segunda-feira, abril 23, 2012

O CLÁSSICO ENTRE FLAMENGO E VASCO EVIDENCIOU UMA TRISTE REALIDADE DO FUTEBOL CARIOCA


Por Danilo Silveira

O jogo de ontem entre Flamengo e Vasco foi um fiel retrato da realidade em que vive o futebol carioca ultimamente. Tínhamos em campo duas equipes muito boas técnica e individualmente, porém, não tínhamos dois times, tínhamos dois bandos. Dos dois lados, sistemas defensivos deploráveis, mal arrumados, sem consistência nenhuma de marcação.

Que o Rio de Janeiro tem grandes jogadores, isso é quase que indiscutível. Felipe, Juninho, Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love, Léo Moura, Maicosuel, Loco Abreu, Fred, Deco, e por aí vai.  A pergunta que se deve fazer então é: por que o futebol da cidade maravilhosa ainda tão feio? Por que as equipes têm tanta dificuldade para fazer uma partida acima do nível decente?

O clássico de ontem entre Flamengo e Vasco teve bastante emoção. Sim, isso é uma verdade. Mas, se formos analisar o duelo taticamente, vamos nos deparar com um show de horrores. Falhas defensivas para todo lado, que culminaram em chances criadas a todo instante e uma ausência de consistência tática de assombrar. Nossos queridos professores, Joel Santana e Cristóvão Borges, não conseguiram colocar em campo equipes dentro do padrão aceitável. Mas é claro, o jogo contou com bonitas jogadas, de bons jogares, mas isso não está atrelado ao desempenho dos professores. O bonito gol de Vagner Love, o bonito chute de Felipe, a bela finalização de Kléberson são lances que vêm justamente do talento individual, que o Rio de Janeiro tem aos montes.

Aos olhos dos torcedores, o jogo de ontem pode ter sido muito bom. A partida teve uma enxurrada de chances de gol, teve as redes balançadas cinco vezes, teve emoção até o minuto final. Sim, o torcedor quer ver isso. Mas o torcedor pode também querer ver sua equipe bem armada, ver sua equipe jogar bem. Se pegarmos os 90 minutos de ontem, vai ser raro acharmos uma bela troca de passes, uma jogada coletiva mais bem elaborada.

O futebol carioca anda bem de talentos, mas muito mal de treinadores. Ontem, mais uma vez, nos deparamos com péssimas atuações dos comandantes. Joel conseguiu ter sucesso na escalação de Kléberson, que fez ótima partida, mas conseguiu estragar tudo ao tirar o jogador na metade do segundo tempo. Cristóvão escalou um time que conseguiu pressionar o Flamengo durante a primeira etapa, mas estragou tudo ao tirar Alecsandro e Éder Luís, para lançar Nilton e Allan na segunda etapa.

O futebol carioca cresce em talento individual na mesma proporção que despenca em padrão tático.

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