sábado, junho 30, 2018

JOGO 49: NEM MESSI NEM A MÍSTICA SALVAM UMA ARGENTINA SOFRÍVEL DEFENSIVAMENTE

Por Danilo Dias 

Argentina e França fizeram o jogo mais emocionante da Copa até aqui. Justo no primeiro jogo das oitavas-de-final, o primeiro jogo da fase eliminatória. Imagina o que teremos de emoção até o final do Mundial.

Os 4 gols anotados pelos franceses, apenas esboçam aquilo que já tinha sido apresentado na primeira fase: a fraqueza defensiva da equipe comandada por Jorge Sampaoli. Muda daqui, muda dali, e o sistema defensivo só parecia piorar. Bom para Mbappé. O camisa 10 francês fez um carnaval na defesa argentina. Sofreu um pênalti que abriu o caminho para a vitória francesa, arrancando no meio de cinco marcadores argentino e fez dois gols, sendo o melhor jogador da partida.

Messi tentou, mas pouco conseguiu. Sofreu em meio à marcação de uma equipe muito mais ajustada que a sua. E até a tal da mística argentina ajudou. Aquela história que quando as coisas vão mal, a Argentina tira forças do além. A fé, o divino e o imponderável começam a atuar.

Melhor em campo e vencendo por 1x0, a França viu uma Argentina totalmente bagunçada chegar à virada. Um chute de rara felicidade de Angél Di María, ainda na primeira etapa, e um chute de Lionel Messi, que desviou em Mercado e entrou, logo nos minutos iniciais da primeira etapa. Era a virada de uma equipe que não fez por merecer. Mas estava lá, a Argentina, vivíssima, vencendo de virada uma das favoritas ao título.

Só que futebol é coletivo, é organização, é aplicação na marcação. E a Argentina não teve. A França não precisou fazer muito para conseguir se colocar à frente do placar novamente. No espaço de 11 minutos, a equipe de Didier Deschamps fez três gols. Aproveitou os espaços do campo, os buracos deixados pela Argentina, contou com um chute magnífico de Pavard, para o fundo das redes, e com a estrela de Mbappé, marcando duas vezes, em sequência.

A Argentina não se entregou, mas perdeu totalmente suas forças. Parecia esgotada, física e mentalmente. A França tinha ali a possibilidade de aplicar uma sonora goleada. Os espaços foram ficando cada vez maiores na defesa argentina. O relógio ultrapassou a marca dos 45 e acredito que nem mesmo o argentino com dose mais elevada de fé, ainda pudesse acreditar que algo pudesse mudar nos 4 minutos de acréscimos. Mas a Argentina tem Messi. E dele saiu um lançamento excepcional par Aguero, aos 47, dar um pingo de esperança para Maradona e os outro milhares de torcedores presentes na Arena Kazan.

Os minutos que separaram o terceiro gol argentino e o apito final, foram de extrema tensão. A bola chutada da esquerda, para dentro da área francesa, nos segundos finais do jogo, dev
e ter feito argentinos, franceses e todos os amantes de futebol ficarem boquiabertos e eufóricos. Não que a bola tenha passado perto de entrar, mas a cada dia que passa o futebol dá provas de ser um esporte encantador e guardar momentos de emoção até o apito final.

Jorge Sampaoli é um dos treinadores que eu mais gosto no cenário mundial do futebol. Monta times encantadores, com belo futebol ofensivo, muita intensidade e aplicação na marcação. No entanto, foi mal na Copa do Mundo dirigindo a Argentina. Diria eu, péssimo! Parecia perdido, tendo em mãos uma geração muito talentosa, mas sem conseguir formar uma equipe com ela. Desejo sucesso ao restante da carreira desse treinador, que tem todas as condições de, num futuro, montar novos times encantadores, como fez na Universidad do Chile, por exemplo.

Segue a França, sem muito encanto, mas com organização. Quando se tem um time aplicado e com jogadores como Griezmann, Mbappé, Giroud, entre outros, a chance de se obter sucesso é tremenda. Mas, sinceramente, acho que ainda se pode cobrar um futebol melhor dessa Seleção Francesa.

sexta-feira, junho 29, 2018

JOGO 43: EM PARTIDA RUIM, BRASIL VENCE SÉRVIA E AVANÇA EM PRIMEIRO LUGAR.

Por Danilo Silveira

O jogo entre Brasil x Sévia, na Arena Otkrytie, em Moscou, não foi dos melhores. O Brasil não fez muito, mas fez, digamos assim, o suficiente para derrotar os comandados de Mladen Krstajic por 2x0 e avançar de fase como primeiro colocado do grupo E.

Talvez possamos tecer quatro parágrafos, dois falando sobre cada equipe:

Sinceramente, eu esperava muito mais da equipe da Sérvia diante do Brasil. Depois de uma boa estreia contra a Costa Rica e um bom jogo contra a Suíça, onde levou a virada no finalzinho, a equipe não conseguiu repetir um bom futebol diante do Brasil. E acredito que muito mais por estar realmente em um dia com performance abaixo da sua média do que propriamente por imposição do time brasileiro.

Copa do Mundo é encantadora e traiçoeira (digamos que em um sentido positivo)! Talvez seja encantadora porque é traiçoeira, talvez seja traiçoeira porque é encantadora. Dois jogos bem jogados e um jogo onde as coisas não deram certo e está lá a Sérvia, voltando para casa. Sensação que essa equipe ainda tinha coisa boa para mostrar no Mundial.

O Brasil segue. Classificado em primeiro, invicto, com sete pontos. Talvez os resultados do Brasil sugiram um futebol interessante, bem jogado, o que na prática, não é verídico. Pela quantidade de talento que Tite tem em mãos, podemos dizer que seu time joga muito mal. Dificuldade para criar chances de gol, pouca demonstração de entrosamento e muita dependência de jogadas de talento individual, que não tem aparecido muito.

Um bonito gol de Paulinho, por cobertura e uma cabeçada certeira de Thiago Silva deram ao Brasil o que poucas seleções têm na Copa do Mundo. Duas vitórias em três jogos. Em termos estatísticos, o time de Tite vai bem; em termos de futebol, deixa demais a desejar. O pior é que a perspectiva não é das melhores e o time dá poucos sinais que irá evoluir muito o seu jogo daqui em diante.

JOGO 35: EM BOM JOGO, MARROCOS FICA À FRENTE DUAS VEZES, MAS ESPANHA GARANTE INVENCIBILIDADE COM GOL NO FIM

Por Danilo Dias

O jogo entre Espanha e Marrocos, merecia ser disputados com as duas seleções com chances de classificação para as oitavas de final. No entanto, quiseram os deuses do futebol que o Marrocos estivesse eliminado, em consequência das duas derrotas sofridas nas primeiras rodadas, para o Irã e para Portugal. Partidas essas em que a seleção africana jogou melhor que seu adversário, diga-se de passagem.

Mas a eliminação precoce do marrocos não tirou a qualidade do jogo diante dos espanhóis. Tivemos um bom jogo em Kaliningrado. Apesar do domínio territorial na maioria do tempo, e qualidade habitual no toque de bola, a Espanha não teve uma atuação tão boa assim. A equipe teve muitas dificuldades para criar chances de gol, diante de um adversário muito bem postado em campo. Adversário esse que abriu o marcador logo aos 13 minutos. Iniesta falhou na saída de bola (fato raro, hein?!), Boutaib roubou a bola, saiu em velocidade e chutou na saída de De Gea.

Mas estamos falando de Iniesta! Um gênio! Um dos melhores jogadores do mundo, talvez o melhor jogador em atividade nascido no continente europeu. Cinco minutos após a falha que resultou no gol marroquino, ele foi lá e se redimiu. Após bela troca de passes da Espanha, ele recebeu pela esquerda da área, ganhou do marcador e deu um sutil toque para a direita, deixando Isco em ótima condição para empatar o marcador.

O jogo ficou interessante de se assistir. A Seleção Marroquina tentava não se intimidar, não se encolher diante do toque de bola e domínio espacial dos espanhóis. Por sinal, o Marrocos apresentou, tanto diante da Espanha, quanto nos outros jogos, um futebol mais qualificado que muita gente que ainda está viva na Copa do Mundo.

Veio a segunda etapa, e antes de falarmos dos gols ocorridos, temos que citar pelo menos duas chances, um para cada lado. Na primeira delas, Amrabat teve muito perto de fazer um dos gols mais bonitos da Copa até aqui. Uma bomba de fora de área acabou explodindo em cheio no travessão de De Gea. A Espanha respondeu com Isco, que completou cruzamento da direita com uma cabeçada precisa, que não entrou por detalhes. Mias precisamente, não entrou porque Saiss, também de cabeça, salvou o Marrocos antes de a bola cruzar a linha final.

