. O fato é que os atacantes Szalai e Sallai foram os jogadores que mais chamaram a minha atenção. Com isso, tambem cabe destacar as investidas ao ataque executas pela seleção húngara, que se tornaram mais constantes na segunda etapa. A arquibancada, de maioria húngara, parecia se alvoroçar com o 0x0 persistindo e um cenário em aberto dentro de campo. Parecia que algumas das escapadas pelos flancos iria acabar em gol e a Húngria venceria a atual campeã. Essa hipotética jogada até se tornou real, mas  jogada não foi validada pela posição de impedimento do jogador húngaro. 

O jogo caminhava para um 0x0. Acho que quase todos os torcedores da seleção portuguesa, sonhavam com um gol nos minutos sinais. E nao veio apenas um gol...vieram três. Isso mesmo! Depois de martelar, martelar e martelar em busca de um gol, Portugal conseguiu o feito em dose tripla quando o jogo chegava ao fim.

Raphael Guerreiro em chute com desvio no defensor húngaro aos 38, Cristiano Ronaldo de pênalti aos 41 e o mesmo Cristiano aos 46, driblando o goleiro, deram a vitória a equipe que apresentou mais qualidade e que mais buscou o gol durante os 90 minutos.

Jogo 9: NEM SEMPRE QUEM JOGA MELHOR VENCE

 Por Danilo Silveira

A cidade de São Petersburgo foi palco do jogo de estreia do grupo E, entre Polônia e Eslováquia. E o que se viu dentro de campo foi uma seleção Polonesa amplamente superior durante os 90 minutos. Mas, o futebol é apaixonante, dentre outros motivos, pelo fato do time que joga melhor nem sempre conseguir o resultado positivo. E foi isso que aconteceu na cidade russa.

Demonstrando um meio campo altamente técnico e bem povoado, os poloneses logo tomaram a iniciativa de atacar na partida. Acontece que havia um aglomerado de defensores vestindo azul à frente da área, dificultando que o meio campo polonês pudesse se comunicar de maneira efetiva com o goleador e principal jogador da equipe, Robert Lewandowski, que acabou tendo uma atuação para lá de discreta.

O domínio territorial e volume de jogo dos comandados do português Paulo Sousa não se transformou em gol. Aliás, transformou-se em gol adversário. Aos 17, em uma das poucas descidas ao ataque da Eslováquia até então, Robert Mak demonstrou habilidade ao driblar dois marcadores pela esquerda, e sorte em sua finalização. A bola tocou na trave direita, voltou nas costas do goleiro Szczesny e entrou. Um bonito gol, que poderia ter sido dado para quem construiu a jogada e finalizou, mas quis o árbitro, anotar gol contra do goleiro.

Nos minutos que se sucederam ao gol, o que se viu foi o melhor momento da Eslováquia na partida e o pior momento da Polônia. A equipe comandada por Stefan Tarkovic passou a atacar com mais frequência e até parecia perto do segundo gol. Mas logo, a Polônia retomou o controle do jogo. Parecia faltar velocidade na troca de passes para a seleção polonesa chegar mais perto do empate.  E assim, o jogo foi para o intervalo com vantagem eslovaca.

E com menos de um minuto do segundo tempo, veio o empate polonês quando justamente a tal velocidade apareceu. Em uma bonita jogada de ultrapassagem pela esquerda, Rybus cruzou rasteiro para Linetty completar no canto esquerdo Dubravka.

Nada poderia ser melhor para a Polônia do que fazer um gol relâmpago e ter o segundo tempo quase inteiro pela frente para tentar repetir o domínio da primeira etapa e tentar chegar à virada. Na contramão da frase acima, nada poderia ser pior para a Polônia do que o ocorrido aos 16 minutos. Krychowiak cometeu uma "falta boba" no meio-campo, ao pisar no pé de um adversário, e acabou levando o segundo amarelo, sendo expulso do jogo. A Polônia perdeu forças, a Eslováquia passou a figurar mais no campo ofensivo e chegou ao segundo gol sete minutos mais tarde. Após escanteio da direita, Skriniar apareceu livre de marcação para finalizar para o fundo das redes.

