sexta-feira, junho 21, 2013

JOGO 6 - JAPÃO FAZ TRÊS GOLS, ACERTA A TRAVE TRÊS VEZES, MAS PERDE PARA ITÁLIA EM JOGO EMOCIONANTE

Por Danilo Silveira

Acredito que o italiano mais pessimista não esperava uma atuação tão ruim da Seleção Italiana. Acredito que o japonês mais pessimista não esperava uma falta de sorte tão grande. As duas frases acima evidenciam o que aconteceu na última quarta-feira, na Arena Pernambuco. Um domínio sobrenatural da Seleção Japonesa contrastou com uma Seleção Italiana fria, apática, mas oportunista. Características essas que no âmbito prático fizeram os amantes de futebol assistirem a um jogo emocionante, que terminou com uma vitória Italiana.

Com poucos minutos passados da partida, pôde-se perceber que o Japão estava em noite inspirada, principalmente o camisa 10 Kagawa, o melhor em campo. Maeda teve chance de abrir o marcador, mas acabou cabeceando em cima de Buffon. O Japão dominava o jogo teritorialmente, deixando a tetracampeã mundial acuada, pequena. Aos 19 minutos, De Sciglio recuou mal para Buffon, que acabou cometendo pênalti em Okazaki e recebendo cartão amarelo. Honda foi para a cobrança e acertou o canto esquerdo de Buffon para abrir o marcador. Já era mais do que hora da Itália acordar, só que não. O Japão era dono do jogo, absoluto dentro das 4 linhas. Aos 30, Cesare Prandelli resolveu mexer na equipe. Aquilani, reserva na estreia, mas titular contra o Japão, deixava o gramado para a entrada de Giovinco. Aos 32, veio o segundo gol  do Japão, recheado de polêmica. Próximo à meia lua, Konno deu um chute que se tornou um passe para Kagawa, que em posição legal ganhou dos seus adversários e chutou para as redes. O problema é que Okazaki estava próximo ao lance, em posição de impedimento e, para mim, participando da jogada, mesmo que indiretamente. Por isso, acredito que o gol foi irregular. Contudo, o placar refletia o que estava acontecendo em Recife. Aos gritos de Olé vindo das arquibancadas, o Japão colocava a Itália na roda, com um futebol bonito, envolvente e produtivo. Aos 39 minutos, o maestro italiano Pirlo, que não esteve em seus dias mais inspirados, assustou em cobrança de falta, que passou por cima. No minuto seguinte, ele cobrou escanteio da direita e De Rossi apareceu para cabecear e diminuir o marcador. Antes do apito final, Giaccherini acertou a trave e por pouco não empatou a partida. Dominada por quase todo o tempo, a Itália assustou no fim da primeira etapa. 

Veio a segunda etapa e logo aos 4 minutos, Yoshida falhou pela direita da defesa, perdendo a bola para Giaccherini, que cruzou e contou com a ajuda de Uchida, que desviou para as redes, marcando contra. Aos 5, Giovinco apareceu na área, chutou e a bola bateu na mão de Hasebe, para mim, de forma totalmente involuntária, mas o árbitro argentino Diego Abal assinalou pênalti, convertido por Balotelli. Era a incrível virda italiana. Para quem acha que as emoções terminavam por aí, digo que elas apenas começavam. Quem achou que o Japão perderia forças após sofrer uma virada "espírita" da Itália, enganou-se. A seleção asiática voltou rapidamente ao seu estilo de jogo, veloz e envolvente. A Itália voltou a ficar acuada e a emoção do duelo crescia cada vez mais. Aos 22 minutos, Prandelli lançou Marchisio na vaga de Giaccherini e logo em sequência, Endo cobrou falta da direita e Okazaki usou a cabeça para empatar a partida. Vale lembrar que o Japão não poderia perder o jogo se quisesse seguir vivo na competição. Com o jogo empatado em 3 x 3 o que se via em campo era o Japão exercendo uma pressão de intensidade elevada na equipe italiana. Aos 27, Balotelli recebeu na área e acabou derrubado por Yoshida. Para mim, pênalti não assinalado pelo árbitro, que errava mais uma vez. Aos 36, o domínio japonês poderia ter se transformado em gol, se a sorte tivesse ajudado um pouco: Okazaki chutou, a bola pegou na trave esquerda de Buffon e voltou para Kagawa, que cabeceou com o goleiro italiano caído no chão, mas acabou acertando o travessão. Não culpo o camisa 10 japonês pelo gol perdido, apesar de Buffon estar caído, a bola voltou de forma muito veloz em sua direção. Aos 40, veio o gol fatal. Marchisio recebeu livre pela direita e tocou para o meio, onde estava Giovinco, que chutou para o gol vazio: 4 x 3 para a Itália. Valente, guerreiro e encantador, o Japão continuava atacando, buscando o empate. Aos 42, Okazaki chegou perto de empatar, mas novamente tinha um travessão pelo caminho, e na sobra, Yoshida empurrou para as redes, mas o gol foi corretamente anulado, já que ele estava em posição de impedimento.

Quando falo em justiça no futebol, levo em consideração a atuação do árbitro, analisando se houve algum erro grave, que interferiu diretamente na partida, tornando esse resultado injusto. Para mim, um gol mal validado para o Japão, um pênalti mal marcado para a Itália e um pênalti negado à Itália. Juntando esses três lances, podemos dizer que o Japão foi favorecido. Nada que me faça desconfiar da honestidade do árbitro. Quando falo em merecimento, aí sim levo em conta o que as duas equipes produziram e mostraram dentro das 4 linhas durante os 90 minutos. Sendo assim, não posso deixar de registrar que o Japão merecia a vitória. Fez por onde consegui-la, mas o futebol não obedece regras e não segue lógicas. O futebol não deve ser entendido, deve ser apreciado!

Cai, em pé, a Seleção Japonesa!






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