domingo, julho 08, 2018

FRANÇA DERROTA URUGUAI E PEGA A BÉLGICA NA SEMIFINAL, EM UM DUELO PROMISSOR

Por Danilo Dias

Chegar às quartas-de-final da Copa do Mundo foi o limite para a seleção uruguaia, comandada por Óscar Tabárez. E cada uruguaio sabe o quão difícil foi chegar até ela. Uma primeira fase arrastada, placares magros contra Egito e Arábia Saudita. Uma boa atuação contra a Rússia garantiu o primeiro lugar no grupo e o duelo contra Portugal nas oitavas foi duríssimo, terminando com vitória para garantir os 100% e lugar entre os oito mais bem colocados do mundo.

Bater o Uruguai é difícil, duro. É aquele time que, jogando bem ou jogando mal, quase sempre endurecer as partidas. Parece um pouco do jeito uruguaio de ser, parece estar no DNA e ir além da qualidade do time que encontra-se dentro das 4 linhas. E falando em time, o Uruguai tinha para as quartas de final, um desfalque e tanto. Cavani machucou-se contra Portugal e estava vetado para a partida.

Era a primeira vez que o Uruguai enfrentava um time de fato superior. Do outro lado, era nada mais, nada menos que a França de Griezmann, Mbappé, Pogba e companhia. E aí, nem a raça da dupla Godín e Giménez, nem a luta incessante de Suárez e o esquema bem montado por Tabárez foram capazes de frear o coletivo francês.

Cabe destacar que a França fez a sua melhor partida na Copa do Mundo. Soube se impôr, soube propor o jogo e dominar a partida. Fez aquilo que se espera de alguém que deseja ser campeão mundial, fez aquilo que se espera do melhor time dentro de campo.

Ainda que não seja um futebol tão agradável de se assistir, ainda não não seja um estilo de jogo ofensivo, o Uruguai cai de pé na Copa do Mundo. A dependência de Cavani e Suárez preocupa para um futuro próximo. É preciso renovar, é preciso que surjam novas opções para o ataque, senão à altura, próximo do nível dessa dupla, uma das melhores do mundo.

Impossível não destacar o comovente choro do zagueiro uruguaio Giménez, antes mesmo do apito final. Por volta dos 43 da segunda etapa, o placar marcava 2x0 para França (placar final do jogo) e o zagueiro foi as lágrimas, dentro do campo. Chorava a eliminação do seu país, antes mesmo da sua consolidação. O futebol vai muito além de a bola rolando, propriamente. É um turbilhão de emoções para quem joga, para quem assiste das arquibancadas e até para quem, como eu, assiste pela televisão, de outro continente.

Segue a França, com um encontro marcado diante da Bélgica, que eliminou nada mais, nada menos, que o Brasil de Neymar, Coutinho e companhia. Jogo que promete ser espetacular. Se as duas equipes apresentarem todo o futebol que podem, a chance de termos o melhor jogo dessa Copa do Mundo é grande. Imperdível!


sábado, julho 07, 2018

JOGO 60: LUZ, CÂMERA, AÇÃO: A CROÁCIA ESTÁ NA SEMIFINAL DA COPA DO MUNDO:

Por Danilo Silveira



Senhoras e senhores, luz, câmera e ação! Vai começar o filme em Sóchi. Como todo bom filme, os personagens se apresentam ao público e aos poucos, vai ficando nítido quem exerce papel principal, quem é o coadjuvante.

Personagens russos e croatas em ação. Os russos logo mostraram que tinham como proposta, avançar seus homens, marcar no campo adversário, para impedir que os croatas trocassem passes muito à vontade no meio-campo, onde possuem muita qualidade. Principalmente nos pés de Luka Modric. Aliás, como joga bola esse cidadão. Personagem principal do filme, com atuação que deve ser para qualquer bonequinho aplaudir de pé. Não é daqueles personagens extravagantes, não faz jogadas "midiáticas", não é muito de dar arrancadas, mas no papel de conduzir o time, de ser o dono do meio-campo, faz como poucos.

Do outro lado, Cheryshev teve seu momento de protagonista aos 30 minutos de jogo. Tabelou com Dzyuba e soltou uma bomba de fora da área, no ângulo direito do goleiro Subasic, que ficou olhando, sem nada a fazer. Arrisco-me a dizer que nenhum goleiro desse planeta defenderia esse chute. Sob o céu de Sóchi, as arquibancadas do estádio Olímpico pulsavam com um dos muitos momentos emocionante do filme.

E oito minutos mais tarde, o filme cresceu ainda mais em emoção e suspense quando Kramaric tratou de engrandecer o roteiro ao, cercado por quatro marcadores, achar espaço para completar de cabeça para o fundo das redes, cruzamento de Manduzukic, da ponta esquerda.

Apitava o árbitro, era o momento do intervalo. Pausa para ir ao banheiro, comprar mais pipoca e encher o copo de refrigerante antes de o segundo tempo começar. Baterias recarregadas e o filme seguiu. Poderiam ser os 45 minutos finais, ou não! Ninguém ao certo sabia exatamente quanto tempo o filme duraria. A Croácia parecia reunir mais forças para tentar fazer com que esse filme acabasse em 90 minutos, com ela classificada para atuar em outro filme, mais adiante na Copa do Mundo.

Mas do outro lado, tinha a Rússia...valente, brigadora, cheia de vontade. Não queria sair de cena, queria seguir até o fim atuando. Afinal, o filme estava sendo gravado em seu próprio território.

O chute de Perisic parecia ser um indício de que o filme não demoraria tanto a terminar, mas a bola caprichosamente bateu na trave.

Uma regra básica desse filme é que durante os 90 minutos, cada diretor pode trocar apenas três atores de seus elencos, mantendo sempre 11 em ação. O diretor croata, Zlatko Dalic, trocou três de seus atores ao longo da segunda etapa do filme. E quando o tempo esgotava-se, veio uma cena forte, impactante, que poderia decidir os rumos do filme. O goleiro Subasic caiu para fazer uma defesa e sentiu a coxa. Fez cara de quem sentia muita dor. Para quem não sabe, o goleiro é um ator especial, que cumpre dentro do roteiro, uma função muito específica. A Croácia não podia mais trocar seus atores. Teria que ir um jogador de linha cumprir o papel de goleiro nos minutos finais de segunda etapa (em caso de prorrogação, o diretor pode trocar mais um ator). Mas, Subasic seguiu em campo, e ao certo, ninguém sabe (talvez só ele) se ele estava 100% fisicamente.

Encerrou-se os 90 minutos, e nenhum dos times conseguiu conquistar o Oscar dentro desse período no estádio Olímpico de Sóchi. Seria dado mais meia hora para, quem sabe, um elenco conseguir sair vitorioso em relação ao outro.

E Domagoj Vida foi o ator que protagonizou a cena mais impactante do jogo até ali. O zagueiro deu uma cabeçada na bola, mandando- para dentro das redes defendidas por Akinfeev. Vida dava ali, a sobrevivência para os crotas. Ele tirou a camisa, saiu festejando com seu companheiros. Ainda não era o Oscar, mas o gol foi comemorado como tal.

Fosse um filme qualquer desses "mamão com açucar", para você ver quase dormindo, nada mais aconteceria de muito impactante e o filme terminaria em menos de meia hora. Mas, estamos falando de um dos melhores filmes do ano.

Salamovich Cherchesov (quase um ídolo nacional russo, por ter feito um filme de seu país poder ser exibido nessa fase da competição, em detrimento ao filme espanhol, por exemplo) pedia à beira do campo o apoio vindo das arquibancadas. Um regente, um técnico ou um diretor? Nesse momento, Cherchesov era um pouco de cada coisa. Fato é que a resposta veio das arquibancadas, em forma de gritos de incentivo. E quando Dzagoev cobrou falta na área e Mário Fernandes cabeceou para as redes croatas, no minutos 114 do filme, ficou evidenciado que aquele filme entraria para a eternidade.

Rebobinando o filme, será possível verificar que próximo ao minuto 90, o goleiro Subasic machucou-se e, aparentemente, teria que sair do jogo, mas acabou ficando. Lembram que eu disse que o goleiro não é um ator qualquer, e cumpre uma função específica? Pois, bem. Tudo seria decidido nas penalidades máximas, situação onde o goleiro tende a ser o protagonista, às vezes como herói, às vezes como vilão, às vezes como nenhum dos dois.

E Subasic queria ser herói, e defendeu sua meta como tal em cobrança de Smolov. Só que do outro lado, Akinfeev também queria brincar de ser herói, e impediu que a cobrança de Kovacic ultrapassasse a linha final do gol.

Se ainda estamos aqui narrando o filme, é porque Mário Fernandes fez um gol na prorrogação, impedindo o término do filme. E, numa história digna de cinema, envolvendo suspense, reviravolta, choros e lágrimas,o lateral-direito brasileiro, naturalizado russo, desperdiçou sua cobrança. Era o início do fim. Pouco depois, Rakitic decretou a cena derradeira do filme, chutando a bola no canto direito de Akinfeev, que caiu para o lado oposto.

Sai de cena a Rússia. E deve fazer isso de pé, de cabeça erguida, ovacionada por seu povo, sua nação! Segue viva a Croácia, e ainda que no fundo trate-se de um time de futebol, e não de um filme, a metáfora é válida, pois assistir a Croácia jogar nessa Copa é tão interessante quanto assistir  um filme candidato ao Oscar. Falando nisso, o sonho de receber o Oscar (ou a taça, como queira chamar) está cada dia mais vivo no coração de cada cidadão croata.




JOGO 59: PICKFORD BRILHA, INGLATERRA JOGA BEM BEM, VENCE A SUÉCIA E VOLTA A UM SEMIFINAL APÓS 28 ANOS

Por Danilo Dias

Há 28 anos sem chegar em uma semifinal de Copa do Mundo. há 12 anos sem vencer uma partida de mata-mata. Assim, a Inglaterra entrava na Arena Samara para enfrentar o bom time da Suécia, buscando a vitória para figurar novamente entre os 4 primeiros colocados da Copa do Mundo, fato que não ocorri desde 1990, na Itália.

