E depois de conseguir o complicado, quase impossível, feito
de tirar o Barcelona da UEFA Champions League na semifinal, o Chelsea conseguiu
ser campeão, em cima do poderoso Bayern de Munique, em plena Allianz Arena.
Não que o Bayern tenha a qualidade que tem o Barcelona, mas
é um time excelente, focado na ofensividade e que tem grandes jogadores, com
Arjen Robben e Ribery. A partida começou e a equipe de Munique foi fiel ao seu
estilo de jogo, às suas características, e partiu para cima do Chelsea. A
grande chance da primeira etapa foi com Robben, que pela ponta esquerda, se
desvencilhou da marcação e bateu para boa defesa de Cech, que ainda viu a bola
tocar na trave direita. O Chelsea, por sua vez, adotava uma proposta de jogo
defensiva, com boa semelhança com a adotada contra o Barcelona, nos 180
minutos.
O gol do Bayern parecia questão de tempo, a superioridade da
equipe alemã era grande, mas do outro lado, tínhamos um Chelsea totalmente
aplicado e focado na proposta de não permitir que a bola ultrapassasse a linha
final do competente goleiro Peter Cech. Nos minutos finais da primeira etapa, o
Chelsea até que se soltou um pouco mais no jogo, mas a preocupação do time
parecia muito mais em não sofrer gols do que fazer.
Veio a segunda etapa e o panorama do jogo pouco mudou. O
holandês Arjen Robben continuou jogando muito bem, sendo para mim o melhor
jogador em campo. O Bayern fazia uma partida coletiva muito boa, à altura do
que eu esperava, haja vista jogos anteriores da equipe. Depois de abusar do
direito de dar sorte diante do Barcelona, parecia improvável que o Chelsea
conseguiria, mais uma vez, passar um jogo todo retrancado e evitar uma derrota.
Mais os minutos passavam e a prorrogação estava cada vez mais próxima. Mas
Muller, em uma bonita cabeçada para o chão, tratou de colocar o Bayern de
Munique na frente, pouco antes dos 40 minutos, mas não sem antes ver a bola
tocar o travessão para depois cruzar a linha final. Tudo indicava que seria o
gol do título, o gol que faria os torcedores alemães comemorarem durante muitos
e muitos dias uma conquista que viria a ser épica. Roberto Di Matteo, treinador
do Chelsea, lançou, tardiamente, Fernando Torres, que tinha cerca de 5 minutos
para tentar ajudar sua equipe a fazer um gol salvador. Hupp Heinecks, por sua
vez, tirou Muller, até ali o autor do gol único, e lançou o zagueiro Van
Buyten, provavelmente para auxiliar na marcação em um possível abafa do time
inglês nos minutos finais.
Acontece que quiseram os deuses do futebol, que aqueles não
fossem os minutos finais da UEFA Champions League 2011-2012. Drogba, após
escanteio da direita, deu uma tjjolada de cabeça, e levou o jogo para a
prorrogação. A bola ainda bateu em Neuer antes de entrar, mas não teria o menor
cabimento culpar o grande goleiro alemão pelo gol sofrido. Também acho sem
sentido culpar o técnico, por ter lançado um zagueiro no lugar de um atacante,
faltando cinco minutos. Não caberia ao Bayern culpar ninguém, e sim entrar com
personalidade na prorrogação.
E personalidade não falta para equipe do Bayern. A
prorrogação começou, o Chelsea até iniciou melhor, tentando pressionar, com boa
atuação de Fernando Torres, mas o time alemão logo equilibrou as ações e depois
voltou a jogar melhor. Nesse cenário, surgiu um pênalti, cometido por Drogba.
Mas uma vez, o Bayern chegava perto do gol do título. Se minutos antes o gol
aconteceu, mas não acabou sendo o do título, agora a bola não cruzou a linha
final, pois Peter Cech foi bem e defendeu a cobrança de Robben, que,
sinceramente, não foi das melhores. Mas o Bayern seguiu jogando bola, partindo
para cima e tentando o gol que o deixaria perto do título. Mas o aplicado
Chelsea conseguiu levar o jogo para os pênaltis.
Três pênaltis batidos para cada lado e apenas um
desperdiçado: Mata cobrou e Neuer pegou. O Bayern estava a duas conversões de
penalidades para erguer a taça. Mas Cech pegou a cobrança de Olic e Schweinsteiger
cobrou no pé da trave esquerda. Por fim, Drogba converteu, garantindo o
primeiro título da UEFA Champions League da história do Chelsea.
O Chelsea, longe de ser brilhante, mas muito aplicado e
demonstrando uma vontade sobrenatural de vencer, passou por Napoli, Benfica,
Barcelona e Bayern de Munique, e pôde erguer o troféu de campeão da Europa.
Assim foi o Chelsea, um time que abusou da sorte, que viu sua trave ser
carimbada quatro vezes na semifinal e duas na final. Assim dói o Chelsea, um
time que viu os melhores jogadores de Barcelona e Bayern desperdiçarem
cobranças de pênalti decisivas. Assim foi o Chelsea, um time que, mesmo não
sendo brilhante (longe disso), não se entregou na primeira queda, mesmo não
jogando um futebol encantador, não sucumbiu aos times que mais encantavam e
quando parecia que o título era impossível, não desistiu e se mostrou imortal!
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