E aos 35, Marrocos chegou novamente à vantagem numérica no marcador. En-Nesyri, que havia saído do banco de reservas minutos antes, foi no quinto andar para completar escanteio da direita com uma bonita cabeçada, para o fundo da rede.

Estava prestes a cair a invencibilidade da Espanha. Com o empate entre Irã e Portugal, mesmo se perdesse, a Espanha estaria classificada. Mas naquele momento, ainda não se sabia o resultado final do jogo  dos lusitanos contra os asiáticos. Isso é, já eliminado, Marrocos poderia estar contribuindo para eliminar a Espanha.

No entanto, assim que o relógio passou dos 45, a respiração dos espanhóis pôde ter uma conotação de certo alívio. Escanteio cobrado curto, Carvajal cruzou no primeiro pau e Iago Aspas completou de letra, para o fundo das redes. Gol que saiu em jogada fora das características da Seleção Espanhola, gol que só foi confirmado depois do auxílio da imagens de vídeo. Gol que vale a invencibilidade e o primeiro lugar no grupo dos espanhóis na Copa do Mundo de 2018

terça-feira, junho 26, 2018

JOGO 27: BÉLGICA JOGA BEM NOVAMENTE, VENCE A TUNÍSIA E GANHA MUITA MORAL

Por Danilo Dias

Muitos jogos nessa Copa do Mundo estão com um desenho tático bem simples de se entender. O melhor time domina o jogo territorialmente, mantém a bola no campo ofensivo, enquanto o time de menor qualidade tenta posicionar sua defesa da melhor maneira para impedir que o adversário crie chances de gol e tenta o gol no contra-ataque.

Muitos podiam esperar que o duelo entre Bélgica e Tunísia seguisse a lógica do parágrafo acima, sendo a Bélgica o time mais forte e a Tunísia o time de menor qualidade. Mas não foi isso que pôde ser visto em Moscou.

A equipe comandada por Nabil Maaloul encarou a Bélgica de igual para igual. Foi para cima, jogou sem ter medo de dar campo à Bélgica, sem medo de ser contra-golpeada. Logo nos 15 minutos iniciais sofreu 2x0, mas aos 17 minutos, os africanos conseguiram diminuir o marcador. O jogo ficou agradável de se assistir.

É interessante quando o time de melhor qualidade consegue atacar, consegue pôr a prova o sistema defensivo do time mais forte. Só que a Bélgica é um time de talento muito acima da média, um dos times mais qualificados da Copa do Mundo. E quando se dá muito campo pra De Bruyne, Hazard, Lukaku e companhia, as chances de gol são criadas naturalmente. Assim a Bélgica conseguiu marcar mais uma vez antes do intervalo: placar momentâneo de
3 x1.

Veio o segundo tempo e Roberto Martínez foi, aos poucos, tirando seus principais jogadores de campo. Lukaku, Hazard e Mertens deixaram o campo de jogo ao longo da segunda etapa.O fato é que a Bélgica não perdeu a qualidade, continuou atacando de forma consistente e criando chances de gol atrás de chances de gol. A Tunísia perdeu forças, mostrou-se defensivamente muito inconsistente e poderia ter saído de campo tendo sofrido a maior goleada dessa Copa do Mundo. Mas, no fim das contas, a Bélgica fez "apenas" dois gols na segunda etapa. Digo apenas pois pela quantidade de chances criadas, a equipe poderia ter feito cinco, seis gols nos 45 minutos finais. Nos acréscimos, Khazri ainda anotou mais um gol de honra para os tunisianos. O placar final de 5x2 acabou expressando bem o que foi o jogo.

Cada vez mais dentro da Copa do Mundo, a Bélgica ver o seu status de "uma das favoritas" crescer. São dois jogos e duas vitórias com futebol bem interessante. Teve seleção que jogou dois jogos bem, mas acabou perdendo e está eliminada; teve seleção que ganhou dois jogos mas não jogou bem. A soma de vitórias mais boas atuações pode ser um ingrediente e tanto para a Seleção Belga ganhar moral e força para a sequência do Mundial.

PS: há de se destacar a atuação de Lukaku, Como joga bola esse atacante belga. Uma presença de área invejável, um posicionamento espetacular e muita habilidade com a bola nos pés. Dois belos gols para coroar e engrandecer ainda mais a sua atuação!

segunda-feira, junho 25, 2018

JOGO 28: MÉXICO JOGA BEM NOVAMENTE, VENCE A COREIA E SEGUE 100%

Por Danilo Dias

O México é um dos times mais perigosos dessa Copa do Mundo. Assim como fez na estreia, diante da Alemanha, a equipe comandada por Juan Carlos Osorio venceu jogando muito bem na segunda rodada, dessa vez contra a  Coreia do Sul.

Se você joga contra o México e opta em atuar um pouco mais fechado, o México empurra os jogadores para o seu campo, começa  trocar passes rápidos, imprime velocidade no jogo e acaba envolvendo a sua marcação. Se você atua para frente, propondo o jogo, tentando dominar o México e encurralá-lo, o México vai lá e te dá uma aula de como contra-atacar.

O parágrafo acima monta dos possíveis cenários de jogo, onde o México é uma das equipes presentes. Nesse sábado, na arena Rostov, o adversário da seleção mexicana era a Coreia do Sul. E os dois cenários montados, saíram do plano hipotético e foram para o plano real. E foi com base nelas que o México chegou à construção da sua vitória. Simples assim, dois cenários em questão, um para cada gol do México.

No primeiro tempo, o México partiu para cima da Coréia. Pressionou, pressionou, pressionou, até que conseguiu o gol, que acabou saindo de uma penalidade máxima, quando Jang Hyun-Soo. Vela foi para a cobrança e converteu, acertando o canto esquerdo do goleiro Cho Hyun-Woo, que caiu para o lado contrário.

No segundo tempo, a Coreia veio para cima, mostrou qualidade e bom toque de bola. E foi quando os asiáticos pareciam preparados para exercer uma pressão maior e chegar perto do empate, que o México foi mortal. Contra-ataque rápido, Lozano serviu Chicharito, que deu belo drible em Jang Hyun-Soo e bateu forte para ampliar.

Antes do apito final, a Coreia ainda chegou a um gol de honra para lá de merecido. Mais merecido ainda, esse gol ter sido anotado pelo camisa 7, Son Heung-Min. Trata-se do jogador mais interessante desse time coreano. Um chutaço de canhota, de fora da área, que nem o fantástico goleiro Ochoa foi capaz de defender. Detalhe que foi o primeiro gol sofrido pela equipe mexicana na Copa do Mundo, e primeiro gol anotado pela Coreia do Sul. O relógio marcava 47 minutos e ainda haviam alguns minutos de acréscimos, mas nada que viesse a tirar a vitória do México, líder do grupo F.

Apesar dos 100% de aproveitamento, o México ainda não garantiu classificação. Alemanha e Suécia ainda podem alcançar a seleção de Juan Carlos Osorio, que joga pelo empate contra a Suécia para avançar, inclusive, na primeira colocação. Incrivelmente, a Coreia não está eliminada da Copa, mesmo com 0 ponto. A equipe do técnico Shin Tae-Yong precisa vencer a Alemanha e torcer por uma vitoria do México sobre a Suécia. Isso forçaria um empate triplo entre Suécia, Alemanha e coreia, que decidiriam a segunda vaga nos critérios desempate

JOGO 29: A ALEMANHA CONTINUA SENDO A ALEMANHA

Por Danilo Silveira


 A Seleção Alemã foi em 2014, é em 2018 e, possivelmente será por muito tempo, uma seleção com uma identidade. Uma cara! Um jeito de jogar, de pensar, de produzir futebol. Tem por trás disso tudo, Joachim Low. Um gênio, um pensador, um dos melhores treinadores existentes nesse mundo. Tem o time na mão, as situações de jogo na mente e, neste sábado, teve a sorte ao seu lado.

Não houve sequer um instante no estádio Olímpico de Sóchi em que a Alemanha deixou de ser a verdadeira Alemanha. E isso é o mais encantador. O futebol requer habilidade, técnica, inteligência, força física, força mental, entre outras características. A Alemanha possui todas elas, mas a força mental é absurda, invejável, incrível. Do goleiro ao atacante, passando pelo banco de reservas!

Toivonen roubou bola no meio-campo e o contra-ataque sueco terminou com Berg sendo puxado por Boateng na grande área. Pênalti claro negado pelo árbitro Szymon Marciniak. Além da penalidade, Boateng teria que receber o cartão vermelho, pois tratava-se de uma oportunidade clara e manifesta de gol.. Esse lance, ocorrido antes mesmo dos 15 minutos de jogo, mudou os rumos da partida, mas não pode apagar o excelente jogo realizado entre Alemanha e Suécia até o apito final.

