quarta-feira, fevereiro 27, 2013

GALO CANTA FORTE EM SARANDÍ: 5A2 NO ARSENAL

Por Eduardo Riviello, texto extraído do Blog www.jogadadefeito.blogspot.com

Ronaldinho já havia feito a diferença na partida de estréia, quando o Atlético Mineiro venceu o São Paulo por 2a1 no estádio Independência. E, outra vez, o gênio foi fundamental para a construção de mais um resultado positivo. Mas para falar da histórica goleada do Galo sobre o Arsenal, em Sarandí, há que se falar de muitos outros personagens. Começando por Cuca, técnico de quem sou profundo admirador há algum tempo. Na entrevista pré-jogo, Cuca salientou a necessidade de tentar jogar em Buenos Aires da mesma maneira que o time atua quando está jogando dentro de casa. Lindo isso. Com bola rolando, um repórter de beira de campo deu ênfase durante a transmissão indicando algumas das orientações de Cuca, todas elas de cunho ofensivista: Júnior César tinha que se adiantar, atuando como um meia; Jô tinha que se posicionar entre os zagueiros; Leandro Donizete tinha que sair para o jogo.

Mas como traçar um plano de jogo quando o adversário marca 1a0 com um minuto de partida? Num vacilo da defesa, que errou o tempo de bola e permitiu que Furch recebesse em liberdade uma enfiada de bola de Aguirre, o Arsenal abriu o placar em chute cruzado do camisa nove. Na comemoração, Furch mostrou a camisa de Zelaya, jogador que rompeu ligamentos do joelho na sexta-feira, diante do Argentinos Juniors, pela liga nacional. Bacana a homenagem.

Mas mais homenageado que Zelaya foi o futebol. Já aos sete minutos, saiu o empate: ótima assistência de Ronaldinho Gaúcho e conclusão precisa de Bernard. 1a1 e festa de uma torcida alvinegra que compareceu em bom número. Naquele momento, Cuca foi flagrado comemorando muito o gol marcado e fazendo sinal para arquibancada pedindo um pouco de silêncio e paciência, da maneira mais educada que isso pode ser feito num ambiente como um estádio de futebol.

E quem seguiu as recomendações dele, não se arrependeu. O Galo se impôs em campo com a naturalidade daqueles que jogam um bolão no jogo da mesma maneira que treinam. E olha que o Arsenal jogava bem, embora falhasse demais na última linha de defesa. Aos vinte e seis, o time da casa iria à rede mais uma vez com Furth, mas a arbitragem do uruguaio Martín Vázquez viu a falta cometida pelo atacante no zagueiro Leonardo Silva, anulando acertadamente o lance. E se os mandantes não conseguiram assumir a frente naquele momento, não conseguiriam nunca mais na partida.

Através de uma troca de passes envolvente, Ronaldinho e Jô participaram da ótima jogada que terminou com assistência de Leandro Donizete para conclusão de Diego Tardelli - era o primeiro gol do camisa nove no retorno ao Galo e era visível a emoção estampada em sua face. 2a1 Atlético.

Leitores mais atentos lembrarão que Cuca havia pedido maiores avanços de Donizete e Júnior César. Se aos vinte e sete Donizete deu o passe para o gol de Tardelli, aos trinta e cinco foi a vez de Júnior César cruzar para Jô finalizar com precisão. 3a1 no placar.

Ainda no primeiro tempo, Aguirre cobrou uma falta pela direita com maestria e surpreendeu Victor, mandando a bola no ângulo direito. Cobrança que de alguma maneira lembra aquela de um certo Ronaldinho Gaúcho, nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002, num Brasil e Inglaterra, encobrindo David Seaman (na minha opinião, embora RG seja genial, aquela cobrança não foi proposital).

Indo para o intervalo, Ronaldinho foi rapidamente entrevistado e afirmou que o negócio era jogar fechadinho e sair em contra-ataques. Fechadinho, Ronaldinho? Time do Cuca? Esperando o adversário? Vai nessa... O Atlético Mineiro voltou para o segundo tempo é tomando a iniciativa, que por sinal é algo que sabe fazer muito bem. E não apenas graças à vocação ofensiva de Cuca, mas também ao próprio Ronaldinho, exímio organizador de jogadas.