E o objetivo inglês foi alcançado. Para chegar até ele, os comandado de Gareth Southgate apresentaram um futebol interessante, superando o forte esquema de jogo sueco. Talvez o primeiro grande passo a ser dado era arrumar uma estratégia para tentar superar o forte sistema defensivo do time sueco.

E foi através da leveza de seu ataque e troca de posição constante de seus homens, que a Inglaterra começou, aos poucos, a envolver o time sueco, que teve um bom início na partida. O time inglês tem uma boa capacidade de jogar pelo chão, usando a velocidade e a habilidade de Streling e Lingard. Mas, foi pelo alto que ele chegou ao gol. Escanteio cobrado da esquerda e Maguire cabeceou para vencer o goleiro Olsen e deixar um pouco mais perto o sonho inglês de voltar a uma semifinal de Copa do Mundo. O relógio marcava 29 da primeira etapa.

O gol fez muito bem a Inglaterra, que passou a dominar o jogo. Lembra de troca de posição dos ingleses, comentada anteriormente nesse texto? Foi ainda na primeira etapa que Harry Kane veio na intermediária e descolou belíssimo passe Sterling, que infiltrou por entre a defesa, chegou a driblar o goleiro Olsen, mas acabou sendo atrapalhado pela marcação e ficando sem ângulo para chutar.

Ainda que estivesse melhor em campo, ainda que estivesse na frente no placar, a tarefa inglesa de passar de fase ainda não poderia ser dada como algo simples. Do outro lado tinha a Suécia, um time dos mais valentes nessa Copa do Mundo. Depois de classificar-se em um grupo onde a Holanda ficou de fora, nas eliminatórias; depois de eliminar a Itália na repescagem; depois de classificar-se em um grupo que a Alemanha ficou de fora e depois de eliminar a Suíça nas oitavas, os suecos venderiam caríssimo aos ingleses a classificação.

Veio a segunda etapa, e a Suécia esteve perto de empatar. Mas precisamente, não o fez porque o goleiro Pickford fez uma defesaça em cabeçada do centroavante Berg. Começava a aparecer ali um dos nomes do jogo. O duelo ficou interessante de se assistir, a Suécia conseguia espaços para atacar e a Inglaterra não se retraía. E o talento inglês apareceu! Lingrd deu um lançamento genial, por elevação, quebrando todo o sistema defensivo sueco e colocando a bola na cabeça de Dele Alli, que não teve dificuldades para vencer o goleiro Olsen e ampliar.

Logo em seguida, a Suécia respondeu com Claesson, que de frente para o gol chutou rasteiro, no canto direito, mas lá estava Pickford novamente, aparecendo de forma brilhante para salvar a Inglaterra.

Não querendo criticar muito, mas já criticando, o treinador Janne Anderson, com dois gols atrás do marcador, achou como uma das soluções para tentar reverter o resultado, tirar Forsberg para a entrada de Martín Olsson, aos 19 minutos. Ainda que o camisa 10 não tenha feito uma excelente atuação, era dele que  a Suécia poderia esperar o passe diferenciado, a jogada mais qualificada, algo que surpreendesse e pudesse deixar a Suécia mais perto de um empate, aparentemente bem improvável àquela altura do jogo

Mesmo sem o seu camisa 10,  Suécia continuou valente e guerreira dentro de campo. Mas o dia era mesmo da Inglaterra, era mesmo do goleiro Pickford. Um chute forte de Berg, alto, no centro do gol (não sei se entraria, se bateria na trave ou se sairia por poucos centímetros), foi levemente desviado pelo goleiro inglês, um dos grandes responsáveis pela classificação inglesas para a semifinal.

O adversário da semifinal será Croácia ou Rússia, que duelam daqui a pouco, em Sochi. Seja o time de Luka Modric, Rakitic e companhia, sejam os donos da casa, eufóricos com a campanha da seleção na Copa do Mundo, quem vier promete dar muito trabalho à Inglaterra. Mas, pelo futebol apresentado hoje, os ingleses demonstram ter muitas possibilidades de conseguir chegar à grande final.



JOGO 38: DINAMARCA EMPATA SEM GOLS COM A FRANÇA E GARANTE VAGA NAS OITAVAS

Por Danilo Dias

A França entrou em campo já classificada e talvez por isso Didider Deschamps tenha lançado a campo um time teoricamente quase todo reservas. A Dinamarca precisa empatar para não depender do resultado do jogo entre Austrália e Peru.

O que tivemos foi um jogo onde os sistemas defensivos foram superiores ao sistemas ofensivas. Não foram criadas muitas chances de gol e o 0x0 ao apito final parece ter ficado de bom tamanho para os dois lados.

Quem parece que não ficou muito satisfeito foi parte do público presente no estádio de Luzhniki. Durante a segunda etapa, ouviu-se muitas vaias para a postura da Dinamarca. O público reclamava de uma possível falta de interesse da Seleção Dinamarquesa na partida, já que em dado momento os comandados de Age Hareide trocavam passes no campo de defesa e pareciam pouco interessados em evoluir para o campo ofensivo. Mas, sinceramente, não faço críticas aos dinamarqueses, não. Achou que o time buscou o ataque em boa parte do jogo, atuou de igual para igual contra uma das favoritas ao título da Copa do Mundo.

No final das contas, mesmo que fosse derrotada, a Dinamarca estaria nas oitavas-de-final, já que a Austrália acabou derrotada pelo Peru por 2x0. Vem aí o mata-mata. A Dinamarca enfrenta o timaço da Croácia, enquanto a França enfrente simplesmente, a Argentina.

A Croácia é favorita diante da Dinamarca, mas não seria uma zebra se a Dinamarca avançasse. O time de Age Hareide já mostrou nesse Mundial que tem boas virtudes, que ainda que não seja um time muito focado em atacar, parece conhecer os atalhos para chegar ao gol.

A França, ainda que não tenha feito grandes atuações até aqui, chega contra a Argentina com um certo favoritismo, dado às atuações abaixo do esperado da Argentina. Mas de um time que tem Lionel Messi, tudo podemos esperar e a promessa é de um jogaço.


JOGO 58: MELHOR COLETIVAMENTE, BÉLGICA MANDA O BRASIL PARA CASA E CHEGA À SEMIFINAL

Por Danilo Dias

Era o encontro de duas das seleções com maior talento em seus plantéis na Copa do Mundo de 2018. De uma lado, o Brasil de Neymar, Coutinho, Marcelo e companhia. Do outro, a Bélgica, de Hazard, De Bruyne e Lukaku. Ingredientes não faltavam par termos um grande jogo.

E no final das contas, Roberto Martínez mostrou aquilo que já vinha mostrando ao longo da Copa toda: que sabe usar o talento individual para montar um grande time de futebol. Coisa que Tite passou longe de fazer ao longo do Mundial.

Escanteio cobrado na área, a bola bateu no braço de Fernandinho e entrou nas redes do goleiro Alisson: gol contra e 1x0 para a Bélgica Lukaku puxa um contra-ataque sensacional, dá um belo drible em Fernandinho, serve De Bruyne, que chuta de fora da área, no canto direito, fazendo 2x0 para a Bélgica.

Os lances do parágrafo anterior, ocorreram respectivamente nos minutos 12 e 30 da primeira etapa. Era a primeira vez que o Brasil ficava atrás do marcador na Copa do Mundo. E foi aí que a equipe montada por Tite mostrou qual era o seu maior defeito: a falta de coletividade para criar jogadas ofensivas. Neymar, Gabriel Jesus, William e Coutinho formavam o quarteto de ataque e até tentavam produzir jogadas de gol, até conseguiam exercer determinada pressão sobre a Bélgica. No entanto, muito mais em jogadas individuais que propriamente em jogadas coletivas. Os quatro pouco conseguiam dialogar, pouco conseguiam fazer coletivamente para tentar envolver o alto, bom e sólido sistema defensivo belga.

Era a hora de Tite atuar. E para volta do intervalo, o treinador lançou Roberto Firmino na vaga de William. Dois jogadores de características um pouco diferentes, mas no fundo, o treinador brasileiro estava trocando uma peça ofensiva por outra. Talvez seria de maior ousadia tirar um jogador mais de defesa, devido às circunstâncias do jogo.

A Bélgica fez na segunda etapa, uma das coisas mais arriscadas de se fazer quando se joga diante de uma equipe que possui jogadores de tanta qualidade quanto o Brasil: recuar excessivamente. O time que trabalhava bem a bola no ataque, que sabia contra-atacar e que causava muito perigo ao Brasil na primeira etapa, foi cada vez mais sumindo da parte ofensiva. Uma reviravolta, que parecia distante na primeira etapa, devido ao desenho tático do jogo e superioridade belga, se tornou algo bem possível.

O Brasil rondava a área, tentava por um lado, pelo outro, mas faltava a coletividade, faltava o toque de bola, faltava um jogador para cadenciar a partida. Talvez fosse Paulo Henrique Ganso, talvez fosse Oscar, mas Tite deixou esses fora da lista. Preferiu Taison, Fred, entre outros, que sequer foram usados. E na hora de tirar um homem do sistema defensivo para colocar um atacante, Tite tirou Gabriel Jesus e colocou Douglas Costa, quando o relógio apontava 12 minutos. Ainda que Douglas Costa tenha entrado bem na partida e produzido mais que Gabriel Jesus, a substituição não se justifica. Perdendo por 2x0, na segunda etapa de um jogo eliminatório, tirar um homem de defesa para colocar uma peça ofensiva é quase o mínimo que o treinador da Seleção Brasileira deveria ter feito.

Ainda com substituições mal executadas, ainda que jogando mal, ainda que perdendo por 2x0, ainda que o relógio andasse e o placar não fosse alterado, o Brasil estava vivo ainda. É duro vencer o Brasil,  o time parece estar sempre perto de ressurgir. Tite fez última mexida: Renato Augusto na vaga de Paulinho, aos 27 do segundo tempo. Ainda que possa se verificar algum cunho ofensivo na substituição, não faz nenhum sentido manter Fágner (peça quase nula na segunda etapa) em campo e dois zagueiros (ainda que a dupla de zaga tenha feito uma ótima partida).