Mesmo com cenário todo adverso, a Polônia ainda encontrou forças para pressionar a Eslováquia. O escanteio que passou por todo mundo com a bola quase sendo desviada para o gol e o arremate de Bednarek, que passou a centímetros da trave esquerda, não alteraram o marcador. Mas, acredito que com a análise do jogo, tenha ficado nítido qual seleção jogou mais futebol e buscou mais o gol.


segunda-feira, junho 14, 2021

JOGO 8: GOLAÇO DO CAMISA 10 SCHICK DÁ O TOM DA VITÓRIA TCHECA EM GLASGOW

 Por Danilo Silveira

Foi aos 6 minutos da segunda etapa que ocorreu o clímax, no estádio Hampden Park, em Glasgow. Lance para ser lembrado, relembrado, visto e revisto várias vezes. A Escócia atacava, buscando seu primeiro gol, que tornaria o placar empatado. O tal ataque virou um contra-ataque. Parecia, a princípio, o início do tal contra-ataque, mas já era o final dele, na verdade. Isso porque o camisa 10 Schick resolveu finalizar praticamente do meio-campo. A possibilidade de sucesso no lance parecia mínima, devido à distância entre a bola e o gol. A perfeição do arremate superou essa distância. A bola encobriu o goleiro Marshall e entrou. Era o segundo gol da República Tcheca. Por sinal, o segundo gol de Schick, que na primeira etapa, já havia aparecido na área para cabecear às redes, mesmo marcado por 2 adversários.

Obviamente, nenhum outro lance ocorrido durante os 90 minutos pode ter sua beleza comparada ao que aconteceu no início da segunda etapa. Mas, o torcedor presente nas arquibancadas em Glasgow, puderam comtemplar um duelo que começou até certo ponto ruim, mas tornou-se um jogo bem agradável e prazeroso de ser assistido.

Duas equipes que buscaram o ataque na maior parte do tempo, tornando o duelo, como se diz na gíria, “lá e cá” Acredito que pela quantidade de chances criadas, a Escócia merecia ter saído de campo com pelo menos um gol. Mas a equipe de Steve Clarke esbarrou no goleiro Vacilik em chute de Dykes e parou no travessão em chute de Hendry, talvez nas duas chances mais claras.

É impressionante o nível de organização tática das equipes nos jogos decorridos até aqui. O cenário atual, aponta para jogos muitos equilibrados e acirrados na sequência da competição, em geral. No grupo D, com Inglaterra, Croácia, Repúbl
ica Tcheca e Escócia, não deve ser diferente.


domingo, junho 13, 2021

JOGO 6: EM JOGO BEM DISPUTADO, ÁUSTRIA VENCE A MACEDÔNIA

 Por Danilo Silveira

Áustria e Macedônia fizeram um grande jogo de futebol em Bucareste. Podemos dizer que foi um duelo bem “quente”, com todos os ingredientes de um grande jogo de futebol.

Analisando de forma geral os 90 minutos, podemos dizer que tratou-se de duas equipes que buscaram o ataque na maior parte do jogo, mas de maneiras bem diferentes. A Áustria contava com um meio-campo bem técnico, com destaque para Sabitzer e Schalger. E assim, tinha paciência e tranquilidade para tentar construir as suas jogadas ofensivas. Já a Macedônia, mostrou-se um time de maior velocidade na decisão de jogadas, principalmente pelo lado esquerdo, com o incansável Aliosk.

As armas ofensivas de cada equipe servem muito para ilustrar aquilo que foram os dois primeiros gols da partida. Aos 17 minutos da primeira etapa, Sabitzer descolou um lançamento perfeito, encontrando Lainer, por trás da defesa, no segundio pau. Finalização de primeira, bola na rede. Dez minutos mais tarde, Aliosk apareceu pela esquerda, tocou para o meio e num misto de azar com erro técnico da seleção austríaca, a bola acabou nas redes. Um defensor austríaco chutou para frente, a bola rebateu no seu companheiro de equipe e pegou o caminho contrário. Prontamente, o goleiro Bachmann saiu para tentar corrigir a jogada, mas executou sua saída de maneira equivocada. No fim das contas, a bola sobrou para Pandev tocar para o gol vazio. Brilhou a estrela do jogador mais famoso da Macedônia Aos 37 anos, com muitos títulos e passagens por grandes clubes, é a primeira vez que Pandev tem a oportunidade de participar de um torneio continental pela sua seleção. E foi fazendo gol!