Bernard, que como jogador profissional fazia sua primeira partida fora do país, tratou de transformar a vitória em goleada. Aos oito, foi novamente lançado por Ronaldinho Gaúcho, aproveitou o vacilo do defensor que não soube dominar a bola, e mandou para a rede, marcando o quarto do time e o seu segundo pessoal.

Cinco minutos depois, Ronaldinho descolou mais um lançamento, Jô chutou bem, Campestrini espalmou e Bernard, no local exato, conferiu no rebote. Hat-trick, como dizem os britânicos. 5a2 e festa dos visitantes, que pareciam em casa.

As substituições promovidas por Cuca deram maior consistência à equipe, que jogou os últimos minutos ouvindo seus próprios adeptos entoarem gritos de olé, olé. Aos quarenta e dois minutos, Ronaldinho sofreu pênalti na jogada mais violenta de uma partida tranquila: Braghieri foi com as duas solas de chuteira na canela de Ronaldinho, que felizmente não sofreu nada mais grave em entrada daquelas "para quebrar". Vázquez, que atuava muito bem, acertou na marcação do pênalti mas cometeu o gravíssimo erro disciplinar de não aplicar cartão num lance que era para expulsão.

Faltava o gol de Ronaldinho. Ele foi para a cobrança da penalidade máxima e... mandou no travessão. Mais tarde, puxando contra-ataque, tocou para Luan na esquerda e o jogador que acabara de entrar chutou firme, superando Campestrini mas não Nervo, que salvou praticamente em cima da linha. Pênalti no travessão e bola salva incrivelmente nos minutos finais. Foi 5, mas o Galo pintou o 7.

segunda-feira, fevereiro 18, 2013

LIBERTADORES 2013 - ANÁLISES DE ATLÉTICO/MG, SÃO PAULO E GRÊMIO

Por Danilo Silveira

Com atraso de alguns dias, venho falar um pouco sobre a estreia de alguns brasileiros na Libertadores 2013.

Na Arena Independência, o encontro dos, para mim, melhores técnicos do Brasil: Cuca do Atlético/MG e Ney Franco do São Paulo. Melhor para o Galo, que venceu uma partida que teve dois tempos completamente diferentes. Na primeira etapa, o time mineiro foi extremamente superior, criando boas chances, enquanto o São Paulo não deu um chute sequer a gol. E foi em um lance curioso que o Galo abriu o marcador. Ronaldinho Gaúcho estava próximo ao gol são paulino e aproveitou para beber um pouco da água do goleiro Rogério Ceni, estando aparentemente fora de qualquer possibilidade de participação em alguma jogada. Foi quando de repente, um lateral foi cobrado na sua direção e ele recebeu totalmente livre de marcação (ele estava à frente de todos os jogadores de linha do São Paulo, mas não há impedimento em cobrança de lateral) e tocou para o meio da área, onde Jô apareceu para concluir com êxito. Fica a discussão: falta ou não de fair-play? Acredito que ele até poderia ter deixado a bola passar, mas não vejo má fé no lance, não acredito que ele foi propositalmente até o goleiro são paulino para desvencilhar-se da marcação adversária. Na segunda etapa, o jogo mudou de figura, com o São Paulo atacando mais que o Galo e levando perigo, como em chute de Luís Fabiano, muito bem defendido por Victor. E foi em um momento não favorável ao time de Cuca que apareceu o talento e maestria de Ronaldinho. Pela ponta direita, em uma jogada que misturou bom domínio de bola e boa ginga, o camisa 10 driblou dois marcadores antes de cruzar na cabeça de Réver, que ampliou. A vantagem de dois gols do Galo voltou a ser de apenas um quando Aloísio, que veio do banco de reservas, diminuiu. E antes do apito final, Ganso, que também veio do banco, teve ótima chance de ampliar e por pouco não o fez: seu chute passou à esquerda da meta, muito próximo do gol defendido por Victor.

