sábado, junho 30, 2018

JOGO 49: NEM MESSI NEM A MÍSTICA SALVAM UMA ARGENTINA SOFRÍVEL DEFENSIVAMENTE

Por Danilo Dias 

Argentina e França fizeram o jogo mais emocionante da Copa até aqui. Justo no primeiro jogo das oitavas-de-final, o primeiro jogo da fase eliminatória. Imagina o que teremos de emoção até o final do Mundial.

Os 4 gols anotados pelos franceses, apenas esboçam aquilo que já tinha sido apresentado na primeira fase: a fraqueza defensiva da equipe comandada por Jorge Sampaoli. Muda daqui, muda dali, e o sistema defensivo só parecia piorar. Bom para Mbappé. O camisa 10 francês fez um carnaval na defesa argentina. Sofreu um pênalti que abriu o caminho para a vitória francesa, arrancando no meio de cinco marcadores argentino e fez dois gols, sendo o melhor jogador da partida.

Messi tentou, mas pouco conseguiu. Sofreu em meio à marcação de uma equipe muito mais ajustada que a sua. E até a tal da mística argentina ajudou. Aquela história que quando as coisas vão mal, a Argentina tira forças do além. A fé, o divino e o imponderável começam a atuar.

Melhor em campo e vencendo por 1x0, a França viu uma Argentina totalmente bagunçada chegar à virada. Um chute de rara felicidade de Angél Di María, ainda na primeira etapa, e um chute de Lionel Messi, que desviou em Mercado e entrou, logo nos minutos iniciais da primeira etapa. Era a virada de uma equipe que não fez por merecer. Mas estava lá, a Argentina, vivíssima, vencendo de virada uma das favoritas ao título.

Só que futebol é coletivo, é organização, é aplicação na marcação. E a Argentina não teve. A França não precisou fazer muito para conseguir se colocar à frente do placar novamente. No espaço de 11 minutos, a equipe de Didier Deschamps fez três gols. Aproveitou os espaços do campo, os buracos deixados pela Argentina, contou com um chute magnífico de Pavard, para o fundo das redes, e com a estrela de Mbappé, marcando duas vezes, em sequência.

A Argentina não se entregou, mas perdeu totalmente suas forças. Parecia esgotada, física e mentalmente. A França tinha ali a possibilidade de aplicar uma sonora goleada. Os espaços foram ficando cada vez maiores na defesa argentina. O relógio ultrapassou a marca dos 45 e acredito que nem mesmo o argentino com dose mais elevada de fé, ainda pudesse acreditar que algo pudesse mudar nos 4 minutos de acréscimos. Mas a Argentina tem Messi. E dele saiu um lançamento excepcional par Aguero, aos 47, dar um pingo de esperança para Maradona e os outro milhares de torcedores presentes na Arena Kazan.

Os minutos que separaram o terceiro gol argentino e o apito final, foram de extrema tensão. A bola chutada da esquerda, para dentro da área francesa, nos segundos finais do jogo, dev
e ter feito argentinos, franceses e todos os amantes de futebol ficarem boquiabertos e eufóricos. Não que a bola tenha passado perto de entrar, mas a cada dia que passa o futebol dá provas de ser um esporte encantador e guardar momentos de emoção até o apito final.

Jorge Sampaoli é um dos treinadores que eu mais gosto no cenário mundial do futebol. Monta times encantadores, com belo futebol ofensivo, muita intensidade e aplicação na marcação. No entanto, foi mal na Copa do Mundo dirigindo a Argentina. Diria eu, péssimo! Parecia perdido, tendo em mãos uma geração muito talentosa, mas sem conseguir formar uma equipe com ela. Desejo sucesso ao restante da carreira desse treinador, que tem todas as condições de, num futuro, montar novos times encantadores, como fez na Universidad do Chile, por exemplo.

Segue a França, sem muito encanto, mas com organização. Quando se tem um time aplicado e com jogadores como Griezmann, Mbappé, Giroud, entre outros, a chance de se obter sucesso é tremenda. Mas, sinceramente, acho que ainda se pode cobrar um futebol melhor dessa Seleção Francesa.

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