quarta-feira, julho 14, 2021

JOGO FINAL: NOS PÊNALTIS, ITÁLIA DERROTA A INGLATERRA.

 Por Danilo Silveira

A final da Euro 2020, tinha tudo para ser decidida nos mínimos detalhes. Pela consistência defensiva das duas equipes, o 0x0 era um palpite para lá de razoável de se fazer antes da bola rolar.

E quem por acaso palpitou nesse placar, ficou o viabilizado de acertar antes de dois minutos de jogo. Cruzamento da direita, a bola passou por todo o sistema italiano até chegar em Shaw, que bateu forte para vencer Donnarumma e levar ao  delírio a maioria inglesa no estádio Wembley. Era um grande passo para a Inglaterra voltar a erguer um caneco, depois de 55 anos.

Depois de uma Eurocopa de nível tão elevado, o que se viu em Wembley foi uma partida muito aquém daquilo que merece uma final de um torneio ta o grandioso. A Inglaterra praticamente abdicou de jogar, enquanto pelo lado italiano ficou escancarado a dificuldade que a equipe tem de atacar e se espalhar no campo adversário quando encontra um adversário postado.

Veio a segunda etapa e em dado momento a Itália conseguiu encontrar lampejos de bom futebol, diante de uma Inglatera que parecia certa que o placar não seria alterado.

E num bate rebate na área, a bola sobrou para Bonucci empurrar para as redes e empatar a partida, aos 21 minutos. Daí em diante, voltamos a ter um jogo de duas equipes em campo. A Inglaterra voltou a jogar, ou pelo menos tentar. A partida melhorou um pouco de nível e assim foi até os minutos finais da prorrogação. Tudo seria decidido nos pênaltis.

Dois ótimos goleiros. Os dois pegaram 2 penalidades cada. Das outras 3 cobranças de cada time, a Inglaterra carimbou a trave em uma e acertou as outras duas. Já a Itália, converteu as outras três.

Melhor que em anos anteriores, a Itália apoiou-se em alguns novos conceitos para voltar à mais alta prateleira da Europa. Mas ainda precisa melhorar muito para estar no nível de outras seleções da própria Europa.

Já a Inglaterra, mostrou muita qualidade. Mas precisa pegar os seus melhores momentos e aplicar durante uma maior quantidade de tempo durante as partidas.

terça-feira, julho 06, 2021

JOGO 50: ITÁLIA RECORRE A CONCEITOS DEFENSIVOS E NOS PÊNALTIS, AVANÇA À FINAL.

 Por Danilo Silveira

Muito se fala sobre uma Nova seleção italiana. Sobre a terra da bota ter em sua seleção nacional, novos conceitos sobre futebol. Sobre o defensivismo encruado por anos e anos, ter se tornado ofensivo. 

É fato que existe na Itália da Eurocopa 2020, alguns conceitos mais interessantes do que os que vinham sendo apresentados historicamente. Mas, é cedo demais, precipitado demais, conceituar essa Itália como uma "Nova Itália".

O que se viu em Londres hoje, na semifinal, comprova isso. A Espanha fez talvez, sua melhor apresentação na Euro. Dominou a Itália por completo. Os comandados de Luís Enrique levaram os comandados de Roberto Mancini à lona. Olmo, Pedri, Koke, Busquet e companhia, mostraram o que é um conceito de jogo bem definido e aprofundado. É bola no pé, é não dar chutão, é envolver o adversário, é aproximar jogadores para facilitar a troca de passes. 

Em alguns momentos, a Itália até tentou (e até conseguiu) diminuir a intensidade espanhola marcando pressão, indo para cima, fechando as linhas de passe no campo ofensivo. Veio a segunda etapa e num contra ataque rápido e certeiro, a bola chegou de Donnarumma às redes espanholas em questão de poucos segundos, passando por uma linda finalização de Chiesa. 

