segunda-feira, outubro 10, 2011

FLAMENGO COM FUTEBOL DE TIME PEQUENO E FLUMINENSE COM ATITUDE DE TIME PEQUENO

Por Danilo Silveira

Flamengo e Fluminense fizeram um duelo emocionante. E podem acreditar: Botinelli foi o herói da partida. Isso mesmo que vocês acabaram de ler. O argentino saiu do banco de reservas para fazer dois gols e dar a vitória ao time da Gávea, por 3 a 2.

As torcidas dos dois últimos campeões brasileiros compareceram ao Engenhão, esperançosas de ver o seu time de coração conquistar três pontos e subir na tabela de classificação. Dentro de campo, o Fluminense foi o time que mais fez por onde chegar à vitória. A equipe do técnico Abel Braga encurralou o Flamengo no campo de defesa e tentava criar chances de gol. Enquanto isso, o Flamengo se defendia como time pequeno, se acovardava. Feio era ver um time com o tamanho do Flamengo jogar de uma maneira tão medíocre. Mas a proposta de não deixar o Fluminense balançar as redes funcionou. E quando se opta por jogar dessa maneira, as chances são raras. E cabe destacar somente uma na primeira etapa, em chute de Deivid, defendido por Diego Cavalieri. Com He-Man brigando o tempo inteiro enfiado por entre os zagueiros do Flamengo, Rafael Sóbis aberto pela ponta e Deco (joga fácil esse português) com Marquinhos na criação, o Fluminense rodava a boa esperando a melhor oportunidade, que não vinha, muito por conta do bloqueio feito pelos muitos jogadores do Flamengo, que muito marcavam e pouco criavam.

Veio a segunda etapa e Vanderley Luxemburgo conseguiu a proeza de não mexer no time, talvez tenha gostado do que viu nos 45 minutos iniciais. E o Flamengo continuou como time pequeno, fechado, esperando o Fluminense chegar. O gol parecia questão de tempo e saiu em uma jogada duvidosa, onde Marquinhos roubou a bola pela ponta direita, em lance que pareceu falta em Diego Maurício. Mas o árbitro nada marcou, a jogada prosseguiu e Rafael Sóbis cabeceou para abrir o marcador. E antes mesmo do gol, Vanderley Luxemburgo já tinha à beira do campo Negueba e Jael, prontos para entrar. E nem o gol tricolor fez o treinador ousar, fazer algo que demonstrasse que o time buscaria mais o ataque. Burocrático, tirou Deivid e Diego Maurício, que pouco fizeram, deixando em campo um sonolento Renato junto com Maldonado e Muralha (que fez muito boa partida). Como é costume de alguns técnicos, quando o placar lhe é adverso, a tarefa de soltar o time é válida, mas do contrário, todo mundo fechado atrás segurando o resultado é praticamente uma lei. E como o Flamengo estava atrás no marcador, Luxa resolveu lançar a campo o argentino Botinelli, tirando Maldonado.

As atuações pífias de Botinelli durante o Brasileirão, coroadas com chutes bisonhos, fazia o torcedor rubro-negro ter pouca esperança que dos pés do argentino algo de bom acontecesse. Mas o desfecho de todo o Fla-Flu, passou invariavelmente por Botinelli. O Flamengo saiu para o jogo e não demorou muito a empatar, com Thiago Neves, que apenas escorou o chute cruzado de Negueba. Pela primeira vez na partida, o Flamengo dava mostras de bom futebol e pela primeira vez passava a ser superior que o Fluminense. Abel Braga resolveu mexer triplamente, lançando Martinuchio, Lanzini e Souza nas vagas de Sóbis, Deco e Diguinho. E o segundo gol do Flu saiu em lance polêmico. Botinelli tinha a bola dominada no campo defensivo, chutou-a contra o corpo de um adversário e ganhou o lateral. Pelo menos foi o que pareceu à primeira vista. Mas a auxiliar deu posse de bola para o Flu e foi daí que nasceu o gol, em cabeçada de Lanzini. Infelizmente, não consegui ver o replay do lateral, as câmeras mostraram apenas a seqüência do lance.

E quanto mais o relógio se aproximava dos 45 minutos, mais o Flamengo corria atrás do prejuízo. Talvez os deuses do futebol devessem punir a equipe da Gávea, por tanta inoperância demonstrada durante mais da metade do jogo. Mas os deuses flamengusitas atuaram no Engenhão e aos 41, Botinelli cobrou falta no travessão e a bola voltou tocando em Cavalieri e tomando a direção do gol. Era o time que menos fez por merecer os gols empatando a partida. A massa rubro-negra foi à loucura no Engenhão e aos 44, Botinelli mostrou que estava mesmo em um dia inspirado e com o pé calibrado, chutando de fora da área, no canto direito de Cavalieri, marcando um belíssimo gol, seu segundo no jogo, e garantindo a vitória rubro-negra.

Parecia um clássico que terminaria sem confusões, mas nos minutos finais, os tricolores mostraram-se nervosos demais com a arbitragem. Os jogadores e Abel Braga reclamavam de um pênalti não marcado pela arbitragem, que realmente houve, quando a partida estava 2 a 2. Mas os ânimos dos tricolores estavam muito exaltados, Abel Braga já tinha sido expulso, He-Man esbravejava com o árbitro. Por falar nisso, o homem do apito mostrou uma falta de preparo e de profissionalismo muito grande, ao proferir um empurrão em He-Man. Nas entrevistas pós jogo, os jogadores do Fluminense reclamavam muito da arbitragem, insinuando que ela tivesse favorecido o Flamengo. Lamentável. Um time que foi muito superior dentro das quatro linhas, mostrava ali ser pequeno fora de campo. Não cabia ali atribuir a derrota ao árbitro.

Enquanto o Flamengo foi pequeno na sua maneira de atuar durante a maior parte do jogo, o Fluminense foi pequeno ao não saber assumir a derrota de cabeça erguida,o que seria o natural. Nos acostumamos a ver o fluminense de Muricy Ramalho jogar como time pequeno, mas hoje, o Fluminense perdeu para um grande time, mas que atuou como se fosse do tamanho inversamente proporcional ao da sua imensa torcida.

Um comentário:

  1. O que importa sao os 3 pontos.
    Fluminense ganhou varios pontos nos acrescimos e todo mundo dizia que era candidato ao titulo.

    Flamengo mostrou ontem que tem elenco pra ganhar o brasileiro, tanto que um reserva decidiu o jogo.
    E depois de 10 jogos sem vencer, acho que saimos da esquina..
    Rumo ao Hepta!!!

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