terça-feira, maio 03, 2011

EMOÇÃO, SUPERAÇÃO E MERECIMENTO: O BARCLEONA VAI VISITAR WEMBLEY!

Por Danilo Silveira

Estava engasgado há um ano! Em 2010, a Inter de Milão de José Mourinho eliminou o Barcelona na semifinal da Champions League. Chegava então a hora de dar o troco. Iniesta voltava de suspensão e o Barça estava mais do que pronto para encarar o Real, sendo que já começava o jogo com 2 x 0, placar construído semana passada no Santiago Bernabéu. O Real Madrid não contava com Pepe e Sérgio Ramos, suspensos. Na lateral direita Arbeloa substituiu o espanhol e no meio, Diarra entrou no lugar do Português. Além disso, Khedira e Ozil não atuavam por opção táticas, com Higuaín e Kaká sendo titulares. Dessa forma, o Real vinha mais ofensivo, com um time digno da grandeza do clube. O técnico José Mourinho, também não podia dirigir o time à beira do gramado, e como não foi achado um lugar seguro para ele dentro do Camp Nou (erro na estrutura, diga-se de passagem), o comandante português assistiu o jogo do hotel.

Real até sufoca, mas o show logo começa.

Precisando de gols, o Real Madrid conseguiu uma Blitz no campo ofensivo, encurralando o Barça, só que isso durou cerca de dez minutos apenas. Não demorou muito para o Barça colocar a bola no chão e sair tocando. Aos 21, escanteio cobrado da direita e Busquets apereceu livre e cabeceou para fácil defesa de Cassillas. Aos 29, um dos primeiros sintomas de nervosismo do Real, Ricardo Carvalho cometeu falta em Messi e puxou o Argentino no chão, dando a entender que queria que ele se levantasse de pressa. E no 15 minutos finais, as chances começaram a aparecer para a equipe Catalã. Após tro
ca de passes, Messi trouxe da direita pro meio e arriscou para defesa de Cassillas. Logo em seguida, jogada belíssima do Argentino; Daniel Alves cruzou da direita, ele dominou no peito, limpou Xabi Alonso e chutou cruzado, com a bola indo pra fora. Pedro ainda desperdiçou uma chance e Messi outra e o placar foi zerado para o intervalo; um detalhe é que Messi recebeu 5 faltas na primeira etapa, se não errei em minhas contas.

Barça dá aula de futebol e se classifica com empate.

Não precisa muito para um lance se tornar polêmico nesse tipo de jogo e com um minuto da segunda etapa, Cristiano Ronaldo arrancou pelo meio e foi derrubado por Piqué, na queda o Português derrubou Mascherano com o peso do seu corpo e a bola sobrou para Higuaín chutar para as redes, mas o árbitro deu falta de Cristiano no Argentino; em minha opinião, ele deveria ter assinalado falta do Piqué no jogador do Real. E aos 8 minutos,
explosão no Camp Nou: Iniesta deu passe primoroso para Pedro, que teve a calma e a tranquilidade para tocar na saída de Cassillas e abrir o placar. Agora, o baile catalão estava refletido também no marcador: 1 x 0. Imediatamente, Aitor Karanka, auxiliar de Mourinho que comandava a equipe, mexeu, tirando Higuaín para colocar Adebayor. E o show do Barça continauva e o Real se via na roda. A bola era tocada de um lado para outro, parece que um imã prendia a redonda nos pés dos jogadores do Barça. Kaká, apagado em campo deu lugar a Ozil. E bastou um erro do Barça pro Real empatar a partida; Pedro saiu jogando mal, entregando a bola nos pés de Di Mária, que deu um corte no marcador e chutou carimbando a trave, e na sobra, rolou pro meio para Marcelo emendar para as redes; o Brasileiro rapidamente pegou a bola e levou para o centro do gramado. E o Real parece ter acordado e veio pra cima, mas a calma, a tarnquilidade e o show de paciência dado pelo Barça fazia a partida estar altamente sob controle da equipe Catalã. Sem saída, o Real apelava para as faltas, Lass Diarra parecia ser o substituto de Pepe, tamanha era a grosseria na hora de marcar do meio campsita. Adebayor aparecia bem mais que Higuaín, não pelo futebol, mas pela quantidade de faltas que cometia. O futebol apresentado pelo Real era escasso e o volume de faltas da equipe cada vez aumentava mais. A atuação coletiva do Barça era perfeita, Iniesta era o dono do meio campo, Piqué era um xerife e Messi dispensa comentários. Começei a me perguntar no meio do jogo, se voltando de contusão Iniesta está jogando assim, imagina no auge físico? O Real mal pegava a bola o Barça marcava sob pressão, uma aula de marcação, uma aula de paciência, uma aula de toque de bola, uma aula de futebol era vista no Camp Nou. Uma aula também de superação; um time que perdeu a semifinal em 2010, manteve a personalidade, a pegada e rumava para a final; superação também de Iniesta, que voltando de contusão era um dos melhores em campo. E talvez a maior superação de todas foi vista aos 44 minutos: Um mês e meio depois de ser afastado dos gramados para cuidar de u m tumor no fígado, Abidal voltava aos campos para substituir Puyol. Um Camp Nou com quase 100 mil pessoas aplaudia o jogador em uma cena emocionante. É o Barça, de maneira belíssima, de maneira justa e limpa na final da Champions League, que acontece no fim do mês em Wembley.

Segundo minhas contas, o Real fez 30 faltas, 11 delas em Messi. Segundo dados de uma emissora de Tevê, o Barça terminou o jogo com 64% da posse de bola. Dados que ilustram a partida, mas garanto que nada substitui a beleza de ver o Barcelona jogar.

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