domingo, junho 22, 2014

JOGO 32: EM DUELO ESPETACULAR, PORTUGAL E EUA EMPATAM NA ARENA AMAZÔNIA

Por Danilo Silveira



Em 1494, o tratado de Tordesilhas dividiu o domínio sobre o Brasil entre Espanha e Portugal. Conforme foi firmado, a parte onde hoje representa o Estado do Amazonas era espanhola. No entanto, diz a história que a região sofreu posteriores invasões portuguesas, em descumprimento do que havia sido acordado. Até que em 1750 o tratado de Madrid deu boa parte daquela região à Portugal.

O trecho acima narra de maneira breve a história do que é hoje o Estado do Amazonas. Algumas centenas de anos depois disso, Portugal e Amazonas se encontraram novamente. Só que dessa vez o assunto em nada tinha a ver com colonização. Tratava-se de futebol! Portugal pisou no gramado da Arena da Amazônia para jogar a sua sobrevivência na Copa do Mundo. E tinha como oponente a arrumada seleção americana, comandada pelo alemão Jurgen Klinsmann.

E as duas equipes travaram um duelo simplesmente espetacular em Manaus. Portugal saiu na frente, os EUA viraram e quando a alteação no marcador parecia impossível veio a equipe portuguesa e provou o contrário. Sensacional.

Demorou apenas quatro minutos para Portugal balançar as redes. Cameron falhou, Nani aproveitou. Os Estados Unidos responderam aos 12 minutos, quando Dempsey cobrou falta com perigo, mas não acertou o alvo. Falando em Dempsey, cabe destacar duas coisas: a primeira é que ele jogava com o nariz quebrado (e sem máscara! que coragem!). A segunda é que ele atuava de centroavante, na vaga de Altidore, que saiu machucado na partida de estreia. Falando em centroavante, Portugal também não contava com seu titular Hugo Almeida. Desfalque esse que estava sendo suprido pela presença de Hélder Postiga. Acontece que aos 13 minutos ele também se machucou, precisando deixar o campo. Paulo Bento lançou Eder na partida.


Não demorou muito para ficar evidente que os Estados Unidos tinham como estratégia os chutes de longa distância. Braddley tentou duas vezes e falhou. Johnson também teve sua tentativa e não venceu o goleiro Beto por centímetros. O jogo era lá e cá, eletrizante. Portugal quase ampliou. Nani carimbou a trave, Eder pegou o rebote e Howard salvou. Chegava ao fim um primeiro tempo eletrizante. Quinze minutos para os amantes desse cativante esporte ganharem fôlego para assistir a etapa derradeira.

Demorou nove minutos da etapa final para a Arena Amazônia testemunhar um dos lances mais incríveis até aqui na Copa do Mundo.O bom lateral direito Johnson cruzou, tirando a bola do goleiro Beto e servindo Braddley, que emendou para marcar o que seria o empate americano. Seria, mas não foi. Não foi porque Ricardo Costa usou a perna esquerda para bloquear o chute que fatalmente encontraria as redes, sem nenhuma chance para Beto, caído no gramado. Klinsmann não acreditou. Nem Bradlley.

Chegou a hora de falar sobre Cristiano Ronaldo. Para mim, um bom jogador que a mídia eleva a um patamar futebolístico o qual ele não se encontra. Aos 16 minutos, o camisa 7 português recebeu no mano a mano com seu marcador pela ponta direita, mas não tentou o drible, não tentou chegar mais perto do gol e optou pelo chute, o executando de maneira muito ruim. Copa muito fraca que faz Cristiano. Em sua defesa, o fato de estar contundido. Visivelmente ele não se encontra na sua melhor forma física.

E o que poderia ter sido o segundo gol de Portugal virou empate americano dois minutos mais tarde. Jones foi muito mais feliz que Cristiano Ronaldo em sua finalização. Beto viu a bola entrar no canto esquerdo, sem esboçar nenhuma tentativa de defesa. Belo gol!

E aos 35 minutos os Estados Unidos conseguiriam a virada em um gol de barriga. Zusi bateu cruzado da esquerda e Dempsey complementou. Dempsey, o mesmo do nariz quebrado, conforme citado acima. Dez minutos mais os acréscimos separavam os Estados Unidos da liderança do grupo e classificação antecipada. E os comandados de Klinsmann conseguiram a manutenção da vitória durante esses dez minutos, mas não durante a totalidade dos acréscimos.


Aos 49 minutos, Cristiano Ronaldo fez sua melhor jogada na partida. Recebeu na ponta direita e efetuou cruzamento milimétrico para Silvestre Varela cabecear e impedir a eliminação precoce da sua seleção. Portugal ganha sobrevida e continua com esperanças de jogar mais que três jogos nas terras que colonizou séculos atrás.

Agora o grupo G da Copa do Mundo ficou da seguinte maneira: Alemanha e EUA têm quatro pontos (Alemanha é líder por ter melhor saldo). Gana e Portugal têm um ponto (Gana está na frente por ter melhor saldo). Se Alemanha e EUA empatarem na última rodada, os dois passam de fase, com a Alemanha em primeiro. Caso haja um perdedor,esse ainda poderá ser alcançado, caso Portugal x Gana tenha um vencedor. Nesse caso, a segunda vaga do grupo seria decidida no saldo de gols. Pior para Portugal, que perdeu para a Alemanha por 4 x 0.

Cabe, por fim,lembrar que esse foi o jogo número 32 da Copa. Se o total são 64 significa que chegamos à metade.

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