terça-feira, julho 03, 2018

JOGO 54: BÉLGICA CONSEGUE VIRADA INCRÍVEL SOBRE O JAPÃO E PEGA O BRASIL NAS QUARTAS.

Por Danilo Dias

Propor o jogo, buscar o gol, atacar sem medo de deixar espaços na defesa. O desenho tático do jogo entre Japão e Bélgica demonstrou que esse era mais ou menos o pensamentos das duas equipes. E quando duas equipe buscam o ataque, propõe o jogo, permitem atacar e ser atacada, o duelo tende a ser muito interessante.

Se alguém esperava facilidade para a Bélgica, talvez não tenha assistido o Japão jogar na primeira fase. Ainda que as duas equipes tenham buscado o ataque, o primeiro tempo terminou sem que o placar fosse inaugurado. As emoções estavam guardadas para a segunda etapa. E quanta emoção!

E nos primeiros sete minutos da segunda etapa, a Bélgica viu sua situação na Copa do Mundo ficar complicadíssima. Harguchi abriu o placar aos 2 minutos, e cinco minutos mais tarde, em lindo chute de fora da área, Inui fez o 2x0. Para muitos, o Japão passar, seria uma zebra. Para mim, um resultado normal, ainda que a Bélgica fosse a favorita. Detalhe que entre os dois gols japoneses, Hazard carimbou a trave esquerda de Kawashima.

O gol fez muito bem ao Japão. Desenvolto, tocando a bola com muita qualidade, sem abdicar de atacar, mesmo em vantagem, o Japão dava sinais de que não iria se retrancar apesar da vantagem no placar. O jogo foi ficando cada vez mais tenso e perigoso para a Bélgica.

E aos 23, caiu do céu um presente para os belgas. Bola na ponta esquerda da área, Vertonghen cabeceou (aparentemente buscando o meio da área), mas a bola acbando tomando um rumo esquisito, tocando no travessão de Kawashima e entrando. Há quem diga que foi falha do goleiro japônes, mas eu eximo de culpa o camisa 1. O gol fez bem à Bélgica, bem ao espetáculo. 

A Bélgica possui muito talento e versatilidade no seu jogo. Tenta pelo chão, tenta no toque de bola, na jogada individual, na velocidade. Mas foi pelo alto que a equipe conseguiu maior sucesso. Lukaku quase empatou em cabeçada, mas Kawashima salvou em linda defesa. Também de cabeça, Fellaini, que veio do banco de reservas, tentou. E teve mais sucesso que o camisa 9. (Lukaku) Cruzamento da esquerda e ele subiu com sua vasta cabeleira, por entre a defesa japonesa, para empatar a partida e colocar de vez emoção na partida. O relógio marcava 28 minutos.

O jogo ficou aberto e as duas equipes pareciam dispostas a buscar o gol, sem se contentar em "esperar a prorrogação". Os dois goleiros trabalharam, evitando que alguma equipe conseguisse o gol, que aquela altura, deixaria o passaporte quase carimbado pra as quartas-de-final. Parecia que o amante de bom futebol ganharia mais meia hora de um grande jogo de futebol. Mas não!

Foi num belo contra-ataque, aos 48 minutos de jogo, que a Bélgica conseguiu praticamente carimbar seu nome entre os oito mais bem classificados da Copa do Mundo de 2018. Meunier serviu Chadli, que empurrou o gol vazio. A partir dali, a Bélgica comemorou o gol, e só precisou esperar alguns segundos, até a bola sair e o árbitro apitar o final do jogo.

O choro comovente dos japoneses ao final do jogo na Arena Rostov, deve ter doído até no japonês mais frio e calculista! Choro de quem lutou, de quem fez muito bonito, de quem não abdicou em nenhum instante de jogar bola, de encarar de igual para igual um dos melhores times dessa Copa do Mundo.

Bélgica x Brasil, dia 6 de julho, sexta-feira, na Arena Kazan. Imperdível. O time de Roberto Martínez, que gosta de propor o jogo, de atacar, de ir para cima, enfrenta os comandados de Tite, que tem em mãos um plantel incrível, mas que sinceramente, parece mais preocupado na solidez do seu sistema defensivo do que com qualquer outra coisa.


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