segunda-feira, julho 25, 2011

UM POUCO DE REFLEXÃO É SEMPRE BOM

Por Danilo Silveira

Em um ato covarde e estúpido, o goleiro do juniores do Sport, Gustavo, deu uma voadora escandalosa no volante do time do Vasco, Erivelton, que foi ao chão e precisou ser levado às pressas para o hospital e que bom que passa bem.

Em torno de tal situação, cabe uma discussão interminável. Muito ouvi a frase “Esse covarde precisa ser banido do esporte!”. No meu interior, calado, comecei a pensar a respeito. Precisa esse indivíduo ser banido do esporte? E cheguei à conclusão que não sei. Trabalhando um pouco em cima dos julgamentos, percebe-se que trata-se do homem julgando o próprio homem, apoiando-se nas leis, que são criadas pelo mesmo homem. Complexo não?

Pois bem! Independente da lei, creio que a atitude desse cidadão esteja errada, se analisarmos do ponto de vista ético. Mas ao analisar a própria ética, nos deparamos com outro problema já que teremos que remeter ao código de ética, elaborado também pelo próprio homem.

Sendo assim, arrisco-me a dizer que deveríamos viver em um mundo sem leis. Parece loucura, eu diria que é utopia. Deveríamos viver em um mundo onde não existissem leis e que os seres humanos fossem cientes dos seus direitos e deveres. Portanto, Gustavo deveria saber que não é seu direito dar uma voadora em um outro ser da mesma espécie, sendo seu dever respeita-lo. Mas quem somos nós para dizermos se ele tem essa consciência ou não. Cabe destacar que mesmo analisando por esse lado é complicado, pois estou partindo do princípio que dar uma voadora em um ser humano é errado e pode ter alguém que não ache.

Nesse caso entramos em outra discussão, dotada de complexidade, que são as reações humanas em diversos tipos de situações. Nesse momento saímos do campo do direito e entramos no campo da psicologia. O que motivou o goleiro Gustavo a dar um pontapé desleal em seu adversário? De que forma um sentimento foi gerado na cabeça do jogador, que o levou a praticar tal ação? Entramos aí no campo da causa e do efeito. Seria então um psicólogo capaz de julgar o jogador?

Dentre todos os aspectos acima citados, digo que fica difícil os seres humanos julgarem alguma ação, isso em todos as esferas, não só a esportiva. Como esse veículo é destinado a falar de futebol, peguei esse caso especificamente.

Se o ser humano não deve julgar o seu semelhante e é complicado vivermos em um mundo sem leis, o melhor é deixar a cargo de algum ser superior julga-lo. Só que nesse momento entramos no plano religioso, que torna-se mais complexo ainda. Deus deveria julgar o homem? Mas há aqueles que não acreditam em Deus.

Muitos dizem que religião não se discute e não é meu intuito entrar nessa discussão. Espero que o texto tenha servido apenas para as pessoas fazerem reflexões. Eu já fiz a minha e o resultado foi o texto acima escrito.

Sendo assim, completo dizendo que nós seres humanos julgamos nossos semelhantes, temos em nossas mentes o que é o certo e o que é errado, em várias esferas como política, religiosa e esportiva. Porém, quando algum caso envolve a lei, em que aquele que está sendo julgado está passível de punição, as situação tornam-se bem mais delicadas.

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