domingo, maio 22, 2011

TIME DE GUERREIROS OU TIME SEM VERGONHA?



Por Danilo Silveira

Dia 28 de abril de 2011. Antes da bola rolar para Fluminense e Libertard em jogo válido pelas oitavas-de-final da Taça Libertadroes, a torcida tricolor exibe um grande mosaico no estádio do Engenhão com uma única palavra: GUERREIROS. Aqueles jogadores que representavam o Fluminense Futebol Clube formavam o chamado “time de guerreiros”. E a vitória daquele dia fez a torcida sair feliz do estádio. Porém, na semana seguinte a derrota no Paraguai eliminou o Fluminense da competição. Até aí nada demais.

Hoje, dia 22 de maio de 2011, menos de um mês após a exibição do belo mosaico a torcida do Fluminense estava em São Januário para acompanhar a estréia da equipe no Brasileirão 2011, diante do São Paulo. Aos 40 minutos da segunda etapa, a equipe perdia por 2 x 0 e os gritos de “time sem vergonha” eram escutados. No mínimo uma piada. Quer dizer que o tão famoso time de guerreiros virou time de sem vergonha?

Vergonha não é a equipe do Flu e sim o fato proporcionado hoje pela torcida no estádio. Onde está a lógica no futebol? Onde está a coerência? O Fluminense levou sim um baile do São Paulo, regido por Dagoberto e Lucas, que bagunçaram a zaga tricolor. Mas isso é motivo para um time receber outro rótulo, diferente daquele exposto de maneira tão bela ao público no Engenhão? Vai entender... São essas cosias que as vezes desanimam no futebol.

Deco ainda teve chance de mudar essa história, aos 27 minutos, mas ele completou pra fora o cruzamento de Mariano. E a festa São Paulina começou quando Casemiro deixou Dagoberto na cara do gol, o atacante chutou e abriu a contagem. A estréia do atual campeão Brasileiro não era das melhores, mas os gritos de “burro, burro” para Enderson Moreira quando ele tirou Deco de campo não se justificam. O mesmo comandante que colocou o Flu nas oitavas da Libertadores, o mesmo que dirigia o time de guerreiros, alías, que agora virou time de vergonhosos.

Nada pode me garantir que os torcedores presentes na partida contra o Libertad eram os mesmo dos presente hoje em São Januário, mas a história de oscilações emocionais da torcida do atual campeão Brasileiro vem de muito antes. Em 2008, o “eu acredito” ficou famoso. Depois de perder no Equador o primeiro jogo da final, a torcida abraçou os jogadores, lotou o treino e fez talvez a maior festa que eu já tenha visto na história do Maracnã. Poucos meses depois, a mesma torcida estava fazendo no Maracanã o “enterro da equipe”, levando caixões com o nome dos jogadores. René Simões teve a missão de salvar a equipe do rebaixamento, com apoio de quem? Da torcida, é claro. Em 2009, um novo abraço da torcida ao time, quando Cuca salvou a equipe do rebaixamento. E a história de amor acabou novamente agora. Depois do título Brasileiro, onde tudo eram flores, a torcida vaia os mesmos jogadores, o mesmo elenco praticamente que ganhou o Brasileirão. Lamentável!

Lucas, que nada tinha a ver com isso, fez um carrossel nos jogadores de marcação pela esquerda e chutou para marcar o segundo gol do São Paulo. O Fluminense parecia um time fantasma hoje, todos estavam sumidos. Ninguém aparecia pro jogo, Deco era a figura mais presente, e mesmo assim produzia muito pouco. E agora? A torcida se virou contra os profissionais que atuam dentro de campo, o que eles devem fazer? Pressão! Cobranças! Xingamentos! Eles devem seguir os seus trabalhos de maneira serena e calma, porque vão bastar duas vitórias para esse time voltar a ser o time de guerreiros.

A torcida do Fluminense tem o poder de proporcionar cenas tão bonitas como na final da Libertadores 2008 e na fuga do rebaixamento em 2009 e ao mesmo tempo vaia o time e cobra do time de uma maneira que não é mais mais sensata nem a mais conveniente.

Um comentário:

  1. Danilo, se o tricolor não se arrumar administrativamente as coisas vão ficar ainda piores.
    Elenco tem, mas falta alguma coisa que ainda não deu liga, e essa coisa de esperar por Abél Braga tbm pode custar muito caro.

    BLOG DO CLEBER SOARES
    www.clebersoares.blogspot.com

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