Depois de goleada sofrida por 4 x 0 na Allianz Arena, tinha
o Barcelona a complicada missão de reverter tal placar no Camp Nou. Missão essa
complicada justamente pelo fato do Bayern ter um timaço e mais complexa ainda pois
Lionel Messi, o melhor jogador do mundo, estava machucado. E mesmo sem Messi e
com 4 gols de adversidade, o Barcelona foi bem durante a primeira etapa. Foi
fiel ao seu estilo de jogo, fato que desde já deve ser elogiado. Muito toque de
bola, muita movimentação e velocidade. E foi assim que a equipe de Tito Vila
Nova conseguiu ser superior ao time alemão durante os 45 minutos iniciais.
De se elogiar e admirar, além da postura do time espanhol
era a solidariedade do time do Bayern de Munique, com Robben e Ribery, dois
autênticos pontas, voltando até a defesa para ajudar na marcação, não perdendo
fôlego para contra atacar.
Talvez se Messi estivesse em campo, o time espanhol saísse
do primeiro tempo com um placar favorável, mas a equipe precisou se contentar
com o 0 a 0. Se fazer 4 gols em noventa minutos era uma tarefa árdua, imagine
cumpri-la em 45 minutos? E além de balançar 4 vezes as redes adversárias, tinha
o time espanhol que ver sua meta não ser vasada. Tudo isso para levar o duelo à
prorrogação.
E na segunda etapa, o Barcelona não só não conseguiu balançar
as redes como viu um adversário arisco, qualificado e inteligente chegar ao gol
em três oportunidades. A primeira em uma jogada espetacular de Robben, que
cortou a marcação e chutou com maestria no canto direito de Valdés. O holandês
foi o melhor jogador no duelo de 180 minutos. Piqué contra e Muller foram os autores dos outros gols. O
Bayern explorou de forma espetacular as fragilidades do Barcelona, durante todo
o confronto. Pelo alto, por baixo, pelas pontas, a equipe alemã infernizou a zaga
espanhola, desfalcada de Puyol e Mascherano, que fizeram muita, mas muita
falta.
E perdendo por 1 gol, por 2 gols, por 7 gols de diferença, o
Barcelona soube ser encantador. Soube perder. Soube ser fiel a um estilo de
jogo que já lhe rendeu muitos títulos e o rótulo de melhor time do planeta.
Soube perder com elegância. Jordi Alba se descontrolou no primeiro jogo dando
uma bolada em Robben, e foi só. Foi o único episódio de destempero e
descontrole. Nenhum pontapé foi visto,
nenhuma entrada violenta. Além disso, não se viu uma equipe descontrolada
taticamente, não se viu chutões ou jogadores perdidos. O time catalão manteve
seu estilo de toque de bola, tentando envolver a equipe alemã. Não conseguiu.
Ao invés de envolver como está habituado, acabou sendo envolvido. Coisas do
futebol.
O Bayern deu ao mundo uma lição de como vencer a melhor
equipe do mundo por 7 gols de diferença, em 180 minutos. Mostrou ao mundo que
não se precisa de um retranca, não é necessário jogar contra o Barcelona
esperando uma única bola para fazer um único gol. Fez 7! E podia ter feito
mais!
Por outro lado, o Barcelona mostrou ao mundo como se deve
perder. Com elegância! Por mais tolo que se possa parecer, uma espécie de “Aprenda
a perder com o Barcelona”. Sim, por que não? Um time que já nos mostrou como se
joga bonito, já levantou taças dando aulas de futebol, inclusive, atropelando o
Santos, do futebol brasileiro, pode nos ensinar ainda muita coisa.
Se o Barcelona ainda é o melhor time do mundo? Se o Bayern
pode ser considerado hoje o melhor time do plante? Sinceramente, prefiro
desfrutar da felicidade de existirem esses dois times no futebol mundial.
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