domingo, julho 14, 2013

EM NOITE DE FORTES EMOÇÕES, VICTOR MANTÉM VIVO O SONHO ATLETICANO DE CONQUISTAR A AMÉRICA

Por Danilo Silveira


Nem o torcedor mais frio presente no Caldeirão do Horto na noite da última quarta-feira deve ter passado “imune” à partida e ao clima de êxtase que vivia, que pulsava, o Estádio Independência. Um dos desfechos mais incríveis que já vi no futebol, levando em conta tudo aquilo que representava o duelo para o Clube Atlético Mineiro. Um time carente de títulos, uma torcida apaixonada e um sonho vivo. Sim, o Atlético Mineiro conseguiu passar o Newells Old Boys e está na final da Libertadores 2013.

Um gol de Bernard aos 4 minutos do primeiro tempo e outro de Guilherme aos 50 da segunda etapa levaram a partida para os pênaltis, onde mais uma vez, brilhou a estrela e a competência do goleiro Victor, que pegou a última cobrança, de Maxi Rodríguez, levando ao delírio o caldeirão do horto.

Entre os dois gols atleticanos, muita coisa aconteceu. O Galo fez um ótimo primeiro tempo, criando boas oportunidades de gol, com Bernard e Josué, ambas parando no goleiro Guzmán. O Newells, por sua vez, atacou menos que o Atlético, mas tentava não se retrancar e não aceitar um domínio territorial do adversário. De chances mesmo, a equipe argentina teve poucas na primeira etapa. Em uma dividida com Diego Tardelli, o goleiro Guzmán machucou o rosto e precisou receber tratamento em campo, ficando a partida quase dez minutos interrompida, Quando o árbitro apitou o reinício do jogo, o goleiro estava com a cabeça enfaixada e com curativo no nariz.

Veio a segunda etapa e o Newells melhorou, conseguindo diminuir o ímpeto e a força atleticana. Os minutos se passavam e o gol do Galo não saía. Nas arquibancadas, desde a primeira etapa, as câmeras flagravam expressões das mais diversas nos torcedores: choro, apreensão, fé, de tudo um pouco. Até que aos 32 minutos, a partida novamente foi paralisada por um longo período. Dessa vez, por conta de uma queda de energia. Mais de dez minutos com o duelo interrompido para testar o coração dos atleticanos e dos torcedores do Newells. Cuca, que pouco antes do apagão lançou Luan na vaga de Pierre, mexeu mais duas vezes quando o jogo retornou, colocando Guilherme e Alecsandro, nas vagas de Bernard e Tardelli. E veio dos pés de Guilherme o alívio parcial. Após rebatida de Mateo, o ex-cruzeirense acertou bonito chute, no canto esquerdo do goleiro, fazendo o tão esperado 2 x 0. Quando disse que o alívio era parcial é porque minutos depois, lá estava a partida nas penalidades, um novo momento de apreensão.

Jô e Richarlyson bateram para fora e contaram com a ajuda de Casco e Cruzado, que também erraram o alvo. Na última cobrança do Galo, Ronaldinho apareceu para converter com segurança. Maxi Rodriguez, que fez boa partida, caminhava para cobrar a quinta cobrança do Newells Old Boys. Precisava fazer para empatar e levar a disputa para a série alternadas. Só que o final seria trágico para ele e épico para os atleticanos. Victor, o mesmo que defendeu o pênalti histórico de Riascos, contra o Tijuana, mais uma vez apareceu. Se naquela oportunidade no canto direito, dessa vez no canto esquerdo, para defender a cobrança do argentino e colocar o Atlético Mineiro na final, fazendo o técnico Cuca desabar de emoção no gramado e enchendo d´água os olhos do renomado Ronaldinho Gaúcho, campeão de Copa do Mundo e campeão de Liga dos Campões.
Agora, a final é contra o tradicional Olimpia, tricampeão da competição. Os dois jogos da equipe paraguaia contra o Fluminense me fazem crer que o Galo é mais time. Nunca esteve tão próximo o encontro entre Guardiola e Cuca, o melhor técnico do mundo e o melhor técnico do Brasil.

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