O Brasil esbarrava nas substituições equivocadas do seu treinador, nas individualidade infrutífera de seus jogadores, e para piorar, na inspirada noite de Courtois em Kazan. O goleiro fez defesas espetaculares durante a partida. Na mais incrível delas, Neymar chutou caprichosamente, quando o placar marcava 2x1 para a Bélgica, no ângulo esquerdo, e o goleiro voou para evitar o empate.

Para não sairmos muito da ordem cronológica das coisas, antes da defesa
de Courtois nesse chute do Neymar, devemos falar do gol de Renato Augusto. O camisa 8 se enfiou por entre a defesa belga e aproveitou um lançamento fenomenal de Coutinho, para cabecear e vencer a muralha chamada Courtois. Era o gol da esperança. E o próprio Renato Augusto teve a chance mais clara para empatar o jogo, ao receber cara a cara com o goleiro e chutar caprichosamente no canto direito. A impressão era que a bola entraria, era o gol de empate do Brasil, mas não! Fica a impressão que Courtois, o sistema defensivo, Roberto Martínez e a população da Bélgica, em conjunto, reuniram forças para a bola desviar a trajetória e sair. Simplesmente incrível!

No final das contas, venceu o time mais bem arrumado, que tem uma proposta bem definida e sabe seguí-la dentro das 4 linhas. Bélgica x França tem tudo para ser um dos melhores jogos da Copa. Não existe favorito. Se a Bélgica quer concretizar o sonho de chegar em uma final de Copa, precisar repensar a atitude durante a segunda etapa contra o Brasil. Ainda que exista uma solidez defensiva, é muito arriscado jogar tão recuado contra times talentosos. Ressaltando ainda que a França é muito mais organizada que o Brasil ofensivamente.

O bando comandado por Felipão em 2014, que alguns chamavam de time, deram lugar em 2018 a um time de futebol, comandado por Tite. Um time qualificado, organizado defensivamente, difícil de ser vazado, e duro de ser batido. A Seleção Brasileira de 2018 é a cara do Tite. Defende com qualidade, sofre muito para criar no ataque e acaba em algum momento achando um gol. Muitos definem isso como "o time feito para ganhar por 1x0". Talvez "achar" um gol quando se tem um time com Neymar, Coutinho, Marcelo, Gabriel Jesus, entre outros, não seja tarefa tão complexa para se conseguir em 90 minutos, mas convenhamos, é muito pouco para uma Seleção Brasileira de Futebol.

quinta-feira, julho 05, 2018

JOGO 48: BÉLGICA DERROTA INGLATERRA E AVANÇA EM PRIMEIRO LUGAR, COM 100% DE APROVEITAMENTO

Por Danilo Dias

Bélgica e Inglaterra pisaram no estádio de Kaliningrado, com a classificação para aas oitavas-de-final já garantida. Talvez por isso, Roberto Martínez e Gareth Southgate mandaram a campo, equipes praticamente reservas.

Os dados descritos no parágrafo anterior, talvez possam sugerir que tratava-se de um amistoso de luxo. Mas na verdade, não. O jogo valia a primeira colocação do grupo. Já que iniciaram o jogo iguais em número de pontos, saldo de gols, gols marcados e gols sofridos, o que dava a liderança para os ingleses eram dois cartões amarelos sofridos a menos que os belgas. Logo, a Inglaterra avançaria em primeiro com o empate, desde que não recebesse um número tal de cartões amarelos a ponto de superar a Bélgica nesse quesito.

Mas, não foram necessárias muitas contas de cartões para se saber quem ficaria com a liderança. Isso porque aos 5 minutos da segunda etapa, Januzaj acertou um belíssimo chute, da ponta direita da grande área, fazendo a bola encontrar as redes de Pickford. Foi o gol único do jogo, que deu a Bélgica uma merecida vitória e merecidos 100% de aproveitamento nessa primeira fase do grupo.

Vitória merecida pois a Bélgica mostrou em campo que seu time reserva também é muito bom. Talvez não tanto quanto o titular, mas jogadores como Fellaini e Batshuayi, por exemplo, podem ser muito úteis. Três vitórias merecidas em três jogos porque a Bélgica sabe propor o jogo, procurar o gol, ser intensa, produzir muitas chances de gol. Existe uma forma de jogo definida, existe um time bem treinador, um esquema tático que funcionou muito até então. Se já foi muito bem em 2014, está indo muito bem em 2018 a seleção belga. E  qual será o limite para essa seleção, só o futuro dirá. Mas estar na final do dia 15, em Mosscou, no estádio Lujniki, é um sonho para lá de possível, que não teria nenhum conotação de zebra. O primeiro passo já foi dado, que era passar de fase. O segundo é superar o Japão nas oitavas.

A Inglaterra precisa evoluir. Fez uma primeira fase com altos e baixos, mas mostrou pouco futebol. A geração de garotos, bem badalada, me parece ter mostrado muito menos do que realmente pode. Duelo que promete ser duríssimo nas oitavas, diante da Colômbia

terça-feira, julho 03, 2018

JOGO 52: O DIA É DE KASPER SCHMEICHEL, MAS A CLASSIFICAÇÃO É DA CROÁCIA!

Por Danilo Dias

Croácia e Dinamarca não fizeram em Nizhny Novgorod uma partida tão boa assim na parte técnica. Talvez as duas seleções não tenham conseguido, ao longo da partida, desenvolver suas estratégias da melhor maneira possível. Mas nem sempre um jogo precisa ser bem jogado, técnica e taticamente para ser inesquecível, épico, emocionante.

Croácia x Dinamarca reuniu todos os ingredientes que uma grande história precisa. Momentos de alta tensão, apreensão, emoção, dúvidas, incertezas.

Se daqui a cinco, dez, quinze anos, forem falar de Croácia x Dinamarca, o primeiro nome que virá em mente será Kasper Schmeichel, goleiro de Seleção Dinamarquesa. Isso porque o camisa 1 conseguiu simplesmente defender três cobranças de pênaltis, uma na prorrogação, e duas nas cobranças de pênalti após a prorrogação. Talvez tenho sido um certo Spoller da minha parte, falar isso já no terceiro parágrafo do texto. Talvez tivesse que deixar para falar isso no final. Talvez toda história deva ser narrada com os momentos de maior emoção no final. Perdoem-me!

Os minutos inicias da partida foram bem movimentados, para deixar bem ligado o maior sonolento dos seres humanos que tivesse assistindo ao duelo. Resumindo, Jorgensen abriu o placar para a Dinamarca no primeiro minuto e Mandzukic empatou aos 3. Foram os únicos gols da partida.

Daí em diante, o que se viu foram duas equipes tentando o ataque, buscando propor o jogo. Houve alternância no domínio e fica difícil dizer quem jogou melhor. Talvez a Croácia pudesse ter jogado melhor, talvez a Dinamarca tenha impedido que a Croácia tenha jogado melhor. Talvez a Dinamarca pudesse ter jogado melhor. Talvez a Croácia tenha impedido que a Dinamarca tenha jogado melhor. As frases acima parecem complexas, mas não são tanto assim.

A forte marcação das duas equipes fez com que as defesas se sobressaíssem em relação aos ataques. Foram poucas chances cridas, mas como eu disse há pouco, o jogo não precisa ser tão bem jogado para ser emocionante.

Copa do Mundo, jogo eliminatório, 45 do segundo tempo, empate no marcador e prorrogação por vir. Talvez não precise de mais muita coisa para gerar emoção ao espectador. Mas o clímax veio exatamente aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação. Entravam em cena Luka Modric, Ante Rebic, Kassper Schmeichel e Zanka Jorgensen (sim, o mesmo que fez o gol da Dinamarca no primeiro minuto de jogo).

Modric deu um passe simplesmente espetacular, colocando Rebic frente a frente com Schmeichel. O atacante croata driblou o arqueiro dinamarquês, e ficou com o gol vazio para empurrar a bola e colocar sua seleção com um pé nas quartas-de-final. Só que surgiu então, outro pé. Era o de Jorgensen, que deu um carrinho, atingindo a perna do atacante e impedindo o chute para o gol. Pênalti assinalado, corretamente. O erro do árbitro Nestor Pitana foi somente aplicar o cartão amarelo, e não o vermelho, ao jogador dinamarquês. Alguém lembra de Uruguai x Gana, em 2010, quando Suárez fez um pênalti nos minutos finais da prorrogação, para evitar o gol da seleção africana? Algo parecido acontecia oito anos depois. E se em 2010, Asamoah Gyan perdeu, dessa vez foi a vez de Modric desperdiçar. O mesmo Modric que deu a bela enfiada de bola no lance que gerou o pênalti, parou no mesmo Schmeichel, driblado pouco antes da ocorrência da infração.

A magia do futebol, o que contagia esse esporte, muitas vezes está fora das 4 linhas. Nas arquibancadas do estádio de Nizhny, Peter Schmeichel, comemorava a defesa do seu filho dentro das quatro linhas. Até aí, nada de muito curioso. Mas o que torna o fato para lá de interessante é que Schmeichel, o pai, também foi goleiro da Seleção Dinamarqueza, no passado.

E pouco depois, o pai viu o filho brilhar mais duas vezes. Kasper Schmeichel cismou que queria ser o herói da noite. Na disputa por pênaltis, pegou mais duas cobranças, de Badelj e Pivaric. Só que Eriksen, Schone e Jorgensen desperdiçaram pela Dinamarca e a cobrança derradeira de Rakitic veio a colocar a Croácia nas quartas de final. Importante comentar que Luka Modric foi o terceiro a bater na Seleção da Croácia e converteu sua cobrança.

Schmeichel foi heróico, excepcional, brilhante. Eleito o melhor jogador da partida! Talvez, para não dizer com certeza, o camisa 1 da Seleção Dinamarquesa trocasse todos esses adjetivos, a eleição de melhor jogador e as cobranças defendidas por uma vaga nas quartas-de-final do Mundial. Ainda que não tenha sido possível, pode ter a certeza que Kaasper Schmeichel está eternizado na história do melhor torneio do melhor esporte do mundo: a Copa do Mundo, o futebol!




