quarta-feira, setembro 19, 2012

EM JOGO FRACO TATICAMENTE, MAS EMOCIONANTE NOS MINUTOS FINAIS, REAL VIRA PARA CIMA DO CITY

Por Danilo Silveira


Dois times mal escalados, tendendo para o defensivismo e apresentando um futebol longe de ser envolvente. Foi assim que começou o duelo entre Real Madrid e Manchester City, na rodada de abertura da UEFA Champions League. Foi do meio da segunda etapa para o final que o jogo mudou completamente de figura e as redes passaram a ser balançadas em seqüência e o jogo cresceu em emoção. Após o apito final, o Real Madrid comemorou a vitória por 3 a 2, de virada.

Times mal escalados e jogo fraco na primeira etapa

O duelo começou e impressionava de fato os nomes que estavam no banco de reservas. No Real Madrid, Modric, Ozil e Kaká viam Khedira, Xabi Alonso e Essien, começarem o jogo na equipe titular. Já no City, Aguero contemplava a titularidade de Javi Garcia, Barry e Yayá Touré. Como já parecia estar no script, as duas equipes fizeram um primeiro tempo muito fraco. O que de fato funcionou foi a marcação avançada do time da casa, que encurralava o City, porém, com a bola nos pés, eram nítidas as deficiências apresentadas pelos madrilenhos. Criastiano Ronaldo foi quem criou as melhores oportunidades. Aos 7 minutos, ele cortou Kompany e bateu cruzado pela ponta esquerda da área e Hart apareceu para fazer boa intervenção. Aos 11, Cristiano , novamente pela ponta esquerda, arriscou, Higuaín desviou no meio do caminho e Joe Hart apareceu para fazer uma grande defesa. O Real até arriscava chutes de longa e média distância, até tinha o domínio territorial no campo ofensivo, mas produzia poucas jogadas coletivas mais bem elaboradas e mais parecia jogar na base da vontade que na boa armação tática. Aos 34, Nasri se machucou e Roberto Mancini, tendo Aguero no banco, preferiu colocar Kolarov em campo, tornando ainda mais complicadas as coisas para o seu time. 

Em final eletrizante, Real vira com gol de Cristiano Ronaldo

Veio a segunda etapa e nenhum dos técnicos mexeu. Parecia difícil acreditar que o jogo melhoraria, muito por conta da escalação e da armação tática adotada pelos treinadores de ambas as equipes. O fato é que o City voltou menos retrancado (seria quase impossível recuar mais), O Real voltou atacando com mais organização (seria difícil desorganizar mais) e o jogo melhorou um pouco (se piorasse os espectadores iam acabar dormindo). Aos 14, Marcelo arriscou de fora da área e a bola passou à esquerda, com perigo. O meio do segundo tempo foi se aproximando e os dois treinadores começaram a mexer em suas equipes. Roberto Mancini lançou Dzeko e tirou David Silva. Apesar de ter lançado mais um atacante, ele comprometia demais a criação de jogadas por estar tirando um dos melhores jogadores do time, que não fazia um bom jogo, acredito eu, muito por conta da parte tática deficiente implantada pelo treinador italiano. Já José Mourinho, lançou Ozil na vaga de Essien aos 19. Dá para dizer que a mexida foi boa, mas Mourinho não fez mais que o óbvio, pois atuar com três volantes, deixando Ozil, Modric e Kaká no banco é algo, para mim, inviável. Mancini parecia fazer de tudo para o seu time não atacar de forma organizada, mas mesmo assim, o City chegou ao gol. Yayá Tourré saiu jogando de trás do meio campo, tabelou, continuou avançando e tocou para Dzeko, que chutou na saída de Cassillas para abrir o placar. E minutos após o gol, Mourinho resolveu colcoar o time para frente: trocou Higuaín por Benzema e lançou Modric na vaga de Khedira. Naturalmente o Real melhorou na partida e os 20 minutos finais de jogo foram eletrizantes. Aos 29, Yayá Tourré recebeu no meio da área e teve a chance de ampliar, mas chutou à esquerda de Cassillas. Logo em seguida, Marcelo arriscou de fora da área, a bola desviou em Javi Garcia e entrou nas redes do City: 1 a 1. O Real se animou e partiu em busca da virada. Aos 34, Benzema chutou meio sem ângulo da ponta direita e o seguro goleiro Hart fez mais uma boa defesa. Aos 39, Kolarov cobrou falta da meia direita na área e a bola acabou passando por todo mundo e caindo no fundo das redes de Cassillas. Era o City de novo na frente e muito perto de conseguir um resultado heróico no Santiago Bernabéu. Mas, o que o jogo deixou a desejar no ponto de vista tático, foi compensado por doses fortes de emoção. Aos 41, Benzema recebeu na meia lua de Di Maria, girou e chutou no canto esquerdo de Hart, que por pouco não evitou o empate. Pela segunda vez, os donos da casa empatavam o duelo e agora tinham pouco tempo para conseguir uma virada. E ela por pouco não saiu na melhor jogada coletiva da partida. Em um contra ataque rápido da equipe madrilenha, a bola passou pelos pés de Modric, de Ozil, de Benzema e chegou até Cristiano Ronaldo, que bateu no canto direito, para nova defesa de Hart, o melhor jogador em campo. E quis o destino que o melhor jogador em campo falhasse em um momento decisivo. Aos 46, Cristiano Ronaldo chutou da ponta esquerda, no meio do gol e Hart acabou falhando. Foi a virada do Real Madrid em um jogaço do ponto de vista de emoção e um jogo abaixo da crítica do ponto de vista tático.


Um comentário:

  1. Danilo,

    é meu amigo, começo de temporada é complicado para todo mundo...

    BLOG DO CLEBER SOARES
    clebersoares.blogspot.com

    SOMOS FLAMENGO
    somosflamengo33.blogspot.com

    ResponderExcluir