Na frente no placar, a Itália logo correu para o seu velho conceito de jogar futebol. O defensivismo, o abdicar de atacar, o preferir  manter o 1x0 que tentar ampliar. Curiosamente, quase ampliou em uma das poucas chegadas ao gol adversário com o resultado 1x0.

E daí veio a Espanha. Com sua desenvoltura, leveza e ofensividade. Continuou com seu estilo, com sua classe, com sua magia. E chegou ao empate por baixo, pela grama, numa enfiada de bola maravilhosa de Olmo para Morata.

E continuou a Espanha com seu mesmo futebol, partindo para cima, buscando o gol da virada. Veio então a prorrogação e a impressão que fica é que veio o desgaste físico. Dos dois lados, para jogadores que disputam uma competição em fim de temporada. Para uma Itália que já disputou uma prorrogação na Euro e para uma Espanha que vem de duas prorrogações nas fases anteriores.

Quis o destino, que a definição do primeiro finalista de Euro, saísse em cobranças de pênaltis. A Itália perdeu sua primeira cobrança. Mas quis o destino que os dois personagens do empate espanhol, desperdiçassem suas cobranças. Olmo isolou, Morata parou em Donnaruma. Quis o destino, colocar a Itália versão 2021, na final. Uma Itália que carrega consigo coisas boas, mas que precisa melhorar muito para ser taxada de "Nova Itália."

sábado, julho 03, 2021

JOGO 45: NOS PÊNALTIS, ESPANHA DERROTA A SUÍÇA E CHEGA À SEMI

 Por Danilo Silveira

Assim que a bola rolou em São Petersburgo, a Espanha fez aquilo que se espera dela, aquilo que se espera da melhor equipe no campo de jogo. Colocou a bola no chão, dominou as ações no campo ofensivo e começou a encurralar a defesa suíça. O prêmio veio logo, num gol onde não é muito comum, quando se trata de seleção espanhola. Jordi Alba chutou de média distância, a bola desviou em Zakaria e pegou o goleiro Sommer no contrapé: 1x0.

A Espanha seguiu seu estilo de jogo. Shaquiri, Seferovic e Embolo, que se destacaram na parte ofensiva da Suiça contra a França, pouco conseguiam criar, devido ao domínio absoluto da Espanha, que chegou a apresentar 75% da posse de bola durante a primeira etapa.

Só que em dado momento, a Espanha aparentemente diminuiu o ritmo do seu jogo. Passou a ser menos incisiva, o toque de bola começou a ser menos envolvente e a Suíça começou a se soltar mais em campo.

O cenário do parágrafo anterior ficou mais visível no início da segunda etapa. E se a Espanha foi premiada na primeira etapa, foi castigada no segundo tempo. Pau Torres e Laporte falharam, Freuler fez o passe e Shaquiri aproveitou para deixar tudo igual no marcador. O relógio marcava 22 minutos. Ainda tínhamos metade de um tempo com promessa de muita emoção.

Nove minutos mais tarde, Freuler, o autor da assistência do gol de empate, deu entrada muito dura em um adversário, acertando a bola, mas também a perna do espanhol com as travas da chuteira. Cartão vermelho na hora, aplicado de maneira correta. Foi o despertar para a Espanha voltar a jogar o seu melhor futebol. Um domínio absoluto, passando por um bom futebol apresentado, mas que não foram suficientes para evitar uma prorrogação.

E na prorrogação, tivemos talvez a meia hora de futebol mais bem jogado da Eurocopa. Um verdadeiro bombardeio da Espanha. O gol não ter saído foi  algo surreal. A equipe de Luís Enrique parou na falta de pontaria, no goleiro Sommer, na defesa adversária e sabe mais onde, para não conseguir alterar o marcador. 

