Por Danilo Silveira
No cenário atual do futebol, parar o Barcelona e anular
Lionel Messi são duas missões que beiram o impossível. E o Milan não conseguiu
isso, o que não significa que a equipe de Maximiliano Allegri não tenha feito
dois bons jogos. Analisando de maneira geral, cabe-se dizer que, nos 180
minutos disputados, o Milan foi melhor do que costuma ser e o Barcelona abaixo
do que lhe é habitual. Sendo assim, o Milan foi melhor que o Barcelona? A
resposta é: não.
O que acontece é que o time catalão é tão superior aos demais,
que mesmo quando joga 60% ou 70% do que costuma jogar, é melhor que seus
oponentes. O que se viu durante o duelo entre Milan e Barcelona foi uma defesa
muito bem arrumada, muito bem postada, que deu muito, mas muito trabalho ao
Barcelona. Enquanto o time catalão fazia seu tradicional jogo, de rodar a bola
de um lado para o outro, esbanjando técnica e qualidade, os jogadores do Milan
“cercavam”, mas sem dar o bote e tentando impedir as jogadas de infiltração.
Acontece que se trata de muita qualidade para um time só e os espanhóis quase
inauguraram o marcador em passe de Daniel Alves para Fábregas, que em um toque
de craque encontrou Messi, que dominou no peito e por questões de centímetros
não colocou a bola nas redes. Seria mais bonito e mais interessante que o time
de Pep Guardiola tivesse inaugurado o placar em uma jogada tão bonita, mas não
aconteceu dessa maneira. Então, Messi roubou bola no campo de ataque, arrancou
pela esquerda e, ao invés de bater, rolou para seu companheiro que chegava do lado
e quando recebeu a bola novamente, encontrava-se em posição de impedimento, não
assinalada. A irregularidade que o árbitro viu foi outra. O argentino foi
derrubado na grande área na seqüência do lance e o pênalti foi assinalado. O
próprio Messi bateu e converteu. Muito
se fala do Barcelona com a bola no pé (fato que acontece a maior parte dos
jogos), do toque refinado e da capacidade dessa equipe de criar inúmeras
situações de gol em pouco tempo. Só que
o Barcelona também é fantástico quando não detém a posse de bola, marcando
muito bem, fornecendo muita dificuldade para o adversário trocar passes. É raro
ver um jogador oponente do barça com liberdade. E foi em um desses lances raros
que o Milan empatou o jogo. Robinho tocou para o sueco Ibrahimovic, que
encontrou Nocerino livre pela direita e o meio-campista chutou na saída de
Váldez para empatar, aos 32. E aos 41, pouco antes do intervalo, Nesta cometeu
pênalti dentro da área, ao agarrar um adversário após cobrança de escanteio. O
árbitro holandês Bjorn Kuipers assinalou e Messi novamente converteu, fazendo o
Barça ir para o intervalo em vantagem.
A segunda etapa começou e para avançar para semifinal, o
Milan precisava, em 45 minutos, marcar um gol a mais que o Barcelona. Isto é,
se a equipe italiana fizesse um gol e não tomasse, avançaria, mais se tomasse
um, precisaria fazer dois. Messi, o melhor jogador do mundo, estava muito bem
marcado. O argentino não se omitia do jogo em momento algum, mas estava
visivelmente com dificuldades de fazer aquilo que costuma fazer com freqüência.
O time catalão, que já tinha contado com a ajuda do árbitro no lance do
primeiro gol, agora contou com a sorte. Messi apareceu pelo meio, chutou, a
bola carimbou na marcação e sobrou para Iniesta, que teve a calma e tranqüilidade
necessária para chutar, vencer o goleiro Abiatti e colocar a bola no fundo das
redes sem maiores complicações. Nesse momento, o Milan precisava remar um
oceano inteiro para conseguir sua vaga para semifinal. Precisando de dois gols,
Maximiliano Allegri lançou Alexandre Pato na vaga de Boateng, mas para
tristeza, o brasileiro se machucou em poucos minutos e precisou deixar o
gramado, para entrada de Maxi López. Cabe lembrar que o brasileiro estava
voltando de contusão. E o Barça ainda teve duas chances claras para se
classificar com um placar ainda mais elástico, porém, os brasileiros Thiago
Alcântara e Adriano chutaram para fora, em lances cara a cara com o goleiro
Abiatti.
Com 8 vitórias, dois empates e nenhuma derrota na
competição, o Barcelona chega à semifinal, e agora espera Chelsea ou Benfica.
Seja qual for o adversário, o time catalão é amplamente favorito, e caso
confirme esse favoritismo, é amplamente favorito na final, seja qual for o
adversário.
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