quarta-feira, abril 23, 2014

MOURINHO SE ACOVARDOU, O CHELSEA SE APEQUENOU E O FUTEBOL SOFREU!

Por Danilo Silveira


José Mourinho é conhecido por ser um daqueles técnicos capazes de armar um time de várias maneiras diferentes. É uma caixinha de surpresas. O fato é que a parte ofensiva não é lá um dos maiores trunfos do treinador português, muito vitorioso, diga-se de passagem. Seria mentira dizer que nunca vi um time do Mourinho jogar bem, mas digo que na maioria das vezes que assisto, acho que o time dele deixa a desejar. Muitos o colocam entre os melhores treinadores do mundo, há até quem o ache o melhor de todos. Pois eu não considero Mourinho nem um grande treinador, quanto mais um dos melhores do mundo.

Nunca vi um time do Mourinho jogar como o Barcelona do Guardiola, o Borussia do Klopp, o Galo do Cuca, o Bilbao do Bielsa, a Alemanha de Joachim Low, a Espanha de Del Bosque e por aí vai. E talento nas mãos Mourinho tem. Mas não é incomum ver o português prestar determinados desserviços ao futebol. E hoje foi um deles. Com o Chelsea nas mãos, Mourinho tinha pela frente o arrumado Atlético de Madrid para enfrentar. O plantel das duas equipes eram ingredientes mais que suficientes para

termos um grande jogo de futebol. Só que Mourinho abdicou de fazer seu time jogar bola. Barrou Oscar, entupiu o time de zagueiros e volantes e o sua equipe jogou grande parte dos 90 minutos no 1/3 defensivo do campo de jogo. O Chelsea se apequenou, se acovardou diante do Atlético de Madrid. Não gosto de usar a palavra "amarelar", mas hoje é digno: Mourinho amarelou, se amedrontou e prestou um desserviço ao futebol, impedindo que os amantes do futebol ofensivo assistissem a um Chelsea aceitável. Pois hoje, os Blues tiveram uma atuação abaixo da linha do aceitável. Há quem diga que Mourinho é um baita treinador, que soube segurar o 0 x 0 para decidir em casa, que é um estrategista, que é o melhor do mundo e por aí vai. Desculpe-me os fãs, mas não há o menor cabimento o Chelsea jogar da maneira como a qual jogou hoje. Coitado do Fernando Torres, que corria feito um louco na parte ofensiva e só via adversários ao seu lado, pois William e Ramires eram os homens mais avançados do time depois dele.

Sofre o espectador, sofre o futebol. Que amanhã aqueles que assistem a Liga dos Campeões sejam agraciados com um belo jogo, para compensar o que Mourinho fez hoje. E acredito que os espectadores serão recompensados, sim. Sabe por quê? Por que amanhã é o Bayern do Guardiola em campo. E quando se fala em Guardiola, aí meu amigo, o nível é outro!

segunda-feira, abril 21, 2014

CONSIDERAÇÕES SOBRE O INÍCIO DO BRASILEIRÃO 2014

Por Danilo Silveira


Mesmo que não seja disputado em um nível dos mais elevados, o Campeonato Brasileiro é legal. E muito. Já estava com saudades daquelas trocas constantes de canais, de acompanhar cinco jogos simultaneamente.Nessa troca troca, acabei vendo um pouco de cada jogo. No Maracanã, deu para ver que ainda há muito o que se ajeitar no Fluminense, mas deu para perceber também que o clube das Laranjeiras conta com um maestro, capaz de decidir qualquer um dos 38 jogos (agora 37) que o time terá ao longo da competição: este chama-se Conca Em Uberlândia, Galo e Corinthians empataram sem gols. Victor fez um milagre e tanto em chute de Guerrero, nos minutos finais. Dois times gigantes que hoje não são favoritos ao caneco. Saudades do Galo do Cuca, que dificilmente voltará a jogar com aquela intensidade, com aquele brilho, sem o treinador, que hoje se aventura em terras orientais.

Em Brasília, mais uma vez o Flamengo esbarrou na falta de qualidade do time, que acerretou na falta de criação. A equipe até teve algumas boas chances de gol, mas o 0 x 0 acabou refletindo o que foi o jogo. Do outro lado, deu para perceber que o desmanche a Copa do Brasil pode acarretar danos sérios à equipe do Goiás. Walter, Rodrigo, entre outros, não mais fazem parte do elenco goiano. No Morumbi, vimos um Botafogo que sofreu muito. Que nos minutos iniciais foi esmagado pelo qualificado São Paulo, de Ganso, Pato e companhia. Seedorf faz muita, mas muita falta e Oswaldo de Oliveira também. 