JOGO 53: BRASIL VENCE O MÉXICO E CHEGA ÀS QUARTAS-DE-FINAL

Por Danilo Dias

A solidez defensiva do Brasil foi um dos fatores primordiais para a equipe comandada por Tite ter saído vitoriosa nesta segunda-feira da xxx Atena. o México dominou o jogo nos 20 minutos iniciais, tentou agredir o. Rádio, usando muito as laterais do campo, tentando jogadas de profundidade. Filipe Luís e Fagner tiveram muito trabalho defensivamente, mas com ajuda de Thiago Silva, Miranda e Casemiro, o sistema defensivo brasileiro tornava o gol de Aliss
on bem protegido.

Passado os 20 minutos iniciais, o Brasil equilibrou o jogo e passou a figurar mais no campo ofensivo. Poucas jogadas coletivas, .uita individualidade. E E quando se tem jogadores com a qualidade do Brasil, ainda que o coletivo não colabore, o individual propicia jogadas de perigo, como a de Neymar, que deixou para trás um defensor e chutou na saída de Ochoa, que fez ótima defesa. Aliás, assim como no 0x0 entre Brasil e Mexico em 2014, o goleiro mexicano teve ótima atuação diante do Brasil em solo russo.

O México parecia não ter fôlego para continuar a marcar pressão e o Brasil cresceu na partida nos minutos finais de primeira etapa. O gol até parecia perto,mas o intervalo chegou sem que as redes fossem balançadas.

E no início da etapa final, saiu o gol brasileiro, em uma das raras jogadas coletivas da equipe, aliando beleza e eficiência. Neymar apareceu na meia-lua, tocou de calcanhar para Willians, que invadiu a área pela esquerda e bateu cruzado para o próprio Neymar, de carro no, abrir o marcador.

A necessidade de conseguir um gol pelo menos para ter a chance de seguir na Copa, fez o México sair para o jogo. A equipe muito bem montada por Juan Carlos Osório tocava bem a bola, chegava, pressionava, tentava, mas pecava demais nas finalizações. E a falta de pontaria mexicana a somado à defesa sólida doBrasil, tornavam cada vez mais próxima a vaga do.Brasil para as quartas de final. E ainda deu tempo para Roberto Firmino sair do banco de reservas e deixar sua marca.

Segue o Brasil na Copa. Aliando a sua consistência defensiva à capacidade individual de seus jogadores, tem boas possibilidades de chegar mais longe, mas certamente, com a qualidade dos jogadores, esse time poderia propor o jogo, criar e produzir muito mais.

JOGO 54: BÉLGICA CONSEGUE VIRADA INCRÍVEL SOBRE O JAPÃO E PEGA O BRASIL NAS QUARTAS.

Por Danilo Dias

Propor o jogo, buscar o gol, atacar sem medo de deixar espaços na defesa. O desenho tático do jogo entre Japão e Bélgica demonstrou que esse era mais ou menos o pensamentos das duas equipes. E quando duas equipe buscam o ataque, propõe o jogo, permitem atacar e ser atacada, o duelo tende a ser muito interessante.

Se alguém esperava facilidade para a Bélgica, talvez não tenha assistido o Japão jogar na primeira fase. Ainda que as duas equipes tenham buscado o ataque, o primeiro tempo terminou sem que o placar fosse inaugurado. As emoções estavam guardadas para a segunda etapa. E quanta emoção!

E nos primeiros sete minutos da segunda etapa, a Bélgica viu sua situação na Copa do Mundo ficar complicadíssima. Harguchi abriu o placar aos 2 minutos, e cinco minutos mais tarde, em lindo chute de fora da área, Inui fez o 2x0. Para muitos, o Japão passar, seria uma zebra. Para mim, um resultado normal, ainda que a Bélgica fosse a favorita. Detalhe que entre os dois gols japoneses, Hazard carimbou a trave esquerda de Kawashima.

O gol fez muito bem ao Japão. Desenvolto, tocando a bola com muita qualidade, sem abdicar de atacar, mesmo em vantagem, o Japão dava sinais de que não iria se retrancar apesar da vantagem no placar. O jogo foi ficando cada vez mais tenso e perigoso para a Bélgica.

E aos 23, caiu do céu um presente para os belgas. Bola na ponta esquerda da área, Vertonghen cabeceou (aparentemente buscando o meio da área), mas a bola acbando tomando um rumo esquisito, tocando no travessão de Kawashima e entrando. Há quem diga que foi falha do goleiro japônes, mas eu eximo de culpa o camisa 1. O gol fez bem à Bélgica, bem ao espetáculo. 

A Bélgica possui muito talento e versatilidade no seu jogo. Tenta pelo chão, tenta no toque de bola, na jogada individual, na velocidade. Mas foi pelo alto que a equipe conseguiu maior sucesso. Lukaku quase empatou em cabeçada, mas Kawashima salvou em linda defesa. Também de cabeça, Fellaini, que veio do banco de reservas, tentou. E teve mais sucesso que o camisa 9. (Lukaku) Cruzamento da esquerda e ele subiu com sua vasta cabeleira, por entre a defesa japonesa, para empatar a partida e colocar de vez emoção na partida. O relógio marcava 28 minutos.

O jogo ficou aberto e as duas equipes pareciam dispostas a buscar o gol, sem se contentar em "esperar a prorrogação". Os dois goleiros trabalharam, evitando que alguma equipe conseguisse o gol, que aquela altura, deixaria o passaporte quase carimbado pra as quartas-de-final. Parecia que o amante de bom futebol ganharia mais meia hora de um grande jogo de futebol. Mas não!

Foi num belo contra-ataque, aos 48 minutos de jogo, que a Bélgica conseguiu praticamente carimbar seu nome entre os oito mais bem classificados da Copa do Mundo de 2018. Meunier serviu Chadli, que empurrou o gol vazio. A partir dali, a Bélgica comemorou o gol, e só precisou esperar alguns segundos, até a bola sair e o árbitro apitar o final do jogo.

O choro comovente dos japoneses ao final do jogo na Arena Rostov, deve ter doído até no japonês mais frio e calculista! Choro de quem lutou, de quem fez muito bonito, de quem não abdicou em nenhum instante de jogar bola, de encarar de igual para igual um dos melhores times dessa Copa do Mundo.

Bélgica x Brasil, dia 6 de julho, sexta-feira, na Arena Kazan. Imperdível. O time de Roberto Martínez, que gosta de propor o jogo, de atacar, de ir para cima, enfrenta os comandados de Tite, que tem em mãos um plantel incrível, mas que sinceramente, parece mais preocupado na solidez do seu sistema defensivo do que com qualquer outra coisa.


domingo, julho 01, 2018

JOGO 51: ENTREGA, RAÇA E FORÇA MENTAL: RÚSSIA ELIMINA A ESPANHA NOS PÊNALTIS E VAI ÀS QUARTAS-DE-FINAL

Por Danilo Dias


O toque de bola, espanhol, a imposição e domínio dentro das quatro linhas, fez sumir todo o futebol ofensivo apresentado pela Seleção Russa até então na Copa do Mundo. Os atacantes da equipe de Salamovich Cherchesov mais marcaram do que atacaram durante os 120 minutos de bola rolando.

O gol cedo da Espanha deixou o jogo aparentemente tranquilo para a Campeã do Mundo de 2010. Foi logo aos 11 minutos que após cobrança de falta da direita na área, Ignashevich dividiu bola com Sérgio Ramos e a bola acabou pegando em seu calcanhar e entrando.

Oferecer a bola ao adversário parecia algo proibido na Seleção Espanhola. Como se fosse uma regra, quase uma seita. Isco, Koke, Alba e companhia, seguiam essa regra à risca. A Rússia marcava no campo defensivo, tentava escapar em contra-ataque, mas quase sempre sem sucesso. O poder de marcação pressão da Espanha é um das coisas mais belas e eficientes de se ver nessa Copa do Mundo.

Apesar do domínio absoluto e posse de bola extremamente superior, a Espanha tinha dificuldades para criar. Em dado momento, curiosamente, os espanhóis venciam o jogo por 1x0, mas sem terem conseguido finalizar ao gol de Akinfeev, fato esse só possibilitado pelo fato de o gol ter sido contra.

Cabia a Rússia, arrumar alguma estratégia para conseguir ter uma mínima presença ofensiva. E em um dos raríssimos ataques da seleção da casa, veio o gol de empate. Mario Fernándes conseguiu ir ao fundo, pela direita, e ganhar um escanteio. Bola alçada na área, cabeçada para o gol e Piqué acabou levantando demais o braço, que acabou encontrando a bola. Pênalti assinalado pelo holandês Bjorn Kuipers e convertido por Dzyuba. Festa em Moscou!

Veio a segunda etapa e a Rússia parecia não ter forças para tentar brigar pelo território e pela bola. Dessa forma, os russos deram campo à Espanha, deram a bola para a Roja. O toque de bola espanhol ficou cada vez mais veloz, as tentativas de penetração no sistema defensivo russo passarem a ser mais constantes e os contra-ataques russos desapareciam cada vez mais. Aos 21, Hierro lançou Iniesta (começar com esse jogador no banco de reservas só se explica se for por questões físicas) e a Espanha naturalmente ganhou qualidade no toque de bola, ainda que o camisa 6 não tenha conseguido produzir seu melhor futebol em meio à marcação russa.

Em um dos raros momentos em que conseguiu contra-atacar, a Espanha quase abriu o placar com Rodrigo, mas Akinfeev apareceu bem para evitar. Ainda que a postura defensiva russa não seja a forma de jogar futebol que eu considero mais apropriada, a entrega, a raça e a vontade desse time russo é algo invejável. Você marcar o jogo inteiro, fechar cada espaço impedindo a penetração de um time que tem Iniesta, Isco, entre outros, não é tarefa das mais fáceis. Requer muita força. Física, mental, psicológica.