A segunda etapa foi muito bem disputada. O que venceria, a paciência e domínio territorial da Áustria ou a velocidade de contra-ataque da Macedônia? Pergunta muito difícil de se responder. O equilíbrio no campo de jogo era muito perceptível. Foi aí que brilhou a estrela do treinador Franco Foda, que dirige seleção austríaca. Pouco antes dos 15 minutos, ele lançou Gregoritsch e Arnautovic. Era justamente a presença de área que faltava à Áustria para completar o meio-campo altamente técnico. Gregoritsch apareceu no meio da área para pegar de primeira o cruzamento de Alaba e recolocar o Áustria na frente, quando o relógio marcava 32 minutos. Arnautovic  apareceu pouco depois para receber de Laimer e apresentar calma, tranquilidade e classe pra driblar o goleiro Dimitrievski, empurrar para as redes e dar números finais ao jogo.



Jogo 5: INGLATERRA MOSTRA BOM JOGO COLETIVO E VENCE NA REEDIÇÃO DA SEMIFINAL DA COPA DE 2018

 Por Danilo Silveira

O estádio de Wembley recebeu na manhã deste domingo, o que podemos chamar de jogo grande. Um dos duelos mais aguardados da primeira fase da Euro. Duas seleções organizadas, que estão com o mesmo técnico há mais de 3 anos e que duelaram na última semifinal da Copa do Mundo, em 2018. E se na Rússia, há 3 anos, deu Croácia, dessa vez deu Inglaterra.

Com um grande volume ofensivo e uma ideia de jogo bem interessante, os comandados de Gareth Southgate dominaram a Croácia de Zlatko Dalic na maior parte do tempo. Talvez o fato mais importante para a Inglaterra ter sido superior, tenha sido a forma como tratar a bola no campo ofensivo. De pé em pé, com muita qualidade técnica e paciência para tentar criar jogadas, a equipe parecia solta e desenvolta dentro das 4 linhas. Enquanto do outro lado, a Croácia até tentava marcar alto e atacar, mas faltava qualidade individual de seus jogadores. A equipe mostrou-se altamente dependente de Luka Modric, o camisa 10 e craque dessa seleção croata. De fato, quando a bola passa por ele, é de se esperar algo positivo. Mas, foi muito pouco para conseguir produzir chances reais de gol no meio de uma marcação forte, aliada a um sistema de jogo muito equilibrado da seleção inglesa.

Apesar da superioridade tão notória dos donos da casa, não tivemos uma enxurrada de chances de gols na partida. Uma bola de Philip Foden na trave na primeira etapa e o gol de Sterling na segunda etapa, foram as jogadas ofensivas de maior destaque durante os 90 minutos. No gol único da partida, destaque para a bela enfiada de bola executada por Kalvin Phillips.

Difícil dizer que a Inglaterra é favorita ao título, já que estamos falando de um dos torneios mais difíceis do mundo. Mas, pode-se dizer que Southgate tem um timaço a sua disposição, e pela atuação na estreia, ele parece ter o time na mão. A Inglaterra vem forte! Muito forte!



sábado, junho 12, 2021

JOGO 3: FINLÂNDIA VENCE DINAMARCA, EM JOGO QUE FUTEBOL FICOU EM SEGUNDO PLANO #FORÇAERIKSEN

 Por Danilo Silveira

Dinamarca x Finlândia será um dos jogos mais lembrados da Eurocopa de 2021. Infelizmente, não pelo futebol, mas por uma situação dramática, que transcende os limites das 4 linhas. Aos 42 minutos de primeira etapa, Christian Eriksen, camisa 10 e jogador mais conhecido da seleção dinamarquesa, apresentou-se para receber uma cobrança de lateral e quando a bola chegava perto das suas pernas, ele simplesmente caiu no gramado. Imóvel, com os olhos revirados. O desespero instalou-se no estádio Parken, na cidade de Copenhagem.

