quarta-feira, fevereiro 25, 2015

COM BOUA ATUAÇÃO, RACING GOLEIA GUARANÍ DE ASSUNÇÃO

Por Danilo Silveira

Doze anos! Esse foi o tempo que a torcida do Racing esperou para ver novamente o time adentrar o gramado do Presidente Juan Domingo Perón para disputar uma partida válida pela Libertadores da América.  Em 2003, o time saiu de campo eliminado pelo America de Cali, nos pênaltis, no último jogo que disputou pelo torneio. Na noite desta terça-feira, foi bem diferente. Os torcedores certamente saíram felizes e contentes, não só pela vitória por 4 x 1 para cima do Guaraní de Assunção, mas pela atuação maiúscula da equipe.

Diego Milito, que estava no fatídico jogo de doze anos atrás, contra o América de Calli, curiosamente veste as cores do Racing atualmente. Claro que nesses doze anos muita coisa aconteceu na carreira dele, inclusive um título de Liga dos Campeões, com direito a dois gols na final. E o argentino camisa 22 foi peça para lá de importante no ataque do time de Avellaneda. O toque de experiência teve sintonia perfeita com o toque de juventude de Gustavo Bou, que veio a ser o nome do jogo. Quando essa dupla de ataque conseguia interagir, ficava difícil para o arrumado time do Guaraní de Assunção.

Talvez na jogada mais bonita da primeira etapa, Camacho tocou para Bou, que fez um corta-luz magnífico para Milito, que saiu na cara de Aguilar, mas desperdiçou a chance de abrir o marcador ao finalizar para fora. Apesar da superioridade do time argentino, o Guaraní conseguia mostrar suas virtudes e qualidades, chegando à frente com organização. Benítez teve ótima chance ao receber pela ponta esquerda da área, mas acabou finalizando na rede pelo lado de fora.

O final dos 45 minutos iniciais foi se aproximando e quando tudo apontava para um 0 x 0 entre o veloz e envolvente Racing e o arrumado Guaraní, veio a falha capital do goleiro Aguilar. Bou arriscou de fora um chute fraco, simples de ser interceptado, mas o camisa 12 que defendia a meta do time paraguaio acabou se atrapalhando e a bola cruzou a linha final. Festa tricolor no Presidente Perón.

Se na primeira etapa o Racing precisou muito criar para abrir o placar, no segundo tempo o gol não tardou a sair. Lollo descolou um lançamento fenomenal, do campo de defesa, Camacho dominou de maneira belíssima antes de servir Diego Milito, que só teve o trabalho de empurrar para as redes: 2 x 0. Em desvantagem no placar, o Guaraní era valente, corajoso e se mandava para o ataque, enquanto o Racing também não tirava o pé do acelerador. Assim, a partida se tornou eletrizante. O terceiro gol do Racing poderia ter saído em belo contra-ataque, com direito a bela enfiada de bola de Milito para Gutsavo Bou, mas o camisa sete executou muito mal uma finalização de cavadinha.

E valeu a premissa de quem não faz leva. Aos 19, Santander diminuiu o marcador ao chutar forte, quase da marca penal, para vencer o goleiro Saja. Um placar interessante, que deixava o confronto totalmente aberto e refletia de forma fidedigna o duelo: um Racing superior e um Guaraní valente, que conseguia atacar com contundência. Só que ainda tinha muito jogo pela frente e a qualidade do Racing iria se sobrepor ainda mais sobre a organização do time paraguaio.

Sob aplausos, Milito deixou o campo ao ser substituído. Em seu lugar, entrou Brian Fernández, que não demorou muito para dar a assistência para o terceiro gol. Ele aproveitou falha do adversário, avançou pela direita e serviu Bou, que estufou as redes do Guaraní. E ainda tinha mais Racing! E ainda tinha mais Bou! Camacho arrancou pela esquerda e tocou para o meio, servindo o camisa sete, que fechou a conta: 4 x 1. Foi o terceiro gol do atacante no jogo e sexto na edição da Libertadortes, em apenas dois jogos. Isto é, Bou fez um Hat-trick (três gols em um só jogo) também na primeira partida da equipe na competição (5 x 0 sobre o Deportivo Táchira, na Venezuela).


Aonde o Racing vai chegar na Libertadores 2015, só o tempo vai dizer. Mas com esse futebol apresentado diante do Guaraní de Assunção, fica difícil imaginar esse time dando adeus à competição. Essa Libertadores tem tudo para ser das melhores dos últimos anos. Creio que os brasileiros vão sofrer um bocado, principalmente nas mãos (leia-se nos pés) dos times argentinos.



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