Ao término dos 90 minutos regulamentares, o semblante dos russos era de quem está extenuado, de quem não aguenta mais, de quem está no limite físico. Mas no esporte, você rompe os limites para conseguir seus objetivos, seus sonhos, suas conquistas. Ir às quartas de final era a meta russa, independente do custo físico que isso lhe pudesse causar. E dessa forma, a Rússia segurou-se por mais meia hora. Segurou uma Espanha que aumentou o ritmo, que pressionou dentro da sua proposta e seu estilo.

Veiram as penalidades!

Mais de 144 milhões de mãos, espalmaram o chute de Koke junto com Akinfeev. Minutos depois, cada russo pôs um pezinho ali, quase no centro do gol, um pouquinho para direita, para junto com o camisa 1, chutar para longe a cobrança de Iago Aspas. Era um momento único, marcante, simbólico. A Rússia está nas quartas-de-final da Copa de 2018

sábado, junho 30, 2018

JOGO 49: NEM MESSI NEM A MÍSTICA SALVAM UMA ARGENTINA SOFRÍVEL DEFENSIVAMENTE

Por Danilo Dias 

Argentina e França fizeram o jogo mais emocionante da Copa até aqui. Justo no primeiro jogo das oitavas-de-final, o primeiro jogo da fase eliminatória. Imagina o que teremos de emoção até o final do Mundial.

Os 4 gols anotados pelos franceses, apenas esboçam aquilo que já tinha sido apresentado na primeira fase: a fraqueza defensiva da equipe comandada por Jorge Sampaoli. Muda daqui, muda dali, e o sistema defensivo só parecia piorar. Bom para Mbappé. O camisa 10 francês fez um carnaval na defesa argentina. Sofreu um pênalti que abriu o caminho para a vitória francesa, arrancando no meio de cinco marcadores argentino e fez dois gols, sendo o melhor jogador da partida.

Messi tentou, mas pouco conseguiu. Sofreu em meio à marcação de uma equipe muito mais ajustada que a sua. E até a tal da mística argentina ajudou. Aquela história que quando as coisas vão mal, a Argentina tira forças do além. A fé, o divino e o imponderável começam a atuar.

Melhor em campo e vencendo por 1x0, a França viu uma Argentina totalmente bagunçada chegar à virada. Um chute de rara felicidade de Angél Di María, ainda na primeira etapa, e um chute de Lionel Messi, que desviou em Mercado e entrou, logo nos minutos iniciais da primeira etapa. Era a virada de uma equipe que não fez por merecer. Mas estava lá, a Argentina, vivíssima, vencendo de virada uma das favoritas ao título.

Só que futebol é coletivo, é organização, é aplicação na marcação. E a Argentina não teve. A França não precisou fazer muito para conseguir se colocar à frente do placar novamente. No espaço de 11 minutos, a equipe de Didier Deschamps fez três gols. Aproveitou os espaços do campo, os buracos deixados pela Argentina, contou com um chute magnífico de Pavard, para o fundo das redes, e com a estrela de Mbappé, marcando duas vezes, em sequência.

A Argentina não se entregou, mas perdeu totalmente suas forças. Parecia esgotada, física e mentalmente. A França tinha ali a possibilidade de aplicar uma sonora goleada. Os espaços foram ficando cada vez maiores na defesa argentina. O relógio ultrapassou a marca dos 45 e acredito que nem mesmo o argentino com dose mais elevada de fé, ainda pudesse acreditar que algo pudesse mudar nos 4 minutos de acréscimos. Mas a Argentina tem Messi. E dele saiu um lançamento excepcional par Aguero, aos 47, dar um pingo de esperança para Maradona e os outro milhares de torcedores presentes na Arena Kazan.

Os minutos que separaram o terceiro gol argentino e o apito final, foram de extrema tensão. A bola chutada da esquerda, para dentro da área francesa, nos segundos finais do jogo, dev
e ter feito argentinos, franceses e todos os amantes de futebol ficarem boquiabertos e eufóricos. Não que a bola tenha passado perto de entrar, mas a cada dia que passa o futebol dá provas de ser um esporte encantador e guardar momentos de emoção até o apito final.

Jorge Sampaoli é um dos treinadores que eu mais gosto no cenário mundial do futebol. Monta times encantadores, com belo futebol ofensivo, muita intensidade e aplicação na marcação. No entanto, foi mal na Copa do Mundo dirigindo a Argentina. Diria eu, péssimo! Parecia perdido, tendo em mãos uma geração muito talentosa, mas sem conseguir formar uma equipe com ela. Desejo sucesso ao restante da carreira desse treinador, que tem todas as condições de, num futuro, montar novos times encantadores, como fez na Universidad do Chile, por exemplo.

Segue a França, sem muito encanto, mas com organização. Quando se tem um time aplicado e com jogadores como Griezmann, Mbappé, Giroud, entre outros, a chance de se obter sucesso é tremenda. Mas, sinceramente, acho que ainda se pode cobrar um futebol melhor dessa Seleção Francesa.

sexta-feira, junho 29, 2018

JOGO 43: EM PARTIDA RUIM, BRASIL VENCE SÉRVIA E AVANÇA EM PRIMEIRO LUGAR.

Por Danilo Silveira

O jogo entre Brasil x Sévia, na Arena Otkrytie, em Moscou, não foi dos melhores. O Brasil não fez muito, mas fez, digamos assim, o suficiente para derrotar os comandados de Mladen Krstajic por 2x0 e avançar de fase como primeiro colocado do grupo E.

Talvez possamos tecer quatro parágrafos, dois falando sobre cada equipe:

Sinceramente, eu esperava muito mais da equipe da Sérvia diante do Brasil. Depois de uma boa estreia contra a Costa Rica e um bom jogo contra a Suíça, onde levou a virada no finalzinho, a equipe não conseguiu repetir um bom futebol diante do Brasil. E acredito que muito mais por estar realmente em um dia com performance abaixo da sua média do que propriamente por imposição do time brasileiro.

Copa do Mundo é encantadora e traiçoeira (digamos que em um sentido positivo)! Talvez seja encantadora porque é traiçoeira, talvez seja traiçoeira porque é encantadora. Dois jogos bem jogados e um jogo onde as coisas não deram certo e está lá a Sérvia, voltando para casa. Sensação que essa equipe ainda tinha coisa boa para mostrar no Mundial.

O Brasil segue. Classificado em primeiro, invicto, com sete pontos. Talvez os resultados do Brasil sugiram um futebol interessante, bem jogado, o que na prática, não é verídico. Pela quantidade de talento que Tite tem em mãos, podemos dizer que seu time joga muito mal. Dificuldade para criar chances de gol, pouca demonstração de entrosamento e muita dependência de jogadas de talento individual, que não tem aparecido muito.

Um bonito gol de Paulinho, por cobertura e uma cabeçada certeira de Thiago Silva deram ao Brasil o que poucas seleções têm na Copa do Mundo. Duas vitórias em três jogos. Em termos estatísticos, o time de Tite vai bem; em termos de futebol, deixa demais a desejar. O pior é que a perspectiva não é das melhores e o time dá poucos sinais que irá evoluir muito o seu jogo daqui em diante.

JOGO 35: EM BOM JOGO, MARROCOS FICA À FRENTE DUAS VEZES, MAS ESPANHA GARANTE INVENCIBILIDADE COM GOL NO FIM

Por Danilo Dias

O jogo entre Espanha e Marrocos, merecia ser disputados com as duas seleções com chances de classificação para as oitavas de final. No entanto, quiseram os deuses do futebol que o Marrocos estivesse eliminado, em consequência das duas derrotas sofridas nas primeiras rodadas, para o Irã e para Portugal. Partidas essas em que a seleção africana jogou melhor que seu adversário, diga-se de passagem.

Mas a eliminação precoce do marrocos não tirou a qualidade do jogo diante dos espanhóis. Tivemos um bom jogo em Kaliningrado. Apesar do domínio territorial na maioria do tempo, e qualidade habitual no toque de bola, a Espanha não teve uma atuação tão boa assim. A equipe teve muitas dificuldades para criar chances de gol, diante de um adversário muito bem postado em campo. Adversário esse que abriu o marcador logo aos 13 minutos. Iniesta falhou na saída de bola (fato raro, hein?!), Boutaib roubou a bola, saiu em velocidade e chutou na saída de De Gea.

Mas estamos falando de Iniesta! Um gênio! Um dos melhores jogadores do mundo, talvez o melhor jogador em atividade nascido no continente europeu. Cinco minutos após a falha que resultou no gol marroquino, ele foi lá e se redimiu. Após bela troca de passes da Espanha, ele recebeu pela esquerda da área, ganhou do marcador e deu um sutil toque para a direita, deixando Isco em ótima condição para empatar o marcador.

O jogo ficou interessante de se assistir. A Seleção Marroquina tentava não se intimidar, não se encolher diante do toque de bola e domínio espacial dos espanhóis. Por sinal, o Marrocos apresentou, tanto diante da Espanha, quanto nos outros jogos, um futebol mais qualificado que muita gente que ainda está viva na Copa do Mundo.

Veio a segunda etapa, e antes de falarmos dos gols ocorridos, temos que citar pelo menos duas chances, um para cada lado. Na primeira delas, Amrabat teve muito perto de fazer um dos gols mais bonitos da Copa até aqui. Uma bomba de fora de área acabou explodindo em cheio no travessão de De Gea. A Espanha respondeu com Isco, que completou cruzamento da direita com uma cabeçada precisa, que não entrou por detalhes. Mias precisamente, não entrou porque Saiss, também de cabeça, salvou o Marrocos antes de a bola cruzar a linha final.

E aos 35, Marrocos chegou novamente à vantagem numérica no marcador. En-Nesyri, que havia saído do banco de reservas minutos antes, foi no quinto andar para completar escanteio da direita com uma bonita cabeçada, para o fundo da rede.

