Não lembro de ter visto em 2013, em solo nacional, um jogo melhor do que Cruzeiro 2 x 1 Atlético/MG, pela final do Campeonato Mineiro 2013. Um belo espetáculo, entre duas equipes que prometem para a sequência desse ano.
Depois dos 3 x 0 aplicados pelo Galo semana passada,
ficou difícil imaginar que o Cruzeiro fosse conseguir chegar perto de empatar o
confronto ou que a disputa pelo troféu ainda fosse ter algum tipo de grande emoção.
Achismos esses que ficaram apenas no plano hipotético, já
que na prática o que se viu foi algo totalmente diferente. Um Cruzeiro
aguerrido, organizado e disciplinado na primeira etapa conseguiu ser superior
a um Atlético/MG que jogava bem, mas não tinha tanta facilidade para imprimir
seu futebol bonito de costume. Muito por conta da excelente marcação feita
pelos comandados de Marcelo Oliveira. Comandados esses que chegaram a 1 x 0
quando Dagoberto sofreu pênalti de Gilberto Silva e ele mesmo cobrou e
converteu. Antes disso, Borges já tinha assustado em chute defendido por Victor
e Bernard teve boa chance pela esquerda da área, mas acabou chutando mal. Ainda
na primeira etapa, o Cruzeiro chegou ao segundo gol da mesma forma que chegou
ao primeiro: pênalti convertido por Dagoberto. Dessa vez, após Richarlyson
derrubar Borges dentro da área. Outra chance a ser citada do Atlético/MG na
primeira etapa foi quando após boa jogada, Jô chutou, parando em Fábio, que fez
boa atuação na partida. Os 3 x 0 do primeiro jogo tinham se tornado 3 x 2 em 45
minutos, sendo que o empate dava o título ao time que até então perdia, o
Cruzeiro. Pois é, o time azul estava a um gol de ter o resultado que lhe era
favorável. Sim, tínhamos fortes emoções na final do Campeonato Mineiro 2013.
Veio a segunda etapa e o Atlético/MG conseguiu ser o
Atlético/MG que eu aprendi a admirar. Um time leve, solto, com pegada na
marcação, muita velocidade e criação de inúmeras chances de gol. E o Cruzeiro
sucumbiu a esse Atlético/MG. A equipe azul não mais conseguia atacar com a
frequência dos 45 minutos iniciais, nem a marcação conseguia ser tão boa. O Galo
poderia ter chegado ao empate em um chute de Jô ou em uma cabeçada de Réver,
mas na primeira chance a bola tocou na trave e na segunda, Fábio salvou. Assim,
o Cruzeiro seguia por um gol para chegar ao placar que lhe dava ao título.
Interessante nisso tudo é a postura do time atleticano, bem ao estilo Cuca.
Mesmo com um resultado favorável, a equipe atacava mais que o adversário e
parecia estar mais perto do gol que o Cruzeiro. Gol esse que veio em uma
jogada, em minha opinião, irregular. Egídio saiu jogando mal, Luan recolheu a
redonda, avançou em direção ao gol e sofreu um empurrão do zagueiro Léo, fora da área. Apesar
disso, Leandro Vuaden marcou a penalidade, convertida por Ronaldinho Gaúcho.
Festa do Galo no Mineirão com mais cruzeirenses que atleticanos. Festa de um
time pra lá de promissor.
A cena triste da decisão, foi uma confusão nos minutos
finais, quando Luan foi expulso por dar uma entrada por trás em Dagoberto. Não
vi maldade no lance, mais a expulsão foi correta. Jogadores de Cruzeiro e
Atlético/MG discutiram por um tempo, mas logo a confusão cessou.
O novo Mineirão viu pela primeira vez um troféu ser erguido.
E foi o Atlético/MG do Cuca. Um time leve, envolvente e encantador. Que sirva
de alguma inspiração para a nossa seleção.
Vale ainda lembrar que o Atlético/MG agora é bicampeão
mineiro consecutivo, já que venceu em 2012. E Cuca é tricampeão mineiro consecutivo, já que
venceu 2011 (com o Cruzeiro, em cima do Atlético), 2012 e 2013. Outro fato a se comentar é que esse foi o primeiro título de Ronaldinho Gaúcho com a camisa atleticana.
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