quinta-feira, dezembro 30, 2010

RETROSPECTIVA: FLAMENGO

Por Marcos Freitas

Fla agoniza no sombrio ano de 2010

6 de dezembro de 2009. Precisamente, 18:51 de uma tarde ensolarada no Maracanã. Eu era mais um daqueles 100 mil presentes naquele estádio que fervia de emoção, 17 anos depois. O Flamengo era hexacampeão brasileiro. Todos pensaram: agora voltamos aos trilhos! O Flamengo vai voltar a figurar dentro de campo entre os grandes do país, lutando por títulos nacionais, algo pouco comum nas duas últimas décadas.
Tudo ia bem. Da base titular hexacampeã, apenas Airton e Zé Roberto deixaram o rubro-negro. Entretanto, faltas que foram rapidamente supridas por Kleberson, que voltava ao time titular depois de lesão, e Vagner Love, astro brasileiro que voltava da Rússia para compor o "Império do Amor" junto com Adriano. E 2010 começava. Nas primeiras rodadas, fáceis vitórias no Estadual e um grupo teoricamente fácil na Libertadores. Até que veio o marcante Fla-Flu. Um verdadeiro divisor de águas na vida do rubro-.negro carioca. Logo no início de temporada, o time entrava completo no clássico. Um primeiro tempo marcado pela inoperância de Petkovic e por falhas defensivas, um baile tricolor: 3 a 1. Após ser substituído, Pet brigou com o então dirigente Marcos Braz, o que causou um verdadeiro racha no futebol do clube. Com Vinicíus Pacheco, que substituíra o gringo jogando muita bola, e com atuações marcantes de Adriano e Love, o Fla virou para 5 a 3. Para a torcida, o ano poderia parar por aí. Desde então, o clube viveu um verdadeiro inferno astral.

Com a perda do Carioca para o Botafogo nos dois turnos, tendo um time claramente superior e classificando-se com a última vaga para as Oitavas de Final, Patricia Amorim decidiu pela demissão do técnico Andrade e publicamente repreendeu Adriano pelas longas noitadas e faltas em treinos. Em seu lugar, Rogério Lourenço assumiu, já eliminando o Corinthians, time de melhor campanha na 1ª Fase e no ano de seu centenário. A esperança era de dias melhores. A chave na Libertadores, apontava um confronto contra o Universidad de Chile, uma equipe aguerrida, mas que não se comparava ao time da Gávea.
No primeiro jogo, some uma escalação equivoca, acrescente um time apático e adicione uma torcida impaciente. O resultado foi uma derrota de 3 a 2 em pleno Maracanã, resultado que dificultava e muito a vida dos comandados de Rogério. A vitória por 2 a 1 em Santiago, mostrou que a classificação teria sido tranqüila, caso a soberba do primeiro jogo não atrapalhasse a vida da nação.

Em julho, ocorreu um dos fatos mais marcantes do ano. O goleiro Bruno, ídolo da nação desde 2006 é acusado de elaborar o assassinato de sua amante, a jovem Eliza Samudio de forma brutal. Assim, o goleiro foi parar na cadeia, onde se encontra até os hoje. O suposto crime chocou o país e colocou a imagem e auto estima dos rubro-negros no chão.
No Brasileirão, o Flamengo mostrou-se um coadjuvante perfeito. Passou o campeonato quase inteiro na zona intermediária, vencendo esporádicos jogos, perdendo pontos importantes. Sai Rogerio, vem Silas. Sai Silas, vem Luxemburgo. E o time não muda. A apatia é evidente no rosto dos jogadores. A base do hexa mantida não consegue dar andamento ao time. No fim, escapar do rebaixamento e conseguir avançar à Sul Americana parece obra do acaso e da incompetência maior de seus concorrentes diretos.

A previsão do futuro na Gávea em 2011 é temerosa. Flu, Bota e Vasco já possuem uma espinha dorsal de time formada e um clima mais ameno na política interna de cada um. O Fla que já perdeu Juan e Toró, pode perder, Leo Moura, Willians e Ronaldo Angelin. Sem dinheiro em caixa, a torcida não pode esperar grandes reforços. Cada dia mais, acredito que o hexa foi mais um acaso do futebol do que méritos desse clube Gigante e ao mesmo tempo tão pequeno na visão dos que o comandam.

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