sábado, julho 23, 2011

UMA LINDA AVENTURA EM SOLO ARGENTINO


Por Danilo Silveira
Embarquei em uma ótima aventura: a de ir até a Argentina ver um jogo da Copa América. Desembarquei em solo argentino um dia antes da partida entre Brasil e Paraguai. Depois de uma volta na belíssima cidade de Buenos Aires no domingo de manhã, era chegada a hora de ir até o estádio Ciudad de La Plata, assistir às quartas-de-final da competição.
Por volta do meio-dia, lá estava eu e um amigo na estação de trem de Constituicion, em Buenos Aires, para pegar o transporte que nos levaria até La Plata. Encontramos com um amigo na estação e antes de uma hora da tarde estávamos dentro do vagão indo para La Plata. No caminho, que demorou em torno de uma hora, passamos por Avallaneda, onde de longe vimos os estádios de Racing e Independiente, que ficam lado a lado. Por volta das 2 da tarde, desembarcamos em La Plata. Fazia sol, o tempo era bom e diante do frio que fez durante toda a nossa estadia em Buenos Aires, pode-se dizer que a temperatura era agradável. O caminho até o estádio era longo. Nada de táxi, nada de ônibus. Foi sensacional andar pelas ruas

de La Plata, vendo torcedores paraguaios e brasileiros (maioria esmagoadora de paraguaios), fazendo a festa em uma bela confraternização, digamos assim.

Por volta das 15h, avistamos o Ciudad de La Plata e o frio bateu na barriga. Mais uns 40 minutos procurando nossa entrada e passando por várias vistorias de ingresso, estávamos diante de um moderno e encantador estádio, onde o telão já indicava os jogadores que começariam jogando a partida. Na parte sem sol fazia frio, mas quando os raios solares batiam, não havia desconforto por causa da friagem. A bola
não demorou a rolar e não dá para dizer que dentro de campo tínhamos um bom jogo Com muita marcação, excesso de carrinhos e poucas jogadas trabalhadas, o tempo foi passando-se. As jogadas que o Paraguai tentava de ataque eram inibidas por Thiago Silva e Lúcio, impecáveis na parte defensiva da seleção canarinho. O Brasil, por sua vez,não conseguia criar muitas chances, até chegava, até finalizava, mas estava precisando de um algo mais no meio-campo (leia-se Lucas ou Jádson para ajudar o Ganso na criação) Sem gols, a partida foi para o intervalo.
Na segunda etapa, o Brasil conseguiu o que se espera de uma seleção com tanto potencial: encurralar o Paraguai. Pode-se dizer que a equipe de Mano Menezes criou. Um chute de Neymar salvo pela marcação em cima da linha, uma cabeçada de Pato na rede pelo lado de fora. Porém, era nítida a dificuldade do Brasil de criar jogadas mais trabalhadas. Pode-se dizer que eram jogadores talentosos que não conseguiam formar um mega time. O Paraguai, por sua vez, limitou-se a defender na segunda etapa, deixando até alguns espaços, que foi justamente por onde se originaram as chances brasileiras.

Pato não aparecia tanto para o jogo, não conseguia se desvencilhar da marcação. Precisando abrir o jogo pelas pontas e de homens de criação no meio-campo, Mano Menezes mexeu muito mal, tirando Neymar e colocando Fred, que ficou encurralado no meio da zaga adversária, assim como Pato. O atacante até chegou perto de marcar, em uma cabeçada que um adversário tirou em cima da linha. Colocar Lucas em campo parecia óbvio e Mano fez isso com atraso. Mas, parecendo encenar um filme de comédia pastelão, o treinador da seleção brasileira tirou Paulo Henrique Ganso do time. Digno de vaias, não? Veio a prorrogação e a tônica do jogo era a mesma. Mano Menezes “colaborou” para o 0 a 0 persistir ao fazer sua última mudança: tirando Pato para colocar Elano. A vaga na semifinal ser decidida nos pênaltis era questão de tempo. Pouco antes do fim, Valdéz ainda quase fez um golaço, em chute à direita de Júlio César.

Quando as penalidades começaram, devia estar em torno de 5 graus no estádio e Mano Menezes tratou de colocar Elano, frio, que tinha acabado de entrar para fazer a primeira cobrança. Resultado: o jogador santista acertou a bola nas nuvens. Em seguida, Barreto perdeu para o Paraguai. Porém, não era o dia do Brasil balançar as redes e Thiago Silva, André Santos e Fred erravam as suas cobranças e o Paraguai garantiu vaga nas semifinais. Um bom castigo para Mano Menezes!
Quando saíamos do estádio, bateu aquela ventania e o frio nesse momento era congelante. Porém, nada tirava a felicidade de ter conhecido o Ciudad de La Plata. Na volta para o trem, para retornar a Buenos Aires, o que se via eram as ruas tomadas de paraguaios, gritando muito e festejando sem parar.

Posso escrever mil páginas, mas para saber como é o Ciudad de La Plata, só dirigindo-se até o solo argentino!

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