quarta-feira, abril 04, 2012

MESMO QUANDO JOGA UM POUCO ABAIXO DO QUE DE COSTUME, O BARCELONA É SUPERIOR AOS SEUS RIVAIS


Por Danilo Silveira

No cenário atual do futebol, parar o Barcelona e anular Lionel Messi são duas missões que beiram o impossível. E o Milan não conseguiu isso, o que não significa que a equipe de Maximiliano Allegri não tenha feito dois bons jogos. Analisando de maneira geral, cabe-se dizer que, nos 180 minutos disputados, o Milan foi melhor do que costuma ser e o Barcelona abaixo do que lhe é habitual. Sendo assim, o Milan foi melhor que o Barcelona? A resposta é: não.

O que acontece é que o time catalão é tão superior aos demais, que mesmo quando joga 60% ou 70% do que costuma jogar, é melhor que seus oponentes. O que se viu durante o duelo entre Milan e Barcelona foi uma defesa muito bem arrumada, muito bem postada, que deu muito, mas muito trabalho ao Barcelona. Enquanto o time catalão fazia seu tradicional jogo, de rodar a bola de um lado para o outro, esbanjando técnica e qualidade, os jogadores do Milan “cercavam”, mas sem dar o bote e tentando impedir as jogadas de infiltração. Acontece que se trata de muita qualidade para um time só e os espanhóis quase inauguraram o marcador em passe de Daniel Alves para Fábregas, que em um toque de craque encontrou Messi, que dominou no peito e por questões de centímetros não colocou a bola nas redes. Seria mais bonito e mais interessante que o time de Pep Guardiola tivesse inaugurado o placar em uma jogada tão bonita, mas não aconteceu dessa maneira. Então, Messi roubou bola no campo de ataque, arrancou pela esquerda e, ao invés de bater, rolou para seu companheiro que chegava do lado e quando recebeu a bola novamente, encontrava-se em posição de impedimento, não assinalada. A irregularidade que o árbitro viu foi outra. O argentino foi derrubado na grande área na seqüência do lance e o pênalti foi assinalado. O próprio Messi bateu e converteu.  Muito se fala do Barcelona com a bola no pé (fato que acontece a maior parte dos jogos), do toque refinado e da capacidade dessa equipe de criar inúmeras situações de gol em pouco tempo.  Só que o Barcelona também é fantástico quando não detém a posse de bola, marcando muito bem, fornecendo muita dificuldade para o adversário trocar passes. É raro ver um jogador oponente do barça com liberdade. E foi em um desses lances raros que o Milan empatou o jogo. Robinho tocou para o sueco Ibrahimovic, que encontrou Nocerino livre pela direita e o meio-campista chutou na saída de Váldez para empatar, aos 32. E aos 41, pouco antes do intervalo, Nesta cometeu pênalti dentro da área, ao agarrar um adversário após cobrança de escanteio. O árbitro holandês Bjorn Kuipers assinalou e Messi novamente converteu, fazendo o Barça ir para o intervalo em vantagem.

A segunda etapa começou e para avançar para semifinal, o Milan precisava, em 45 minutos, marcar um gol a mais que o Barcelona. Isto é, se a equipe italiana fizesse um gol e não tomasse, avançaria, mais se tomasse um, precisaria fazer dois. Messi, o melhor jogador do mundo, estava muito bem marcado. O argentino não se omitia do jogo em momento algum, mas estava visivelmente com dificuldades de fazer aquilo que costuma fazer com freqüência. O time catalão, que já tinha contado com a ajuda do árbitro no lance do primeiro gol, agora contou com a sorte. Messi apareceu pelo meio, chutou, a bola carimbou na marcação e sobrou para Iniesta, que teve a calma e tranqüilidade necessária para chutar, vencer o goleiro Abiatti e colocar a bola no fundo das redes sem maiores complicações. Nesse momento, o Milan precisava remar um oceano inteiro para conseguir sua vaga para semifinal. Precisando de dois gols, Maximiliano Allegri lançou Alexandre Pato na vaga de Boateng, mas para tristeza, o brasileiro se machucou em poucos minutos e precisou deixar o gramado, para entrada de Maxi López. Cabe lembrar que o brasileiro estava voltando de contusão. E o Barça ainda teve duas chances claras para se classificar com um placar ainda mais elástico, porém, os brasileiros Thiago Alcântara e Adriano chutaram para fora, em lances cara a cara com o goleiro Abiatti.

Com 8 vitórias, dois empates e nenhuma derrota na competição, o Barcelona chega à semifinal, e agora espera Chelsea ou Benfica. Seja qual for o adversário, o time catalão é amplamente favorito, e caso confirme esse favoritismo, é amplamente favorito na final, seja qual for o adversário. 

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