A Alemanha sabia exatamente o que fazer. Rodava a bola com qualidade, envolvia a Suécia, buscava espaços. Dominava inteiramente o jogo. Acontece que do lado oposto, havia um adversário talvez tão consciente quanto a Alemanha. A Suécia marcava de maneira forte, povoava a intermediária e parecia saber direitinho os atalhos para conseguir chegar perto do gol de Neuer, ainda que não o fizesse com tanta frequência. O trio Toivonen, Berg e Forsberg parecia esperar uma brecha, um erro alemão para sair rápido em contra-ataque. E numa dessas, Toivonen parou na cara de Neuer. O camisa 20 teve muita categoria ao encobrir um dos melhores goleiros do mundo, contou com a sorte do desvio em Rudiger não mudar muito a trajetória da bola e saiu para, de joelhos, comemorar a vitória momentânea em cima da campeã mundial.

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

O gol sueco trouxe ao jogo uma situação muito interessante. Era natural e altamente provável que a Alemanha abrisse o marcador da partida, pela qualidade do futebol apresentado e domínio amplo da partida. E agora? Seria a atual campeã mundial superar tamanha adversidade? Uma derrota na estreia e uma momentânea derrota para a duríssima equipe da Suécia, caso concretizada, mandaria a equipe de Neuer, Kross, Muller e companha muito mais cedo para casa. Os minutos da primeira etapa esgotaram-se, sem mais nenhuma alteração no placar.

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

Low voltou para a etapa final com Mario Gómez na vaga de Draxler. O gol de empate não demorou muito a sair. Logo aos dois minutos, uma jogda pela ponta esquerda terminou com Marco Reus completando para as redes. Um certo alívio para a Alemanha, que marcava ali o seu primeiro gol na Copa do Mundo de 2018.

A pressão e o domínio dos alemães pareciam crescer um pouco a cada minuto. Como se a cada dez minutos passados, a linha de marcação mais ofensiva da Suécia fosse mais um passo para trás. Os comandados de Janne Andersson pareciam até incomodados em só se defender, pareciam ter vontade de sair para o jogo, mas a forma com a qual a Alemanha se impõe em campo parece tornar qualquer adversário com pinta de time retranqueiro.

Ainda que o empate não eliminasse a Alemanha, faria com que ela passasse a depender de outros resultados para avançar de fase. Mais precisamente, a Suécia não poderia pontuar contra o México.

Os minutos foram se passando, o jogo não mudava de figura e os suecos conseguiam manter o placar intacto. E aos 36 minutos veio o que para muitos poderia ser um golpe fatal. Boateng foi imprudente, e já com cartão amarelo, fez falta dura no campo de defesa. Segundo amarelo aplicado com justiça (Boateng foi expulso!) e a Alemanha passou a ter um homem a menos (não que o pênalti não assinalado na primeira etapa não tenha prejudicado muito a Suécia, mas o fato é que a Suécia abriu o marcador pouco depois e, mais cedo ou mais tarde, Boateng acabou expulso).

A Alemanha continuou sendo a Alemanha.

O homem a menos da Alemanha não trouxe desespero nem mudança de postura na equipe de Joachim Low e o desenho tático da partida seguiu o mesmo. A Suécia tentava atacar, mas a Alemanha não deixava, ficava com a bola para si, de pé em pé, buscando a melhor forma de conseguir o gol salvador. O trabalho alemão é tão sólido, tão competente, que a equipe é capaz de suprir o fato de ter um a menos. Foi como se a Alemanha continuasse com 11 em campo.

E é na hora do aperto, nos momentos de maior dificuldade, que a gente tem a oportunidade de “ver quem é quem”. Foi aí que Joachim Low veio a reforçar que é um gênio. Tirou Hector e colocou Brandt. Sim, o treinador alemão perdeu um zagueiro expulso e minutos depois tirou um lateral para colocar um jogador ofensivo em campo. Acredito que muitos, senão a maioria, tirariam um homem de frente, recomporiam a zaga colocando um zagueiro, chamariam a Suécia para o próprio campo, e tentariam achar um contra-ataque fatal. Mas a Alemanha, não!

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

Brandt quase virou o jogo em chute de fora da área, que explodiu na trave direita de Olsen. Seria bonito de ver, seria até certo ponto filosófico, já que era o meia atacante que o treinador tinha acabado de colocar, na vaga de um defensor.

Os 45 minutos passaram, vieram os cinco minutos de acréscimos e...

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

E até o fim a Alemanha foi a Alemanha. E o desfecho dessa partida foi emocionante. Certamente, um dos grandes jogos dessa edição da Copa do Mundo. Aos 50 minutos da segunda etapa, Toni Kross bateu falta curtinho pela ponta esquerda, Reus deu aquela ajeitada e o mesmo Kross chutou cruzado, vencendo o goleiro Olsen e colocando a Alemanha vivíssima na Copa do Mundo de 2018.

Muitos dirão que foi uma vitória de campeã. Eu vou além: uma vitória de campeã, uma postura de campeã!

domingo, junho 24, 2018

JOGO 23: PARA A CROÁCIA, COMEMORAR E TENTAR REPETIR; PARA A ARGENTINA, CONSERTAR E TENTAR SOBREVIVER.

 Por Danilo Dias

Imagina você ter uma seleção que tem uma força ofensiva das melhores do Mundo, colocar um dos técnicos mais qualificados do mundo, que gosta de jogar ofensivamente, par dirigí-la, e ainda ter o melhor jogador do Mundo nessa equipe.

Analisando o parágrafo acima, chega-se a conclusão que essa equipe tem tudo para ter um ataque fantástico, que devaste os sistemas adversários.

Imagine que esse seleção apresenta, em um jogo decisivo de Copa do Mundo, um futebol fraquíssimo, sem nenhuma organização, sem conseguir produzir praticamente nada em termos ofensivos e sofrendo com uma defesa completamente bagunçada, deixando muito espaço par o adversário jogar.

Essa é a Argentina diante da Croácia! A força ofensiva vem de jogadores como Di María, Aguero, Higuaín, entre outros. O melhor jogador do mundo é Lionel Messi. O técnico em questão é Jorge Sampaoli. Aliás, confio demais em Jorge Sampaoli, principalmente pelo que o vi fazer na Universidad do Chile e na seleção chilena. Depois da estreia contra a Islândia, em que a Argentina não foi tão mal, mas deixou a desejar, eu esperava que o time jogasse um baita futebol na segunda partida. Engano meu! A seleção não só deixou de jogar esse futebol esperado por este que vos escreve, como piorou seu nível de atuação.

Claro que devemos ressaltar de maneira efusiva a partida feita pela Croácia. Uma equipe muita bem ajustada por xxxx, que joga um futebol bonito de se ver, com muita aplicação na marcação, qualidade com a bola no pé, velocidade para contra-atacar e um craque como camisa 10 (Luka Modric joga demais). Todas as virtudes necessárias para um time que quer ser campeão de um torneio como a Copa do mundo.

Vive ainda a Argentina! Se o patamar de favorita no plano das ideias, deixou de existir, resta a Lionel Messi e companhia, apresentar um futebol convincente contra a Nigéria, vencer o jogo, torcer para a Islândia não vencer a Croácia e colocar a Argentina nas oitavas-de-final. Se lá chegaram, começa uma nova história, um novo cenário, uma nova Copa. Para sorte dos Hermanos, porque a atuação contra a Croácia é para ser totalmente esquecida.

Pelo lado da Croácia, a classificação para as oitavas já está garantida. E ela sim, deve levar consigo as atuações contra a Nigéria e contra a Argentina. Se conseguir repití.-las, a Croácia será uma das favoritas ao título

JOGO 32: TER UM TÉCNICO TOP AO BANCO DE RESERVAS AJUDA MUITO: COLÔMBIA DE PEKERMAN TEM ATUAÇÃO FANTÁSTICA E VENCE A POLÔNIA

Por Danilo Dias

Todos os elogios parecem ser poucos diante da atuação da Colômbia diante da Polônia. Sob o comando do fantástico José Pekerman, Quintero, Cuadrado, Jamez Rodrígues, Falcao García e companhia apresentaram um desempenho coletivo fenomenal diante dos poloneses.

Quando se tem ao banco de reservas um treinador top de linha, as coisas ficam mais fáceis.A Colômbia de Pekerman parece ser preparada para jogar de formas diferentes, sem perder o encanto.

No primeiro tempo, uma aula de como se dominar um jogo apresentando organização e paciência, mas sem perder a intensidade. O gol de Mina nasceu de uma jogada muito interessante. Quintero tinha a bola dominada alguns centímetros da linha da grande área....ele preparou-se para efetuar um cruzamento na área e vários marcadores poloneses posicionaram-se no meio da área, para onde supostamente seria executado o cruzamento...Quintero surpreendeu e tocou para James Rodrígues, que encontrava-se na ponta direita da grande área. De uma posição muito mais favorável ao cruzamento, o camisa 10 colocou a bola na cabeça de Mina, que se antecipou ao goleiro Szczesny e cabeceou para abrir o placar. Gol para lá de merecido, de um time que dominou o outro praticamente o primeiro tempo inteiro.