Para fechar, meus três favoritos ao título: Cruzeiro, Flamengo e Fluminense!

quinta-feira, abril 10, 2014

FLAMENGO ELIMINADO DA LIBERTADORES! VEXAME? POR QUE?

Por Danilo Silveira


Depois da derrota sofrida para o León ontem à noite no Maracanã, vi muitas pessoas classificando como um vexame ou algo do tipo a eliminação do Flamengo na Copa Libertadores da América. Tentei achar algum fato que sustentasse a tese de que tal eliminação pode ser considerada um vexame, mas confesso que não encontrei. Não ouvi da boca de nenhum flamenguista um argumento consistente, que me convença de que a eliminação do Flamengo tenha sido um vexame.

Se o quarteto de ataque do Flamengo fosse Bernard, Tardelli, Ronaldinho e Jô (quarteto fantástico do Galo campeão em 2013), se a dupla de volantes fosse Ralf e Paulinho (dupla do Corinthians campeão em 2012), aí sim eu poderia tentar classificar a eliminação como vexaminosa. Só que o cenário em que se encontra o time do Flamengo é outro, completamente diferente. Se o Flamengo goleasse o León por 5 x 0, com um show de bola, com o Muralha tendo uma atuação de gala na marcação, com o Gabriel fazendo chover e com os laterais Léo Moura e André Santos demonstrando um vigor físico invejável, aí eu classificaria a vitória como surpreendente.

Ontem, no Maracanã, não se teve surpresa. Já era esperado um jogo difícil, “encardido”, sofrido e uma classificação, caso ocorresse, poderia ser taxada de heroica. Heróica porque Léo Moura e André Santos voltavam de contusão e demonstraram nítida falta de ritmo de jogo. Heróica porque Elano, referência técnica da equipe, se arrasta em campo sofrendo com contusões. Heróica porque Luiz Antônio e Márcio Araújo não foram inscritos na Libertadores e Cáceres está machucado, fazendo o Flamengo ficar sem muitas opções de volantes (e a torcida precisando aturar a falta de atitude do Muralha, que pouco acrescenta ao time). Heróica porque Elias, destaque de 2013, foi embora e não temos um substituto à altura. Heróica porque o Flamengo não consegue repetir a escalação de um jogo para outro, porque as contusões dos atletas impedem. Heróica porque há algum tempo o Flamengo vive escravo de improvisações, para suprir à falta de condição de jogo de uma lista imensa de atletas. Heróica porque Hernane, iluminado e goleador, está fora de combate. Heróica porque você olha para o banco de reservas na segunda etapa e vê como solução para a falta de criatividade da equipe, Negueba e Nixon.

Deve-se aplaudir a entrega de Welinton contra o Emelec, a atuação esplendorosa de Samir ontem no Maracanã, a garra e vontade de Paulinho, que o ajudam a superar limitações técnicas. Deve-se comemorar o fato de Jayme de Almeida ser o treinador. Afinal, se tivéssemos ao banco de reservas Joel Santana ou Luxemburgo, sabe Deus de quanto o Flamengo perderia para o León na estreia, com um a menos quase o jogo inteiro. Porque se o técnico fosse Mano Menezes ou Dorival Júnior, talvez o Flamengo não tivesse o direito de disputar a Libertadores 2014 e teria boas chances de amargurar a disputa da Segunda Divisão.

A tendência do povo brasileiro, assim como a da imprensa esportiva do nosso país é classificar insucessos e derrotas como vexame. Não se deve analisar futebol como início e fim somente, porque existe um meio! E esse meio é cheio de nuances, peculiaridades, surpresas. Esse meio é composto por um escorregão do Samir, uma expulsão infantil do Amaral, um zagueiro sem ritmo de jogo escalado na lateral direita por falta de opção, um time do León arrumado. E assim por diante.

domingo, abril 06, 2014

61 FALTAS, 9 CARTÕES E UM ÁRBITRO PERDIDO DENTRO DE CAMPO.

Por Danilo Silveira

A atuação do árbitro Rodrigo Nunes de Sá no clássico de hoje entre Vasco e Flamengo foi uma vergonha para o estado do Rio de Janeiro e para o Brasil. Bisonha! Lamentável! Um absurdo o que esse cidadão fez no palco da final da próxima edição da Copa do Mundo. Em anos que acompanho futebol, acho que nunca vi um desempenho tão desastroso de um árbitro.  O espetáculo foi comprometido por conta de quem mais deveria passar despercebido em campo. Tudo começou quando ele deu um minuto de acréscimo no primeiro tempo. Deveria ter dado no mínimo uns 4, sendo que 6 não seria absurdo. Foram três atendimentos médicos a jogadores do Vasco.