Estava prestes a cair a invencibilidade da Espanha. Com o empate entre Irã e Portugal, mesmo se perdesse, a Espanha estaria classificada. Mas naquele momento, ainda não se sabia o resultado final do jogo  dos lusitanos contra os asiáticos. Isso é, já eliminado, Marrocos poderia estar contribuindo para eliminar a Espanha.

No entanto, assim que o relógio passou dos 45, a respiração dos espanhóis pôde ter uma conotação de certo alívio. Escanteio cobrado curto, Carvajal cruzou no primeiro pau e Iago Aspas completou de letra, para o fundo das redes. Gol que saiu em jogada fora das características da Seleção Espanhola, gol que só foi confirmado depois do auxílio da imagens de vídeo. Gol que vale a invencibilidade e o primeiro lugar no grupo dos espanhóis na Copa do Mundo de 2018

terça-feira, junho 26, 2018

JOGO 27: BÉLGICA JOGA BEM NOVAMENTE, VENCE A TUNÍSIA E GANHA MUITA MORAL

Por Danilo Dias

Muitos jogos nessa Copa do Mundo estão com um desenho tático bem simples de se entender. O melhor time domina o jogo territorialmente, mantém a bola no campo ofensivo, enquanto o time de menor qualidade tenta posicionar sua defesa da melhor maneira para impedir que o adversário crie chances de gol e tenta o gol no contra-ataque.

Muitos podiam esperar que o duelo entre Bélgica e Tunísia seguisse a lógica do parágrafo acima, sendo a Bélgica o time mais forte e a Tunísia o time de menor qualidade. Mas não foi isso que pôde ser visto em Moscou.

A equipe comandada por Nabil Maaloul encarou a Bélgica de igual para igual. Foi para cima, jogou sem ter medo de dar campo à Bélgica, sem medo de ser contra-golpeada. Logo nos 15 minutos iniciais sofreu 2x0, mas aos 17 minutos, os africanos conseguiram diminuir o marcador. O jogo ficou agradável de se assistir.

É interessante quando o time de melhor qualidade consegue atacar, consegue pôr a prova o sistema defensivo do time mais forte. Só que a Bélgica é um time de talento muito acima da média, um dos times mais qualificados da Copa do Mundo. E quando se dá muito campo pra De Bruyne, Hazard, Lukaku e companhia, as chances de gol são criadas naturalmente. Assim a Bélgica conseguiu marcar mais uma vez antes do intervalo: placar momentâneo de
3 x1.

Veio o segundo tempo e Roberto Martínez foi, aos poucos, tirando seus principais jogadores de campo. Lukaku, Hazard e Mertens deixaram o campo de jogo ao longo da segunda etapa.O fato é que a Bélgica não perdeu a qualidade, continuou atacando de forma consistente e criando chances de gol atrás de chances de gol. A Tunísia perdeu forças, mostrou-se defensivamente muito inconsistente e poderia ter saído de campo tendo sofrido a maior goleada dessa Copa do Mundo. Mas, no fim das contas, a Bélgica fez "apenas" dois gols na segunda etapa. Digo apenas pois pela quantidade de chances criadas, a equipe poderia ter feito cinco, seis gols nos 45 minutos finais. Nos acréscimos, Khazri ainda anotou mais um gol de honra para os tunisianos. O placar final de 5x2 acabou expressando bem o que foi o jogo.

Cada vez mais dentro da Copa do Mundo, a Bélgica ver o seu status de "uma das favoritas" crescer. São dois jogos e duas vitórias com futebol bem interessante. Teve seleção que jogou dois jogos bem, mas acabou perdendo e está eliminada; teve seleção que ganhou dois jogos mas não jogou bem. A soma de vitórias mais boas atuações pode ser um ingrediente e tanto para a Seleção Belga ganhar moral e força para a sequência do Mundial.

PS: há de se destacar a atuação de Lukaku, Como joga bola esse atacante belga. Uma presença de área invejável, um posicionamento espetacular e muita habilidade com a bola nos pés. Dois belos gols para coroar e engrandecer ainda mais a sua atuação!

segunda-feira, junho 25, 2018

JOGO 28: MÉXICO JOGA BEM NOVAMENTE, VENCE A COREIA E SEGUE 100%

Por Danilo Dias

O México é um dos times mais perigosos dessa Copa do Mundo. Assim como fez na estreia, diante da Alemanha, a equipe comandada por Juan Carlos Osorio venceu jogando muito bem na segunda rodada, dessa vez contra a  Coreia do Sul.

Se você joga contra o México e opta em atuar um pouco mais fechado, o México empurra os jogadores para o seu campo, começa  trocar passes rápidos, imprime velocidade no jogo e acaba envolvendo a sua marcação. Se você atua para frente, propondo o jogo, tentando dominar o México e encurralá-lo, o México vai lá e te dá uma aula de como contra-atacar.

O parágrafo acima monta dos possíveis cenários de jogo, onde o México é uma das equipes presentes. Nesse sábado, na arena Rostov, o adversário da seleção mexicana era a Coreia do Sul. E os dois cenários montados, saíram do plano hipotético e foram para o plano real. E foi com base nelas que o México chegou à construção da sua vitória. Simples assim, dois cenários em questão, um para cada gol do México.

No primeiro tempo, o México partiu para cima da Coréia. Pressionou, pressionou, pressionou, até que conseguiu o gol, que acabou saindo de uma penalidade máxima, quando Jang Hyun-Soo. Vela foi para a cobrança e converteu, acertando o canto esquerdo do goleiro Cho Hyun-Woo, que caiu para o lado contrário.

No segundo tempo, a Coreia veio para cima, mostrou qualidade e bom toque de bola. E foi quando os asiáticos pareciam preparados para exercer uma pressão maior e chegar perto do empate, que o México foi mortal. Contra-ataque rápido, Lozano serviu Chicharito, que deu belo drible em Jang Hyun-Soo e bateu forte para ampliar.

Antes do apito final, a Coreia ainda chegou a um gol de honra para lá de merecido. Mais merecido ainda, esse gol ter sido anotado pelo camisa 7, Son Heung-Min. Trata-se do jogador mais interessante desse time coreano. Um chutaço de canhota, de fora da área, que nem o fantástico goleiro Ochoa foi capaz de defender. Detalhe que foi o primeiro gol sofrido pela equipe mexicana na Copa do Mundo, e primeiro gol anotado pela Coreia do Sul. O relógio marcava 47 minutos e ainda haviam alguns minutos de acréscimos, mas nada que viesse a tirar a vitória do México, líder do grupo F.

Apesar dos 100% de aproveitamento, o México ainda não garantiu classificação. Alemanha e Suécia ainda podem alcançar a seleção de Juan Carlos Osorio, que joga pelo empate contra a Suécia para avançar, inclusive, na primeira colocação. Incrivelmente, a Coreia não está eliminada da Copa, mesmo com 0 ponto. A equipe do técnico Shin Tae-Yong precisa vencer a Alemanha e torcer por uma vitoria do México sobre a Suécia. Isso forçaria um empate triplo entre Suécia, Alemanha e coreia, que decidiriam a segunda vaga nos critérios desempate

JOGO 29: A ALEMANHA CONTINUA SENDO A ALEMANHA

Por Danilo Silveira


 A Seleção Alemã foi em 2014, é em 2018 e, possivelmente será por muito tempo, uma seleção com uma identidade. Uma cara! Um jeito de jogar, de pensar, de produzir futebol. Tem por trás disso tudo, Joachim Low. Um gênio, um pensador, um dos melhores treinadores existentes nesse mundo. Tem o time na mão, as situações de jogo na mente e, neste sábado, teve a sorte ao seu lado.

Não houve sequer um instante no estádio Olímpico de Sóchi em que a Alemanha deixou de ser a verdadeira Alemanha. E isso é o mais encantador. O futebol requer habilidade, técnica, inteligência, força física, força mental, entre outras características. A Alemanha possui todas elas, mas a força mental é absurda, invejável, incrível. Do goleiro ao atacante, passando pelo banco de reservas!

Toivonen roubou bola no meio-campo e o contra-ataque sueco terminou com Berg sendo puxado por Boateng na grande área. Pênalti claro negado pelo árbitro Szymon Marciniak. Além da penalidade, Boateng teria que receber o cartão vermelho, pois tratava-se de uma oportunidade clara e manifesta de gol.. Esse lance, ocorrido antes mesmo dos 15 minutos de jogo, mudou os rumos da partida, mas não pode apagar o excelente jogo realizado entre Alemanha e Suécia até o apito final.

A Alemanha sabia exatamente o que fazer. Rodava a bola com qualidade, envolvia a Suécia, buscava espaços. Dominava inteiramente o jogo. Acontece que do lado oposto, havia um adversário talvez tão consciente quanto a Alemanha. A Suécia marcava de maneira forte, povoava a intermediária e parecia saber direitinho os atalhos para conseguir chegar perto do gol de Neuer, ainda que não o fizesse com tanta frequência. O trio Toivonen, Berg e Forsberg parecia esperar uma brecha, um erro alemão para sair rápido em contra-ataque. E numa dessas, Toivonen parou na cara de Neuer. O camisa 20 teve muita categoria ao encobrir um dos melhores goleiros do mundo, contou com a sorte do desvio em Rudiger não mudar muito a trajetória da bola e saiu para, de joelhos, comemorar a vitória momentânea em cima da campeã mundial.

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

O gol sueco trouxe ao jogo uma situação muito interessante. Era natural e altamente provável que a Alemanha abrisse o marcador da partida, pela qualidade do futebol apresentado e domínio amplo da partida. E agora? Seria a atual campeã mundial superar tamanha adversidade? Uma derrota na estreia e uma momentânea derrota para a duríssima equipe da Suécia, caso concretizada, mandaria a equipe de Neuer, Kross, Muller e companha muito mais cedo para casa. Os minutos da primeira etapa esgotaram-se, sem mais nenhuma alteração no placar.

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

Low voltou para a etapa final com Mario Gómez na vaga de Draxler. O gol de empate não demorou muito a sair. Logo aos dois minutos, uma jogda pela ponta esquerda terminou com Marco Reus completando para as redes. Um certo alívio para a Alemanha, que marcava ali o seu primeiro gol na Copa do Mundo de 2018.