Na etapa final, uma aula de contra-ataque. A Polônia lançou-se à frente, tendo em Lewandowski sua peça de maior perigo (joga demais o centroavante do Bayern de Munique). Automaticamente, a Colômbia ganhou campo para contra-atacar. E ela fez isso com maestria. Falcao García fez seu primeiro gol em Copas do Mundo, Cuadrado também anotou o seu. Sonoros 3x0!

Mais que o placar em si, cabe destaque e merece aplausos o futebol apresentado pela Colômbia. Até onde os comandados de José Pekerman vão nessa Copa do Mundo, ninguém sabe, mas que até onde quer que seja, eles carreguem consigo a beleza e encanto do futebol apresentado nesse 24 de junho.

Por sinal, na próxima quinta-feira, dia 28 de junho, às 15h, teremos Colômbia x Senegal. Duelo imperdível, com caráter decisivo. Se a Colômbia vencer, avança de fase e Senegal passa a depender do resultado de Japão x Polônia. Se der empate, Senegal avança e a Colômbia que passa a depender do resultado do outro jogo do grupo. Se Senegal vencer, se classifica e elimina a Colômbia.

JOGO 31: COM BOAS PROPOSTAS DE JOGO, JAPÃO E SENEGAL EMPATAM EM ECATERINBURGO.


Por Danilo Silveira

Quando dois times entram em campo com a proposta de atacar o adversário, propor o jogo e buscar o gol, a chance de se ter um bom jogo, é muito grande. E assim foi no duelo entre Senegal e Japão.

Aiou Cisse e Akira Nishino estão de parabéns na armação das suas equipes, fato para mim, fundamental para que o jogo em Ecaterinburgo tenha tido um desenho tático bem interessante.

A força física e a velocidade eram as armas de Senegal, enquanto a paciência e a qualidade técnica na parte ofensiva eram os grande trunfos da seleção Japonesa.

Podemos dizer que tratou-se de um jogo de alternâncias. O Japão foi melhor na maioria da partida, mas isso não significa dizer que houve um domínio tão discrepante por parte dos asiáticos.

Poder de reação foi uma das coisas mais visíveis no jogo. Nas duas vezes em que esteve atrás no marcador, o Japão soube ter paciência, tranquilidade, não se desestruturar e buscar o gol de empate. Quando a partida estava 1x1 e o Japão era bem superior, Senegal soube explorar os lados do campo e chegar a um gol que o colocou novamente em vantagem.

O placar final de 2x2 parece ter ficado de bom tamanho, refletindo bem o jogo como um todo. Talvez fique um gosto amargo para os senegaleses, que estiv
eram duas vezes à frente no marcador; talvez fique um gosto amargo para os japoneses, que pressionaram no início do segundo tempo (quando o placar marcava 1x1), dominaram o jogo e chegaram muito perto da virada, com direito a bola no travessão de N`Diaye.

Em jogo onde as equipes atacam muito e o duelo acaba empatado, é bem compreensível que as duas equipes se lamentem e fiquem lembrando chances de gol e momentos favoráveis no jogo que poderiam trazer um vencedor ao duelo.

Iguais na Arena Ecaterinburgo, iguais na tabela de classificação. Japão e Senegal lideram o grupo H, com 4 pontos. Entram em campo na última rodada para jogar contra Polônia e Colômbia, respectivamente. Aconteça o que acontecer no jogo de daqui a pouco, entre Colômbia e Polônia, o fato é que tanto Japão, quanto Senegal, classificam-se na última rodada com um empate. Mas sinceramente, pelo que apresentaram até aqui, não creio que nem Senegal nem Japão vão apresentar um futebol mais defensivo, ou como alguns dizem, "mais cauteloso", por jogarem pelo empate. Acredito que os dois continuarão com suas propostas de buscar o gol, propor o jogo e jogar buscando a vitória. Caso isso aconteça, bom para o futebol, bom para a Copa do Mundo!Para quem assiste, para quem jogar, para quem vive o futebol!

sábado, junho 23, 2018

JOGO 25: EM DIA DE AHMED MUSA, NIGÉRIA VENCE ISLÂNDIA E AGORA DUELA COM ARGENTINA BUSCANDO SEGUNDA VAGA

Por Danilo Dias

A Nigéria tinha mais posse de bola. Tentava evoluir ao campo ofensivo, mas parecia ter receio de cair dentro da Islândia e ficar muito exposta ao contra-ataque. Fato é que apesar de ter tido a posse de bola e ter demonstrado qualidade no toque de bola, a Nigéria não conseguiu dar sequer um chute na meta de Halldorsson. A Islândia, por sua vez, chegou ao ataque por algumas vezes, até assustou na bola parada, mas nada que pudesse se constatar indícios de que o marcador estava próximo de ser aberto. O time do treinador Hallgrimsson parecia ter uma preocupação grande na partida, que era não perder a consistência defensiva. Por sinal, foi esse o grande trunfo da equipe na estreia contra a Argentina.

O parágrafo acima revela a síntese do que aconteceu nos 45 minutos iniciais em Volvograd. s emoções estavam mesmo guardadas para a segunda etapa.

Vindo de derrota na estreia, portanto, com zero ponto na tabela de classificação, a Nigéria se via pressionada para vencer a partida. E o time parece que voltou para a segunda etapa disposta a buscar essa vitória de maneira mais contundente. E se podemos citar um nome preponderante para a Nigéria chegar a vitória, esse nome é Musa. Para ficar completo, nome e sobrenome: Ahmed Musa. Foram deles os dois gols que garantiram os três pontos para a seleção africana. No primeiro, em rápido contra-ataque puxado, ele recebeu cruzamento da direita de Moses, dominou com estilo e chutou forte. No segundo, o camisa 7 arrancou pela esquerda, trouxe par o meio, driblou o goleiro e chutou paras as redes. Dois golaços!

O interessante de se destacar é que o primeiro gol nigeriano saiu em um dos raros momentos onde a defesa da Islândia encontrava-se desguarnecida. Uma bola parada no campo de ataque da seleção europeia acabou transformando-se em gol nigeriano segundos depois.

A atuação da Nigéria, em especial na segunda etapa era muito boa. Uma vitória maiúscula, e aparentemente sem sustos, estava sendo construída. Aparentemente! O futebol nos reservas surpresas, e por isso é fascinante. Aos 34 minutos, Ebuehi chegou atrasado em uma jogada na grande área e acabou derrubando Finnbogason. Em um primeiro momento, o árbitro da Nova Zelândia, Matthew Conger nada marcou, mas os árbitros de vídeo devem ter falado algo que fez ele ir até o lado de fora do gramado rever a imagem. Pênalti confirmado. Era a Islândia, que dava poucos sinais de reação, prestes a incendiar o jogo. Só que a segunda etapa realmente era nigeriana. Sigurosson isolou a cobrança!

Dos grupos os quais as equipes já jogaram duas partidas, o D é o único onde nenhuma equipe está eliminada. A Croácia já está classificada, enquanto Islândia, Nigéria e Argentina lutam pela segunda vaga. O vencedor de Nigéria x Argentina, avança de fase. Isso é, a Islândia, para avançar, precisa torcer por um empate entre Argentina e Nigéria e ainda vencer a Croácia, por dois gols de diferença, ou dependendo, até três. Convenhamos: tarefa muito difícil d seleção da Islândia!

JOGO 26: SHAQIRI MARCA NO FIM E SUÍÇA VIRA PARA CIMA DA SÉRVIA

Por Danilo Silveira

Tivemos nesta sexta, em Kaliningrado, a primeira vitoria de virada na Copa do Mundo de 2018. Com gol de Shaquiri, nos minutos finais, a Suíça venceu a Servia, ficando em boa condição para se classificar no grupo E.
Logo cedo, Mitrovic abriu o placar para a Servia. Cruzamento de direita,na medida para o camisa 9 cabecear forte e vencer o goleiro Sommer. 
Talvez o gol tenha sido preponderante para o jogo ficar a feição de equipe Servia. Mitrovic era muito acionado na frente, e dava muito trabalho à defesa Suíça. Somado a isso, Tadic era o homem que organizava o meio-campo e
A Suíça conseguia neutralizar a força do time comandado por xxxx através do seu toque de bola qualificado no.meio-campo. toque de bola esse que parecia pouco para conseguir vencer o forte sistema defensivo da Sérvia.
Veio o segundo tempo e o duelo.mudou um pouco de figuram A Suíça aumentou a intensidade do jogo no ataque, pressionando de forma mais contindente a seleção da Servia. O reflexo disso foi uma Servia que não mais conseguia mais levar perigo à defesa suíço. 
E a melhora da Suíça resultou em gol. Um chutaço de fora da área de Xhaka deixou tudo igual em Kaliningrado. O gol fez.muito bem ao jogo. As duas equipes pareciam insatisfeitas com o empate, haja visto a postura de ambas em buscar o ataque, procurar o gol. E o duelo tinha pinta que teria mais um gol. Para qualquer que fosse o lado que saísse, poderíamos dizer que foi com merecimento.
E a "premiada" acabou sendo a seleção Suica. Em um dos raros momentos em que a defesa da Sérvia emconteou-se desguarmecida, Shaquiri puxou contra ataque, sozinho, não foi alcançado pelos marcadores sérvios e concluiu a jogada com uma bonita finalização para dar à Suíça a primeira vitória na Copa do Mundo de 2018. 
Na comemoração, o camisa 23 tirou a camisa. Estava feliz, eufórico, contente. Não sei quantos graus o termômetro.marcava na arena de Kaliningrado, mas acredito que devido ao momento da partida, não havia frio algum sentido por Shaquiri, nem por nenhum suíço que assistia ao jogo da plateia. Era o clímax do jogo e da campanha Suíça na Copa de 2018.
Com o triunfo, a Suíça joga pelo empate diante da Costa Rica para avançar. Já no duelo entre Brasil x Servia, quem ganhar avança de fase e, se houver empate, o Brasil passa e a Servia precisará torcer contra a Suíça.