Vieram então as penalidades máximas. Busquets carimbou a trave, Schar parou em Unai Simón, Sommer pegou a cobrança de Rodri e Simón pegou também a cobrança de Akinji. Foram essas as 4 cobranças desperdiçadas, duas para cada lado, o que mantinha o duelo empatado. Foi aí que Ruben Vargas isolou e Oyarzabal converteu para colocar a Espanha na semifinal.


 

quinta-feira, julho 01, 2021

JOGO 43: INGLATERRA VENCE E DECRETA O ÚLTIMO JOGO DE JOACHIM LOW SOB O COMANDO DA ALEMANHA

 Por Danilo Silveira

Foi dia de "jogo grande" em Wembley. Duas campeãs mundiais em campo. Muita tradição, muito talento e dois ótimos técnicos à beira do gramado.

Se formos pensar em termos de duelo tático entre Joachim Low e Gareth Southgate, fica difícil dizer quem ganhou . Duas equipes muito bem montadas, que proporcionaram ao espectador uma agradável partida de futebol.

A Alemanha de Low desfilava seu toque de bola, tentava envolver a defesa adversária usando bastante os flancos. A Inglaterra de Southgate respondia à posse de bola alemã com uma ótima solidez defensiva, mas não deixava de atacar, brigando pela posse de bola para não deixar a Alemanha dominar completamente o jogo. 

A soma de todo o parágrafo acima, gerou uma partida com poucas chances de gol. Podemos dizer que a disciplina tática foi o grande ponto positivo das equipes, o que gerou um jogo bastante interessante para quem gosta de futebol.

Existem aqueles que falam que esse tipo de jogo não tem emoção. Pois bem! Aos 29 da segunda etapa, Steling, o jogador mais decisivo da Inglaterra até aqui, apareceu na área para chutar, vencer a muralha chamada Manuel Neuer e colocar a Inglaterra muito próxima da classificação.

Quando a bola entrou nas redes alemães, a Inglaterra somava 344 minutos jogados na Euro sem sofrer gols (Sem contar os acréscimos).  Faltavam mais 16 e os acréscimos sem ser vazada para figurar entre as oito da Euro.

Mesmo tendo um time focado na parte ofensiva e muito bem dirigido, parecia improvavel um empate alemão, analisando o desenho do duelo. Foi aí que Sterling quase foi de herói a vilão. O camisa 10 inglês errou um passe no campo ofensivo, que gerou o contra-ataque alemão. Muller apareceu cara a cara com Pickford. Era a melhor chance da alemanha na partida, que caía dos céus de Wembley. Mas o camisa 25 alemão falhou, ao tirar demais do goleiro e ver a bola passar a centímetros da trave direita.

Numa das imagens mais legais da Euro, é possível ver Sterling, quase no meio-campo, com as mãos na cabeça, olhando a finalização sem sucesso do atacante alemão. A bola não entrar deve ter sido um alívio para todo e qualquer inglês mundo afora, mas principalmente para Sterling. Alívio esse que concretizou-se aos 40 minutos. Harry Kane recebeu cruzamento da esquerda, cabeceou e desencantou. 2x0!

Inglaterra nas quartas de final, muito cotada para chegar mais longe. O título não parece tão distante assim.

Não posso terminar esse texto sem um parágrafo especial a Joachim Low. Depois de 15 anos de trabalho, Low encerra sua passagem na seleção alemã. Falando-se em resultados pura e simplesmente, ele já foi muito bem (campeão do mundo em 2014) e já foi muito mal (eliminado  na primeira fase da Copa de 2018). Mas o futebol é muito mais que resultado. Low é um dos melhores treinadores de futebol do mundo. Perdendo ou ganhando, sua Alemanha sempre, ou quase sempre, é órganizada dentro de campo. Quase sempre sólida, mas tendo por princípio básico buscar o ataque, buscar o gol. Merece aplausos...seja perdendo por 2x0 para a Inglaterra num jogo de oitavas da Eurocopa, seja ganhando de 7x1 em uma semifinal de Copa do Mundo.