sexta-feira, maio 31, 2013

QUEM DISSE QUE O CUCA É AZARADO? QUEM DISSE QUE O PÉ DA SORTE É O DIREITO?

Por Danilo Silveira

Fosse um roteirista de cinema fazer um filme de uma partida de futebol, buscando dar a ele um caráter emotivo, dificilmente ele conseguiria alcançar o que foi visto na noite desta quinta-feira, nos minutos finais de Atlético/MG 1 x 1 Tijuana, no estádio Independência.

Dentro do cenário de possibilidades de classificação, dizia o regulamente que o empate em 0 x 0 ou 1 x 1 faria o time mineiro chegar à semifinal da Taça Libertadores. Porém, muitos esperavam uma vitória, de certa forma tranquila e convincente do time dirigido pelo técnico Cuca. Talvez muito pelo futebol bonito e vistoso que a equipe tem apresentado, somado ao grande retrospecto da equipe no estádio Independência (desde a sua reabertura em 2012 o Galo ainda não perdeu nele).

A bola rolou e o que se viu foi um Tijuana correndo demais, mostrando um fôlego invejável. E assim foi durante quase todo o jogo. O técnico e habilidoso time do Atlético/MG tinha dificuldades para manter a bola no pé e criar chances de gol. E em um contra-ataque pela direita, um bom cruzamento chegou até Riascos, que abriu o marcador. Marcos Rocha respondeu pouco depois e parou no goleiro Saucedo. Mas o Galo viria a empatar na bola parada, ainda na primeira etapa: Ronaldinho cobrou falta da direita na área e Réver apareceu livre de marcação para chutar e igualar o marcador.

Na segunda etapa, o Galo melhorou, passou a dominar a partida e neutralizar os ataques dos mexicanos. Mas, não seria assim até o final. O cenário de possibilidades apontava o 1 x 1 como benéfico ao time mineiro e conforme foram aproximando-se os 45 minutos, foi o Tijuana mais para o ataque. Arce por pouco não fez o segundo em uma falta que explodiu no travessão de Victor. Era o início de um final épico e dramático. O Tijuana cada vez mais ia para cima, e naturalmente, ia deixando cada vez mais espaços para o contra ataque (muitas vezes mortal) do Atlético/MG. E quando o relógio já apontava mais de 40 minutos, o contra ataque do Galo saiu, mas Saucedo evitou o gol, defendendo chute de Luan, que recebeu boa assistência de Ronaldinho Gaúcho.

Terminasse o jogo sem nada mais acontecer de muito relevante, já poderíamos dizer que se tratava de um jogo emocionante. Só que o lance mais histórico ainda estava por vir. Foi nos acréscimos, quando Leonardo Silva cometeu pênalti. Sim, o forte e poderoso Galo estava a um passo de dar adeus ao sonho de conquistar a América. O Brasil esteve muito perto de ver seu melhor time (e único representante vivo na competição) se despedir. Só que não! Pelo menos por enquanto, não. Riascos bateu no canto direito de Victor, que defendeu com o pé esquerdo. Sim, com o pé esquerdo. Dizem que o pé da sorte é o direito, mas para a torcida do Galo não. Para os atleticanos, o pé da sorte é sim o esquerdo. Possivelmente, provavelmente, a defesa mais importante da carreira de Victor. Provavelmente, a defesa mais importante da história do Clube Atlético Mineiro. Uma defesa benéfica ao futebol brasileiro. Bom ter o Atlético Mineiro vivo na Libertadores. Bom ver vivo o time brasileiro que melhor traduz dentro de campo aquilo que tanto procuramos: o tal jeito brasileiro de jogar futebol!
 
Dizem por aí que Cuca é azarado. Se outrora foi, não dessa vez! Ouvi por aí muita gente dizer que o Atlético/MG não mereceu passar pelo jogo de hoje. Discordo! Como discordo que o Galo tenha jogado mal. O time não fez a melhor das suas atuações, mas não dá para afirmar que o Atlético jogou mal. Não só de vitórias vive um grande time. E mais: não só de vitórias bonitas e maravilhosas vive um time, por melhor que ele seja. Um time bom e encantador vive também de dois empates, onde a classificação vem pelo gol marcado fora de casa (diga-se de passagem, gol marcado nos acréscimos).

Se o Atlético/MG vai ganhar a Libertadores 2013, não posso afirmar. Se esse time vai cair de produção nos próximos dias e meses, também não posso afirmar. Mas, o que posso dizer é que a defesa do Victor hoje, talvez nunca saia da minha memória. E também de todos atleticanos. E de todos amantes de futebol. Aliás: FUTEBOL!!! Assim com letra maiúscula fica mais bonito!

Um comentário:

  1. Quase que o Brasil mais uma vez com seu salto alto fica fora das semi finais. Só porque o tijuana joga no gramado sintetico nao queira dizer que nao saiba jogar futebol. Veio aqui e fez um jogo de igual para igual contra o melhor time do brasileiro no momento, e na partida de ida o tijuana jogou bem melhor que o galo, sendo 2 x 2 um placar mentiroso. Os times da libertadores podem nao ter o mesmo investimento que os brasileiros, mas sao muito bem armados e treinados. E o brasil muitas vezes nao dá o devido respeito que eles merecem.
    Ao atletico que sirva de lição, pois o Independencia nao joga sozinho.
    Dos quatro que restaram quem é o time de chegada e tradiçao é Olimpia. Ate porque ja ganhou tres vezes a competiçao. Mas os quatros ja mostraram que tem bons times e devem ser respeitados.

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