sexta-feira, junho 22, 2018

JOGO 22: PERU É SUPERIOR QUE A FRANÇA, MAS ACABA DERROTADO E ESTÁ FORA DA COPA DO MUNDO 2018


Por Danilo Silveira

A Seleção Peruana está fora da Copa do Mundo de 2018! Nenhum ponto em dois jogos disputados, com nenhum gol anotado. Esse é um dos exemplos que uso para dizer que o futebol analisado por estatísticas somente pode distorcer os fatos. "O Peru fez uma campanha pífia, pouco conseguiu atacar, chegando ao ponto de jogar 180 minutos sem fazer um gol". Talvez seja esse o pensamento de uma pessoa que não assistiu a equipe de Ricardo Gareca.

O Peru fez duas atuações excelentes, contra Dinamarca e França. Faltou uma melhor sorte! A  bola que pegou na trave, as defesas dos goleiros, a bola que passou a centímetros do gol, pênalti perdido. Tudo parecia conspirar contra a Seleção Peruana.  Copa do Mundo é competição de tiro curto, e muitas das vezes você está bem preparado, estruturado, reunindo todas as condições para conseguiu vencer os jogos e ir avançando de fase, mas as nuances futebolísticas, o imponderável, o imensurável acaba atuando.

Cabe dizer aqui que o time de Guerrerro, Cueva, Farfán, Carrillo (como jogou bola esse jogador) foi ao limite, não se entregou nenhum minuto e deu uma demonstração do que é "podemos até perder, mas não sem dar nosso máximo). Um parabéns mais que especial à torcida peruana, que fez as arquibancadas do estádio de Ekaterinburg, parecerem a cidade de Lima por uma noite.

Classifica-se a França! Exatamente o contrário do Peru. Seis pontos na conta, duas vitórias sofridas, aliadas a um futebol péssimo, se considerarmos o tamanho da qualidade do material humano que Didier Deschamps tem a disposição. Por sinal, Deschamps parece ter mudado um pouco de filosofia, ou eu tinha uma ideia errada do treinador.

A França não joga mais um futebol focado na ofensividade. O time até consegue atacar, até chega à frente, mas parece conseguir criar jogadas de perigo muito mais por conta do talento de seus jogadores, do que propriamente por uma vocação ofensiva do treinador. Na segunda etapa praticamente inteira, a França jogou fechada, encurralada, como se fosse um time pequeno, modesto, sem talento. Creio que ainda dê tempo de Didier Deschamps mudar os rumos da sua equipe ao longo da Copa do Mundo. Vamos ver se a França consegue, daqui para frente, encontrar o futebol o qual se espera de uma seleção que tem Griezmann, MbappéGiroud, Pogba, Matuidi e companhia.

JOGO 24: COM NEYMAR DESCONTROLADO, BRASIL SOFRE, MAS VENCE A COSTA RICA COM DOIS GOLS NOS ACRÉSCIMOS.

Por Danilo Dias



O Brasil voltou a apresentar a baixa produtividade ofensiva, já detectada na primeira partida, diante da Suiça. Nos 45 minutos iniciais, o time comandado por Tite pouco conseguiu criar, e Navas não fez sequer uma defesa de maior dificuldade. Está certo que a Costa Rica tinha montado um ferrolho à frente da sua meta, mas ainda sim, espera-se maior produtividade da uma seleção que conta com tanto jogador de qualidade como a brasileira.

No segundo tempo, Douglas Costa entrou na vaga de William, dando maior desenvoltura ao lado direita de ataque. Foi aí que o Brasil passou a encontrar um futebol um pouco melhor. As jogadas passaram a fluir com maior naturalidade e o gol parecia maduro. Jesus acertou o travessão, o defensor da Costa Rica salvou chute de Coutinho antes de a bola entrar. A pressão brasileira ia crescendo cada vez mais, mas faltava organização.

A Costa Rica, por sua vez, seguia bem postada na defesa, tentando em raras oportunidades, um contra ataque, mas com pouca gente participando do lance. Ureña lutava sozinho por entre os excelentes defensores brasileiros. Thiago Silva e Miranda não perderam praticamente nenhum lance ao longo dos 90 minutos. Bryan Ruiz, que é o jogador para reter a bola, organizar o time e conectar o meio-campo ao ataque, também não conseguia cumprir essa função, em meio a forte marcação brasileira. Se uma coisa funcionou no Brasil, foi a marcação. O time conseguia conter rapidamente as investidas ofensivas da Costa Rica e retomava a posse de bola.

Em poucas oportunidades, foco o texto em um só jogador, pois entendo que o futebol  é muito mais que isso...trata-se de um jogo coletivo! Mas falando um pouco de Neymar, cabe destacar a irritação, o nervosismo e a falta de controle do camisa 10 brasileiro. Neymar poderia ter recebido, minimamente, três cartões amarelos, ao cavar o pênalti, ao atirar a bola contra o gramado em protesto à arbitragem e ao xingar (de maneira perceptível através da leitura labial) um jogador costarriquenho. O árbitro optou por punir o brasileiro com o cartão de cor amarela apenas na segunda situação supracitada. Na primeira, inclusive, assinalou a penalidade, e só voltou atrás quando conferiu no vídeo que não havia sido nada.

Coutinho e Neymar, no apagar das luzes, trouxeram o alívio para a seleção brasileira. Aos 45, Coutinho foi oportunista  ao aproveitar um rebote de uma bola aérea e chutar forte para abrir o marcador. Já aos 51, Douglas Costa cruzou da direita e Neymar apareceu para completar para o gol vazio.

Costa Rica eliminada e Brasil, aparentemente, com boas chances para avançar de fase. Vamos ver se diante da Sérvia, depois de ter conseguido a primeira vitória, a seleção de Tite consegue jogar um futebol um pouco mais convincente.


JOGO 15: JAPÃO CONTA COM "HIMEM A MAIS" JOGO QUASE INTEIRO E DERROTA A COLÔMBIA EM SARANSK

Por Danilo Silveira

Todo jogo tem sua própria história...seus heróis, seus vilões, seus momentos cruciais, seus lances de maior relevância. E o "SE" não entra em campo, apesar de ficar sempre remoendo o pensamento daquele que de alguma forma se entreteu com a partida em questão. "E se aquela bola tivesse entrado?", "E se tal substituição tivesse sido feita?" "E se o goleiro não defende aquele chute cara a cara?"

No caso de Colômbia x Japão, a pergunta que paira sobre o ar é "E se Sánchez não fosse expulso aos 3 minutos de jogo?" Quando Kagawa pegou rebote de ótima defesa de Ospina e chutou, o jogador colombiano tinha duas alternativas básicas: deixar a bola passar (muito provavelmente entraria no gol) ou impedia que a bola passasse. Ele escolheu a segunda opção é só conseguiu o fazer com a mão. ]
O árbitro D. Skomina só tinha uma opção: assinalar o pênalti e expulsar o jogador. E assim o fez. Kagawa bateu bem e colocou o Japão em vantagem. Difícil imaginar um inicio menos trágico para a Colômbia na Copa do Mundo.

Mas estamos falando de. Time comandado por José Pekerman, técnico de qualidade elevadíssima. A Colômbia foi para cima do Japão, e não "homem a menos",. Dado momento, parecia não existir. E o prêmio pela iniciativa de partir para cá com organização e ousadia, mesmo com um homem a menos, veio aos 39 minutos. Quinteros cobrou falta por baixo da barreira, Kawashima segurou,as a tecnologia mostrou ao árbitro que a bola já havia cruzado a linha final: 1x1 com muito mérito para a Seleção sul-americana.

