quarta-feira, julho 09, 2014

JOGO 62: QUEBRANDO MITOS, DESFAZENDO LENDAS: A ARGENTINA ESTÁ NA FINAL!

Por Danilo Silveira



O futebol é um esporte que vive de histórias, algumas verídicas e outras que são apenas lendas e mitos, que não passam do plano do irreal. E nisso tudo, acabamos formando heróis e vilões, muitas das vezes de forma errada e perigosa.

Ontem mesmo a Seleção Brasileira perdeu por 7 x 1 e foi eliminada para a Alemanha, tirando um peso das costas do falecido goleiro Barbosa, que se tornou vilão da dita tragédia de 1950, após sofrer o gol que culminou no vice-campeonato brasileiro. Aqui não estava para presenciar, mas creio que a narrativa que conta o ocorrido com Barbosa torna uma lenda que ele tenha sido o grande vilão.

Bonito de se ver é quando a própria história aparece para provar a inveracidade desses mitos e lendas que nascem em algum lugar no meio do nada. Talvez os brasileiros, a partir dos 7 x 1 sofridos para a Alemanha repensem o status de vilão que, como narra a história, Barbosa carregou até a sua morte. Mas não só de histórias e lendas de grande proporção vive o futebol. Há outros mitos, que por mais que sejam pequenos, incomodam. Bonito de ver que a Seleção Argentina de Futebol vem ao longo da sua trajetória no Brasil, quebrando diversas teorias dadas como verdade, mas que não se mostram verossímeis no plano prático.

Ouvi comentários Pré-Copa que tratavam a Argentina como uma seleção com sérios e graves problemas defensivos. Eu mesmo passei a achar que os hermanos poderiam ter dificuldades quando tivessem sua defesa posta à prova. No entanto, veio Alejandro Sabella e mostrou ao mundo que não ia rolar essa de time bom na frente e ruim atrás. Se na frente tem deixado um pouco a desejar, na parte defensiva a Argentina tem feito uma Copa praticamente perfeita. Nos três jogos de mata-mata, nenhum gol sofrido, contando com duas prorrogações na bagagem.


Dizem por aí, que Mascherano é um jogador ruim e violento. Para mim, mais uma invenção. O excelente defensor-volante da Argentina e do Barcelona tem feito até aqui uma baita Copa do Mundo. No duelo contra a Holanda ele foi o melhor do time, marcando de maneira exemplar e dando qualidade à saída de bola.

Também dizem por aí que a Seleção Argentina é catimbeira e violenta. Mais um dado que não pode ser dado como verdade se analisarmos a atuação dos hermanos nessa Copa. Isso nos leva a crer que ser ou não violento dentro de campo mais tem a ver com o comando do que propriamente o país de origem. Não dou a essa Seleção Argentina o rótulo de catimbeira, muito menos violenta. Contra a Holanda, por exemplo, a primeira falta cometida pelos argentinos aconteceu aos 36 minutos da primeira etapa.

Por fim, a balela das mais absurdas: Messi não joga bem pela Seleção Argentina! Basta olhar o desempenho do camisa dez na Copa de 2010, na Copa América de 2011, nas eliminatórias para 2014 e na Copa de 2014 para se diagnosticar que Messi é de fundamental importância para a seleção e dá aos argentinos a possibilidade de ver um gênio comandando a seleção dentro das quatro linhas. Citei quatro competições, mas esqueci de lembrar daquele Argentina 4 x 3 Brasil que ele fez três gols.

A vitória nos pênaltis sobre a Holanda com duas defesas do goleiro Romero,
deu a essa Argentina, que vem quebrando mitos, o direito de disputar novamente, depois de 24 anos, uma final de Copa do Mundo. Holanda que por sinal fez uma boa Copa e tem até aqui aqele que para mim foi o melhor jogador: Arjen Robben. Holanda essa que valorizou e muito a classificação argentina, mostrando-se mais uma vez um time duro de ser batido, muito bem arrumado pelo técnico Louis Van Gaal. Espero que não surja mais uma lenda de que a Seleção da Holanda amarela em momentos decisivos em Copas do Mundo.

Por sinal, tinha mais uma lenda que rolou por aí durante alguns anos: que a Copa do Mundo de 2014 estava comprada para o Brasil ser campeão. Acho que os 7 x 1 da Alemanha foram mais que suficientes para deixar perplexos aqueles que conspiravam dentro dessa teoria.

Esperemos agora que o próximo domingo nos diga quem vencerá a Copa. A Argentina de Messi (que joga bem também pela seleção) e Mascherano (que não tem se mostrado violento e mau jogador) ou a Alemanha (que meteu 7 x 1 no suposto time que ganharia a Copa pois haviam pago para isso) de Klose, Muller, Schweinsteiger e companhia. Dois times brilhantes. Um brilha pela raça, pela entrega, determinação e padrão defensivo (lembre-se que a defesa de Sabella faz ótima Copa), o outro pela beleza e plasticidade do toque de bola refinado, pelo entrosamento e qualidade dos jogadores e pela leveza dentro das quatro linhas.

Dia 13 de julho, um desses dois países irá pintar o Maracanã com as cores de sua pátria ao término do jogo. Será Messi ou Lahm o homem que terá a incumbência de levantar o troféu quando já tiver caído a noite na Cidade Maravilhosa?

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