terça-feira, março 03, 2015

TUDO IGUAL NO DUELO DE LÍDERES NA TERRA DA BOTA.

Por Danilo Silveira


Parece que foram disputados dois jogos dentro de um só na terra da bota nesta quarta-feira. O encontro dos líderes no estádio Olímpico de Roma teve um primeiro tempo monótono, sonolento, com praticamente nenhum lance de maior emoção. Já nos 45 minutos finais, a partida mudou completamente de figura e garantiu aos espectadores emoção até o fim. No saldo do duelo, o 1 x 1 foi melhor para a Juventus, que manteve os noves pontos de diferença na liderança sobre a segunda colocada, a Roma, e caminha a largos passos para o tetra.

Durante os 45 minutos iniciais a Juventus passou longe, mas muito longe de ter uma atuação digna de um time que está na liderança do Campeonato Italiano. O esquema 3-5-2 pode ser definido como o aquele onde três defensores jogam em linha, possibilitando que os dois laterais se tornem alas e tenham maior liberdade para chegar ao ataque. E teoricamente é assim que a Velha Senhora joga. No entanto, Lichtsteiner e Evra, que deveriam ser os alas, praticamente não apoiaram durante a primeira etapa, se juntando aos três zagueiros, formando a primeira linha de marcação com cinco homens.

Tal estratégia dificultou demais as jogadas pelos lados do campo de Roma. Holebas era muito acionado pela esquerda, mas pouco conseguia criar; Gervinho também não conseguia muita coisa pela direita e Totti praticamente não tocou na bola, sufocado pela marcação adversária. A tônica do jogo foi a Roma com praticamente o dobro do tempo de posse de bola, mas sem conseguir criar, esbarrando na retranca montada por Maximiliano Allegri. Em uma das raras investidas da Juve, o placar quase foi aberto. Pereyra bateu cruzado da direita e o grego Manolas, ao cortar para escanteio, quase fez um golaço contra: a bola passou a centímetros da trave direita de De Sanctis.

Veio a segunda etapa e logo de cara foi possível perceber a mudança positiva na Juventus. A equipe acuada da primeira etapa deu lugar a um time que saía para o jogo, tentava marcar sob pressão, mas sem perder a consciência e a consistência defensiva. Talvez a Roma não esperasse essa mudança de postura e acabou transparecendo certa afobação com a bola nos pés. O jogo foi esquentando, as entradas mais fortes foram crescendo em quantidade e o árbitro Daniele Orsato precisou aumentar o número de cartões aplicados. Na primeira etapa foram três e o jogo terminou com onze! E o sétimo a ser aplicado foi o único de cor vermelha e veio a trazer um prejuízo tremendo à Roma. Aos 16 minutos, Vidal arrancava para receber passe que o colocaria na cara do gol quando foi calçado por trás por Torosidis. O grego já tinha amarelo e tomou o segundo, sendo expulso. Para piorar ainda mais a situação dos donos da casa, Tévez acertou uma cobrança magnífica, abrindo o marcador para a Juve.

Tentando recompor o time após a expulsão, Rudi Garcia lançou Florenzi na vaga de Ljajic. Mas as mexidas que acordaram de fato o time da Roma vieram alguns minutos mais tarde. Aos 25, Iturbe entrou na vaga de Totti e aos 27 De Rossi cedeu lugar a Nainggolan. A Roma rapidamente passou a ser mais veloz e mais agressiva para buscar um empate que a essa altura parecia um tanto quanto improvável.  E ele veio aos 32. Chiellini fez falta em Iturbe pela ponta direita; era a bola parada que a Roma precisava. Marchisio até tentou evitar que a cabeçada de Keita entrasse, mas foi em vão: o jogador de Mali apareceu no segundo pau, por trás da marcação, para deixar tudo igual.

Tinha ainda a Roma cerca de quinze minutos para conseguir uma vitória, que teria contornos milagrosos, analisando-se o contexto geral da partida. Iturbe teve até boa chance, mas o chute de canhota passou bem longe da meta de Buffon. O apito final veio e as duas equipes mantiveram suas séries invictas: a Roma chegou a seis jogos sem perder e a Juventus a onze. Faltando treze rodadas, parece muito difícil que a Roma consiga tirar nove pontos da Velha Senhora, que se aproxima cada vez mais do quarto título consecutivo do Italiano.


Nenhum comentário:

Postar um comentário