quarta-feira, julho 04, 2012

JOGO 31: VIVA O FUTEBOL ARTE!!! COM DIREITO A GOLEADA SOBRE A ITÁLIA, ESPANHA É BICAMPEÃ DA EUROCOPA

Por Danilo Silveira




Desfilando seus craques, abusando do direito de fazer gol e de jogar bonito, a Espanha ampliou seu histórico de conquistas no dia primeiro de julho de 2012. Com uma atuação quase perfeita, a Fúria aplicou 4 a 0 na seleção italiana e sagrou-se, pela segunda vez consecutiva, campeã da Eurocopa. Lembrando que entre as duas conquistas, nada mais, nada menos, que um título de Copa do Mundo. A Itália não jogou mal, especialmente na primeira etapa, quando conseguiu atacar, equilibrar as ações e dificultar a vida espanhola. Só que a abundância do talento espanhol faz a diferença. Quando o jogo está equilibrado E parece que a Espanha vai ter muitas dificuldades para vencer, é comum aparecer uma troca de passes genial, uma enfiada de bola fantástica, um lance magnífico, que se transforma naturalmente em gol.


Fúria abre 2 a 0 na primeira etapa

A partida começou bem movimentada. Com menos de sete minutos, Pirlo já tinha arriscado uma finalização que passou à esquerda e Sérgio Ramos já havia concluído em gol duas vezes: em uma cobrança de falta e em uma cabeçadas, ambas pára fora. Aos 9 minutos, veio o esboço do gol espanhol. Em uma bonita jogada, Xavi tabelou com Fábregas e bateu da meia lua: para fora. Dois minutos mais tarde, Xavi tocou para Iniesta, que deu uma enfiada de bola sensacional, encontrando Fábregas na ponta direita. E o camisa 10 espanhol também fez uma jogada sensacional, cruzando na cabeça de David Silva, que finalizou no canto direito de Buffon: indefensável! A valente e guerreira Itália não fazia uma partida ruim. Após o gol espanhol, a equipe comandada por Cesare Prandelli assustou em algumas cobranças de escanteio na área espanhola e Cassillas precisou trabalhar. Aos 19, o zagueiro Chiellini, improvisado na lateral esquerda, assim como na semifinal diante da Alemanha, sentiu uma contusão e precisou deixar o campo para a entrada de Balzaretti. Aos 28, Cassano recebeu pela esquerda da área, cortou o lateral Arbeloa e chutou rasteiro para defesa segura de Cassillas. A Itália conseguia chegar à frente, conseguia equilibrar a posse de bola, mas a Espanha mostrava-se muito segura defensivamente e muito qualificada na parte ofensiva, nessa partida, com destaque para Cesc Fábregas, que fez um grande primeiro tempo. E aos 40 minutos, apareceu o talento de Xavi, que deu uma enfiada genial para Jordi Alba, que infiltrou no sistema defensivo italiano, saiu na cara de Buffon e chutou para fazer 2 a 0. Considerando-se a Eurocopa de 2008, a Copa do Mundo de 2010 e a Eurocopa de 2012, a Espanha tinha, até antes do jogo contra a Itália, tomado apenas seis gols em 18 jogos, sendo que nenhum em confrontos de mata-mata. Números expressivos de um time fantástico, estatísticas impressionantes de uma equipe sensacional. Seria difícil acreditar que a Itália conseguiria fazer dois gols na segunda etapa para empatar o confronto.

Contusão de Thiago Motta deixa a Itália com um a menos

Para a segunda etapa, Cesare Prandelli lançou o atacante Di Natale na vaga de Cassano, que fez um bom primeiro tempo. Vale lembrar que o único gol sofrido pela Espanha nessa Eurocopa, foi marcado justamente por Di Natale, na estréia. E com menos de um minuto, o jogador da Udinese teve chance de diminuir, após receber cruzamento da esquerda de Abate, mas cabeceou por cima da meta. Mais clara ainda, foi a chance perdida pelo atacante aos 5 minutos. Dessa vez, ele recebeu na esquerda da área e chutou para boa defesa de Cassillas. Por sinal, que grande Eurocopa fez o goleiro espanhol! Com a difícil missão de fazer pelo menos dois gols em menos de 45 minutos, Cesare Prandelli poderia lançar no jogo o meia Diamanti, que entrou muito bem nas quartas de final e na semifinal, mas o comandante italiano preferiu colocar o volante Thiago Motta na vaga de Montolivo, aos 15 minutos. O que ele quis com essa substituição, realmente eu não sei, só sei que aconteceu tudo aquilo que o treinador não havia planejado. Apenas dois minutos após ter entrado, Thiago Motta se machucou sozinho e não teve condições para seguir no jogo. Com todas as três substituições já feitas, Prandelli viu seu time ficar com dez jogadores o restante do jogo. Pior que isso, viu seu time ser totalmente dominado pela Espanha. Desde a saída de Thiago Motta até o apito final, a Itália praticamente inexistiu no campo ofensivo. O jogo perdeu em emoção. Com dois gols de vantagem e o duelo amplamente dominado, a Espanha tocava a bola no campo ofensivo, demonstrando calma e qualidade, duas virtudes bem transparentes nesse time. Del Bosque foi mexendo aos poucos no time. Lançou Pedro na vaga de David Silva, Torres na vaga de Fábregas e Juan Mata na vaga de Iniesta. E a Espanha ainda fez o duelo virar goleada. Torres aproveitou um passe sensacional de Xavi e ampliou, se tornando um dos artilheiros da Euro, com três gols. 



Pouco antes do fim, Torres recebeu outra bola na frente e teve a chance de marcar mais um e se isolar na artilharia, mas ele não foi fominha e serviu Mata, que chutou para as redes e a Espanha fechou a Eurocopa com chave de ouro.

Literalmente ouro! O terceiro título da Espanha em cinco anos. Dezonove jogos, 32 gols marcados, apenas seis sofridos. Catorze vitórias, quatro empates e apenas uma derrota. Números que por si só não dizem nada, mas atrelados a essa geração espanhola e ao futebol apresentado por ela, dizem muita coisa.

Em cerca de um mês, tivemos jogos fantásticos, equipes fantásticos e jogadores fantásticos em solo ucraniano e polonês. Um grande evento, que ultrapassa o plano esportivo. Um evento que moveu o mundo, encantou muito amantes de futebol. Temos seleções mais qualificadas que outras, é claro, mas no geral, as equipes apresentaram-se muito bem, cada uma em seu estilo. Muitos jogos bons, muita emoção e muito futebol de qualidade. Difícil encontrar "peladas", jogos feios e desinteressantes nessa edição da Eurocopa! Difícil dizer que a Eurcopa terminou. Mas, certamente, ficará eternizada na memória daqueles que a assistiram. Segue abaixo a seleção da Euro 2012:

Goleiro - Cassillas (Espanha)
Lateral direito - Arbeloa (Espanha)
Zagueiros - Sérgio Ramos (Espanha) e Pepe (Portugal)
Lateral esquerdo - Jordi Alba (Espanha)
Volantes - Pirlo (Itália) e Khedira (Alemanha)
Meias - Iniesta (Espanha) e Xavi (Espanha)
Atacantes - Cassano (Itália) e Cristiano Ronaldo (Portugal)

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