domingo, maio 29, 2011

MESSI ENTRA EM CENA, DITA O RITMO DO ESPETÁCULO E APRESENTA ALGO INÉDITO ATÉ ENTÃO AOS INGLESES.

Por Danilo Silveira

Aproximadamente às 17h35m, horário de Brasília, Van Der Saar dava seu último chute em uma bola de futebol como jogador profissional. Após esse fato, o árbitro húngaroViktor Kassai dava o sopro do merecimento. Ele apitava decretando o final da decisão da UEFA Champions League, quando o placar apontava 3 a 1 para o Barcelona, a melhor equipe que eu já vi jogar.

Logo as cortinas se abrem e o espetáculo começa.

O jogo ofensivo do Manchester durou cerca de 10 minutos, tempo esse que a equipe inglesa jogava no campo de ataque tentando sufocar o Barcelona. E nesse tempo, uma única chance que eu destaco, quando Van Der Saar lançou Rooney do campo defensivo e Valdéz saiu para evitar que o Sherek chegasse até a bola. Mas logo as cortinas se abriram, os atores principais chegaram e a sirene decretou o começo de um espetáculo. A primeira grande cena protagonizada por esse elenco foi quando Villa abriu na direita para Xavi, que cruzou para Pedro Rodríguez se antecipar e finalizar no canto direito. E nos minutos iniciais, Villa começou a se destacar atuando muito bem. Ele arriscou duas vezes, aos 19 e aos 20 minutos, mas não obteve muito sucesso. Em muitas peças, as cenas de maiores emoções chegam quando vai se aproximando o final, mas como bom diretor, Pepe Guardiola preparou bem o espetáculo de hoje, e aos 27 minutos, Xavi deu bela enfiada de bola para Pedro tocar para o fundo das redes. Era os atores espanhóis fazendo 1 a 0. O inesperado também faz parte das peças bem feitas, e quando esse que vos escreve menos imaginava, Rooney apareceu tabelando com Giggs e chutando para as redes de Váldez, deixando tudo igual no marcador. A peça continuou naturalmente e aos 43, o protagonista apareceu. Lionel Messi deu uma caneta desconcertante em Vidic, avançou e abriu na direita para Villa, que tentou voltar a jogada para o personagem principal, que não conseguiu alcançar. Com 45 minutos de espetáculo, um apito decretou que os atores descansariam por 15 minutos.

Um final feliz de uma bela peça teatral.

Parece que a pausa fez a peça voltar até mais animada que antes. Com oito minutos após a volta do intervalo, o protagonista resolveu fazer a platéia levantar. Ele recebeu de Iniesta e chutou de fora da área, uma bola defensável, que Van Der Saar não conseguiu parar, e a redonda morreu nos fundo das redes. Pela primeira vez Messi apresentava essa cena em território inglês. Ainda estava no script o argentino correr até a placa de publicidade, dar um chute nela e vibrar muito com o público. Alex Ferguson mexeu, tentando dificultar as coisas para os atores principais, tirando Fábio para entrada de Nani. O elenco inglês merece todo o respeito, mas hoje digo que eles eram meros codjuvantes, o evento principal, a peça mais esperada, era a dos espanhóis. A sintonia atores-plateia era perfeita. Muita cantoria, muitos pulos e bandeiras ditavam o ritmo e o astral. E os atores não deixavam quase um sequer minuto o público sem uma cena de emoção. Aos 23, Busquets, um ator que aparece menos, mas que desempenha um papel importante, tocou para David Villa, que acertou o canto esquerdo alto de Van Der Saar e marcou o terceiro. Um sumido Carrick deu lugar a Scholes no elenco inglês. Mas isso pouco era notado e pouco influenciava no resultado final da coisa nesse momento. Os espanhóis ali já tinham mostrado um espetáculo aos ingleses, com diversas cenas até então inéditas. O que viesse dali em diante era bônus. Os ingleses lutavam bravamente para tentar chamar a atenção do público e roubar a cena, mas era impossível. Nos minutos finais, o diretor Guardiola tirou os personagens Villa, Daniel Alves e Pedro, substituindo-os por Keita, Puyol e Afellay respectivamente. As cortinas se fecharam e o mundo todo pôde ver um desfecho feliz. Sorte daqueles que viram ao vivo, azar daqueles que não viram. Ver pela tevê já me fez ficar muito feliz!

Todo bom diretor prepara um algo mais, uma volta do elenco ao palco para fazer mais alguma cena com o público, mostrar alguma cosia interessante a mais. E a surpresa já parecia estar preparada. Um dos personagens principais, Xavi entregou a braçadeira de capitão para Abidal, ator que recentemente precisou fazer uma cirurgia para extrair um tumor do fígado e mostrando superação voltou a encenar com o grupo espanhol. E Abidal, com a faixa de capitão, ergueu o troféu que decretava que aquele elenco era o vitorioso. Aquele elenco tinha hoje o direito de comemorar, e muito. Aquele elenco, o melhor que eu já vi na minha vida, carimbava mais uma vez o seu nome na história do futebol mundial!

Nenhum comentário:

Postar um comentário