Veio a segunda etapa e os comandados de A. Nishino tiveram paciência e tranquilidade para dominar o jogo e encurralar a Colômbia. A vocação do time japonês não parece ser das mais ofensivas, percebia-se que o time tinha certa dificuldade de pentear na defesa colombiana. Quando chegava com mais perigo, Ospina aparecia para salvar. Mas o time de Jasebe, Kagawa, Osako e companhia, tem lá suas virtudes, e parece que foi, por tentativa e erro, vendo a melhor forma de conseguir furar o bloqueio colombiano.

E o terceiro gol do jogo, assim como os dois primeiros, veio na bola parada. Aos 28, Osako apareceu na área para completar escanteio da esquerda para o fundo das redes. Indefensável. Acredito que nem se tivessem dois Ospinas debaixo dos postes o gol seria evitado.

Vitória japonesa por 2x1 que dá muita emoção ao grupo. O time colombiano, de Falcão Garcia e James Rodrigues (o primeiro sofreu a falta que originou o gol da sua equipe e o segundo entrou aos 14 da segunda etapa e pouco conseguiu produzir) me parece ter todas as condições para avançar de grupo. Já o Japão, me parece. Adversário mais fraco, mas numa fase onde cada grupo tem 4 seleções, que jogam três jogos e duas se classificam, vencer o primeiro é um passo enorme para avançar de fase.

JOGO 16: SENEGAL MOSTRA A FORÇA AFRICANA E VENCE A POLÔNIA

Por Danilo Dias

A festa nas arquibancadas, com direito a pinturas e fantasias com as cores da bandeira do país. A elegância e estilo do treinador. A beleza do uniforme. Senegal já adquiria minha simpatia antes mesmo de a bola rolar. E quando a bola rolou, a simpatia começou a aumentar cada vez. mais. Um time bem interessante, organizado, que sabe se defender e parece saber os atalhos para conseguir chegar ao ataque.

O fato é que Senegal foi a primeira equipe africana a vencer na Copa do Mundo de 2018.  E venceu um adversário o qual eu esperava ver um futebol muito superior ao apresentado. A Sérvia de Lewandowski e Kubar, não conseguiu ser o time interessante que eu havia visto jogar às vésperas da Copa do Mundo, em amistoso contra a Lituânia.

Verdade seja dita, acho interessante ver uma seleção africana vencendo. Mais interessante ainda quando o treinador que dirige esse seleção é africano também, mas precisamente, da mesma nacionalidade da seleção a qual dirige. Aliou Cissé estava lá, à beira do gramado, de terno, com cabelo rastafari, comandando 11 jogadores que representam uma nação, um povo, de negros, africanos. E o africano venceu o Europeu!

Numa sociedade onde o preconceito é visível, muitas vezes escancarado, ainda que alguns o queiram tornar latente, o futebol ainda pode trazer um pouco de igualdade. Mesmo número de jogadores, mesma regra para todos. Já está na hora de parar com esse olhar preconceituoso ao futebol africano, de entender que lá também se tem futebol, também se joga bola e que as seleções de lá, podem sim fazer frente às seleções européias e sul-americanas.

Senegal parece ser a seleção africana com maior chance de ir longe nessa Copa do Mundo. Que até onde for, carregue consigo um bom futebol, que represente o povo africano, que mostre a força de um continente.


JOGO 20: FIEL AO SEU ESTILO DE JOGO HABITUAL, ESPANHA FURA RETRANCA IRANIANA E CONQUISTA PRIMEIRA VITÓRIA

Por Danilo Silveira

A  Seleção Espanhola guarda consigo o seu DNA, a sua identidade, a marca registrada que a trouxe para o topo do mundo no início do século vigente. Ainda que não mais com a mesma qualidade, o "tiki-taka" ainda se faz presente na atual Espanha. Ainda que não conte mais com Xavi Hernándes (um dos melhores jogadores de futebol que já vi jogar), ainda que não tenha mais na frente um atacante da qualidade de David Villa, a Espanha ainda é a Espanha que encantou o mundo na Copa do Mundo de 2010.

Iniesta, David Silva e Isco deram o comando ao meio-campo diante do Irã. Os três se movimentavam muito, faziam a bola girar, enquanto o Irã montava à frente da área uma verdadeira muralha.

Durante a maior parte do jogo, foi como se não existisse a possibilidade de o Irã ter a bola nos pés por mais de 5, 10 segundos. Talvez por não conseguir, talvez por estratégia, mas o fato é que a bola era espanhola. Fato é que é bonito de se ver o toque de bola espanhol, mas ele não rendeu, durante a primeira etapa, muitas chances de gol.

Mas, nesse tipo de jogo onde o time mais forte fica com a bola na intermediária adversária, enquanto o time mais fraco se defende com todas as forças, a chance de o time mais forte triunfar, é das maiores. Existe a qualidade, o erro, a sorte. A chance de uma dessas três coisas transformar um lance em gol, é tremenda. Ou quem sabe, um pouco de cada! E foi aos 8 minutos da segunda etapa. A qualidade veio de Iniesta e Dvid Silva que tabelaram. A sorte misturada com o erro veio quando Diego Costa recebeu de Iniesta, girou em cima de um defensor e viu a bola resvalar em Rezaielan, voltar na sua própria perna e rumar para as redes de Beiranvand. Surgia o gol do alívio. Como é difícil fazer gol no Irã. Curiosamente, no minuto anterior, o Irã teve sua melhor chance na partida, em chute de Ansarifard, da entrada da área, que bateu na rede do gol defendido por De Gea, mas pelo lado de fora.

Cabe salientar que o gol espanhol foi muito positivo ao jogo. O Irã começou a sair para o jogo, e mostrou que com a bola nos pés, também tem coisa boa para apresentar. E a bola até ultrapassou a linha final do gol de Gea, em chute de Ezatolahi. Seria o gol de empate se o camisa 6 iraniano não estivesse em posição irregular.

Essa página da web destina-se a falar de futebol. Nesse período do ano de 2018, destina-se a falar sobre a Copa do Mundo. Nesse exato momento, a falar sobre o jogo entre Espanha x Irã. E ao falar sobre esse duelo, é completamente impossível não comentar, o lindo lance ocorrido aos 36 minutos da segunda etapa. Pela ponta esquerda do ataque iriano, Amiri executou uma caneta simplesmente sensacional em Piqué, e cruzou para Taremi, que por pouco não empatou a partida.

No resumo da obra, 1x0 para Espanha, que tem um estilo de jogo fantástico, que carrega consigo há anos. Sem dúvida, uma das favoritas ao título. O Irã, por sua vez, tem agora uma decisão contra Portugal, em duelo que precisa vencer para ultrapassar os portugueses e garantir classificação. Um empate classifica os portugueses e faz com que o Irã tenha que torcer para a Espanha perder para o Marrocos. Dependendo, até por mais de um gol de diferença.

O fato de o Irã precisar vencer Portugal para garantir classificação, pode fazer bem ao próprio Irã A equipe comandada por Carlos Queiróz já demonstrou ter qualidade para atacar, para buscar o gol. Se não perder a sua consistência defensiva e conseguir ter um mínimo de iniciativa ofensiva, o Irã tem boas chances de vencer a seleção portuguesa

JOGO 18: MARROCOS JOGA BEM, MAS PERDE PARA PORTUGAL, COM GOL DE CRISTIANO RONALDO E MILAGRE DE RUI PATRÍCIO, E ESTÁ ELIMINADO

Por Danilo Dias

Marrocos merecia uma melhor sorte nesse Copa do Mundo. Comentário esse feito por alguém que gostou muito das duas atuações marroquinas até aqui no Mundial. As duas derrotas por 1x0, no entanto, eliminaram a seleção comandada por Herve Renard do Mundial.

O que faltou ao Marrocos na Copa do Mundo foi aquilo que, invariavelmente, é o que decide o jogo: o gol! A equipe mostrou muitas características de um grande time de futebol. Bom toque de bola, boa organização defensiva, luta, entrega, intensidade. Já disse uma vez Carlos Alberto Parreira, que o gol era um detalhe, o detalhe mais importante do futebol. Sábias palavras. E o Marrocos hoje sabe bem disso.

A diferença básica do jogo diante do Irã para o jogo contra Portugal, foi que contra os asiáticos, o gol saiu praticamente no final final, enquanto diante dos lusitanos, o gol saiu logo aos três minutos. Cristiano Ronaldo recebeu cruzamento na área, fez um ótimo movimento de corpo, tirando o marcador da jogada e soltou um daqueles seus foguetes de cabeça. O camisa 7 português e o gol parecem ter ligações de outras vidas!

Ainda na primeira etapa, Cristiano teve mais duas oportunidades...uma em chute cruzado da direita, que passou perto da trave de Munir, e outra em chute de média distância, que acabou passando muito longe do gol. Tirando isso, Portugal pouco produziu ofensivamente.