Na Arena Grêmio, o Tricolor Gaúcho decepcionou. Diante do Huachipato, do Chile, a equipe de vanderlei Luxemburgo jogou mal e perdeu por 2 x 1. Se não parece ser brilhante, o Huachipato parece ter alguma organização. Organização essa que faltou ao Grêmio. Na primeira etapa, a equipe chiulena mostrou-se muito mais consciente em campo, chegando ao primeiro gol. Na segunda etapa, veio o 2 x 0 e as coisas complicaram para o time gaúcho. Vale ressaltar a atruação ruim do zagueiro Cris, cometendo muitos erros, principalmente no questio passe. Luxemburgo, que começou com Barcos no time, lançou Marcelo Moreno em campo, mas não sacou o argentino, passando a jogar assim com dois centroavantes. Depois, optou por lançar Wellinton e sacar o chileno Vargas, jogando com três atacantes. O Grêmio diminuiu em cobrança de pênalti de Barcos e foi para cima em busca do empate, contando com recuo da equipe chilena. O fato é que a pressão gremista se deu muito mais na base da raça que da organização. Wellinton ainda teve boa chance, mas falhou após receber cruzamento da esquerda, não conseguindo acertar o alvo. Quarta-feira, o Grêmio enfrenta o Fluminense, pela segunda rodada da competição. A competição mal começou e a situação do Tricolor Gaúcho passa longe de ser confortável.

sexta-feira, fevereiro 01, 2013

CHUVA DE GOLS E DE ERROS NO ENGENHÃO COM VITÓRIA RUBRO-NEGRA

Por Danilo Silveira



Flamengo e Vasco fizeram um jogo movimentado nesta quinta-feira, no Engenhão. Os seis gols da partida (vitória de 4 x 2 para o Flamengo), talvez se expliquem pela grande quantidade de erros das duas defesas. Bola aérea na área do Flamengo era um Deus nos acuda, em contra partida, o Vasco deixava espaços gigantes em sua defesa e quando o Flamengo atacava em velocidade causava pânico nos torcedores vascaínos. A velocidade na troca de passes, com boa atuação de Elias, faziam do Flamengo o melhor time em campo e isso logo refletiu no placar, com a equipe de Dorival Júnior abrindo 2 x 0. Mas, logo em seguida o Vasco diminuiu, adivinha como: em jogada aérea e bonita cabeçada de Pedro Ken. Veio a segunda etapa e Dorival promoveu a entrada de Cléber Santana na vaga de Nixon, enquanto Gaúcho lançou Dakson no lugar do Jonh Cley. E não demorou muito para Cléber Santana ser notado em campo. Após boa jogada de Rafinha, ele acertou uma bomba de fora da área, marcando um golaço. Esse gol só não foi mais bonito do que o de que Rafinha anotou minutos depois, quando arrancou pelo meio, ganhou Dedé na corrida e completou na saída do goleiro vascaíno. Em festa, a nação rubro-negra começou a gritar olé  e a vitória parecia que seria fácil. Porém, Dakson acertou um bonito chute de fora da área para diminuir. Thomás não entrou bem na vaga de Rafinha e o Flamengo começou a ver o que parecia uma goleada se transformar em um jogo muito perigoso. Felipe apareceu de forma providencial para defender um chute cruzado da ponta esquerda, salvando o Flamengo. O Vasco começou a pressionar, o Flamengo perdeu força ofensiva e o final de jogo não foi lá dos mais tranquilos para a equipe rubro-negra. O jogo de ontem deu alguma esperança ao torcedor rubro-negro, que viu um time mais veloz em campo do que o habitual com Dorival Júnior. Um time mais objetivo, demonstrando mais qualidade, fazendo bonitos gols, porém, com graves erros na parte defensiva. Já o Vasco não foi bem, mostrou muitas fragilidades. A verdade é que hoje, analisando como time, o Botafogo está muito na frente de Vasco e Flamengo na briga pelo título estadual.