A pressão e o domínio dos alemães pareciam crescer um pouco a cada minuto. Como se a cada dez minutos passados, a linha de marcação mais ofensiva da Suécia fosse mais um passo para trás. Os comandados de Janne Andersson pareciam até incomodados em só se defender, pareciam ter vontade de sair para o jogo, mas a forma com a qual a Alemanha se impõe em campo parece tornar qualquer adversário com pinta de time retranqueiro.

Ainda que o empate não eliminasse a Alemanha, faria com que ela passasse a depender de outros resultados para avançar de fase. Mais precisamente, a Suécia não poderia pontuar contra o México.

Os minutos foram se passando, o jogo não mudava de figura e os suecos conseguiam manter o placar intacto. E aos 36 minutos veio o que para muitos poderia ser um golpe fatal. Boateng foi imprudente, e já com cartão amarelo, fez falta dura no campo de defesa. Segundo amarelo aplicado com justiça (Boateng foi expulso!) e a Alemanha passou a ter um homem a menos (não que o pênalti não assinalado na primeira etapa não tenha prejudicado muito a Suécia, mas o fato é que a Suécia abriu o marcador pouco depois e, mais cedo ou mais tarde, Boateng acabou expulso).

A Alemanha continuou sendo a Alemanha.

O homem a menos da Alemanha não trouxe desespero nem mudança de postura na equipe de Joachim Low e o desenho tático da partida seguiu o mesmo. A Suécia tentava atacar, mas a Alemanha não deixava, ficava com a bola para si, de pé em pé, buscando a melhor forma de conseguir o gol salvador. O trabalho alemão é tão sólido, tão competente, que a equipe é capaz de suprir o fato de ter um a menos. Foi como se a Alemanha continuasse com 11 em campo.

E é na hora do aperto, nos momentos de maior dificuldade, que a gente tem a oportunidade de “ver quem é quem”. Foi aí que Joachim Low veio a reforçar que é um gênio. Tirou Hector e colocou Brandt. Sim, o treinador alemão perdeu um zagueiro expulso e minutos depois tirou um lateral para colocar um jogador ofensivo em campo. Acredito que muitos, senão a maioria, tirariam um homem de frente, recomporiam a zaga colocando um zagueiro, chamariam a Suécia para o próprio campo, e tentariam achar um contra-ataque fatal. Mas a Alemanha, não!

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

Brandt quase virou o jogo em chute de fora da área, que explodiu na trave direita de Olsen. Seria bonito de ver, seria até certo ponto filosófico, já que era o meia atacante que o treinador tinha acabado de colocar, na vaga de um defensor.

Os 45 minutos passaram, vieram os cinco minutos de acréscimos e...

A Alemanha continuou sendo a Alemanha!

E até o fim a Alemanha foi a Alemanha. E o desfecho dessa partida foi emocionante. Certamente, um dos grandes jogos dessa edição da Copa do Mundo. Aos 50 minutos da segunda etapa, Toni Kross bateu falta curtinho pela ponta esquerda, Reus deu aquela ajeitada e o mesmo Kross chutou cruzado, vencendo o goleiro Olsen e colocando a Alemanha vivíssima na Copa do Mundo de 2018.

Muitos dirão que foi uma vitória de campeã. Eu vou além: uma vitória de campeã, uma postura de campeã!

domingo, junho 24, 2018

JOGO 23: PARA A CROÁCIA, COMEMORAR E TENTAR REPETIR; PARA A ARGENTINA, CONSERTAR E TENTAR SOBREVIVER.

 Por Danilo Dias

Imagina você ter uma seleção que tem uma força ofensiva das melhores do Mundo, colocar um dos técnicos mais qualificados do mundo, que gosta de jogar ofensivamente, par dirigí-la, e ainda ter o melhor jogador do Mundo nessa equipe.

Analisando o parágrafo acima, chega-se a conclusão que essa equipe tem tudo para ter um ataque fantástico, que devaste os sistemas adversários.

Imagine que esse seleção apresenta, em um jogo decisivo de Copa do Mundo, um futebol fraquíssimo, sem nenhuma organização, sem conseguir produzir praticamente nada em termos ofensivos e sofrendo com uma defesa completamente bagunçada, deixando muito espaço par o adversário jogar.

Essa é a Argentina diante da Croácia! A força ofensiva vem de jogadores como Di María, Aguero, Higuaín, entre outros. O melhor jogador do mundo é Lionel Messi. O técnico em questão é Jorge Sampaoli. Aliás, confio demais em Jorge Sampaoli, principalmente pelo que o vi fazer na Universidad do Chile e na seleção chilena. Depois da estreia contra a Islândia, em que a Argentina não foi tão mal, mas deixou a desejar, eu esperava que o time jogasse um baita futebol na segunda partida. Engano meu! A seleção não só deixou de jogar esse futebol esperado por este que vos escreve, como piorou seu nível de atuação.

Claro que devemos ressaltar de maneira efusiva a partida feita pela Croácia. Uma equipe muita bem ajustada por xxxx, que joga um futebol bonito de se ver, com muita aplicação na marcação, qualidade com a bola no pé, velocidade para contra-atacar e um craque como camisa 10 (Luka Modric joga demais). Todas as virtudes necessárias para um time que quer ser campeão de um torneio como a Copa do mundo.

Vive ainda a Argentina! Se o patamar de favorita no plano das ideias, deixou de existir, resta a Lionel Messi e companhia, apresentar um futebol convincente contra a Nigéria, vencer o jogo, torcer para a Islândia não vencer a Croácia e colocar a Argentina nas oitavas-de-final. Se lá chegaram, começa uma nova história, um novo cenário, uma nova Copa. Para sorte dos Hermanos, porque a atuação contra a Croácia é para ser totalmente esquecida.

Pelo lado da Croácia, a classificação para as oitavas já está garantida. E ela sim, deve levar consigo as atuações contra a Nigéria e contra a Argentina. Se conseguir repití.-las, a Croácia será uma das favoritas ao título

JOGO 32: TER UM TÉCNICO TOP AO BANCO DE RESERVAS AJUDA MUITO: COLÔMBIA DE PEKERMAN TEM ATUAÇÃO FANTÁSTICA E VENCE A POLÔNIA

Por Danilo Dias

Todos os elogios parecem ser poucos diante da atuação da Colômbia diante da Polônia. Sob o comando do fantástico José Pekerman, Quintero, Cuadrado, Jamez Rodrígues, Falcao García e companhia apresentaram um desempenho coletivo fenomenal diante dos poloneses.

Quando se tem ao banco de reservas um treinador top de linha, as coisas ficam mais fáceis.A Colômbia de Pekerman parece ser preparada para jogar de formas diferentes, sem perder o encanto.

No primeiro tempo, uma aula de como se dominar um jogo apresentando organização e paciência, mas sem perder a intensidade. O gol de Mina nasceu de uma jogada muito interessante. Quintero tinha a bola dominada alguns centímetros da linha da grande área....ele preparou-se para efetuar um cruzamento na área e vários marcadores poloneses posicionaram-se no meio da área, para onde supostamente seria executado o cruzamento...Quintero surpreendeu e tocou para James Rodrígues, que encontrava-se na ponta direita da grande área. De uma posição muito mais favorável ao cruzamento, o camisa 10 colocou a bola na cabeça de Mina, que se antecipou ao goleiro Szczesny e cabeceou para abrir o placar. Gol para lá de merecido, de um time que dominou o outro praticamente o primeiro tempo inteiro.

Na etapa final, uma aula de contra-ataque. A Polônia lançou-se à frente, tendo em Lewandowski sua peça de maior perigo (joga demais o centroavante do Bayern de Munique). Automaticamente, a Colômbia ganhou campo para contra-atacar. E ela fez isso com maestria. Falcao García fez seu primeiro gol em Copas do Mundo, Cuadrado também anotou o seu. Sonoros 3x0!

Mais que o placar em si, cabe destaque e merece aplausos o futebol apresentado pela Colômbia. Até onde os comandados de José Pekerman vão nessa Copa do Mundo, ninguém sabe, mas que até onde quer que seja, eles carreguem consigo a beleza e encanto do futebol apresentado nesse 24 de junho.

Por sinal, na próxima quinta-feira, dia 28 de junho, às 15h, teremos Colômbia x Senegal. Duelo imperdível, com caráter decisivo. Se a Colômbia vencer, avança de fase e Senegal passa a depender do resultado de Japão x Polônia. Se der empate, Senegal avança e a Colômbia que passa a depender do resultado do outro jogo do grupo. Se Senegal vencer, se classifica e elimina a Colômbia.

JOGO 31: COM BOAS PROPOSTAS DE JOGO, JAPÃO E SENEGAL EMPATAM EM ECATERINBURGO.


Por Danilo Silveira

Quando dois times entram em campo com a proposta de atacar o adversário, propor o jogo e buscar o gol, a chance de se ter um bom jogo, é muito grande. E assim foi no duelo entre Senegal e Japão.

Aiou Cisse e Akira Nishino estão de parabéns na armação das suas equipes, fato para mim, fundamental para que o jogo em Ecaterinburgo tenha tido um desenho tático bem interessante.

A força física e a velocidade eram as armas de Senegal, enquanto a paciência e a qualidade técnica na parte ofensiva eram os grande trunfos da seleção Japonesa.

Podemos dizer que tratou-se de um jogo de alternâncias. O Japão foi melhor na maioria da partida, mas isso não significa dizer que houve um domínio tão discrepante por parte dos asiáticos.

Poder de reação foi uma das coisas mais visíveis no jogo. Nas duas vezes em que esteve atrás no marcador, o Japão soube ter paciência, tranquilidade, não se desestruturar e buscar o gol de empate. Quando a partida estava 1x1 e o Japão era bem superior, Senegal soube explorar os lados do campo e chegar a um gol que o colocou novamente em vantagem.