Durante os 45 minutos finais, Portugal quase não conseguiu atacar. Cristiano passou a ser peça pouca ativa em campo e a seleção de Fernando Santos passou a ter a vitória momentânea muito ameaçada. E se ela foi mantida, muito se deve ao goleiro Rui Patrício. Aos 11 minutos, o arqueiro português realizou um tremendo milagre em Luzhniki. Daquelas defesas para serem vistas e revistas de diversos ângulos. Até agora fico me perguntando como a cabeçada de Belhaanda encontrou o braço direito do camisa 1 português, ao invés de o fundo das redes.

Sinceramente, esse grupo merecia uma última rodada com todos os 4 times com possibilidades de classificação. Quis o destino que assim não fosse. Mas ele reservou para o dia 25 de junho, em Saransk, 15h, no horário de Brasília, Portugal x Irã, que tem tudo para ser um jogo muito interessante. Quem ganhar, avança de fase...Se houver empate, Portugal avança. Os iranianos podem avançar junto com Portugal em caso de empate, e mesmo perdendo, Portugal ainda tem chances. No entanto, as probabilidades de os dois avançarem é muito remota. Mais precisamente, um empate da Espanha contra o Marrocos, classifica a Fúria e faz com que Irã e Portugal terminem o duelo em Saransk, invariavelmente, com um dos dois classificado, e o outro eliminado.

Um detalhe muito interessante é que Carlos Queiróz, atual técnico do Irã, é português, e dirigiu a Seleção de Portugal naa Cop do Mundo de 2010.

quinta-feira, junho 21, 2018

JOGO 21: EM DUELO DE ALTA VOLTAGEM, DINAMARCA E AUSTRÁLIA EMPATAM.

Por Danilo Dias

Jorgensen brigando no campo ofensivo, mostrando qualidade, tentando puxar a marcação adversária. Eriksen sendo o grande pensador no meio de campo. Yussuf Poulsen e Sisto tentando imprimir velocidade nas jogadas de lado de campo. Bola de pé em pé, tentativa de envolver a marcação adversária.

Leckie, Nabbout e Kruse imprimindo muita velocidade em descidas rápidas de contra ataques. Jogadas quase sempre pelos lados do campo, tentativas de chegar a linha de fundo. Recomposição na marcação, para tentar roubar a bola e novamente sair em contra-ataque rápido.

O primeiro parágrafo resume a Dinamarca de Age Hareide. O segundo, a Austrália de Bert Van Marwijk. O fato é que as duas equipes travaram um excelente duelo tático na Samara Arena. Difícil dizer quem jogou melhor e o empate acabou sendo um resultado que expressou bem os 90 minutos jogados. Só que, devido ao volume ofensivo apresentado pelas equipes, um 2x2 ou 3x3 expressar melhor o duelo em si.

A Dinamarca abriu o placar muito cedo, através de um belo gol. Jorgensen deu uma ajeitada fenomenal para Eriksen soltar um foguete da entrada da área, não oferecendo chance alguma para o goleiro Ryan. O desenho de uma Dinamarca mais desenvolta, que dominava a partida, contra um Austrália que enfrentava dificuldades, além da própria adversidade no placar, foi sendo desfeito aos poucos.

A Austrália tinha lá suas virtudes. E a equipe acabou chegando ao empate aos 38 minutos, de maneira muito parecida com a que havia empatado o jogo com a França, na estreia. Bola na área e pênalti assinalado. Se contra a França, Umtiti meteu a mão na bola, dessa vez Poulsen abriu demais o braço e acabou tocando na bola, que havia sido cabeceada por Leckie. O árbitro espanhol Antonio Mateu verificou o lance no vídeo e assinalou a penalidade. Sinceramente, a regra fala algo em torno de "se o jogador ampliar o espaço e tocar o braço na bola e infração" Eu não concordo muito com essa regra, pois trata-se de um movimento natural, abrir um pouco o braço, na hora de saltar, correr, mudar de direção. A Austrália não tinha nada com isso...Jedinak cobrou e empatou a partida.

Apesar de os dois gols da partida terem saído na primeira etapa, a emoção de fato acabou guardada para os 45 minutos finais. Dinamarca e Austrália imprimiram um ritmo frenético ao duelo. Um famoso "lá e cá". Os dois buscando a vitória, não se contentando com o empate. Empate esse, que se analisado do ponto de vista numérico na tabela, pode ser considerado bom para a Dinamarca, que chega a 4 pontos, seguindo invicta na Copa do Mundo.

Curiosamente, num grupo com Peru, Dinamarca, França e Austrália, a equipe que vem apresentando o futebol menos agradável de se ver, é a França.


JOGO 19: COM FUTEBOL SOFRÍVEL, URUGUAI DERROTA A ARÁBIA SAUDITA E AVANÇA PARA AS OITAVAS

Por Danilo Silveira


Não é de hoje que chama a atenção que a Seleção do Uruguai, comandada por Óscar Tabárez é uma equipe mais preparada para defender do que para atacar. Tal fato foi verificado ainda na partida de estreia, quando o time enfrentou muita dificuldade para penetrar na defesa egípcia e só conseguiu o gol nos minutos finais, em jogada que nasceu de uma falta na ponta direita.
Nesta quarta-feira, na Arena de Rostov, muitos esperavam que o Uruguai de Suárez e Cavani goleasse a Arábia Saudita, derrotada na estreia por 5x0 pela Rússia. Mas, os 90 minutos não apontaram para esse caminho.
O Uruguai sofreu muito para derrotar uma Arábia Saudita que fez uma partida de nível muito superior a estreia. Os comandados de Antônio Pizzi tiveram a bola no pé, conseguiram mostrar muito mais desenvoltura e qualidade no toque de bola. Em dado momento da primeira etapa, as estatísticas mostravam maior posse de bola para o Sauditas.
O 1x0 para o time de Tabárez, foi construído em uma jogada de falha grotesca do goleiro Mohammed Al Owais, aos 22 do primeiro tempo. O camisa 22 não saiu mal para cortar cruzamento da esquerda e a bola chegou até Luizito Suárez, que teve frieza e qualidade para emendar de primeira para o gol vazio.
Parece ser um pouco do jeito Uruguai de ser...sofrido, sem muita inspiração, no limite. E assim, a Celeste vai caminhando, e já carimba passaporte para a segunda fase. Mas lá, as coisas tendem a ser mais difíceis. As vitórias tendem a vir somente se a equipe apresentar um pouco mais de futebol. 

Nem falo de algo tão encantador e bonito plasticamente, mas um nível de futebol minimamente aceitável. E para quem tem Suárez e Cavani, é bem possível montar uma equipe que consiga atacar de maneira mais convincente. Resta saber primeiro se Tabárez quer isso. Em seguida, resta saber se ele tem/terá capacidade para pôr isso em prática 

JOGO 17: RÚSSIA JOGA BEM, VENCE MAIS UMA E CHEGA A OITO GOLS EM DOIS JOGOS DISPUTADOS

Por Danilo Dias

O Egito tinha a presença de Mohamed Salah (não jogou a estreia pois ainda se recuperava de lesão), para tentar dar produtividade ofensiva para um time que mostrou ser organizado defensivamente no jogo anterior, diante do Uruguai.

Mas a Rússia faz um início de Copa do Mundo brilhante. Não houve Egito, Salah, nem qualquer outro obstáculo cpaz de para o poderio ofensivo e bom futebol apresentado pelos donos da casa. Dzyuba, Cherysev e companhia fizeram a alegria do torcedor russo em São Petersburgo.

Durante a primeira etapa, a Rússia foi superior, tentando pressionar e encurralar o Egito, que por sua vez, arriscava subidas ao ataque, procurando o camisa 10, Mohamed Salah, uma das esperanças de gol dos egípcios. Veio o intervalo e nada de gols. Parece que eles foram guarddos para a segunda etapa.

O volume ofensivo russo, que acabou não sendo premiado na primeira etapa, foi premiado em dose tripla no segundo tempo. E em menos de 20 minutos. Logo com um minuto, Fathy cortou mal um chute cruzado da direita e acabou marcando contra. Aos 13, Mario Fernandes fez bonita jogada pela direita e cruzou rasteiro para Cheryshev aumentar. E três minutos mais tarde, Dzyuba deixou a sua marca.

A elasticidade no placar conquistada tão rápida, deu tranquilidade e Rússia, e de certa forma, tirou um pouco da emoção da partida. O Egito até saía para o ataque, buscando diminuir o marcador, mas a solide da atuação russa tornavam as coisas complicadas para os comandados de Hector Cúoper. Interessante notar que mesmo com três gols de vantagem, a Rússia não abdicava de atacar e de buscar o gol.