O mau súbito sofrido pelo jogador mais famoso da Dinamarca trazia lágrimas, apreensão e comoção a todos os presentes no estádio. O choro vindo das arquibancadas, o nervosismo da esposa de Eriksen à beira do gramado e o semblante de desespero na face dos jogadores em campo traziam a tônica da situação, enquanto médicos tentavam a reabilitação cardíaca do camisa 10 dinamarquês.

Eriksen foi retirado do estádio com balão de oxigênio, com diversos médicos e seus companheiros de equipes à sua volta. A apreensão por notícias tomou conta de toda a comunidade futebolística mundo afora. Felizmente, minutos depois, veio a notícia que Eriksen estava com vida, recebendo tratamento médico em um hospital.

A Fifa havia suspendido o jogo, minutos após o incidente com o camisa 10 dinamarquês. Mas, ao saber que o jogador estava se recuperando aparentemente bem, tanto a entidade, como os jogadores, resolveram retomar a partida.

Dentro das 4 linhas, a vitória da Finlândia foi histórica! O gol de cabeça de Pohjanpalo aos 15 da segunda etapa decretou o 1x0 no marcador. Podemos dizer que a Dinamarca jogou muito melhor. Pressionou, criou chances, foi mais envolvente, apresentou mais qualidade técnica e até perdeu pênalti, durante os 90 minutos. Mas, com todo o cenário que o duelo apresentou, é difícil dizer que o futebol dinamarquês perdeu. A melhora, a saúde e a vida de Christian Eriksen são maiores do que qualquer placar numérico no âmbito desportivo.



JOGO 1: ITÁLIA BATE A TURQUIA EM UMA PROMISSORA ESTREIA NA EUROCOPA

 Por Danilo Silveira

Sob o céu do estádio Olímpico de Roma, a Itália teve uma promissora estreia, no jogo inaugural da Eurocopa 2021. Diante de uma frágil e inoperante Turquia, a Azurra anotou chamativos 3x0.

Não precisou de muito tempo após o apito inicial, para ficar perceptivo qual a proposta adotada pelas equipes. A Itália tomava a iniciativa de partir para o ataque, enquanto a Turquia se fechava, num aglomerado de jogadores de vermelho jogando em um quarto do campo de jogo.

Era do meio para o lado esquerdo onde a Itália mais tentava produzir jogadas de maior perigo. Foi por lá que Insigne tabelou e bateu cruzado, assustando a meta do goleiro Cakir, aos 17 minutos. Quatro minutos mais tarde, Chielini cabeceou livre após cobrança de escanteio e Cakir fez bela defesa. A atuação de Turquia pode ser definida como péssima, uma vez que o time mal conseguia contra atacar e passou longe de mostrar uma consistência defensiva, que deve ser o mínimo que uma equipe que joga nesses moldes consiga apresentar. Ainda assim, os comandados de Gunes conseguiram levar o placar intacto ao intervalo.

Para a segunda etapa, a Itália voltou com Di Lorenzo na vaga de Florenzi e conseguiu equilibrar mais as suas ações ofensivas no campo de jogo. Passou a atacar também pelo lado direito. E foi por lá que saiu o gol. Berardi driblou Yazici e fez o cruzamento; Demiral tentou cortar com o peito e acabou marcando contra.

Precisando sair para o jogo e buscar o empate, o time turco passou a expor ainda mais pontos negativos na sua estrutura. Além de não conseguir produzir nada de efetivo no campo de ataque, a equipe passou a deixar buracos e mais buracos para a seleção italiana atacar. Interessante da seleção comandada por Roberto Mancini foi o fato de não abrir mão do ataque, e continuar pressionando, ainda que em vantagem no marcador. Cada vez mais solta em campo, a Azurra chegou com tranquilidade aos 3x0. Immobile aproveitou rebote do goleiro aos 21 e Insigne finalizou com categoria aos 34.

Foi bom ver uma Itália que joga diferente dos moldes que se espera de uma seleção italiana, por conta do histórico recente. Obviamente que assistindo apenas um jogo da Eurocopa, é cedo para cravar um novo DNA da seleção italiana. Mas, talvez a ausência da Copa do Mundo de 2018, tenha sido o sinal de alerta para a Itália entender que precisava mudar.