Veio a segunda etapa e logo no início ele deu falta de Everton Costa em um jogador do Flamengo que vinha em velocidade para invadir a área. Falta que deve se discutir se foi para cartão amarelo ou vermelho, mas foi óbvio, evidente que o atacante vascaíno merecia ser punido com um cartão de alguma cor. Minutos depois, o mesmo Everton Costa cometeu uma falta normal, de jogo, e o árbitro resolveu expulsa-lo de campo com o segundo amarelo. Daí em diante, o valente (e violento) time vascaíno passou a abusar do direito de fazer cera, ajudado pelo árbitro, que perdido em campo, era conivente com o atraso na reposição de bola do time da Colina. Não foi incomum ver Rodrigo Nunes de Sá de costas para a bola, olhando para o lado contrário o qual se encontrava a jogada em disputa. Um verdadeiro show de horror proporcionado por esse cidadão, que deveria ficar algum tempo sem apitar esse esporte (talvez vôlei ou basquete seja a praia dele). Para complementar, 3 minutos de acréscimos na segunda etapa, que deveria ter no mínimo 7 (10 não seria absurdo).

Fora os lamentáveis incidentes oriundos do apito, tivemos um jogo de nível técnico baixo, com excesso de faltas e jogadas feias, que fogem daquilo que considero a prática do futebol em excelência. A lucidez do Douglas era nítida, o jogador que mais agregou tecnicamente ao espetáculo. A correria imposta por Negueba, Everton Costa, entre outros, foi válida, somatizando nos quesitos  vontade, entrega e disposição. Esses, totalmente válidos e necessários na prática desportiva. Mas faltou qualidade no futebol como essência, em jogadas bonitas, aplausíveis e encantadoras.

Resumindo, foram mais cartões (9!) que lançamentos bonitos, mais faltas (vendo pela arquibancada me pareceu que algumas das 61, segundo o scout do Globoesporte.com, o senhor do apito inventou) que tabelas envolventes. Por pouco Guinazu não acabou o jogo sem receber cartão amarelo, o que seria uma ironia do destino, quase como o Barcelona ganhar de 6 x 0 e o Messi não participar de nenhum gol.

Falei do talento de Douglas, mas também vale falar de Mugni. O argentino teve longe de fazer uma grande apresentação, mas seu toque de bola, sua maneira de conduzir a redonda e sua postura em campo me levam a crer que tem futuro e pode ser muito útil ao rubro-negro, carente de um camisa 10 a algum tempo.  Carente também de um primeiro volante de qualidade em 2014. O bom Amaral de 2013 deu lugar a um jogador atabalhoado, precipitado, que no primeiro tempo do jogo de hoje sofreu com as boas jogadas de Douglas.

Cabe ainda tecer altos elogios a Jayme de Almeida, o treinador que fez o melhor trabalho recentemente pelo Flamengo. Um futebol simples, feijão com arroz, atrelado a um jeito de falar simples e objetivo, em contraste com a arrogância e prepotência de alguns outros ditos professores sábios (não é, Luxemburgo?). Fez um Flamengo competitivo, forte, que muitas vezes joga mal (muito porque falta talento) e sofre com a escalação de muitos reservas (Elano, André Santos, Léo Moura e Hernane machucados). Outros tiveram a mesma chance que Jayme e pouco conseguiram acrescentar (não é mesmo, Dorival Júnior?). Futebol não se ganha no jeito de se vestir ou na forma rebuscada de falar (entendeu, Mano Menezes?). Muricy Ramalho passa longe de me agradar como técnico de futebol, mas uma vez falou uma frase interessante que ficou famosa: AQUI É TRABALHO! Jayme parece que entendeu bem! E o Flamengo é favorito ao título estadual em 2014. 

Que fique claro que não estou desmerecendo o time do Vasco, longe de ser encantador, mas que briga, luta, sua, se entrega. Aposentados com mais talentos que os titulares de hoje (valeu Felipe e Juninho) deram lugar a jogadores mais velozes, que conseguem somar mais ao time no aspecto físico (valeu Reginaldo e Everton Costa).


Por fim, que tenhamos um duelo melhor no próximo domingo (entenderam, Vasco e Flamengo?), com uma arbitragem melhor (entendeu, Rodrigo Nunes de Sá e FERJ).