No fim das contas, a seleção africana acabou premiada com um gol de honra, de pênalti, anotado por Salah. Depois disso,  até houve um esboço de pressão egípcia, mas nada que colocasse muito em risco os três pontos para os donos da casa.

Com o resultado, o Egito está eliminado da Copa do Mundo, e a Rússia muito próximo da classificação para as oitavas de final. Se conseguir dar sequência a esse bom futebol apresentado, a Rússia tem totais condições de ir longe. Por que não sonhar com a final no dia 15 de julho, no estádio Olímpico de Lujniki?

quarta-feira, junho 20, 2018

JOGO 14: NO "FERG TIME", INGLATERRA VENCE TUNÍSIA


Por Danilo Silveira

Alex Ferguson treinou Manchester United por quase 27 anos. Entrou no clube no fim de 1986 e saiu no meio 2013, ano em que aposentou-se. Confesso que não acompanhei nem metade da carreira de Alex Ferguson no Manchester United. Eu era muito novo, criança, não assistia futebol. Ma,s do "pouco" que acompanhei, pude perceber alguns detalhes.

O maior deles é que o Manchester de Fersuson nunca estava morto antes do apito final. Parece óbvio, nenhum time está morto antes de o jogo acabar. Mas, quando se une Alex Ferguson e Manchester United, essa frase ganha um peso extra. O time podia estar jogando mal, as coisas podiam não estar da melhor maneira, mas a vitória muitas vezes vinha assim mesmo. Nos minutos finais, de forma sofrida, mas o fato é que ela muitas vezes vinha instantes antes do árbitro apitar o final do jogo.

Isso fez com que apelidassem os minutos finais da partida de "Ferg Time", isto é, "o tempo de Ferguson". Ele inicia-se mais ou menos aos 40 do segundo tempo e termina quando o árbitro encerra o jogo. Esse era o período mais perigoso para os adversários do Manchester United. Desconheço estudos estatísticos que analisem o Manchester de Ferguson nos minutos finais dos jogos. Mas não precisa de estudo. Quem via o Manchester do Ferguson jogar com frequência, sabe disso. Era imensurável, inexplicável. Daquelas coisas que colocamos no campo do imponderável!

Mas o que isto tem a ver com a Copa da Rússia em 2018? Tem a ver porque a Inglaterra, terra do  Manchester United de Ferguson, viu sua seleção aproveitar-se do tal "Ferg Time". Os minutos passavam-se e o 1x1 persistia no placar, e cada vez mais parecia improvável sair um gol n partida. Foi quando após um escanteio cobrado da direita e um desvio no meio da área, Harry Kane apareceu no segundo pau, livre de marcação, e com bonita cabeçada, fez o gol da vitória inglesa.Gol e vitória do alívio, para um seleção campeã do Mundo, que na Copa passada não venceu um jogo sequer.

Falando do jogo em si, podemos dizer que o primeiro tempo foi bom, jogado em uma intensidade legal. Principalmente no início, onde a Inglaterra partiu para cima da Tunísia, criando boas chances de gol. Logo aos 11, Harry Kane, o mesmo que fez o gol da vitória inglesa, abriu o marcador. E foi num lnce também de bola parada. Escanteio cobrado da esquerda, Stones cabeceou, Hassen defendeu e lá estava o camisa 9 pra pegar o rebote e estufas as redes inglesas. Parecia que estava se desenhando uma vitória confortável da Inglaterra, devido ao bom volume de jogo apresentado pela seleção dirigida por Gareth Southgate. Mas, aos 34, Sassi empatou o jogo, em cobrança de pênalti.

A segunda etapa foi disputada em uma intensidade bem menor. A Tunísia começou conseguindo conter uma possível pressão inglesa, através de um bom toque de toque. Toque de bola esse que não era vertical, ou seja, a Tunísia tinha a bola, mas não chegava perto da meta adversária. E, aos poucos, a Inglaterra foi assumindo o controle da partida, ocupando o campo de ataque. Mas faltava inspiração, faltava o drible, a jogada de profundidade, o chute de fora da área. O 1x1 parecia inevitável. Só mesmo através do dito "Ferg Time" para a Inglaterra conquistar uma vitória que não vinha há oito anos.

Como dito acima, o jogo alternou bruscamente de intensidade ao longo dos 90 minutos. Mas um coisa que me chamou atenção positivamente. A tentativa das duas equipes de jogar pelo chão. Poucos cruzamento para a área, pouco chutões, pouco "bico pro alto". Acredito que na segunda rodada, Inglaterra e Tunísia farão apresentações melhores, contra Panamá e Bélgica, respectivamente.

JOGO 13: PRAZER, BÉLGICA!

Por Danilo Silveira


Lá vem a Bélgica! Jogando futebol de pé em pé, organizada, com vocação ofensiva, cheia de jogadores de técnica para lá de apurada.
Sem essa de jogo fácil, sem esse de seleção "já eliminada" antes de a bola rolar. Um pouco de respeito com aqueles que se classificaram ao Mundial!
O Panamá foi envolvido pela Bélgica, terminou derrotado, por um placar até certo ponto elástico. Mas não fez um papel feio. Mostrou organização, suportou a pressão e, em alguns momentos, chegou de maneira organizada ao campo ofensivo.
O placar final de 3x0 para a Bélgica teve sua construção iniciada somente na segunda etapa, em chutaço de Mertens. Um golaço! Gol esse que veio a premiar a equipe que mais tentava o gol, que mais atacava, que mostrava ter maior qualidade técnica
O fato é que o gol mudou um pouco o desenho tático da partida. O Panamá se abriu, em busca do empate, sendo mais contundente no ataque e abrindo espaços na defesa. Isso trouxe emoção e intensidade ao gramado do estádio Olímpico de Sóchi
A qualidade belga prevaleceu! Os dois gols de Lukaku trouxeram tranquilidade e elasticidade ao placar. A qualidade individual, o jogo coletivo...não vejo nenhum motivo para duvidar da Bélgica. 
Sem essa de falta de tradição, de peso de camisa e qualquer análises nesse sentido. A Bélgica vem forte, muito forte. O Panamá pode incomodar muito, não esperem vida fácil de Tunísia e Inglaterra diante da seleção estreante em Mundiais.

Confesso que antes de a Copa começar, não sabia muito em quais condições a Bélgica estrearia. Sabia, sim, que tratava-se de uma geração muito talentosa, e que os convocados em 2014 formavam a base também para 2018. Mas não sabia quais as ideias de futebol do treinador espanhol Roberto Martínez. Tinha ouvido comentários que tratava-se de um treinador retranqueiro, mas não podia julgar sem observar. 

O que tenho a dizer é que se em algum momento Martínez foi retranqueiro, esse momento parece ter ficado em algum lugar do passado.A atuação contra o Panamá dá indícios que o trabalho está sendo bem feito e que a Bélgica não pretende retrancar-se ao longo do Mundial. Martínez parece estar, de maneira interessante, dando continuidade ao trabalho de Marc Wilmots, treinador da equipe na Copa do Mundo de 2014, quando a Bégica apresentou um futebol bastante convincente.

segunda-feira, junho 18, 2018

JOGO 9: SÉRVIA TEM BOA ATUAÇÃO E DERROTA A COSTA RICA.

Por Danilo Silveira

Sensação e surpresa da última Copa, a Costa Rica entrava em campo na cidade de Samara, para enfrentar a Sérvia, e a pergunta mais  se fazer era: Será que a Costa Rica ainda é aquele time que fez uma Copa do Mundo excepcional no Brasil?

Talvez seja difícil responder a pergunta acima de forma direta, apenas com um sim ou com um não. Mas o fato é que a seleção da América do Norte não conseguiu apresentar um futebol tão consistente como o de 4 anos atrás, o que não significa que tenha feito uma partida ruim.

A Sérvia foi superior, mostrou bastante qualidade, e acabou vencendo por 1x0, com um golaço de Kolarov, em belíssima cobrança de falta. Se alguém podia imaginar um time da Sérvia pesado, de muita força física e técnica não tão apurada, a imaginação está equivocada. O time comandado por Mladen Krstajic tem muita qualidade, e parece ter totais condições de jogar de igual para igual com todo mundo (ou quase todo mundo) nesse Mundial.

Acredito que no próximo jogo, diante do Brasil, a Costa Rica possa apresentar um futebol melhor, diante da Seleção Brasileira. O estilo de jogo dos costarriquenhos parece ter bom encaixe contra seleções que tendem a atacar mais. Ainda que o Brasil não possua um treinador de vocação ofensiva, parece um pouco lógico que um time com a qualidade do Brasil vá propor o jogo diante dos costarriquenhos.

Já a Sérvia, tem pela frente uma Suiça, Todos os ingredientes para termos um jogo para lá de estudado. Não acredito que vai haver uma equipe que vá atacar muita mais que a outra. Prevejo um jogo de muita alternância na parte ofensiva, que tende até a ser decidido em mínimos detalhes.