domingo, junho 29, 2014

JOGO 51: SUPERANDO OBSTÁCULOS DOS MAIS DIVERSOS: VIVE A HOLANDA!

Por Danilo Silveira

Foi como se Amsterdã por um instante tivesse desembarcado em Fortaleza. Como se todos os holandeses, por um instante, usassem o teletransporte para se materializar em pleno gramado do Castelão. Não, claro que eles não fizeram isso. Transcende o limite humano! Mas, talvez tenha sido uma das onipresenças mais presentes dessa Copa do Mundo. Huntellar tinha à sua frente a bola, Ochoa e as redes. Às suas costas, um peso enorme de uma nação, carente de um título Mundial...

Quem esperava uma vitória tranquila da Holanda sobre o México se assustou com o primeiro tempo, onde os mexicanos foram bem superiores. Os jogadores que vestiam laranja davam sinais que sofriam bastante com o sol que incidia na quente capital cearense. Mas, com a ajuda do goleiro Cillessen e dos erros de pontaria do México, a Holanda conseguiu levar o 0 a 0 até o intervalo.

No entanto, poderia a Holanda ter aberto o placar ainda mesmo nos 45 minutos de jogo.  Van Persie foi presenteado pelo sistema defensivo mexicano, que errou na saída de bola. O atacante holandês avançou até servir Robben, que invadiu a área e sofreu pênalti duas vezes: primeiro de Rafa Márquez, depois de Moreno. Teria o árbitro português Pedro Proença que apitar e assinalar à marca redonda dentro da grande área. Isso não seria um presente para o Holanda e sim uma obrigação dele enquanto senhor responsável por aplicar as regras do jogo. Só que ele não o fez, tornando-se mais um obstáculo para a Holanda, além dos fatores climáticos.

O chute de Giovanni os Santos, logo aos 2 minutos da segunda etapa, encontrou as redes holandesas. Para o México era um jogo de futebol, para a Holanda acabava de se tornar um filme de terror. Calor, pênalti não marcado, adversário em vantagem, jogo eliminatório. Parecia a Laranja que goleou a Espanha por 5 x 1 na estreia fadada à desclassificação, logo, no primeiro duelo de mata-mata que encontrava pela frente.

Só que a Holanda tem Robben. E era ele o elemento mais preparado para dar fim a esse filme de terror e recolocar a equipe em um jogo de futebol. Apareceu Vlaar para auxilia-lo nessa missão, só que foi aí que percebeu-se que o calor, o árbitro e a adversidade do placar não eram os únicos obstáculos daquela tarde ensolarada. O zagueiro se infiltrou na pequena área mexicana para chutar e ver a bola explodir em Ochoa, percorrer para a esquerda e tocar a trave mexicana. Goleiro adversário e falta de sorte apareciam ali para tornar ainda mais complexa a vida holandesa.

E se já não era suficiente o número de problemas para os comandados de Van Gaal, surgiu nos minutos finais da partida a retranca mexicana. A equipe comandada por Miguel Herrera mudou a estratégia de jogo e os homens de camisa verde, que no primeiro tempo estavam no ataque, agora se trancavam na defesa, com o intuito de evitar que um gol holandês devolvesse a igualdade ao marcador. Parecia que nem Robben (que não é o super herói amigo do Batman) daria jeito dessa vez. Nem aquele carequinha com muita habilidade nas pernas, em especial à esquerda, seria capaz de manter viva a esperança holandesa de permanecer na Copa do Mundo.

Só que no futebol, o provável é improvável, o certo é incerto e o iminente nem sempre acontece. Apareceu outro careca para dar aos holandeses o alívio. Sneijder aproveitou ajeitada de Huntelaar e soltou um foguete, quase furando as redes mexicanas. Não havia árbitro, calor, Ochoa nem trave que evitasse ali o empate. Quando o relógio já quase tornava esgotáveis as chances holandesas! Aos 42 minutos da segunda etapa!

Agora viria pela frente a prorrogação, certo? Não! A imprevisibilidade futebolística atuou no Castelão. Ironicamente, quando Robben fazia boa jogada dentro da área mexicana, veio Rafa Márquez e o atingiu no pé. O mesmo Rafa Márquez que havia cometido o pênalti negado pelo árbitro na primeira etapa. Dessa vez, a infração era menos clara, mas Pedro Proença acertou em apontar à marca penal.

...e Huntelaar não sentiu o peso que tinha nas costas! Chutou a bola e estufou as redes mexicanas, colocando a Holanda nas quartas de final e mantendo vivo o sonho do inédito título Mundial.

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