O placar final de 2x2 parece ter ficado de bom tamanho, refletindo bem o jogo como um todo. Talvez fique um gosto amargo para os senegaleses, que estiv
eram duas vezes à frente no marcador; talvez fique um gosto amargo para os japoneses, que pressionaram no início do segundo tempo (quando o placar marcava 1x1), dominaram o jogo e chegaram muito perto da virada, com direito a bola no travessão de N`Diaye.

Em jogo onde as equipes atacam muito e o duelo acaba empatado, é bem compreensível que as duas equipes se lamentem e fiquem lembrando chances de gol e momentos favoráveis no jogo que poderiam trazer um vencedor ao duelo.

Iguais na Arena Ecaterinburgo, iguais na tabela de classificação. Japão e Senegal lideram o grupo H, com 4 pontos. Entram em campo na última rodada para jogar contra Polônia e Colômbia, respectivamente. Aconteça o que acontecer no jogo de daqui a pouco, entre Colômbia e Polônia, o fato é que tanto Japão, quanto Senegal, classificam-se na última rodada com um empate. Mas sinceramente, pelo que apresentaram até aqui, não creio que nem Senegal nem Japão vão apresentar um futebol mais defensivo, ou como alguns dizem, "mais cauteloso", por jogarem pelo empate. Acredito que os dois continuarão com suas propostas de buscar o gol, propor o jogo e jogar buscando a vitória. Caso isso aconteça, bom para o futebol, bom para a Copa do Mundo!Para quem assiste, para quem jogar, para quem vive o futebol!

sábado, junho 23, 2018

JOGO 25: EM DIA DE AHMED MUSA, NIGÉRIA VENCE ISLÂNDIA E AGORA DUELA COM ARGENTINA BUSCANDO SEGUNDA VAGA

Por Danilo Dias

A Nigéria tinha mais posse de bola. Tentava evoluir ao campo ofensivo, mas parecia ter receio de cair dentro da Islândia e ficar muito exposta ao contra-ataque. Fato é que apesar de ter tido a posse de bola e ter demonstrado qualidade no toque de bola, a Nigéria não conseguiu dar sequer um chute na meta de Halldorsson. A Islândia, por sua vez, chegou ao ataque por algumas vezes, até assustou na bola parada, mas nada que pudesse se constatar indícios de que o marcador estava próximo de ser aberto. O time do treinador Hallgrimsson parecia ter uma preocupação grande na partida, que era não perder a consistência defensiva. Por sinal, foi esse o grande trunfo da equipe na estreia contra a Argentina.

O parágrafo acima revela a síntese do que aconteceu nos 45 minutos iniciais em Volvograd. s emoções estavam mesmo guardadas para a segunda etapa.

Vindo de derrota na estreia, portanto, com zero ponto na tabela de classificação, a Nigéria se via pressionada para vencer a partida. E o time parece que voltou para a segunda etapa disposta a buscar essa vitória de maneira mais contundente. E se podemos citar um nome preponderante para a Nigéria chegar a vitória, esse nome é Musa. Para ficar completo, nome e sobrenome: Ahmed Musa. Foram deles os dois gols que garantiram os três pontos para a seleção africana. No primeiro, em rápido contra-ataque puxado, ele recebeu cruzamento da direita de Moses, dominou com estilo e chutou forte. No segundo, o camisa 7 arrancou pela esquerda, trouxe par o meio, driblou o goleiro e chutou paras as redes. Dois golaços!

O interessante de se destacar é que o primeiro gol nigeriano saiu em um dos raros momentos onde a defesa da Islândia encontrava-se desguarnecida. Uma bola parada no campo de ataque da seleção europeia acabou transformando-se em gol nigeriano segundos depois.

A atuação da Nigéria, em especial na segunda etapa era muito boa. Uma vitória maiúscula, e aparentemente sem sustos, estava sendo construída. Aparentemente! O futebol nos reservas surpresas, e por isso é fascinante. Aos 34 minutos, Ebuehi chegou atrasado em uma jogada na grande área e acabou derrubando Finnbogason. Em um primeiro momento, o árbitro da Nova Zelândia, Matthew Conger nada marcou, mas os árbitros de vídeo devem ter falado algo que fez ele ir até o lado de fora do gramado rever a imagem. Pênalti confirmado. Era a Islândia, que dava poucos sinais de reação, prestes a incendiar o jogo. Só que a segunda etapa realmente era nigeriana. Sigurosson isolou a cobrança!

Dos grupos os quais as equipes já jogaram duas partidas, o D é o único onde nenhuma equipe está eliminada. A Croácia já está classificada, enquanto Islândia, Nigéria e Argentina lutam pela segunda vaga. O vencedor de Nigéria x Argentina, avança de fase. Isso é, a Islândia, para avançar, precisa torcer por um empate entre Argentina e Nigéria e ainda vencer a Croácia, por dois gols de diferença, ou dependendo, até três. Convenhamos: tarefa muito difícil d seleção da Islândia!

JOGO 26: SHAQIRI MARCA NO FIM E SUÍÇA VIRA PARA CIMA DA SÉRVIA

Por Danilo Silveira

Tivemos nesta sexta, em Kaliningrado, a primeira vitoria de virada na Copa do Mundo de 2018. Com gol de Shaquiri, nos minutos finais, a Suíça venceu a Servia, ficando em boa condição para se classificar no grupo E.
Logo cedo, Mitrovic abriu o placar para a Servia. Cruzamento de direita,na medida para o camisa 9 cabecear forte e vencer o goleiro Sommer. 
Talvez o gol tenha sido preponderante para o jogo ficar a feição de equipe Servia. Mitrovic era muito acionado na frente, e dava muito trabalho à defesa Suíça. Somado a isso, Tadic era o homem que organizava o meio-campo e
A Suíça conseguia neutralizar a força do time comandado por xxxx através do seu toque de bola qualificado no.meio-campo. toque de bola esse que parecia pouco para conseguir vencer o forte sistema defensivo da Sérvia.
Veio o segundo tempo e o duelo.mudou um pouco de figuram A Suíça aumentou a intensidade do jogo no ataque, pressionando de forma mais contindente a seleção da Servia. O reflexo disso foi uma Servia que não mais conseguia mais levar perigo à defesa suíço. 
E a melhora da Suíça resultou em gol. Um chutaço de fora da área de Xhaka deixou tudo igual em Kaliningrado. O gol fez.muito bem ao jogo. As duas equipes pareciam insatisfeitas com o empate, haja visto a postura de ambas em buscar o ataque, procurar o gol. E o duelo tinha pinta que teria mais um gol. Para qualquer que fosse o lado que saísse, poderíamos dizer que foi com merecimento.
E a "premiada" acabou sendo a seleção Suica. Em um dos raros momentos em que a defesa da Sérvia emconteou-se desguarmecida, Shaquiri puxou contra ataque, sozinho, não foi alcançado pelos marcadores sérvios e concluiu a jogada com uma bonita finalização para dar à Suíça a primeira vitória na Copa do Mundo de 2018. 
Na comemoração, o camisa 23 tirou a camisa. Estava feliz, eufórico, contente. Não sei quantos graus o termômetro.marcava na arena de Kaliningrado, mas acredito que devido ao momento da partida, não havia frio algum sentido por Shaquiri, nem por nenhum suíço que assistia ao jogo da plateia. Era o clímax do jogo e da campanha Suíça na Copa de 2018.
Com o triunfo, a Suíça joga pelo empate diante da Costa Rica para avançar. Já no duelo entre Brasil x Servia, quem ganhar avança de fase e, se houver empate, o Brasil passa e a Servia precisará torcer contra a Suíça.

sexta-feira, junho 22, 2018

JOGO 22: PERU É SUPERIOR QUE A FRANÇA, MAS ACABA DERROTADO E ESTÁ FORA DA COPA DO MUNDO 2018


Por Danilo Silveira

A Seleção Peruana está fora da Copa do Mundo de 2018! Nenhum ponto em dois jogos disputados, com nenhum gol anotado. Esse é um dos exemplos que uso para dizer que o futebol analisado por estatísticas somente pode distorcer os fatos. "O Peru fez uma campanha pífia, pouco conseguiu atacar, chegando ao ponto de jogar 180 minutos sem fazer um gol". Talvez seja esse o pensamento de uma pessoa que não assistiu a equipe de Ricardo Gareca.

O Peru fez duas atuações excelentes, contra Dinamarca e França. Faltou uma melhor sorte! A  bola que pegou na trave, as defesas dos goleiros, a bola que passou a centímetros do gol, pênalti perdido. Tudo parecia conspirar contra a Seleção Peruana.  Copa do Mundo é competição de tiro curto, e muitas das vezes você está bem preparado, estruturado, reunindo todas as condições para conseguiu vencer os jogos e ir avançando de fase, mas as nuances futebolísticas, o imponderável, o imensurável acaba atuando.

Cabe dizer aqui que o time de Guerrerro, Cueva, Farfán, Carrillo (como jogou bola esse jogador) foi ao limite, não se entregou nenhum minuto e deu uma demonstração do que é "podemos até perder, mas não sem dar nosso máximo). Um parabéns mais que especial à torcida peruana, que fez as arquibancadas do estádio de Ekaterinburg, parecerem a cidade de Lima por uma noite.

Classifica-se a França! Exatamente o contrário do Peru. Seis pontos na conta, duas vitórias sofridas, aliadas a um futebol péssimo, se considerarmos o tamanho da qualidade do material humano que Didier Deschamps tem a disposição. Por sinal, Deschamps parece ter mudado um pouco de filosofia, ou eu tinha uma ideia errada do treinador.

A França não joga mais um futebol focado na ofensividade. O time até consegue atacar, até chega à frente, mas parece conseguir criar jogadas de perigo muito mais por conta do talento de seus jogadores, do que propriamente por uma vocação ofensiva do treinador. Na segunda etapa praticamente inteira, a França jogou fechada, encurralada, como se fosse um time pequeno, modesto, sem talento. Creio que ainda dê tempo de Didier Deschamps mudar os rumos da sua equipe ao longo da Copa do Mundo. Vamos ver se a França consegue, daqui para frente, encontrar o futebol o qual se espera de uma seleção que tem Griezmann, MbappéGiroud, Pogba, Matuidi e companhia.